Essa dinâmica é onipresente e é o motivo porque ainda me sinto estrangeira, mesmo morando aqui há cinquenta anos. É muito constrangedor e invasivo ter que lidar sempre com essa necessidade de ser simpático. E o pior é que isso nos faz perceber pessoas de outras nacionalidades como se fossem toscas e grosseiras apenas por não executarem esse tipo de dinâmica nas relações sociais. Levei mais de uma década para conseguir aprender a diferenciar a falsidade e hipocrisia que se esconde por trás de muitas dessas "gentilezas". E mesmo assim, ainda não me acostumo.
O que me pega muito é que da pra perceber as nuances de classe. Eu especularia que quanto menor a classe social, maior a força do jeitinho pra conseguir favores inconvenientes.
Sou espanhol. 25 anos no Brasil. Percebi isso já na primeira semana. Já vi que tanta simpatia e tanta cortesia era para mim estranha e anti natural. Também depois de cada negativa minha sempre escutava um sonoro "nooosssaaaa!!!". Hoje já estou acostumado e procuro passar despercebido. Evito me relacionar desnecessáriamente com pessoas grudentas e excessivamente simpáticas.
Concordo com partes do que você disse, mas o que me incomodou no vídeo foi o exemplo usado no início. A gente tem um caso muito recente sobre a moça do avião, que fala muito sobre a dificuldade das pessoas em ouvir não, e ensinar crianças a entender o não. Mas o caso do início não mostra um jeitinho brasileiro, ela não estava tentando ser esperta pra cima do dono da loja, mas passando por uma situação que parece realmente ter sido difícil e pedindo ajuda de forma genuína, acho que tem outros exemplos melhores.
@@fab_westphal pois é, e o exemplo dela é exatamente um caso onde não tem excesso, não tem em todo dia de chuva uma mulher com bebê de colo pedindo um abrigo por dois minutos. Mas tem outros casos realmente graves que normalizamos e seriam ótimos exemplos.
@@fatima3873 Excesso de hábito de pedir e não refletir o que poderia gerar em contra partida, dentro da lógica em vivemos - o capitalista não é um agente caritativo. Tudo fora de casa custa dinheiro. Até para esperar o tempo passar - lanchonetes, cafés, etc. Consumindo obviamente. Ou a própria perfumaria, também comprando algo. O que a mentalidade do jeitinho aqui imagina ser de seu direito (através de olhos pidões, com o apelo emocional do bebê) simplesmente não existe, pois ninguém está em posto de trabalho para prestar favor. Seria prejuizo na lógica em que vivemos. O video entretanto nada prova, pode ser apenas uma drama-queen.
@@fatima3873Não trata-se da frequencia da ocorrência, mas do padrão de comportamento, ainda que ocasional. Perplexidade perante a resposta negativa, por crer merecer tratamento especial ou favores. Abrigar-se em estabecimento comercial sem gastar dinheiro confirma este modus operandi.
O exemplo do vídeo é literalmente o jeitinho brasileiro. E, como eu digo no vídeo, jeitinho não é sinônimo de "passar a perna" e nem é essencialmente imoral.
Interessante. Eu moro no exterior e, por muito tempo, ficava chocado quando um gringo dizia um "não" seco, sem uma justificativa "justificável". Para o europeu, percebi que aceitar um "não" é um sinal de respeito a privacidade alheia, tipo um "ele deve ter um bom motivo para recusar que não queira compartilhar". Hoje, meus pares brasileiros estranham esse hábito que adquiri. Entretanto, creio que esse "jeitinho" nos força a ser gentis, compreensíveis e inclusivos, características elogiadas pelos gringos. É bem mais comum um estrangeiro ficar solitário na Europa que no Brasil. Percebendo alguém deslocado em um grupo social, os brasileiros geralmente tentam incluí-lo na atividade. O problema é que o "não" é quase sempre passível de julgamento, e é sempre necessário fazer pequenas concessões durante o dia.
Caro Felipe, eu tenho dúvidas quando a esse "respeito à privacidade alheia...". Depois de muito visitar a Holanda, e admirar os holandeses pelo famoso "somos diretos" associado a um conceito de não julgar a vida alheia, fui me dando conta que são diretos quando convém. Muitos adoram 'espionar' os outros e provavelmente criticar em grupos fechados de amigos. No Reino Unido vi isso acontecer em uma universidade. Hoje tenho muitas ressalvas quanto a sociedades europeias que se julgam respeitosas da privacidade alheia.
@@colunas.tortase quando é no trabalho, então? Alguém tenta passar p vc uma responsabilidade que é dela e qdo vc diz não é o mesmo que vestir um X nas costas.
Já tive e tenho que aturar muitos colegas de escola e de trabalho inconvenientes assim. Perguntas muito intimas vindas de um estranho e pedidos que violavam alguma diretriz e me arriscavam. Essas coisas foram normalizadas e eu tratado como esquisito por não dar detalhes da minha vida pessoal para pessoas que eu nem queria por perto
Viver com idosos é ser doutor em jeitinho brasileiro! Mesmo quando eu estava doente ou muito ocupada quando minha avó pedia alguma coisa se eu negasse mesmo pedindo desculpa e explicando porquê não dava, eu sempre era 'grossa' ou se desejasse feliz aniversário seco, sem figurinhas ou paragrafos de bajulação era 'fria', aprender a ter esse jogo de cintura foi muito útil menos com moradores de rua, eles ainda me constrangem mesmo quando eu não tinha nem dinheiro pra comer no dia e eles perguntavam, "você vai negar um prato de comida?" E eu até tava bem vestida, mas só tinha o dinheiro da passagem e 1,50 pra um pão de queijo... Até hoje eu me sinto muito mal com tudo isso...
Sendo autista, eu demorei até metade dos 20 pra entender o porquê me chamam de fria, desapegada, algumas vezes até cruel. E é exatamente porque causa dessas pequenas coisas, a falta de entender o porquê ou o como do jogo de cintura da simpatia excessiva. Feliz aniversário é feliz aniversário. Não é não. Não posso/não tenho não é desculpa, é só a verdade.
Morei alguns meses na Austrália, e convivi com pessoas de diferentes partes do mundo. Não fiquem tristes, mas esse "jeitinho" não é exclusivo dos brasileiros! rs (edit: a dinâmica de coerção que envolvia ouvir e falar um "não" era justamente a mesma que acontece aqui no BR. Sem contar a ode à "malandragem do bem" - eu trabalhei e estudei lá).
Jeitinho brasileiro não existe. Tem uma tese ótima de uma historiadora (Brodwyn Fischer) mostrando que todos os países fazem igual, parecido ou mais coisas, mas viralatismo né. Tem um vídeo ótimo da BBC Brasil que mostra o porquê dessa nossa falsa percepção de que o Brasil tem um jeitinho e o EUA por exemplo, não. Mas na verdade a maioria, senão todos tem o famoso “jeitinho”!
@ identidade cultura, você é maluco? Você vê alguém falando isso de Portugal? Da Inglaterra? Dos EUA? Da Itália? Literalmente todos ‘elementos culturais’ são os mesmos da maioria, senão todos, os países. Faz o favor!
