LUTO NA MÚSICA: morreu Cyva, do Quarteto em Cy, essencial aos afro-sambas de Baden Powell e Vinícius

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  • Опубліковано 11 вер 2024
  • LUTO NA MÚSICA: morreu Cyva, a mais velha integrante do Quarteto em Cy
    Falei ontem numa postagem sobre os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Eles foram vários, mas no famoso disco de 1966, só entraram oito sambas. O disco é fundamental porque ninguém cantava melhor suas canções do que Vinícius. E aquelas melodias do Baden ninguém jamais ouvirá criações que se equivalham. Gênio absoluto da sua época!
    Deve-se ressaltar os arranjos e regências de Guerra Peixe, um maestro que adorava a cultura pernambucana e a participação do Quarteto em Cy, as baianinhas de Vinícius: Cyva, Cybele, Cynara e Cylene Ribeiro de Sá Leite.
    Ontem fui surpreendido por volta das 22:30 hs com a notícia do falecimento da mais velha delas, Cyva, aos 85 anos, por complicações de um acidente doméstico (queda). Já havia morrido Cybele, aos 78 anos, e Cynara, aos 74, de maneira que somente resta viva Cylene.
    Certa vez no início da década de 70, eu conversava com o cronista e crítico musical Héber Fonseca, de Caruaru, ele que posteriormente escreveu uma bela biografia de Caetano Veloso, lançada em 1993 (ESSE CARA), que demonstrou insatisfação com o trabalho meticuloso de Héber. Mas naquela conversa ele me perguntava se eu conhecia os afro-sambas e eu disse que sim, não somente aqueles do disco de 1966 como também os outros.
    E aí ele quis saber do disco de 1966 qual o samba que mais gostava e quando eu falei que era TRISTEZA E SOLIDÃO, ele indagou: você tem tendência à depressão? Essa pergunta ficou martelando vários anos na minha cabeça, mas minha resposta à pergunta dele continuava sendo NÃO.
    Um ano após o lançamento do livro sobre Caetano, morreu Héber, nas dependências de uma agência do BB em Recife, ele funcionário concursado do banco, bem sucedido, mas cometeu suicídio em decorrência de depressão, deixando a esposa e duas filhas. Lamentei muito o fato. Era a pessoa que mais entendia de música que eu conheci! E ele sabia que eu sempre me interessei por todos os movimentos musicais brasileiros. Depois que saí de Caruaru em 1972, não o vi mais, entretanto acompanhava seu trabalho.
    Ontem, ao saber da morte de Cyva, lembrei da canção e dele também que havia me feito aquela pergunta tão estranha e hoje é nome de uma rua no bairro de Casa Caiada em Olinda.
    Devo dizer que o disco “os afro-sambas” não foi tecnicamente bem gravado. Não se ouvia direito o primoroso violão de Baden e nem o belíssimo coro das afinadas baianinhas. Já no início do século XXI, com meus parcos conhecimentos de editor de áudio, acho que dei uma melhorada sonora naquele conjunto de canções. Umas eu já disponibilizei no UA-cam e outras guardo numa nuvem para ouvi-las até quando Deus quiser.
    Salve Baden, o “poetinha” Vinícius e as meninas do Quarteto em Cy. Salve Héber Fonseca, tão inteligente e culto. Vida que passa e arrasta artistas e escritores, como se fosse uma barragem estourada, e também aquela musicalidade que a gente entendia como a melhor de um século que por sinal também morreu. (Abílio Neto)

КОМЕНТАРІ • 1

  • @joseraimundobezerrademenez6472
    @joseraimundobezerrademenez6472 10 місяців тому

    Só saudade do "quarteto em cy". Era menino e nos setenta, elas vieram aqui em Salvador e num bloco via as mesmas batendo violão em frente a uma igreja próxima ao colégio das mercês e ao lado do Relógio São Pedro e o Trio parou para ouvirmos a suave maravilha em uníssono. Ando sofrendo uma enorme decepção irreversível mas curti maravilhas. Lembro até de alguns conterrâneos que estávamos juntos, mas como se distanciaram respeito a sua volatilidade por terem sido tragado s por si mesmos