Como alguém que estuda jogos, especialmente jogos eletrônicos, Huizinga foi leitura basilar para mim. A ideia de que o jogo, ou seja, a ludicidade, antecede a própria cultura e a linguagem, como o Linck falou, foi algo que demorou a entrar na minha cabeça, porque tenho ainda uma visão muito funcional e utilitarista das coisas, apesar de literalmente ter feito doutorado sobre joguinho (tecnicamente, foi doutorado em linguística que envolveu joguinho, mas releve).
cara real, eu ja tentei dar uma desvinculada desse cenário lúdico, mas é extremamente horrível kskksksksks eu passo mais tempo na minha mente do que vivendo de fato, porém isso faz com que tenha que disputar essa atenção divida com basicamente tudo que faço e sinceramente, as vezes so queria ficar olhando pra uma floresta com a mente em branco
É um erro achar que a evolução é um agente otimizador, mas, de fato, todo nosso comportamento ou as suas potencialidades, considerando que nosso comportamento é plástico, é fruto da evolução. A ludicidade não é única dos humanos, mas é comum a todos os animais com grande plasticidade de comportamento, ela tem utilidade enquanto criador e mantenedor dessa plasticidade, crianças que não são expostas a um ambiente fortemente lúdico são menos capazes de resolver problemas. Nós somos biologicamente culturais.
Link, quando for editar o áudio do vídeo, coloca um equalizador cortando as frequências bem agudas. Nos seus últimos videos tem uma frequência bem aguda, acaba me incomodando muito. Sucesso, adoro seus vídeos
Artistas geralmente vivem quase que integralmente nesse mundo lúdico. Me usando como exemplo, eu tenho um pequeno vício de querer associar músicas com o momento que estou vivendo no presente. Escolho a dedo a música, porque sinto que adiciona um tempero extra na rotina. Isso me felicita muito e torna a convivência social mais suportável para mim. E isso se traduz no meu trabalho enquanto compositor, principalmente de trilhas sonoras. E essa dificuldade de desligar o lúdico muitas vezes acaba sendo motivo de angústia, embora eu creio que isso difira em escala, de acordo contexto sociocultural e econômico de cada artista. Mas eu sei que não é preciso ser artista para ter uma experiência semelhante, já que a maioria de nós tem muito espaço pro abstrato na nossa mente, tipo um traço evolutivo mesmo. E também porque eu acredito que o ser humano, se me permitem a generalização, tem um talento para qualquer uma das artes existentes, ou para aquelas que estão por existir ainda.
A brincadeira é, para as crianças, um fundamental período de aprendizagem e preparo para a idade adulta. Para nossa humanidade enquanto espécie, a mesma coisa.
Primariamente, a seleção sexual aplicada aos humanos teve sua função na escolha de parceiros quando os conceitos de sociedade ainda estavam se formando. Homens escolherem mulheres com traços que indicam maior presença de progesterona (hormônio que desencadeia a ovulação e tals) e mulheres escolherem traços de maior testosterona, além do formato do corpo de cada sexo, é algo intrínseco a nossa carga genética. Por mais que a cultura desenvolva os gostos e fetiches de cada indivíduo, a tendência pela preferência dessas características é inconsciente. A ideia do surgimento de expressões culturais como dançar, falar de forma interessante, se expressar, tem varias vertentes e pode é uma area bastante especulativa em certos pontos. Tem vertentes que afirmam que, no ato de escolha de um parceiro com as características físicas ideais, esse mesmo parceiro trazia meio que de "brinde" essa mania de se expressar de maneira diferente do convencional, perpassando essa proto cultura de geração pra geração. Outra vertente diz que essas expressões artisticas serviam para realmente chamar atenção do sexo oposto, maio que por tentativa e erro. Dessa maneira, suponhamos que um uma mulher aleatoriamente se atraiu por um homem que alem de másculo tambem sabia dançar, e isso acabou tendo sucesso evolutivo. Se nesse período pré histórico essa mulher tivesse sido atraido por um macho que se expressava defecando na mao e jogando para cima, seria provável que essa seria uma expressão cultural comum hoje em dia. Doidera
O assunto e os filósofos do vídeo me lembrou de outro filósofo chamado Henri Bergson. Ele divaga sobre a risada do ser humano, e fala que essencialmente o riso é causado quando a "vida" é interrompida pela "mecanicidade". Por exemplo, quando uma pessoa está andando num shopping, não percebe uma vidraça de uma loja e acaba esbarrando com a cara nela. Esperariasse que a pessoa estivesse atenta, mas ela continuou andando sem perceber o que a aguardava mais a frente. A ação mecânica, impensada, automática e ininterrupta de andar nunca cessou e a "vida" não interviu para que esse causo não tivesse acontecido. Interessante como o vídeo cita esse afastamento que o humano tem de si mesmo, me parece estar relacionado com essa ideia do riso de Bergson, mas não consiguiria me aprofundar mais.
