Depois de ler as 3 primeiras páginas que o Clóvis de Barros Filho recomendou, realmente compreendi o quão acéfalo sou. Reli as 3 páginas, diversas vezes e custei pra entender. Daí, resolvi ver esse vídeo e me senti humilhado, diante de tanto conhecimento vindo de um só ser humano, nesse caso, o Mateus Salvadori. Aprender é doloroso, mas também, fascinante!
Um comentário ao vídeo. Normalmente associam a Lei Moral ao imperativo categórico, mas isso é uma associação no mínimo incompleta. O Imperativo Categórico compõe a Lei Moral, mas a Lei, para ser Lei, precisa trazer o dever e a consequência para o descumprimento (ou cumprimento do dever). O imperativo categórico apenas traz o dever, mas não a consequência, que em outros lugares da obra de Kant será entendido como "Justiça retributiva" ou "Lei de Talião". Essa Lei de Talião não é uma lei de conteúdo empírico como consta no Velho Testamento (um olho por um olho, um dente por um dente), mas em Kant ela também não tem conteúdo empírico, e se refere a uma punição que cause o mesmo dano à dignidade (ou à liberdade, ou à igualdade) que se quis causar com o descumprimento do imperativo. Por exemplo, no caso dos criminosos (que descumprem exteriormente o imperativo categórico), a sanção é um impedimento temporário de exercício da liberdade, ou seja, a prisão (que por si só causa dano à dignidade do sujeito). Via de regra, pode-se ter três tipos de postura com relação ao imperativo categórico: promoção desinteressada (da dignidade, igualdade e autonomia), indiferença (ou seja, viver a vida apenas em função de imperativos hipotéticos), e violação (ou seja, ações positivas contra o dever do imperativo). No primeiro caso a Lei Moral manda recompensar. No último caso a Lei Moral manda punir. O no segundo caso a Lei Moral não prescreve nada, nem recompensar, nem punir, mas o sujeito é excluído dos benefícios que poderiam advir da promoção do imperativo. Quem ler isso pode pensar que é impossível agir com desinteresse se já sabemos de antemão da recompensa e da punição. Mas isso apenas denota um conflito de interesses que impede que identifiquemos uma ação genuinamente moral, mas não uma incompatibilidade com a moralidade. A Lei precisa recompensar aqueles que agem sem ter em vista uma recompensa, porque senão ela não cumpre a sua finalidade.
Parabéns professor! Vídeo muito esclarecedor sobre o assunto. Esse final foi incrível, muito lúcido. Estava fazendo a leitura desse livro com amigos e estávamos nos debrucando em entender esse conceito, quase sem sucesso. Mas a partir desse vídeo podemos continuar estudando a obra deste grande autor. Um abraço de Belem/Pa
Ler Kant é dificil, releio mas de 10x o mesmo paragrafo e varias vz , volto a capitulos anteriores, pra que eu possa ter certeza que é isso que o autor quer dizer .
Parabéns, Mateus! Faz um bom tempo que não acompanho seus vídeos. Meu interesse em Kant partiu de um estudo para conceituar a Dignidade da Pessoa Humana (há um vídeo sobre isso no meu canal). E a Fundamentação da Metafísica dos Costumes causou uma grande reflexão, ao passo que tive uma imediata identificação pela ética/moral kantiana. Estou lendo agora os Prolegômenos, obra que serve de prefácio à Crítica da Razão Pura. Até o final do ano, quero concluir estas duas. Em 5 anos, todas as críticas. E, até meus 70 anos (hahaha) fazer um texto (artigo, livro, tese etc.) envolvendo Moral e Direito sob a ótica kantiana. Ficarei de olho nos próximos vídeos e de outros sobre Kant, que porventura deixei passar batido. Obrigado!
Também procurei Kant por buscar substrato à definição da dignidade humana. No meu caso, especificamente, no contexto do Direito das Famílias, mormente após sua constitucionalização.
O Imperativo Categórico de Kant satisfaz a Boa Vontade de Deus. O Dever pelo Dever. Ao agir de acordo com o Imperativo Categórico, posso dizer que finalmente encontrei a Liberdade, libertando-me de angústias existênciais. Sou livre porque me submeto à vontade de Deus.
Ola prof. Estou acompanhando seus vídeo sobre Kant e gostaria de entender como ele resolveu o problema do instinto de autopreservação na conduta humana?? De maneira análoga, O de usar qualquer meio para defender quem se ama? Até tem um famoso exemplo rotulado como "O exemplo polonês" que dizem que Kant não soube responder. Se trata de um caso que o Sujeito tem de mentir para os alemães para preservar sua família.
Salvo engano, trata-se do opúsculo "Sobre um suposto direito de mentir", (11 páginas) com uma tradução em português gratuita no site Lusosofia. Pelo que entendi e me recordo, há um exemplo de uma pessoa que se esconderia em tua casa, em seguida a pessoa que querer tirar a vida deste que tu abrigou, bate à porta e questiona se a vítima ali se encontra. Se mentir, tu salva uma vida. Ainda assim, deveria dizer a verdade segundo Kant.