"Jeitinho brasileiro" existe no mundo todo. Cada lugar o pratica diferente, em niveis diferentes e o chamam diferente. Veja o lobby nos EUA, nada mais é que "jeitinho de rico", baseado no coleguismo, no interesse pessoal, no nepotismo, na vantagem financeira.
Isso é o foda do academicismo: é você se apropriar de uma teoria e tentar decalcar ela em qualquer situacao, ignorando completamente as subjetidades de qualquer situação. As mulheres sao submetidas e coagidas a fazer o trabalho reprodutivo e sao sistematicamente ostracizadas da sociedade. Uma crianca chorando em lugar publico, um bebe de colo sob forte chuva. É muito mais fácil fazer apontamentos morais e persecutórios que apontar e enfrentar os verdadeiros problemas. Acusar de jeitinho brasileiro uma mãe procurando abrigo da chuva? É tão ridículo que o autor deve ser sequer incapaz de enchergar a realidade pra fora dos muros da universidade
O correto é o meio termo, dizer nāo educadamente simples "não obrigado" não estou interessado ou não agora , etc...e sim em outras situações é uma questão de lógica, sobre o famoso jeitinho, tratasse de um instrumento pode ser usado bem ou mal se for no sentido de saber improvisar, ser criativo,enxergar diferentes soluções é bastante positivo, a parte negativa o vídeo já descreveu
@@TOMTOM-zj5xj o vídeo é sobre a dinâmica do jeitinho, que pode ser aprovada ou não por nós. O "não " dito "educadamente" já é o jeitinho em prática. A parte da criatividade é outra coisa e não é necessariamente o objeto da antropologia cultural do livro. Obrigado pelo comentário!
Por aqui costuma-se precaver bem contra qualquer previsão de tempo, (bebês inclusive), individualidade não sobrepõe-se à coletividade ou propriedade alheia. Demais paises ao redor bem semelhante - repúdio à fragilidade e à falta de planejamento.
@renjinjunior5337 as pessoas complicam muito a vida perguntando o que pode ou não fazer. Tem muita situação banal que se você perguntar, a resposta vai ser não. Se você só fizer, "nem dá nada".
Exatamente. Achei desnecessário a pergunta da mãe. Entrava é fingia olhar os produtos da loja. Talvez a mulher fosse preta e não estivesse bem vestida e ficou com receio de ser confundida com uma ladra?
Se tivesse usado um caso futil eu até entenderia. Complicado deixar uma pessoa na chuva com uma criança, chega ser desuamano. Ninguém é obrigado, mas na situação em questão, deixar a criança se molhando me parece muito desumano, poderia caber precosse. Eu vejo até como criminoso
Acho que no caso do exemplo usado o que choca não é o fato do dono da perfumaria ter dito "não" e sim a falta de empatia, pois todos esperamos que ao fazer um favor que ajuda muito uma pessoa e lhe custa pouquíssimo, no geral as pessoas vão aceitar. Isso não é jeitinho, é empatia
A menina com o bebê está certa! Achei bem interessante sua explicação sobre o jeitinho brasileiro e gostei bastante da abordagem. Contudo, não achei o exemplo escolhido tão adequado. Poderia ser algo como furar fila no trânsito ou qualquer interação típica em uma praia carioca. No caso de uma mãe com uma criança de colo enfrentando chuva, considero uma obrigação moral da sociedade acolher. Não se trata apenas de um problema pessoal, mas de uma questão que envolve a humanidade e o cuidado com a próxima geração.
@@colunas.tortas Mas não foi um exemplo bom. Ela estava com um bebê na chuva, a perfumaria provavelmente teria diminuição de movimento por causa da mesma chuva. Não custaria NADA para a perfumaria, mas teria um impacto muito maior para a mãe.
Só de você considerar uma obrigação, você prova o ponto do vídeo. Se você observar uma moradora de rua preta e suja com um bebê na rua você dará habitação para elas? Porque este meu exemplo é muito pior do que essa mãe do vídeo passou. Ninguém é obrigado a nada. Respeitem o espaço privado e o indivíduo.
@@salguodnandes4538 entendo seu ponto, mas o jeitinho não é negativo por natureza. Não é algo para se odiar ou amar. Como eu digo no vídeo, é uma dinâmica social que faz parte da nossa identidade nacional.
Não há algo mais irritante quando você pergunta algo para uma pessoa e ela demora 5 minutos para responder para no final dizer um sim com significado de não. Diga NÃO e pronto, pra que tanta “simpatia”?? Puta perda de tempo, prefiro que seja direto e pronto.
Eu digo NÃO na cara e bem seco. Principalmente no serviço, se você é bonzinho no ambiente de trabalho os brasileiros aproveitam disso e te explora até o último suor.
Nossa, isso me deixa tão nervosa! Acho uma falta de respeito e afronta a minha inteligência, por isso não trato assim os outros, mas qdo vc fala não, parece que tá humilhando a mae do cara. Aff
Acho que demonizar o Jeitinho brasileiro é puro vitimismo. Esse "jeitinho" é da cultura humana. A capacidade de compreender as condições e necessidades de cada situação depende do raciocínio. Animais e computadores jamais conseguirão exercer essa prática. Porém, tudo em excesso/escassez torna-se um problema.
@@petuhbrasil o livro indica que o jeitinho é uma dinâmica cultural específica. E sim, não é um defeito da noasa cultura, mas uma identidade cultural. Os estudos de antropologia contemporâneos se afastam dessa visão colonial de comparar nossos modos com os modos europeus ou estadounidense sempre numa perspectiva de inferioridade.
Me veio a mente as relações de patronato e clientela entre os romanos. Um autor que li, ilustrou essa relação com a primeira cena do filme O Poderoso Chefão. Vejo muito disso ainda onde moro em Mata de São João na Bahia e certamente ainda bastante no interior do sertão nordestino. Isso chegou aqui por meio dos portugueses? Eu só assisti o filme após ver essa referência. É a primeira cena do filme.
Ou talvez alguma influência moura entre os portugueses? Já vi sobre similaridades na construção de casas, cantos de boiadeiros de nordestinos com o norte da África.
O jeitinho não deixa de ser uma relação de poder, correto? Um poder disfarçado de humildade e, paradoxalmente, de fragilidade, mas que demanda do outro obediência em participar da dinâmica do jeitinh. A moça do vídeo dá este exemplo ao dizer que apesar se ter pedido educadamente, ela (chocada) recebeu uma negativa.
Problema nenhum. O cara da loja não quis, mas ele não estava errado. O problema é que ela se sentiu no direito de ficar na loja pois ela estava com esta necessidade e pediu com educação, e ela não tem esse direito segundo a lei e os costumes do local que ela estava. Isso vai além de certo e errado, mostra como as pessoas conseguem as coisas por simpatia no brasil e isso nem sempre funciona no exterior. O brasileiro espera ser considerado enquanto pessoa e ser ajudado independentemente do direito, esse sentimento não é tão forte com vários paises estrangeiros. Pessoalmente prefiro até o jeitinho brasileiro nesta situação, que reflete a generosidade e empatia do brasileiro. Mas isso tb demonstra o vício que o brasileiro tem em achar que só por estar necessitado, ter sido educado, e pq o outro pode ajudar sem problemas, que ele deve ser ajudado.
