#TASTE

Aproveitando a realização de um almoço, inserido na atividade “Trilhando na Gastronomia” que se realizou no concelho do Nordeste, em setembro de 2019, a equipa de campo do projeto TASTE, aproveitou para conhecer o “Galo Capão” que é uma das iguarias natalícias que faziam parte da mesa de algumas ilhas açorianas neste período.
Esta prática acabou por cair em desuso, nos Açores, provavelmente nos inícios do século XX, subsistindo apenas neste município micaelense.
Em Portugal, existem registos que nos revelam que a “3 de Outubro de 1719 era concedida por D. João V, à Confraria de Santo António, de Freamunde, a provisão régia para a realização de feiras. A 13 de Outubro de 1719, era realizada a primeira feira oficial […], com o tempo ganhou o Capão como seu símbolo máximo, como feira única do país e a mais antiga da península ibérica, dado que a Feira de Vilalba, região de Lugo, Espanha, só se realizou a partir de 1835” (Cit. Rádio Freamunde).
Quanto à chegada desta iguaria aos Açores, depreende-se que tenha vindo com os seus povoadores, tendo sido mantido como prática corrente em zonas geográficas favoráveis à criação de galináceos.
Em S. Miguel, por exemplo, associa-se o capão ao Nordeste, área rural com recursos agrícolas cerealíferas, possibilitando a alimentação por tempo prolongado deste tipo de produção. Normalmente esta prática era de âmbito doméstico que tinha duas vertentes, a primeira enquanto produção caseira para ser servido à mesa na época de natal; a segunda, como forma de pagamento aos arrendatários das terras. Dada a escassez de valores monetários era entregue um capão como forma de pagamento ou de compensação da renda, pela utilização dos terrenos agrícolas, sendo este muito apreciado.
Destacamos ainda que é um prato igualmente apreciado nas ilha de Santa Maria e Terceira, também na época do Natal.
Vídeo produzido no âmbito do trabalho de campo realizado pelo projeto TASTE - Taste Azores Sustainable Tourism Experiences, efetuado no concelho de Lagoa, com a colaboração da Câmara Municipal de Lagoa.
TASTE é um projeto desenvolvido pelo CEEAplA (Centro de Estudos de Economia Aplicada do Atlântico) e pelo CHAM - Centro de Humanidades da Universidade dos Açores, com a colaboração da Direção Regional da Cultura do Governo Regional dos Açores e Câmara Municipal do Nordeste. Projeto financiado pelo PO Açores 2020 ACORES-01-0145-FEDER-000106.
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