Talvez o vídeo mais incrível desse canal! Parabéns, Fred! Acho que seria válido citar que o Guardiola foi ao México ainda como jogador pra ser ENSINADO por Lillo já pensando no início da carreira como treinaddor.
No Brasil n se escreve sobre futebol. PVC já falou sobre isso. Não temos UM LIVRO escrito pelo Telê falando sobre suas formas de treinar e jogar. Um manuscrito de ninguém… Não deixamos legado pois culturalmente não pensamos sobre literatura. LITERATURA gente! Não tem nada pq nunca pensamos em deixar nada.
Exatamente, aqui quem deixa legado escrito são os jornalistas, como o próprio PVC, Mauro Beting, etc. E são os que a molecada menos quer ouvir (ou ler mesmo)
Nós devemos estancar essa sangria o mais breve possível, com o que se tem disponível no Brasil e trazer escolas complementares à nossa (como por exemplo, a escola argentina, italiana e hungara).
Essa resposta não é só sobre futebol, é sobre modelo de sociedade, sobre educação. Há um crescimento de uma parcela que quer exatamente isso, podar os diferentes. É um perigo que precisa ser levado a sério.
2 vez que venho comentar algo tão lúcido seu irmão exatamente essa e resposta e um tapa de mão aberta até pra sociedade querem podar o diferente sempre o que não está na manada!! Que não tem as mesmas visões, os mesmos jeitos e o principal os que não tem o mesmo vocabulário!!! O diferente hoje em dia tem que ter muita personalidade pra se segurar nela!! Pq pra podar tem muitos
Dá pra desenvolver esse raciocínio de várias formas e fazer várias correlações com a sociedade E O SISTEMA, principalmente, em que vivemos. Em nome do lucro abrimos mão de qualidade de vida, de saúde, de indivíduos... da mesma forma o futebol, buscando o controle dentro E FORA de campo, abre mão da criatividade, da individulaidade, de culturas e visões diferentes. Esse controle que, a meu ver, é não só fordista mas também pode beirar ideais fascistas que a europa adora flertar frequentemente. Mantenha a ordem, não pense demais, controle o jogo, não existe beleza no diferente, faça só o necessário, enfim. Paralelos do futebol com o capitalismo tardio e vice-versa. É importante não só identificarmos essas problemáticas dentro e fora do campo, mas expormos sempre que necessário. E claro, buscar soluções e fazer o possível para executá-las.
Essa resposta do Lillo, que eu também não conhecia, me fez sentir uma certa agonia e acaba fazendo muito sentido quando colocamos esta frase ao lado da votação de melhor do mundo. Cara, faz muito sentido o Rodri vencer agora e não o Vini. Venceu o melhor operário do mundo! Para muita gente o diferente, o inusitado, o irreverente faz sentido apenas em vídeos nostágicos de "olha como o jogador X era habilidoso!" e o que importa é ter aquele operário que faz a bola girar mais rápido sem perder ou entregar pro adversário...
Vídeo bom pra caralho Se a CBF não parar pra analisar oq é o Futebol brasileiro e formar técnicos com base na nossa cultura de futebol dentro do campo (Oq fez a gente ser o maior campeão dessa porra) a tendência é nos sermos apenas mais uma seleção genérica
Parafraseando VSR, vi um vídeo dele ontem falando isso repetidamente: "A CBF faz política, a CBF não faz futebol" É triste, mas é verdade. Os caras levam um técnico, ele que se foda com o futebol, eles só querem saber de se reeleger na próxima eleição, atender os pedidos dos empresários e se perpetuar no poder.
Creio que tem um ponto importante que é a mudança de mentalidade no país sobre como a tática é importante, mas isto vem desde 1990 com Lazaroni e o uso do libero. Note que o Parreira, Scolari e outros técnicos brasileiros foram adeptos da ordem, incapazes de fazer com os meias mais capazes tecnicamente jogassem nos esquemas planejados - Rai, Djalminha e Alex para entrada de bons jogadores como Zinho e Kleberson. Sem juízo de valor, mas sobram PVC e faltam Tostão na análise do jogo em mesas redondas. Os técnicos hoje, mea culpa de corintiano que sou, são formados na escola gaúcha e faltam mineiros a la Tele Santana ou revolucionário Zagallo, que é importante como jogador e técnico. Sem falar que os clubes assumindo que são meros formadores e vendedores gestando jogadores pra posição da moda e não pra necessidade dos plantéis. Em fim, o futebol brasileiro assumiu o que é a economia brasileira: eterno mercador de commodities.