@@sguitas Concordo com a observação de que nesta situação o jeito brasileiro é melhor. Não é porque é um costume europeu que é melhor que o brasileiro. Realmente existem exageros em não se aceitar um "não", mas neste exemplo da moça na chuva é falta de empatia pura do cidadão. Não pensou que pudesse ser sua esposa precisando de ajuda.
@@bruce4007 Agora um exemplo negativo do jeitinho brasileiro: o flanelinha chega pra vc e fala: "estou vigiando seu carro, patrão". Vc não quer que ele vigie, isso nem faz sentido, mas ele vai te cobrar um valor e vc vai aceitar pagar pq não sabe dizer não, pq vai provocar uma briga desnecessária, pq pode ter o seu carro arranhado... Pro estrangeiro bastaria um "não", pro brasileiro vc tem q conversar fiado meia hora, falar q ta sem dinheiro, inventar desculpas, até conseguir se livrar do flanelinha, que espera que por vc ter melhores condições e ele ter sido bem educado, vc deve algo (dinheiro ou satisfação) a ele.
@@sguitas vc fala como se ela tivesse pedido abrigo na casa do cara. Não sei quanto à vc mas eu entendo 'perfumaria' como um estabelecimento aberto ao público e a única lição que se pode tirar desse vídeo é como não fazer perguntas bestas.
Aqui em Portugal isso é tao mal visto... me fez repensar muito em porque nao falar o nao logo mas sim ter que maquear a negativa e porque brasileiros aceitam a negativa maqueada que em termos praticos é identica a direta,? porque o interlecutor da negaçao tem que se colocar no lugar de quem vai ouvir o não e temer ser considerado arrogante ou que va causar magoa em quem houve se isso não seria no fundo reconhecer a fraqueza daquele que houve, do baixo controle emocional? É dificil perder isso viu, mas me esforço.
@@gfonsecaribeiro1 @colunastortas vem ver essa resposta, acho que cabe uma análise interessante do quão ofendido um brasileiro médio pode ficar com esse assunto.
@@GustavoParadaBrasileiro se vê (corretamente) como marginalizado e infelizmente muita gente acha que a posição "de esquerda" dogmática é colocar todo grupo marginalizado como moralmente superior e incapaz de praticar algo tóxico ou "ruim" sistematicamente,por isso, tanto esforço pra negar algo assim de cara.
Meu querido, levando alguns exemplos que você deu como absoluto, me faz entender por que não tenho muitos amigos. Tenho uma facilidade em dizer não. Ai fico como você falou, passo por arrogante ou insensível . Gostei muito da explanação porem não entendi alguns exemplos que deu. Se for possível, poderia me explicar? Vou ilustrar um dos exemplos, que foi onde tive o maior questionamento. [HIPOTÉTICO] No trabalho alguém, hierarquicamente igual a mim, se coloca em uma posição de "leve" desvantagem para obter um favor, um "jeitinho". Eu, para fazer parte do grupo, atendo mesmo eu não tendo o real dever ou necessidade de faze-lo. Ai minha dúvida é. Eu não posso estar atendendo este favor para, inconscientemente estar colocando a pessoa em uma situação onde ela me deva algo e assim, eu me beneficiar deste "favor" em outro momento? Agradeço desde já, o conteúdo do vídeo ficou ótimo!
Interessante análise. Eu já ouvi falar que na Índia (talvez mais especificamente entre os indianos que praticam certas religiões como hinduísmo e sikhismo) não é de bom tom negar as coisas, dizer "não" a alguma solicitação, então eles sempre tentam atender de alguma forma ou ficam um pouco "sem graça" ao ter que dizer não a um pedido. Eu fico pensando se essa característica nossa de "não poder" dizer não seria uma herança dos nossos povos nativos (porque dos europeus é que não é), pois Darcy Ribeiro costumava dizer que os "índios" conseguiam conviver de forma muito pacífica em suas sociedades, educando suas crianças e dirimindo conflitos entre os adultos sem partir para a violência. Eu imagino que seja difícil ter uma sociedade assim se for permitido dizer um "não" seco quando alguém pede algo que parece razoável de ser atendido. O "não" seco realmente dá margem para arrogância e egoísmo, o que pode gerar ressentimentos e toda uma escalada no conflito interno numa sociedade. Justificar o não dá margem para uma convivência onde ser solidário é quase que uma obrigação.
Gostaria muito de uma opinião de como o país sair dessa, pois pelo que tudo indica, o "jeitinho" nos consome as possibilizades de crescimento desde 1500 e algo...
Isso é verdade, super concordo. Por exemplo, isso acontece quando respondemos em um debate com argumentos divergentes daqueles que o propõem. Os que propõem o debate são aqueles que esperam apenas mais pessoas para endossar o próprio discurso e validar o lado político. Esses que esperam vir à rede, e em público, e serem os únicos a falar e os outros a apenas a ouvir. Em vez de refutarem o ponto do outro e provarem o próprio, apenas cerceiam o outro do debate. Será que é por que não aguentam ouvir o outro ou, os próprios pontos não são fortes assim? Eles tem o direito? Sim... Mas, nem tudo convém, mesmo podendo-se tudo... São esses que vem ensinar sobre o "não"... enfim, a hipocrisia.
Quero acrescentar: você sabia que esse "tipo" de comportamento tem nome? O nome é "segurismo". Espero ter te dado mais uma informação nova (o que acho difícil rsrsrs), pois adoro seus vídeos! 😁🫶
E eu SEMPRE disse que o "jeitinho brasileiro" tinha raíz na cultura da "malandragem", mas não sabia como fazer essa conexão de forma clara, agora temos esse vídeo! 😍🙏❤️
Isso não é uma vantagem ou prerrogativa, apenas uma mãe procurando apoio pra proteger a prole em uma circunstância adversa. Ajuda la e uma questao moral, pra isso vivemos em sociedade.