Vi o título Homo Ludens na tag e já entrei no vídeo esperando a citação desse livro, um dos primeiros que peguei na biblioteca da faculdade sem ser pra trabalho, logo no primeiro semestre. Mas acho q não terminei de ler kkkkkk
Não lembro da boca quem ouvi dizer que possivelmente esa abstração humana surgiu com o uso de substâncias alucinógenas, como as presentes nos cogumelos. Pra mim faz muito sentido.
Acho que não tem nada a ver, porque a imaginação acontece idependente de substancias alucinoginas, é só ver os desenhos e histórias que crianças criam. Mas alucinoginos realmente ajudam muito artistas a ter uma imaginação mais aflorada
Eu aqui assistindo e pensando "ué, parece que já assisti esse vídeo, mas acabou de ser portado" AE eu tenho 5 segundos de sanidade e lembro "ahhh é, eu tava assistindo a live"
A ludicidade não é exclusiva de homo sapiens, as pinturas mais antigas são de neandertais e outros animais também performam atividades lúdicas. A ludicidade não é capaz de individualizar nossa espécie.
@@esparragón Não sei do que você ta falando, essa distinção não existe, somos animais que tiveram a caracteristica da inteligencia moldada pela seleção natural (nós e as outras espécies de hominídeos que são próximas geneticamente) e acabamos por termos uma auto consciencia muito refinada nesse processo.
Esse comentário sobre o tédio é muito interessante, porque escrevo ficção e preciso muito de tédio para criar estórias, imaginar cenas, resolver conflitos na trama. Muitos buscam outras obras para inspiração, mas nada substitui o ócio.
Tão Ludens que a gente adoece quando é puramente funcional
4:53 - "Homem fica muito de pau duro vendo mafioso"
- Linck Alexandre
Não mentiu kkkk
Nem vou asssitir o video porque fica melhor sem contexto
Como alguém que estuda jogos, especialmente jogos eletrônicos, Huizinga foi leitura basilar para mim. A ideia de que o jogo, ou seja, a ludicidade, antecede a própria cultura e a linguagem, como o Linck falou, foi algo que demorou a entrar na minha cabeça, porque tenho ainda uma visão muito funcional e utilitarista das coisas, apesar de literalmente ter feito doutorado sobre joguinho (tecnicamente, foi doutorado em linguística que envolveu joguinho, mas releve).
cara real, eu ja tentei dar uma desvinculada desse cenário lúdico, mas é extremamente horrível kskksksksks eu passo mais tempo na minha mente do que vivendo de fato, porém isso faz com que tenha que disputar essa atenção divida com basicamente tudo que faço e sinceramente, as vezes so queria ficar olhando pra uma floresta com a mente em branco
Esse final é ouro. Mais uma obra prima, Sarjeta.
a poesia e a musica serve pra nos comunicarmos, dizer o que não conseguimos dizer com palavras e pra agente se conectar um com outro.