Oi Paulo. Não é que ele não soube responder. Talvez ele até tenha tratado a questão de forma incompleta no seu artigo "Sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade". Lá Kant diz, de forma hipotética que: "Pois o indivíduo não é aqui livre para escolher, porque a veracidade (quando ele é obrigado a falar) é um dever incondicionado." Isso levou muito à interpretação de que existia uma dicotomia entre a verdade e a mentira (já que seríamos obrigados a falar), quando na verdade o que há é uma "tricotomia". Como isso não foi resolvido no artigo, construiu-se o mito de que, para Kant, obrigatoriamente teríamos que entregar o polonês ao alemão. Isso é resolvido na verdade em pelo menos um outro lugar, em uma carta de cunho particular que Kant escreveu para a Srta. Maria von Herbert, em 1792, quando Kant a ela escreveu: "Não podemos esperar abertura completa das pessoas, porque todo mundo receia que, mostrando-se abertamente, seria menosprezado pelos outros. Isso é uma proteção natural e na verdade ainda não corrompe o caráter, mas apenas é um óbice que impede tudo de bom que seria possível extrair dessa abertura. Mas essa falta de abertura, essa reserva, ainda é muito diferente da falta de honestidade. O que o honesto, mas reservado, diz, é verdade, embora não toda a verdade. Já o que o desonesto diz é algo que ele tem consciência de ser falso. Tal comportamento é chamado de mentira na doutrina da virtude. Ela pode não ser prejudicial, mas não é inocente. É uma violação séria de um dever para consigo próprio; atenta contra a dignidade da humanidade na própria pessoa e agride as raízes do pensamento, já que a mentira deixa tudo questionável e duvidoso, removendo da virtude toda a confiança quando se a avalia exteriormente." Ou seja, entre a mentira e a verdade existe também a reserva, ou seja, não responder à pergunta que lhe é feita. A mentira é sempre imoral, em todos os casos, e não há exceções. Mas há certos casos em que dizer a verdade também pode ser imoral. Por exemplo, suponha que eu tenha acesso a dados de natureza sigilosa (por exemplo, fotos íntimas de alguém) e os divulgo na internet sem autorização do retratado. Eu não estaria divulgando nada que não fosse verdadeiro, mas ainda assim o ato seria imoral. O correto aí é ser "reservado", ou seja, não divulgar nada sem autorização. Para não mentir também são admissíveis recursos linguísticos, como enrolação, responder a pergunta de forma imprecisa, com ambiguidades, etc... Nada disso incorre na mentira e são estratégias úteis para sair de um problema sem precisar recorrer à mentira. E no caso do polonês e do alemão, o correto, a meu ver, era não ter respondido à pergunta ou então usar de estratagemas linguísticos para sair do problema sem recorrer à mentira. Mas a mentira, realmente, não era uma opção.
O que eu quero saber é se esse livro, Fundamentação da M C, é o mesmo que Metafísica dos Costumes, ou se são dois livros diferentes. Alguém pode me responder?
Queria ter um norte pra começar em Hegel, alguém me dá uma luz? Tentei me introduzir pelo Fitche e pelo Schelling, mas... nada feito, alguém com um guia para seguir?
Malu, recomendo a que ele está na mão, da Edições 70. É português de Portugal, alguns termos causam um estranhamento, mas depois que entende-los no contexto, se repetem e aí fica mais fácil de compreender.
@@cicerviihner4858 Só tive dificuldades em alguns termos que não costumamos utilizar no Brasil, como "móbile" ao invés de "móvel", "causa motriz", "razão". Fora isso, é só se habituar com os > ao invés do símbolo de aspas " ", que costumam utilizar. No Brasil, em catálogo, só sei da existência de uma edição da Editora Martin Claret, mas fico com o pé atrás por ter más referências a partir de um amigo e por este site: naogostodeplagio.blogspot.com/2010/06/fundamentacao.html PS: Infelizmente, tenho um exemplar da Martin Claret "Do Espírito das Leis" (Montesquieu) que ganhei de um amigo desavisado. Pretendo ler a obra pela primeira vez nesta edição que já tenho, mas evito sempre comprar dessa editora (o que é uma pena, pois possui bons preços e belas coleções; porém, para além da questão do plágio, temo por ter algum prejuízo no entendimento das obras).