Nossa, mas o exemplo utilizado para explicar o jeitinho brasileiro é péssimo. Trata-se tão somente de uma mãe expondo uma indignação frente a uma falta de civilidade que assim seria considerada em boa parte do mundo. Obviamente, o "não" nesse caso é cabível, seja qual for o motivo, mas também é cabível a indignação, que se deve pela circunstância de exposição de uma criança de colo à chuva. Sinceramente, análise fraca e sem fundamentação.
na minha humildona opinião o típico jeitinho brasileiro é a garota que te responde um simples "oi'' com um ''me paga uma bebida''? Acho que ela enxerga uma oportunidade de colher benefícios sem necessariamente ter que dar algo em troca. Algo do tipo "Esse trouxa quer algo de mim mas sou que vou tomar dele"
Deixando de lado o canal apresentado pelo algoritmo, após comentários excluidos por apresentar argumentos econômicos sobre porque um estabecimento comercial não permite o (ab)uso do mesmo como abrigo.
eu me humilho todo mês pra cobrar o meu salário e ainda tenho que fazer de forma como se eu fosse a mais necessitada do mundo pra ver se eles tem a empatia e também para que não fiquem bravos por que estou cobrando o que me devem, nossa, muito cansativo, por isso que ta todo mundo surtado, todo dia é um malabarismo pra não pisar em ovos aqui detalhe, são cristãos kkkk o gentinha certa ein
Esse é o vídeo mais """de Direita""" que já vi no seu canal, uma defesa do direito negativo e repúdio ao direito positivo, por argumentar que o direito individual a soberania (igual a todos) deve prevalecer e que talvez isso não seja bem visto - uma crítica a manipulação psicológica do vitimismo, apelo às emoções e à pobreza como meio de persuasão do outro.
Sempre desconfio desse discurso do “jeitinho brasileiro”. Me parece coisa de elite paulista e cia (que não se consideram brasileiros), que pinta o brasileiro (leia-se essa ralé mestiça e preta) como irracional, pura emoção, mais suscetível à corrupção, em oposição ao branco europeu, tão racional, disciplinado e honesto. Muito intelectual “progressista” compra feliz essa ideia. Como se não existisse malandragem na Noruega, gente folgada na Holanda, desonestidade na Bélgica, nem chantagem emocional na Alemanha. É triste
Acho que cabe o discernimento, por exemplo, naquele caso do início do vídeo, negar a uma pessoa, com uma criança de colo, esperar o uber dentro do estabelecimento pois está chovendo,me parece bem estúpido. Mas concordo que há muitos casos, talvez a maioria das vezes, que esse "jeitinho" pssa dos limites!
eu falo “não” como se fosse nada kk creio que seja porque eu falo inglês e tive muito contato com a cultura americana, eu também sou muito introvertido e meio antissocial
Não. Mas se a criança tiver hipotermia e morrer por causa da chuva, o dono da perfumaria não será isento de aparecer boiando em um rio 2 semanas depois por não ter oferecido 2 minutos de abrigo para a mãe, caso a história viralize nas redes sociais. Não concordo nem discordo com as práticas descritas, apenas aponto uma possibilidade.
@@capykepro Você criou uma Fanfic e as consequências da mesma, muito criativa e bem desenvolvida em poucas linhas. 😅🤣 Parabéns mano, sua criatividade é fértil.
Olha, a existência da pessoa autista aqui no Brasil ser considerada arrogante e fria, mesmo quando é uma pessoa visivelmente entusiasmada e efusiva, faz muito sentido pra mim agora. Não existe uma norma social que seja fácil de aprender quando se é autista, e as não abertamente faladas, que dependem de inferir de conversas sutis, passam batido a vida inteira se ninguém avisar.
Essa dinâmica é onipresente e é o motivo porque ainda me sinto estrangeira, mesmo morando aqui há cinquenta anos. É muito constrangedor e invasivo ter que lidar sempre com essa necessidade de ser simpático. E o pior é que isso nos faz perceber pessoas de outras nacionalidades como se fossem toscas e grosseiras apenas por não executarem esse tipo de dinâmica nas relações sociais. Levei mais de uma década para conseguir aprender a diferenciar a falsidade e hipocrisia que se esconde por trás de muitas dessas "gentilezas". E mesmo assim, ainda não me acostumo.
O que me pega muito é que da pra perceber as nuances de classe. Eu especularia que quanto menor a classe social, maior a força do jeitinho pra conseguir favores inconvenientes.
E quão ligado a carência material do povo brasileiro isso esta?
Excelente comentário.
Sou espanhol.
25 anos no Brasil.
Percebi isso já na primeira semana.
Já vi que tanta simpatia e tanta cortesia era para mim estranha e anti natural.
Também depois de cada negativa minha sempre escutava um sonoro "nooosssaaaa!!!".
Hoje já estou acostumado e procuro passar despercebido. Evito me relacionar desnecessáriamente com pessoas grudentas e excessivamente simpáticas.
@@djvrbvse quão ligado a apenas a falta de educação e limites isto está?
Concordo com partes do que você disse, mas o que me incomodou no vídeo foi o exemplo usado no início. A gente tem um caso muito recente sobre a moça do avião, que fala muito sobre a dificuldade das pessoas em ouvir não, e ensinar crianças a entender o não. Mas o caso do início não mostra um jeitinho brasileiro, ela não estava tentando ser esperta pra cima do dono da loja, mas passando por uma situação que parece realmente ter sido difícil e pedindo ajuda de forma genuína, acho que tem outros exemplos melhores.
@@fab_westphal pois é, e o exemplo dela é exatamente um caso onde não tem excesso, não tem em todo dia de chuva uma mulher com bebê de colo pedindo um abrigo por dois minutos. Mas tem outros casos realmente graves que normalizamos e seriam ótimos exemplos.
@@fatima3873 Excesso de hábito de pedir e não refletir o que poderia gerar em contra partida, dentro da lógica em vivemos - o capitalista não é um agente caritativo. Tudo fora de casa custa dinheiro. Até para esperar o tempo passar - lanchonetes, cafés, etc. Consumindo obviamente. Ou a própria perfumaria, também comprando algo. O que a mentalidade do jeitinho aqui imagina ser de seu direito (através de olhos pidões, com o apelo emocional do bebê) simplesmente não existe, pois ninguém está em posto de trabalho para prestar favor. Seria prejuizo na lógica em que vivemos. O video entretanto nada prova, pode ser apenas uma drama-queen.
@@fatima3873Não trata-se da frequencia da ocorrência, mas do padrão de comportamento, ainda que ocasional. Perplexidade perante a resposta negativa, por crer merecer tratamento especial ou favores. Abrigar-se em estabecimento comercial sem gastar dinheiro confirma este modus operandi.
O exemplo do vídeo é literalmente o jeitinho brasileiro. E, como eu digo no vídeo, jeitinho não é sinônimo de "passar a perna" e nem é essencialmente imoral.
O dono da loja é OBRIGADO a aceitar o pedido?
Interessante. Eu moro no exterior e, por muito tempo, ficava chocado quando um gringo dizia um "não" seco, sem uma justificativa "justificável". Para o europeu, percebi que aceitar um "não" é um sinal de respeito a privacidade alheia, tipo um "ele deve ter um bom motivo para recusar que não queira compartilhar". Hoje, meus pares brasileiros estranham esse hábito que adquiri.
Entretanto, creio que esse "jeitinho" nos força a ser gentis, compreensíveis e inclusivos, características elogiadas pelos gringos. É bem mais comum um estrangeiro ficar solitário na Europa que no Brasil. Percebendo alguém deslocado em um grupo social, os brasileiros geralmente tentam incluí-lo na atividade.
O problema é que o "não" é quase sempre passível de julgamento, e é sempre necessário fazer pequenas concessões durante o dia.
@@felipegiro4577 o jeitinho pode servir para uma dinâmica inclusiva ou abusiva. Ele é o azeite das nossas relações sociais.