Na moral, esse foi um dos melhores cortes do canal. Muito foda
É um erro achar que a evolução é um agente otimizador, mas, de fato, todo nosso comportamento ou as suas potencialidades, considerando que nosso comportamento é plástico, é fruto da evolução. A ludicidade não é única dos humanos, mas é comum a todos os animais com grande plasticidade de comportamento, ela tem utilidade enquanto criador e mantenedor dessa plasticidade, crianças que não são expostas a um ambiente fortemente lúdico são menos capazes de resolver problemas. Nós somos biologicamente culturais.
biologia é background, é isso que precisa ser entendido, nada escapa da fisiologia de maneira proximal e da evolução de maneira distal
4:10 Linck, a gente só precisa de comida, diversão e arte
E sexo
Link, quando for editar o áudio do vídeo, coloca um equalizador cortando as frequências bem agudas. Nos seus últimos videos tem uma frequência bem aguda, acaba me incomodando muito. Sucesso, adoro seus vídeos
"Qual é a utilidade de ficar bonito?" Pergunta isso pra um feio que ele vai te responder na lata.
Caraca, vídeo de Huizinga?? Vai ter que fazer video de Death Stranding pfvrr
Artistas geralmente vivem quase que integralmente nesse mundo lúdico. Me usando como exemplo, eu tenho um pequeno vício de querer associar músicas com o momento que estou vivendo no presente. Escolho a dedo a música, porque sinto que adiciona um tempero extra na rotina. Isso me felicita muito e torna a convivência social mais suportável para mim. E isso se traduz no meu trabalho enquanto compositor, principalmente de trilhas sonoras. E essa dificuldade de desligar o lúdico muitas vezes acaba sendo motivo de angústia, embora eu creio que isso difira em escala, de acordo contexto sociocultural e econômico de cada artista. Mas eu sei que não é preciso ser artista para ter uma experiência semelhante, já que a maioria de nós tem muito espaço pro abstrato na nossa mente, tipo um traço evolutivo mesmo. E também porque eu acredito que o ser humano, se me permitem a generalização, tem um talento para qualquer uma das artes existentes, ou para aquelas que estão por existir ainda.
Que bonito.. ❤
10:38 mano, esse é o terceiro melhor vídeo da história do youtube...vsf...
A brincadeira é, para as crianças, um fundamental período de aprendizagem e preparo para a idade adulta.
Para nossa humanidade enquanto espécie, a mesma coisa.
Primariamente, a seleção sexual aplicada aos humanos teve sua função na escolha de parceiros quando os conceitos de sociedade ainda estavam se formando. Homens escolherem mulheres com traços que indicam maior presença de progesterona (hormônio que desencadeia a ovulação e tals) e mulheres escolherem traços de maior testosterona, além do formato do corpo de cada sexo, é algo intrínseco a nossa carga genética. Por mais que a cultura desenvolva os gostos e fetiches de cada indivíduo, a tendência pela preferência dessas características é inconsciente.
A ideia do surgimento de expressões culturais como dançar, falar de forma interessante, se expressar, tem varias vertentes e pode é uma area bastante especulativa em certos pontos. Tem vertentes que afirmam que, no ato de escolha de um parceiro com as características físicas ideais, esse mesmo parceiro trazia meio que de "brinde" essa mania de se expressar de maneira diferente do convencional, perpassando essa proto cultura de geração pra geração.
Outra vertente diz que essas expressões artisticas serviam para realmente chamar atenção do sexo oposto, maio que por tentativa e erro. Dessa maneira, suponhamos que um uma mulher aleatoriamente se atraiu por um homem que alem de másculo tambem sabia dançar, e isso acabou tendo sucesso evolutivo. Se nesse período pré histórico essa mulher tivesse sido atraido por um macho que se expressava defecando na mao e jogando para cima, seria provável que essa seria uma expressão cultural comum hoje em dia.