Kant se equivoca quando ao elemento da "Boa Vontade". No vídeo, você afirma que a vontade que é boa em si mesma é dependente de uma cálculo, a priori, universal racional. Tal vontade, por seu turno, poderá ganhar vida em forma de ato submisso ao império da razão, mas ela é o orientada pelo "princípio de empatia", que insta fundado no próprio ser humano (em algumas pessoas em maiores níveis, noutros nem tanto). Neste norte, por exemplo, podemos agir com "boa intenção" p/ajudar até mesmo um inimigo em situação de perigo ou risco de morte. Na verdade, o que reina aqui é um cálculo racional, apriorístico, orientado pelo princípio de empatia vigente no indivíduo, o mesmo cujo advento estreará em forma de necessidade a ser satisfeita, uma dor/carência, cujo remédio é o auxílio/ ajuda de/a quem não haveriam motivos para auxiliar ou dar suporte. Logo, ajuda-se o inimigo não por conta de uma "boa vontade" em si mesma, isto é, como um dever por dever, mas a ação é feita conforme o dever -- ao final, ajudar o outro significa receber um benefício, mesmo que "negativo", uma espécie de remédio à ferida aberta pela empatia, a saber, que nos faz comiserar e sentir pelo outro a sua situação de iminente risco de morte, ainda que este outro seja o nosso próprio algoz. Concilia: A boa vontade, ou, a intenção boa e genuína, um fim em si mesma, ela não existe como um princípio supremo. Ajudamos ao outro para, no fundo, satisfazer a nossa própria necessidade, in casu, uma espaço aberto pela empatia. A razão, logo, encarrega-se apenas dos movimentos lógicos-conceituais à serviço de princípios fundados em nossa natureza (todos aqueles que nos fazem sermos "zoon politcs"). Esse é potencial orgânico da vida, que reina na Terra e ficará se replicando. Aqui, talvez, esteja um indício de Deus.
Este filósofo leu e conheceu muito a bíblia leu muitas cartas do apóstolo Paulo ao Tomanos as corintios ao Gálatas e entendeu que a modalidades crista deve ser aplicada na filosofia😅
Opa meu amigo tudo bem! Sou leigo em filosofia, pois tenho uma pergunta. Onde fica a Metafísica neste contexto? A motivação e a ação cumprida, sendo moral e ético. Como encaixar a Metafísica? É não podemos entender que a ação cumprida não seria também física? Mim desculpa se não fui claro. Josevaldo feitosa. (Sou novo no canal.)
Pela minha quantidade de conhecimento sobre Kant(que não é tão grande e nem tão pouca), a moral e a ética são puramente apriori e independem da experiência por estarem além da física e serem completamente intelectivas. São valores e costumes que transcedem ao homem, mas que também são da sua natureza racional.
Boa noite, Mateus! Acabei de ver o seu vídeo e estou muito agradecida pelo excelente trabalho! Eu fiz a transcrição do conteúdo para poder estudá-lo melhor, pois vou utilizá-lo em um trabalho da faculdade. Percebi que ficou faltando o Quarto ponto (saltou o quarto ponto) do vídeo. Fiquei muito curiosa para saber mais. Vou lhe enviar o meu e-mail, caso você possa me enviar esse quarto ponto que ficou faltando. anviotti@terra.com.br Muito obrigada pelo excelente material! Caso você queira a transcrição, me envie o seu e-mail para que eu possa lhe enviar. Regina
Me lembrou dessa "o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço" (Romanos, Cap. 7, vers. 18-19)
Se você não conseguir entender, sequer, as três primeiras páginas desse livro você não tem brio, e logo é um "mero ser defecante", segundo o Professor Clóvis Filho.
É melhor ler o livro, porque aí você vai ficar mais atento ao termos usados, tem também um 3 artigos comentando a obra neoiluminismo.com/2019/01/04/fmc-primeira-secao-comentada-davi-miranda/
Você está tentando aprender um tópico específico de Kant? Se sim, qual? Dando um exemplo, sobre o Hiperativo Categórico, o que mais vale é PORQUÊ você fez algo e não O QUÊ você fez. Ilustrando: você dá um veneno para um pedinte doente na rua, com a intenção de mata-lo mas, incrivelmente, o veneno teve uma reação diferente no organismo dele e ele foi curado. O que você causou foi bom, mas a intenção não.
Imagine que você dá esmola a um pobre. Se você deu esmola porque sabe que as outras pessoas vão considerar você e isso te agrada e pode ser útil, isso não é Imperativo Categórico. Mas se a sua ação foi feita de forma completamente desinteressada de interesses escondidos, isso é Imperativo Categórico. A sua consciência não é possível ser enganada. Ela sabe quando você age de uma maneira ou de outra. Pergunte a ela e ela te responde. Fiz-me entender?
Kant foi um idealista! Kant acreditava que não existiria mais exércitos! Coitado, tão inteligente mas tão inocente! Não viu as 2 grandes guerras mundiais, nem as bombas atômicas, nem as atuais potências bélicas mundiais! Rsrsrs...
Ainda sim, foi visionário. Pois sua obra "À Paz Perpétua" foi, a meu ver, grande inspiração para o que viria a ser a Liga das Nações e, após, ONU. Dito isto, podemos ser fatalistas e dizer "O mundo é assim mesmo", ou buscar um norte (inalcançável), mas que poderá trazer uma melhora significativa.