Caro Felipe, eu tenho dúvidas quando a esse "respeito à privacidade alheia...". Depois de muito visitar a Holanda, e admirar os holandeses pelo famoso "somos diretos" associado a um conceito de não julgar a vida alheia, fui me dando conta que são diretos quando convém. Muitos adoram 'espionar' os outros e provavelmente criticar em grupos fechados de amigos. No Reino Unido vi isso acontecer em uma universidade. Hoje tenho muitas ressalvas quanto a sociedades europeias que se julgam respeitosas da privacidade alheia.
@@colunas.tortase quando é no trabalho, então? Alguém tenta passar p vc uma responsabilidade que é dela e qdo vc diz não é o mesmo que vestir um X nas costas.
Eu moro na Finlândia há anos. O finlandês fala "não" com uma naturalidade que o brasileiro ficaria chocado.
Imagino hahaha
Adoro eles...
Tem que ver se ele fala não só para você, por ser um latino, ou fala não para todos
Já tive e tenho que aturar muitos colegas de escola e de trabalho inconvenientes assim. Perguntas muito intimas vindas de um estranho e pedidos que violavam alguma diretriz e me arriscavam. Essas coisas foram normalizadas e eu tratado como esquisito por não dar detalhes da minha vida pessoal para pessoas que eu nem queria por perto
O macete é dizer não usando o jeitinho brasileiro também, fazendo a pessoa parecer arrogante se não aceitar o seu não.
Sim, hahahahahaha. Esta é maneira necessária para conduzir um não e não ser visto como babaca.
Viver com idosos é ser doutor em jeitinho brasileiro! Mesmo quando eu estava doente ou muito ocupada quando minha avó pedia alguma coisa se eu negasse mesmo pedindo desculpa e explicando porquê não dava, eu sempre era 'grossa' ou se desejasse feliz aniversário seco, sem figurinhas ou paragrafos de bajulação era 'fria', aprender a ter esse jogo de cintura foi muito útil menos com moradores de rua, eles ainda me constrangem mesmo quando eu não tinha nem dinheiro pra comer no dia e eles perguntavam, "você vai negar um prato de comida?" E eu até tava bem vestida, mas só tinha o dinheiro da passagem e 1,50 pra um pão de queijo... Até hoje eu me sinto muito mal com tudo isso...
Sendo autista, eu demorei até metade dos 20 pra entender o porquê me chamam de fria, desapegada, algumas vezes até cruel. E é exatamente porque causa dessas pequenas coisas, a falta de entender o porquê ou o como do jogo de cintura da simpatia excessiva. Feliz aniversário é feliz aniversário. Não é não. Não posso/não tenho não é desculpa, é só a verdade.
Nunca morei no exterior, mas eu falo não sem grosseria e as pessoas ficam com raiva.
Isso vem de cima. Principalmente de quem tem muito, de quem nunca recebeu um não. São os piores
Morei alguns meses na Austrália, e convivi com pessoas de diferentes partes do mundo. Não fiquem tristes, mas esse "jeitinho" não é exclusivo dos brasileiros! rs (edit: a dinâmica de coerção que envolvia ouvir e falar um "não" era justamente a mesma que acontece aqui no BR. Sem contar a ode à "malandragem do bem" - eu trabalhei e estudei lá).
Isso. É sobre identidade cultural
Jeitinho brasileiro não existe. Tem uma tese ótima de uma historiadora (Brodwyn Fischer) mostrando que todos os países fazem igual, parecido ou mais coisas, mas viralatismo né.
Tem um vídeo ótimo da BBC Brasil que mostra o porquê dessa nossa falsa percepção de que o Brasil tem um jeitinho e o EUA por exemplo, não. Mas na verdade a maioria, senão todos tem o famoso “jeitinho”!
pode me dizer por favor o nome da tese,se puder?
quero ler, até porque não sei bem oq pensar sobre o assunto
A tese da Livia Barbosa é sobre identidade cultural. Esse é o ponto dela. Obrigado pelo comentário!
Ah, sim, agora reconhecer *qualquer* elemento de identidade cultural brasileira é sinônimo de "vira-latismo".
@ identidade cultura, você é maluco? Você vê alguém falando isso de Portugal? Da Inglaterra? Dos EUA? Da Itália? Literalmente todos ‘elementos culturais’ são os mesmos da maioria, senão todos, os países. Faz o favor!
@@sweetpvke_ o nome da pesquisadora é Brodwyn Fischer, tem um vídeo ótimo da BBC Brasil explicando o porquê do Brasil e do EUA serem ‘diferentes’.
Né por nada não, mas se aconteceu do jeito que ela disse, realmente o cara da perfumaria é um zé mané.
Em um lugar comercial eu nem pediria para entrar. Muito estranho esse exemplo.
Este vídeo deveria estar no Jornal Nacional ou no Fantástico! Mas, isso é esperar demais do brasileiro ! Obrigado por seu conteúdo!
..E nem se fale daquel@s que usam "ce sabe com quem está falannnooo?" Affff PARABENS pelo video !
Muito obrigado 😁
Ou se não a clássica:
"Você sabe quem é meu paaaii?"
- da vontade de responder:
"Porque? Sua mãe não te contou ?"
"Jeitinho brasileiro" existe no mundo todo. Cada lugar o pratica diferente, em niveis diferentes e o chamam diferente. Veja o lobby nos EUA, nada mais é que "jeitinho de rico", baseado no coleguismo, no interesse pessoal, no nepotismo, na vantagem financeira.
Isso é o foda do academicismo: é você se apropriar de uma teoria e tentar decalcar ela em qualquer situacao, ignorando completamente as subjetidades de qualquer situação.
As mulheres sao submetidas e coagidas a fazer o trabalho reprodutivo e sao sistematicamente ostracizadas da sociedade. Uma crianca chorando em lugar publico, um bebe de colo sob forte chuva. É muito mais fácil fazer apontamentos morais e persecutórios que apontar e enfrentar os verdadeiros problemas. Acusar de jeitinho brasileiro uma mãe procurando abrigo da chuva? É tão ridículo que o autor deve ser sequer incapaz de enchergar a realidade pra fora dos muros da universidade
Mano, o que isso tem a ver? Hahaha
Concordo plenamente!
Mas quase todas as mulheres que têm filhos têm filhos porque querem.
Concordo... foi um exemplo infeliz.
Ah, o anti-intelectualismo de esquerda...
O correto é o meio termo, dizer nāo educadamente simples "não obrigado" não estou interessado ou não agora , etc...e sim em outras situações é uma questão de lógica, sobre o famoso jeitinho, tratasse de um instrumento pode ser usado bem ou mal se for no sentido de saber improvisar, ser criativo,enxergar diferentes soluções é bastante positivo, a parte negativa o vídeo já descreveu
@@TOMTOM-zj5xj o vídeo é sobre a dinâmica do jeitinho, que pode ser aprovada ou não por nós. O "não " dito "educadamente" já é o jeitinho em prática.