Doidera
Tanto sobre nós é bizarramente animal e nós não pensamos nisso e não percebemos
O assunto e os filósofos do vídeo me lembrou de outro filósofo chamado Henri Bergson. Ele divaga sobre a risada do ser humano, e fala que essencialmente o riso é causado quando a "vida" é interrompida pela "mecanicidade". Por exemplo, quando uma pessoa está andando num shopping, não percebe uma vidraça de uma loja e acaba esbarrando com a cara nela. Esperariasse que a pessoa estivesse atenta, mas ela continuou andando sem perceber o que a aguardava mais a frente. A ação mecânica, impensada, automática e ininterrupta de andar nunca cessou e a "vida" não interviu para que esse causo não tivesse acontecido. Interessante como o vídeo cita esse afastamento que o humano tem de si mesmo, me parece estar relacionado com essa ideia do riso de Bergson, mas não consiguiria me aprofundar mais.
é possível o tédio ser uma ferramenta evolutiva?
Sim
Sócrates: peidei.
Kkkkkk esse careca fofocando com a língua
Linck queria tanto ter aula com vc na universidade!
Vi o título Homo Ludens na tag e já entrei no vídeo esperando a citação desse livro, um dos primeiros que peguei na biblioteca da faculdade sem ser pra trabalho, logo no primeiro semestre. Mas acho q não terminei de ler kkkkkk
A corega da dentadura soltando kkkkk
pedrada
Essa estética é a consequência do desejo
Que vídeo doido cara kkkkk
Vou procurar esse Homo Ludens, achei interessante.
Quadrinhos na sarjeta é uma otima desculpa para procrastinar
do nada um asmr 😅
Não lembro da boca quem ouvi dizer que possivelmente esa abstração humana surgiu com o uso de substâncias alucinógenas, como as presentes nos cogumelos. Pra mim faz muito sentido.
Acho que não tem nada a ver, porque a imaginação acontece idependente de substancias alucinoginas, é só ver os desenhos e histórias que crianças criam. Mas alucinoginos realmente ajudam muito artistas a ter uma imaginação mais aflorada
O Xandão tá emagrecendo 👏🏽👏🏽👏🏽🥰
Eu aqui assistindo e pensando "ué, parece que já assisti esse vídeo, mas acabou de ser portado"
AE eu tenho 5 segundos de sanidade e lembro "ahhh é, eu tava assistindo a live"
Mas o senso estético é o q nos separa dos outros animais
O mundo real pale em reação ao imaginário
A ludicidade não é exclusiva de homo sapiens, as pinturas mais antigas são de neandertais e outros animais também performam atividades lúdicas. A ludicidade não é capaz de individualizar nossa espécie.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkk chegou o que acha os animais iguais aos humanos
@@esparragón Não sei do que você ta falando, essa distinção não existe, somos animais que tiveram a caracteristica da inteligencia moldada pela seleção natural (nós e as outras espécies de hominídeos que são próximas geneticamente) e acabamos por termos uma auto consciencia muito refinada nesse processo.
Sim, é difícil encontrar alguma coisa que seja única de uma espécie. Os neandertais, os corvos, os cetáceos... Eles também são bastante ludens.
@@MickeyMousOfficial por isso essa parte fica para os biólogos, e mesmo eu sendo um eu discordo da maneira atual de classificar espécies
É por isso que aqui em curitiba a gente fala tesão pra coisas que a gente gosta.
ah pq em curitiba..
Nao é soh ai
Esse comentário sobre o tédio é muito interessante, porque escrevo ficção e preciso muito de tédio para criar estórias, imaginar cenas, resolver conflitos na trama. Muitos buscam outras obras para inspiração, mas nada substitui o ócio.
Hahahaha... Sim, o nome dele é Gohan, mas não é o filho do Goku.