Não é bem assim, tanto que os exércitos constam nos artigos provisórios para a Paz Perpétua, ou seja, um estado no qual estejamos caminhando para a Paz Perpétua, mas essa paz ainda não se faz presente e os exércitos ainda são necessários. O que Kant diz é que devemos caminhar para um estado no qual os exércitos permanentes se tornem desnecessários, mas isso não significa que deveríamos abolir os exércitos irrefletidamente. O plano de Kant é constituir os Estados de modo que eles não mais entrassem em guerras entre si, e para isso ele estabeleceu 3 condições que hoje são encontradas nos nossos sistemas políticos e jurídicos: os Estados devem ser republicanos (e ele entendia o republicanismo como o princípio da divisão dos poderes executivo e legislativo, que não poderiam estar concentrados nas mãos das mesmas pessoas, que hoje são mais conhecidas pelo nome de "democracias"); o direito de gentes (ou a Federação das Nações, hoje representadas pela ONU); e o direito cosmopolita, ou seja, o direito de um estrangeiro de não ser hostilizado quando estiver fora do seu território. É de Kant também o conceito de "paz democrática", ou "paz republicana", ou seja, o princípio, até hoje não desmentido, de que duas democracias (ou repúblicas) nunca entram em guerra entre si. A primeira guerra mundial, a segunda guerra mundial, não desmentiram Kant, porque não eram "democracias" lutando entre si, mas duas ditaduras ou "democracias" contra ditaduras. É muito importante conhecer esses princípios quem quer entender as relações internacionais, porque antigamente se acreditava que a constituição interna não tinha qualquer efeito para promover ou para evitar a guerra internacional, e hoje já se sabe que essa constituição é importante. Por isso a comunidade internacional se preocupa quando um país (por exemplo, a Venezuela) começa a ter retrocessos democráticos. Isso não é um mero problema interno do país, mas representa verdadeira ameaça de guerra internacional contra os seus vizinhos.
Nesse vídeo descobrimos que Mateus tem o brio que o Clóvis de Barros Filho fala .
Kkkkkkkkk
"O vento venta, a maré mareia, o sapo sapeia... e você é marqueteiro!" kkkk
kkkkkkkkkkkkkkkk
O que é ter brio?
@@JeanLuiz07 assista o vídeo do Clóvis de Barros sobre Kant e descubra
Depois de ler as 3 primeiras páginas que o Clóvis de Barros Filho recomendou, realmente compreendi o quão acéfalo sou. Reli as 3 páginas, diversas vezes e custei pra entender. Daí, resolvi ver esse vídeo e me senti humilhado, diante de tanto conhecimento vindo de um só ser humano, nesse caso, o Mateus Salvadori.
Aprender é doloroso, mas também, fascinante!
Eu devo ter lido as páginas erradas, então 😅
Eu tbm, como sou pequena e insignificante
Seus vídeos são muito foda, e incrível como vc consegue resumir uma coisa tao complicada em um video tao bem explicado assim, muito sucesso!!
amo como ele resume toda a ética kantiana em um vídeo - oq explode sua cabeça - e depois termina de boa com um "até mais :)" kkk
Excelente o vídeo e sua explicação, Mateus! Obrigado e parabéns pela sua didática.
PARABÉNS MATEUS, ALTAMENTE RELEVANTE SUA SÍNTESE DA FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES. OBRIGADA...
Tchê que paz te escutar, guri te desejo tudo de maravilhoso em tua jornada como professor em tempos tão nebulosos. Grata 🙏🏻🥰
Simplesmente sensacional!! Parabéns, suas aulas são incríveis e de ótima compreensão, me salvou muito. Tudo de bom e todo sucesso do mundo pra ti.
Estou lendo este livro, já passei da metade, mas acho que voltarei no início e começar de novo. Valeu professor!
Um comentário ao vídeo. Normalmente associam a Lei Moral ao imperativo categórico, mas isso é uma associação no mínimo incompleta. O Imperativo Categórico compõe a Lei Moral, mas a Lei, para ser Lei, precisa trazer o dever e a consequência para o descumprimento (ou cumprimento do dever). O imperativo categórico apenas traz o dever, mas não a consequência, que em outros lugares da obra de Kant será entendido como "Justiça retributiva" ou "Lei de Talião".
Essa Lei de Talião não é uma lei de conteúdo empírico como consta no Velho Testamento (um olho por um olho, um dente por um dente), mas em Kant ela também não tem conteúdo empírico, e se refere a uma punição que cause o mesmo dano à dignidade (ou à liberdade, ou à igualdade) que se quis causar com o descumprimento do imperativo. Por exemplo, no caso dos criminosos (que descumprem exteriormente o imperativo categórico), a sanção é um impedimento temporário de exercício da liberdade, ou seja, a prisão (que por si só causa dano à dignidade do sujeito).