A parte da criatividade é outra coisa e não é necessariamente o objeto da antropologia cultural do livro. Obrigado pelo comentário!
Um amigo dizia que "90% das criticas ao ""Jeitinho Brasileiro"" é culto ao Alemão e tesão na burocracia"
kkkkkkkk
Cara, pior que o modo alemão é bem uma antítese do jeito brasileiro mesmo kk
esse vídeo e o seu comentário me esclareceram bastante coisa
@@DiesIraes tesão no alemão e culto à burocracia.
@@colunas.tortas 😏
Marcio Rolim, muito obrigado por nos apresentar. Chegando com os dois pés no like e já inscrito no canal. ❤
😊❣️
Um bom vídeo, mas acho que qualquer mãe em qualquer país ficaria meio chocada com o não do primeiro exemplo. Talvez não na Alemanha.
Por aqui costuma-se precaver bem contra qualquer previsão de tempo, (bebês inclusive), individualidade não sobrepõe-se à coletividade ou propriedade alheia. Demais paises ao redor bem semelhante - repúdio à fragilidade e à falta de planejamento.
Acho que não.
Amo estas características alemãs,@@fab_westphal
Muito Bom. Eu nunca me senti pertencente ao Brasil quanto a brasileiro, justamente pelo fato desse modo de viver. Assinado Daniele.
Não era só ela ter entrado na perfumaria e olhado os produtos sem falar nada?
não é mesmo?!
@renjinjunior5337 as pessoas complicam muito a vida perguntando o que pode ou não fazer. Tem muita situação banal que se você perguntar, a resposta vai ser não. Se você só fizer, "nem dá nada".
Exatamente. Achei desnecessário a pergunta da mãe. Entrava é fingia olhar os produtos da loja. Talvez a mulher fosse preta e não estivesse bem vestida e ficou com receio de ser confundida com uma ladra?
@@marinagimenezleal ousadia e alegria!
Eu falei do jeitinho num texto / video sobre preguiça, mas agora entendo que valeria um adendo. Bem legal esse video.
Se tivesse usado um caso futil eu até entenderia. Complicado deixar uma pessoa na chuva com uma criança, chega ser desuamano. Ninguém é obrigado, mas na situação em questão, deixar a criança se molhando me parece muito desumano, poderia caber precosse. Eu vejo até como criminoso
Esse é o jeitinho! Obrigado pelo comentário!
😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Pelos comentários, entendo cada vez mais o porquê do brasileiro ter criado o "jetinho". 😂
O jeitinho brasileiro é o modo de sobreviver se equilibrando num país que a norma nos mata...
Acho que no caso do exemplo usado o que choca não é o fato do dono da perfumaria ter dito "não" e sim a falta de empatia, pois todos esperamos que ao fazer um favor que ajuda muito uma pessoa e lhe custa pouquíssimo, no geral as pessoas vão aceitar. Isso não é jeitinho, é empatia
É uma dinâmica de jeitinho em ato e tb pode ser visto como falta de empatia.
Nada mais nojento que un Brasileiro prometendo tudo para nao parecer antipatico, com a certeza de que vai a fazer absolutamente NADA.
A menina com o bebê está certa! Achei bem interessante sua explicação sobre o jeitinho brasileiro e gostei bastante da abordagem. Contudo, não achei o exemplo escolhido tão adequado. Poderia ser algo como furar fila no trânsito ou qualquer interação típica em uma praia carioca. No caso de uma mãe com uma criança de colo enfrentando chuva, considero uma obrigação moral da sociedade acolher. Não se trata apenas de um problema pessoal, mas de uma questão que envolve a humanidade e o cuidado com a próxima geração.
@@gfonsecaribeiro1 o exemplo não serve pra dizer quem está certo ou errado. Serve pra expor o jeitinho brasileiro.
@@colunas.tortas Mas foi um exemplo infeliz. Eu odeio o jeitinho brasileiro, mas o exemplo que você escolheu não agregou ao seu vídeo.
@@colunas.tortas Mas não foi um exemplo bom. Ela estava com um bebê na chuva, a perfumaria provavelmente teria diminuição de movimento por causa da mesma chuva. Não custaria NADA para a perfumaria, mas teria um impacto muito maior para a mãe.
Só de você considerar uma obrigação, você prova o ponto do vídeo. Se você observar uma moradora de rua preta e suja com um bebê na rua você dará habitação para elas? Porque este meu exemplo é muito pior do que essa mãe do vídeo passou. Ninguém é obrigado a nada. Respeitem o espaço privado e o indivíduo.
@@salguodnandes4538 entendo seu ponto, mas o jeitinho não é negativo por natureza. Não é algo para se odiar ou amar. Como eu digo no vídeo, é uma dinâmica social que faz parte da nossa identidade nacional.
Não há algo mais irritante quando você pergunta algo para uma pessoa e ela demora 5 minutos para responder para no final dizer um sim com significado de não. Diga NÃO e pronto, pra que tanta “simpatia”?? Puta perda de tempo, prefiro que seja direto e pronto.
Eu digo NÃO na cara e bem seco. Principalmente no serviço, se você é bonzinho no ambiente de trabalho os brasileiros aproveitam disso e te explora até o último suor.
Nossa, isso me deixa tão nervosa! Acho uma falta de respeito e afronta a minha inteligência, por isso não trato assim os outros, mas qdo vc fala não, parece que tá humilhando a mae do cara. Aff
Acho que demonizar o Jeitinho brasileiro é puro vitimismo. Esse "jeitinho" é da cultura humana. A capacidade de compreender as condições e necessidades de cada situação depende do raciocínio. Animais e computadores jamais conseguirão exercer essa prática. Porém, tudo em excesso/escassez torna-se um problema.
@@petuhbrasil o livro indica que o jeitinho é uma dinâmica cultural específica. E sim, não é um defeito da noasa cultura, mas uma identidade cultural. Os estudos de antropologia contemporâneos se afastam dessa visão colonial de comparar nossos modos com os modos europeus ou estadounidense sempre numa perspectiva de inferioridade.
a superioridade moral de quem e igual realmente impressiona
@@gustavocobra77 as dinâmicas de superioridade moral de quem se rebaixa são super presentes no dia a dia brasileiro
Me veio a mente as relações de patronato e clientela entre os romanos. Um autor que li, ilustrou essa relação com a primeira cena do filme O Poderoso Chefão. Vejo muito disso ainda onde moro em Mata de São João na Bahia e certamente ainda bastante no interior do sertão nordestino. Isso chegou aqui por meio dos portugueses? Eu só assisti o filme após ver essa referência. É a primeira cena do filme.
Ou talvez alguma influência moura entre os portugueses? Já vi sobre similaridades na construção de casas, cantos de boiadeiros de nordestinos com o norte da África.
Interessante a reflexão.
Uauu, tava precisando desse vídeo ❤
@@elisakampconde5279 😊😊
Muito interessante!
Obrigado!
O jeitinho não deixa de ser uma relação de poder, correto? Um poder disfarçado de humildade e, paradoxalmente, de fragilidade, mas que demanda do outro obediência em participar da dinâmica do jeitinh. A moça do vídeo dá este exemplo ao dizer que apesar se ter pedido educadamente, ela (chocada) recebeu uma negativa.