Via de regra, pode-se ter três tipos de postura com relação ao imperativo categórico: promoção desinteressada (da dignidade, igualdade e autonomia), indiferença (ou seja, viver a vida apenas em função de imperativos hipotéticos), e violação (ou seja, ações positivas contra o dever do imperativo).
No primeiro caso a Lei Moral manda recompensar. No último caso a Lei Moral manda punir. O no segundo caso a Lei Moral não prescreve nada, nem recompensar, nem punir, mas o sujeito é excluído dos benefícios que poderiam advir da promoção do imperativo.
Quem ler isso pode pensar que é impossível agir com desinteresse se já sabemos de antemão da recompensa e da punição. Mas isso apenas denota um conflito de interesses que impede que identifiquemos uma ação genuinamente moral, mas não uma incompatibilidade com a moralidade. A Lei precisa recompensar aqueles que agem sem ter em vista uma recompensa, porque senão ela não cumpre a sua finalidade.
Parabéns professor! Vídeo muito esclarecedor sobre o assunto. Esse final foi incrível, muito lúcido. Estava fazendo a leitura desse livro com amigos e estávamos nos debrucando em entender esse conceito, quase sem sucesso. Mas a partir desse vídeo podemos continuar estudando a obra deste grande autor.
Um abraço de Belem/Pa
Concordo!!
Boa vontade, pureza da intenção!!!!❤
Ler Kant é dificil, releio mas de 10x o mesmo paragrafo e varias vz , volto a capitulos anteriores, pra que eu possa ter certeza que é isso que o autor quer dizer .
Muito fluidica sua explicação, obrigada!
Parabéns, Mateus! Faz um bom tempo que não acompanho seus vídeos. Meu interesse em Kant partiu de um estudo para conceituar a Dignidade da Pessoa Humana (há um vídeo sobre isso no meu canal).
E a Fundamentação da Metafísica dos Costumes causou uma grande reflexão, ao passo que tive uma imediata identificação pela ética/moral kantiana.
Estou lendo agora os Prolegômenos, obra que serve de prefácio à Crítica da Razão Pura. Até o final do ano, quero concluir estas duas. Em 5 anos, todas as críticas. E, até meus 70 anos (hahaha) fazer um texto (artigo, livro, tese etc.) envolvendo Moral e Direito sob a ótica kantiana.
Ficarei de olho nos próximos vídeos e de outros sobre Kant, que porventura deixei passar batido.
Obrigado!
Também procurei Kant por buscar substrato à definição da dignidade humana. No meu caso, especificamente, no contexto do Direito das Famílias, mormente após sua constitucionalização.
Muito obrigada moço pelo vídeo apesar de particularmente não gostar da filosofia Kantiana. Me ajudou a fazer um trabalho .
parabéns ! um semestre ensinado em 10 min.Grato!!!
Excelente leitura, excelente explicação!
Showzaço Irmãozão Guerreiro Parabéns Pelo Trabalho Excelente E Coragem,...
Muito didático. Parabéns !
Mateus, parabéns pelo vídeo e pelas explicações. Aprendi bastante, muito obrigada!
Faz um vídeo sobre os conceitos de Saber e Poder em FOUCAULT
Arrasou 👏👏👏
Que video top parabéns 👏👏👏
Não entendi nada, mas acho lindo como ele fala.
Muito bom, Mateus! 👍🏾
Parabéns! Ótima explicação de uma obra única!
Monstro ❤
Muito bem explicado!
Excelente vídeo estimulador do pensamento. Obrigado por esse ato moral.
Complexo, porém interessante. Obrigado, Mateus!!
Excelente análise!
Gratidão
Gosto de assistir a essas aulas como complemento dos meus estudos.😊
Gênio, parabéns!!
Valeu pelo vídeo!!!!
O que significa imperativo categórico mesmo?
Parabéns, que aula!!!!!
Obrigada!
Kant montou uma teoria moral ótima
Excelente vídeo!
Muito bom.
Ame o próximo como a ti mesmo!
Esse ensinamento é de outro grande sábio Jesus
A ética forma a moral e reflete sobre ela?
Excelente
video muito bom amigo, parabens!
muito obrigada !! rsrs
Excelente vídeo! Explica perfeitamente porque eu não aprecio Kant e prefiro Aristóteles se tratando de ética.
O Imperativo Categórico de Kant satisfaz a Boa Vontade de Deus. O Dever pelo Dever. Ao agir de acordo com o Imperativo Categórico, posso dizer que finalmente encontrei a Liberdade, libertando-me de angústias existênciais. Sou livre porque me submeto à vontade de Deus.
Parabéns por ter brio
Ola prof. Estou acompanhando seus vídeo sobre Kant e gostaria de entender como ele resolveu o problema do instinto de autopreservação na conduta humana?? De maneira análoga, O de usar qualquer meio para defender quem se ama?
Até tem um famoso exemplo rotulado como "O exemplo polonês" que dizem que Kant não soube responder.
Se trata de um caso que o Sujeito tem de mentir para os alemães para preservar sua família.
Salvo engano, trata-se do opúsculo "Sobre um suposto direito de mentir", (11 páginas) com uma tradução em português gratuita no site Lusosofia.
Pelo que entendi e me recordo, há um exemplo de uma pessoa que se esconderia em tua casa, em seguida a pessoa que querer tirar a vida deste que tu abrigou, bate à porta e questiona se a vítima ali se encontra. Se mentir, tu salva uma vida. Ainda assim, deveria dizer a verdade segundo Kant.
Oi Paulo. Não é que ele não soube responder. Talvez ele até tenha tratado a questão de forma incompleta no seu artigo "Sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade". Lá Kant diz, de forma hipotética que: "Pois o indivíduo não é aqui livre para escolher, porque a veracidade (quando ele é obrigado a falar) é um dever incondicionado."
Isso levou muito à interpretação de que existia uma dicotomia entre a verdade e a mentira (já que seríamos obrigados a falar), quando na verdade o que há é uma "tricotomia". Como isso não foi resolvido no artigo, construiu-se o mito de que, para Kant, obrigatoriamente teríamos que entregar o polonês ao alemão.
Isso é resolvido na verdade em pelo menos um outro lugar, em uma carta de cunho particular que Kant escreveu para a Srta. Maria von Herbert, em 1792, quando Kant a ela escreveu:
"Não podemos esperar abertura completa das pessoas, porque todo mundo receia que, mostrando-se abertamente, seria menosprezado pelos outros. Isso é uma proteção natural e na verdade ainda não corrompe o caráter, mas apenas é um óbice que impede tudo de bom que seria possível extrair dessa abertura.
Mas essa falta de abertura, essa reserva, ainda é muito diferente da falta de honestidade. O que o honesto, mas reservado, diz, é verdade, embora não toda a verdade. Já o que o desonesto diz é algo que ele tem consciência de ser falso. Tal comportamento é chamado de mentira na doutrina da virtude. Ela pode não ser prejudicial, mas não é inocente. É uma violação séria de um dever para consigo próprio; atenta contra a dignidade da humanidade na própria pessoa e agride as raízes do pensamento, já que a mentira deixa tudo questionável e duvidoso, removendo da virtude toda a confiança quando se a avalia exteriormente."
Ou seja, entre a mentira e a verdade existe também a reserva, ou seja, não responder à pergunta que lhe é feita.
A mentira é sempre imoral, em todos os casos, e não há exceções. Mas há certos casos em que dizer a verdade também pode ser imoral. Por exemplo, suponha que eu tenha acesso a dados de natureza sigilosa (por exemplo, fotos íntimas de alguém) e os divulgo na internet sem autorização do retratado. Eu não estaria divulgando nada que não fosse verdadeiro, mas ainda assim o ato seria imoral. O correto aí é ser "reservado", ou seja, não divulgar nada sem autorização.
Para não mentir também são admissíveis recursos linguísticos, como enrolação, responder a pergunta de forma imprecisa, com ambiguidades, etc... Nada disso incorre na mentira e são estratégias úteis para sair de um problema sem precisar recorrer à mentira.
E no caso do polonês e do alemão, o correto, a meu ver, era não ter respondido à pergunta ou então usar de estratagemas linguísticos para sair do problema sem recorrer à mentira. Mas a mentira, realmente, não era uma opção.
Ótimo vídeo
Ótimo.
O que eu quero saber é se esse livro, Fundamentação da M C, é o mesmo que Metafísica dos Costumes, ou se são dois livros diferentes. Alguém pode me responder?
mesmos
@fernandodaschagasdeaguiar8118 não, são 2 livros diferentes
@@Ricardo.Gomes.S.se sabia a resposta, por que perguntou?
@@snomay eu descobri DEPOIS
Então você tem 'brio' !
Acho que não me alimentaram na infância.
mt bommm
Queria ter um norte pra começar em Hegel, alguém me dá uma luz? Tentei me introduzir pelo Fitche e pelo Schelling, mas... nada feito, alguém com um guia para seguir?
Procura vídeo do professor Carlos Roberto Velho Cirne Lima da Unisinos
Muito bom
gostei
Procurei para comprar online e vi várias edições. Há muita diferença nelas e qual recomenda?
Malu, recomendo a que ele está na mão, da Edições 70. É português de Portugal, alguns termos causam um estranhamento, mas depois que entende-los no contexto, se repetem e aí fica mais fácil de compreender.
@@diegopereiradasilva1798 não à problema leitura sendo português de Portugal?
@@cicerviihner4858 Só tive dificuldades em alguns termos que não costumamos utilizar no Brasil, como "móbile" ao invés de "móvel", "causa motriz", "razão". Fora isso, é só se habituar com os > ao invés do símbolo de aspas " ", que costumam utilizar.