Sim, sim. Ainda é uma dinâmica de poder.
pq vcs acham que isso é coisa só de brasileiro? eu ein
Não, não é. O jeitinho é parte de nossa identidade enquanto povo, essa é a diferença.
Por que facilitar quando se pode complicar a vida?
Por que facilitar, quando você pode facilitar a MINHA vida e complicar a SUA?
Que analise perfeita
Obrigado!
Nao entendi Qual o problema da moça esperar 3 min na loja com o bebê, em um dia de chuva
Problema nenhum. O cara da loja não quis, mas ele não estava errado. O problema é que ela se sentiu no direito de ficar na loja pois ela estava com esta necessidade e pediu com educação, e ela não tem esse direito segundo a lei e os costumes do local que ela estava. Isso vai além de certo e errado, mostra como as pessoas conseguem as coisas por simpatia no brasil e isso nem sempre funciona no exterior. O brasileiro espera ser considerado enquanto pessoa e ser ajudado independentemente do direito, esse sentimento não é tão forte com vários paises estrangeiros. Pessoalmente prefiro até o jeitinho brasileiro nesta situação, que reflete a generosidade e empatia do brasileiro. Mas isso tb demonstra o vício que o brasileiro tem em achar que só por estar necessitado, ter sido educado, e pq o outro pode ajudar sem problemas, que ele deve ser ajudado.
@@sguitas Concordo com a observação de que nesta situação o jeito brasileiro é melhor. Não é porque é um costume europeu que é melhor que o brasileiro. Realmente existem exageros em não se aceitar um "não", mas neste exemplo da moça na chuva é falta de empatia pura do cidadão. Não pensou que pudesse ser sua esposa precisando de ajuda.
Nenhum problema. Meu vídeo não é um julgamento das atitudes nem dela nem do cara da loja.
@@bruce4007 Agora um exemplo negativo do jeitinho brasileiro: o flanelinha chega pra vc e fala: "estou vigiando seu carro, patrão". Vc não quer que ele vigie, isso nem faz sentido, mas ele vai te cobrar um valor e vc vai aceitar pagar pq não sabe dizer não, pq vai provocar uma briga desnecessária, pq pode ter o seu carro arranhado... Pro estrangeiro bastaria um "não", pro brasileiro vc tem q conversar fiado meia hora, falar q ta sem dinheiro, inventar desculpas, até conseguir se livrar do flanelinha, que espera que por vc ter melhores condições e ele ter sido bem educado, vc deve algo (dinheiro ou satisfação) a ele.
@@sguitas vc fala como se ela tivesse pedido abrigo na casa do cara. Não sei quanto à vc mas eu entendo 'perfumaria' como um estabelecimento aberto ao público e a única lição que se pode tirar desse vídeo é como não fazer perguntas bestas.
Falar não é uma delícia! Acho que vou dar um curso disso.
Receber um não com dignidade tb é importante.
Aqui em Portugal isso é tao mal visto... me fez repensar muito em porque nao falar o nao logo mas sim ter que maquear a negativa e porque brasileiros aceitam a negativa maqueada que em termos praticos é identica a direta,? porque o interlecutor da negaçao tem que se colocar no lugar de quem vai ouvir o não e temer ser considerado arrogante ou que va causar magoa em quem houve se isso não seria no fundo reconhecer a fraqueza daquele que houve, do baixo controle emocional?
É dificil perder isso viu, mas me esforço.
Eu acho que é porque somos empáticos mesmo. Vira latismo tá pegando hein, tem tratamento...
@@gfonsecaribeiro1 @colunastortas vem ver essa resposta, acho que cabe uma análise interessante do quão ofendido um brasileiro médio pode ficar com esse assunto.
@@GustavoParada @NelsonRodrigues vem cá ver o complexo de inferioridade brasileiro que você descreveu tbm, faz uma análise
@@gfonsecaribeiro1 Não vi nenhuma inferioridade e sequer consigo imaginar onde você viu alguma.
@@GustavoParadaBrasileiro se vê (corretamente) como marginalizado e infelizmente muita gente acha que a posição "de esquerda" dogmática é colocar todo grupo marginalizado como moralmente superior e incapaz de praticar algo tóxico ou "ruim" sistematicamente,por isso, tanto esforço pra negar algo assim de cara.
Meu querido, levando alguns exemplos que você deu como absoluto, me faz entender por que não tenho muitos amigos. Tenho uma facilidade em dizer não. Ai fico como você falou, passo por arrogante ou insensível .
Gostei muito da explanação porem não entendi alguns exemplos que deu. Se for possível, poderia me explicar?
Vou ilustrar um dos exemplos, que foi onde tive o maior questionamento.
[HIPOTÉTICO] No trabalho alguém, hierarquicamente igual a mim, se coloca em uma posição de "leve" desvantagem para obter um favor, um "jeitinho". Eu, para fazer parte do grupo, atendo mesmo eu não tendo o real dever ou necessidade de faze-lo.
Ai minha dúvida é. Eu não posso estar atendendo este favor para, inconscientemente estar colocando a pessoa em uma situação onde ela me deva algo e assim, eu me beneficiar deste "favor" em outro momento?
Agradeço desde já, o conteúdo do vídeo ficou ótimo!
Interessante análise. Eu já ouvi falar que na Índia (talvez mais especificamente entre os indianos que praticam certas religiões como hinduísmo e sikhismo) não é de bom tom negar as coisas, dizer "não" a alguma solicitação, então eles sempre tentam atender de alguma forma ou ficam um pouco "sem graça" ao ter que dizer não a um pedido. Eu fico pensando se essa característica nossa de "não poder" dizer não seria uma herança dos nossos povos nativos (porque dos europeus é que não é), pois Darcy Ribeiro costumava dizer que os "índios" conseguiam conviver de forma muito pacífica em suas sociedades, educando suas crianças e dirimindo conflitos entre os adultos sem partir para a violência. Eu imagino que seja difícil ter uma sociedade assim se for permitido dizer um "não" seco quando alguém pede algo que parece razoável de ser atendido. O "não" seco realmente dá margem para arrogância e egoísmo, o que pode gerar ressentimentos e toda uma escalada no conflito interno numa sociedade. Justificar o não dá margem para uma convivência onde ser solidário é quase que uma obrigação.
Gostaria muito de uma opinião de como o país sair dessa, pois pelo que tudo indica, o "jeitinho" nos consome as possibilizades de crescimento desde 1500 e algo...
O jeitinho não é um problema em si. Ele é só o azeite de nossas relações.