No Brasil, em catálogo, só sei da existência de uma edição da Editora Martin Claret, mas fico com o pé atrás por ter más referências a partir de um amigo e por este site: naogostodeplagio.blogspot.com/2010/06/fundamentacao.html
PS: Infelizmente, tenho um exemplar da Martin Claret "Do Espírito das Leis" (Montesquieu) que ganhei de um amigo desavisado. Pretendo ler a obra pela primeira vez nesta edição que já tenho, mas evito sempre comprar dessa editora (o que é uma pena, pois possui bons preços e belas coleções; porém, para além da questão do plágio, temo por ter algum prejuízo no entendimento das obras).
@@diegopereiradasilva1798 compreendo. Obrigado Diego!
❤
Kant se equivoca quando ao elemento da "Boa Vontade". No vídeo, você afirma que a vontade que é boa em si mesma é dependente de uma cálculo, a priori, universal racional. Tal vontade, por seu turno, poderá ganhar vida em forma de ato submisso ao império da razão, mas ela é o orientada pelo "princípio de empatia", que insta fundado no próprio ser humano (em algumas pessoas em maiores níveis, noutros nem tanto). Neste norte, por exemplo, podemos agir com "boa intenção" p/ajudar até mesmo um inimigo em situação de perigo ou risco de morte. Na verdade, o que reina aqui é um cálculo racional, apriorístico, orientado pelo princípio de empatia vigente no indivíduo, o mesmo cujo advento estreará em forma de necessidade a ser satisfeita, uma dor/carência, cujo remédio é o auxílio/ ajuda de/a quem não haveriam motivos para auxiliar ou dar suporte. Logo, ajuda-se o inimigo não por conta de uma "boa vontade" em si mesma, isto é, como um dever por dever, mas a ação é feita conforme o dever -- ao final, ajudar o outro significa receber um benefício, mesmo que "negativo", uma espécie de remédio à ferida aberta pela empatia, a saber, que nos faz comiserar e sentir pelo outro a sua situação de iminente risco de morte, ainda que este outro seja o nosso próprio algoz.
Concilia: A boa vontade, ou, a intenção boa e genuína, um fim em si mesma, ela não existe como um princípio supremo. Ajudamos ao outro para, no fundo, satisfazer a nossa própria necessidade, in casu, uma espaço aberto pela empatia. A razão, logo, encarrega-se apenas dos movimentos lógicos-conceituais à serviço de princípios fundados em nossa natureza (todos aqueles que nos fazem sermos "zoon politcs"). Esse é potencial orgânico da vida, que reina na Terra e ficará se replicando. Aqui, talvez, esteja um indício de Deus.
Eu li duas páginas.... precisa tomar alguma "coisa" pra ler o restante... rsrs
Eu não entendi nada 😢
Este filósofo leu e conheceu muito a bíblia leu muitas cartas do apóstolo Paulo ao Tomanos as corintios ao Gálatas e entendeu que a modalidades crista deve ser aplicada na filosofia😅
Leia Kant
Você lembra bastante o guru do Himalaia
tentei ler o livro e nem consegui sair do prefacio fui ver um resumo explicado e tbm n entendi
Eu também
Qualquer lei moral pode ser universalizada sem ser contraditória consigo mesma.
Opa meu amigo tudo bem!
Sou leigo em filosofia, pois tenho uma pergunta.
Onde fica a Metafísica neste contexto?
A motivação e a ação cumprida, sendo moral e ético. Como encaixar a Metafísica? É não podemos entender que a ação cumprida não seria também física?
Mim desculpa se não fui claro.
Josevaldo feitosa.
(Sou novo no canal.)
Pela minha quantidade de conhecimento sobre Kant(que não é tão grande e nem tão pouca), a moral e a ética são puramente apriori e independem da experiência por estarem além da física e serem completamente intelectivas. São valores e costumes que transcedem ao homem, mas que também são da sua natureza racional.
Boa noite, Mateus!
Acabei de ver o seu vídeo e estou muito agradecida pelo excelente trabalho!
Eu fiz a transcrição do conteúdo para poder estudá-lo melhor, pois vou utilizá-lo em um trabalho da faculdade.
Percebi que ficou faltando o Quarto ponto (saltou o quarto ponto) do vídeo. Fiquei muito curiosa para saber mais.
Vou lhe enviar o meu e-mail, caso você possa me enviar esse quarto ponto que ficou faltando.
anviotti@terra.com.br
Muito obrigada pelo excelente material!
Caso você queira a transcrição, me envie o seu e-mail para que eu possa lhe enviar.
Regina
Eu só li por causa de the good place ,kant é muito difícil entender
Ola, o vídeo esta bom mas esqueceu o quarto ponto
Não há mal que possamos prever, no bem que pensamos fazer!
Pirandello, se não me engano.
Me lembrou dessa "o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço" (Romanos, Cap. 7, vers. 18-19)
1 Boa vontade
Por que o povo gosta de complica as coisas?
faça o certo por que e o certo a fazer, sem interreses.
Tem como dar 100 likes? 👏👏👏
or que o conceito kantiano de liberdade se opõe ao conceito popular desse fenômeno humano.
dica: vejam o vídeo com atenção senão vcs se perdemkkk
Vendo no trem ao som de "pururuca,agua,pipoca 2 real.."kkkkk
Se você não conseguir entender, sequer, as três primeiras páginas desse livro você não tem brio, e logo é um "mero ser defecante", segundo o Professor Clóvis Filho.
80% da população são "seres defecantes", segundo Clóvis 🤣.
caí aqui de paraquedas e não entendi nada kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Me sentindo mais burro do que nunca
Like.
Ideias celestiais mas, inaplicáveis no mundo econômico. Muitos as leem. Poucos as entende. Um ou dois as aplicam. Ponto Final.
Menino vc tem brio 👀
E vc é muito linda!
Ja assisti 4 vezes e to boiando no assunto, nn to entendendo nada
É melhor ler o livro, porque aí você vai ficar mais atento ao termos usados, tem também um 3 artigos comentando a obra neoiluminismo.com/2019/01/04/fmc-primeira-secao-comentada-davi-miranda/
Você está tentando aprender um tópico específico de Kant? Se sim, qual?
Dando um exemplo, sobre o Hiperativo Categórico, o que mais vale é PORQUÊ você fez algo e não O QUÊ você fez. Ilustrando: você dá um veneno para um pedinte doente na rua, com a intenção de mata-lo mas, incrivelmente, o veneno teve uma reação diferente no organismo dele e ele foi curado. O que você causou foi bom, mas a intenção não.
Imagine que você dá esmola a um pobre. Se você deu esmola porque sabe que as outras pessoas vão considerar você e isso te agrada e pode ser útil, isso não é Imperativo Categórico. Mas se a sua ação foi feita de forma completamente desinteressada de interesses escondidos, isso é Imperativo Categórico. A sua consciência não é possível ser enganada. Ela sabe quando você age de uma maneira ou de outra. Pergunte a ela e ela te responde. Fiz-me entender?
Queee:.... tendi nada mas foi bem explicado eu que nao tenho base é que sou de 2000
Não entendi nada. Por enquanto.
Por favor, vc tem o PDF desse livro do Kant "fundamentação da meta física"
E-mail: cmlsbk@gmail.com
Vou ser burro na cadeia 😔
Kant foi um idealista! Kant acreditava que não existiria mais exércitos! Coitado, tão inteligente mas tão inocente! Não viu as 2 grandes guerras mundiais, nem as bombas atômicas, nem as atuais potências bélicas mundiais! Rsrsrs...
Ainda sim, foi visionário. Pois sua obra "À Paz Perpétua" foi, a meu ver, grande inspiração para o que viria a ser a Liga das Nações e, após, ONU.
Dito isto, podemos ser fatalistas e dizer "O mundo é assim mesmo", ou buscar um norte (inalcançável), mas que poderá trazer uma melhora significativa.
e revolucionário no campo da ética
Não é bem assim, tanto que os exércitos constam nos artigos provisórios para a Paz Perpétua, ou seja, um estado no qual estejamos caminhando para a Paz Perpétua, mas essa paz ainda não se faz presente e os exércitos ainda são necessários.
O que Kant diz é que devemos caminhar para um estado no qual os exércitos permanentes se tornem desnecessários, mas isso não significa que deveríamos abolir os exércitos irrefletidamente.
O plano de Kant é constituir os Estados de modo que eles não mais entrassem em guerras entre si, e para isso ele estabeleceu 3 condições que hoje são encontradas nos nossos sistemas políticos e jurídicos: os Estados devem ser republicanos (e ele entendia o republicanismo como o princípio da divisão dos poderes executivo e legislativo, que não poderiam estar concentrados nas mãos das mesmas pessoas, que hoje são mais conhecidas pelo nome de "democracias"); o direito de gentes (ou a Federação das Nações, hoje representadas pela ONU); e o direito cosmopolita, ou seja, o direito de um estrangeiro de não ser hostilizado quando estiver fora do seu território.
É de Kant também o conceito de "paz democrática", ou "paz republicana", ou seja, o princípio, até hoje não desmentido, de que duas democracias (ou repúblicas) nunca entram em guerra entre si.
A primeira guerra mundial, a segunda guerra mundial, não desmentiram Kant, porque não eram "democracias" lutando entre si, mas duas ditaduras ou "democracias" contra ditaduras.
É muito importante conhecer esses princípios quem quer entender as relações internacionais, porque antigamente se acreditava que a constituição interna não tinha qualquer efeito para promover ou para evitar a guerra internacional, e hoje já se sabe que essa constituição é importante. Por isso a comunidade internacional se preocupa quando um país (por exemplo, a Venezuela) começa a ter retrocessos democráticos. Isso não é um mero problema interno do país, mas representa verdadeira ameaça de guerra internacional contra os seus vizinhos.