Na minha cidade o jeitinho brasileiro raramente serve pra alguma coisa, as pessoas daqui não perdem nada quando dizem não.😢
Isso é verdade, super concordo. Por exemplo, isso acontece quando respondemos em um debate com argumentos divergentes daqueles que o propõem. Os que propõem o debate são aqueles que esperam apenas mais pessoas para endossar o próprio discurso e validar o lado político. Esses que esperam vir à rede, e em público, e serem os únicos a falar e os outros a apenas a ouvir. Em vez de refutarem o ponto do outro e provarem o próprio, apenas cerceiam o outro do debate. Será que é por que não aguentam ouvir o outro ou, os próprios pontos não são fortes assim? Eles tem o direito? Sim... Mas, nem tudo convém, mesmo podendo-se tudo... São esses que vem ensinar sobre o "não"... enfim, a hipocrisia.
Excelente vídeo
Obrigado!
Quero acrescentar: você sabia que esse "tipo" de comportamento tem nome? O nome é "segurismo". Espero ter te dado mais uma informação nova (o que acho difícil rsrsrs), pois adoro seus vídeos! 😁🫶
E eu SEMPRE disse que o "jeitinho brasileiro" tinha raíz na cultura da "malandragem", mas não sabia como fazer essa conexão de forma clara, agora temos esse vídeo! 😍🙏❤️
Isso não é uma vantagem ou prerrogativa, apenas uma mãe procurando apoio pra proteger a prole em uma circunstância adversa. Ajuda la e uma questao moral, pra isso vivemos em sociedade.
Vou continuar não confundindo Empatia com "Jeitinho Brasileiro", apesar de certas Colunas Tortas tentarem entortar minha percepção de Solidariedade.
k
Uma coisa não tem a ver com a outra. Eu explico no vídeo.
Nossa, mas o exemplo utilizado para explicar o jeitinho brasileiro é péssimo. Trata-se tão somente de uma mãe expondo uma indignação frente a uma falta de civilidade que assim seria considerada em boa parte do mundo. Obviamente, o "não" nesse caso é cabível, seja qual for o motivo, mas também é cabível a indignação, que se deve pela circunstância de exposição de uma criança de colo à chuva. Sinceramente, análise fraca e sem fundamentação.
Papinho pra fazer o brasileiro desqualificar a si próprio. Dó de quem pensa que tudo lá fora é melhor
O exemplo é perfeito. É que vc parece considerar o jeitinho como algo negativo, ai fica dificil de dialogar mesmo.
@@colunas.tortas quando você diz que há uma dificuldade em ouvir o "não", as implicações são de que essa dificuldade seja negativa ou positiva?
Nem um, nem outro.
na minha humildona opinião o típico jeitinho brasileiro é a garota que te responde um simples "oi'' com um ''me paga uma bebida''? Acho que ela enxerga uma oportunidade de colher benefícios sem necessariamente ter que dar algo em troca.
Algo do tipo "Esse trouxa quer algo de mim mas sou que vou tomar dele"
@@reidugadu5450 não.
Deixando de lado o canal apresentado pelo algoritmo, após comentários excluidos por apresentar argumentos econômicos sobre porque um estabecimento comercial não permite o (ab)uso do mesmo como abrigo.
Hein?
Percebo essa característica em pessoas de países de regimes autoritários.
O dia que juntar o chinês com o br, amigos... Será td nosso!😂
observação interessante
Legal👍
O jeitinho é um espectro né, que nem você colocou, tem coisas boas e coisas ruins. É cultural. Muito legal o vídeo mesmo.
Pedir para esperar o UBER e o rapaz não deixou....Ahhh!!!! Chocada!!!!.
E vcs acreditam que *expulsaram* a querida do local? 😂😂😂😂😂😂😂
Tá.
eu me humilho todo mês pra cobrar o meu salário e ainda tenho que fazer de forma como se eu fosse a mais necessitada do mundo pra ver se eles tem a empatia e também para que não fiquem bravos por que estou cobrando o que me devem, nossa, muito cansativo, por isso que ta todo mundo surtado, todo dia é um malabarismo pra não pisar em ovos aqui
detalhe, são cristãos kkkk o gentinha certa ein
Esse é o vídeo mais """de Direita""" que já vi no seu canal, uma defesa do direito negativo e repúdio ao direito positivo, por argumentar que o direito individual a soberania (igual a todos) deve prevalecer e que talvez isso não seja bem visto - uma crítica a manipulação psicológica do vitimismo, apelo às emoções e à pobreza como meio de persuasão do outro.
Generalizações...
Abaixo ao jeitinho brasileiro
Sempre desconfio desse discurso do “jeitinho brasileiro”. Me parece coisa de elite paulista e cia (que não se consideram brasileiros), que pinta o brasileiro (leia-se essa ralé mestiça e preta) como irracional, pura emoção, mais suscetível à corrupção, em oposição ao branco europeu, tão racional, disciplinado e honesto. Muito intelectual “progressista” compra feliz essa ideia. Como se não existisse malandragem na Noruega, gente folgada na Holanda, desonestidade na Bélgica, nem chantagem emocional na Alemanha. É triste
Essa obra deveria ser mais discutida no campo da psicologia e psicanálise! Que bom encontrar esse vídeo!
@@brunay.9878 😊😊
Psicologia social tbm
Mais um inacrito!
Gostei do vídeo, mas acho que as relações humanas não são tão simples assim. Simplão X Arrogante.
Obrigado pelo comentário!
Eu SEMPRE sou considerado arrogante por não participar desta m... de "jeitinho brasileiro". Eu digo "NÃO" com absoluta tranquilidade.
Acho que cabe o discernimento, por exemplo, naquele caso do início do vídeo, negar a uma pessoa, com uma criança de colo, esperar o uber dentro do estabelecimento pois está chovendo,me parece bem estúpido. Mas concordo que há muitos casos, talvez a maioria das vezes, que esse "jeitinho" pssa dos limites!
eu falo “não” como se fosse nada kk creio que seja porque eu falo inglês e tive muito contato com a cultura americana, eu também sou muito introvertido e meio antissocial
se tem um bebe no colo pode fazer o que quer ????
Não. Mas se a criança tiver hipotermia e morrer por causa da chuva, o dono da perfumaria não será isento de aparecer boiando em um rio 2 semanas depois por não ter oferecido 2 minutos de abrigo para a mãe, caso a história viralize nas redes sociais. Não concordo nem discordo com as práticas descritas, apenas aponto uma possibilidade.
@@capykepro Você criou uma Fanfic e as consequências da mesma, muito criativa e bem desenvolvida em poucas linhas. 😅🤣
Parabéns mano, sua criatividade é fértil.
@@adriel6301 Beleza, deixa teu filho bebê na chuva então, vamos ver se não morre 👍
@@capykepro Outra fanfic? o homem não para, é uma máquina. 😅😅
@@adriel6301 Foi uma sugestão. Você poderia fazer algumas aulas de interpretação de texto para auxiliar na comunicação?
Geralmente são os ricos e classe média... estão acostumados com a casa grande funcionando pra eles...
Olha, a existência da pessoa autista aqui no Brasil ser considerada arrogante e fria, mesmo quando é uma pessoa visivelmente entusiasmada e efusiva, faz muito sentido pra mim agora. Não existe uma norma social que seja fácil de aprender quando se é autista, e as não abertamente faladas, que dependem de inferir de conversas sutis, passam batido a vida inteira se ninguém avisar.