Esse é um fenômeno que contagia até os torcedores. Quantas vezes eu já não vi torcedor reclamar de demora em passe de zona neutra (aquele momento que o volante vai buscar a bola na zaga e fica esperando a melhor opção), só por uma ansiedade em ver a bola sendo passada, geralmente sem muita eficácia e criatividade, coisa típica no meu São Paulo kkkkkkkk Precisamos reformular a forma do jogador Brasileiro jogar e pensar, precisamos capturar mais a nossa criatividade e beber menos da cultura europeia do pragmatismo. Já tentamos isso há muito tempo, e se não fosse pelo improvisador nato (Neymar), nem sei se chegaríamos nos mata mata das copas de 14, 18 e 22, pois não temos isso no nosso DNA. Basta colocar um brasileiro qualquer pra fazer uma série de trabalhos padronizados, em menos de 5 dias esses processos irão mudar, pois por natureza cultural adaptamos as coisas a nós e não o contrário
Perfeito. Uma coisa que acontece é mta gente cobrar gols de ZAGUEIROS, VOLANTES E MEIAS, como se futebol fosse só isso, como exemplo. Aí vc vai pra base, o jogador n pode usar a sua indivudualidade, isso tbm entra na discussão de como a base é trabalhada, que puxa sobre a cultura de resultados acima de qlqr coisa do nosso futebol, que tbm puxa outra coisa e assim por adiante. É um debate que começa e vai longe, até em questão de siciedade tbm. Ótimo vídeo
Que surreal, se o cara que se arrepende de colocar o futebol em 'moldes prontos' pensa e diz isso publicamente, como isso não é mais falado?? Bizarro. Obrigado por compartilhar, Fred, estou de total acordo, ótimo vídeo.
Salve Fred, vídeo fantástico!!! Acho que você é o primeiro jornalista que vejo falar sobre essas questões em nosso futebol. Existem vários pontos pra se destacar sobre esse futebol uniforme mas vou dizer apenas um que acho primordial: a questão financeira. Dentro da formação de jogadores brasileiros, se “abandonou” o futebol e se fixou no que vende mais para a Europa (os pontas). Como a maioria dos clubes estão ou estavam quebrados, além de toda questão do “jeito Guardiola”, entra muito às cifras que os europeus estão pagando pelos pontas. Um comparativo que faço é com Argentina e Colômbia, dois países que não se adaptaram a essa questão e criam jogadores incríveis na última década (em sua maioria meio-campistas) como James Rodriguez, Quintero, Mac Allister, Enzo e cia. Além de utilizarem outros esquemas de jogo, como é o caso do 4-3-1-2.
Eu penso que quanto mais o futebol foi se estabelecendo como produto, times foram buscar padrões de jogo mesmo que diferente daquilo que eles são. Com o foco em ganhar a competição mais para melhorar seu produto que hoje é o clube, não o futebol do clube.
Penso da mesma forma. Quem já viveu em ambiente de administração/gestão de empresas, sabe como as coisas funcionam. Tudo funciona à base de padrões, de como as coisas são feitas em locais de sucesso; sempre paga-se por consultoria ou contratação de gestores de outras empresas para que implementem na empresa o que é feito em outros lugares. O futebol brasileiro não é diferente, um exemplo disso é a contratação de técnicos estrangeiros para os clubes brasileiros; mais que ficar tentando aplicar o "futebol europeu" aqui, melhor importar logo técnicos made in Europa.
Fred, muito obrigado por ser tão especial! Eu sempre penso nisso, só não conseguia organizar tão bem as ideias como você e o queridíssimo Juanma Lillo, outra figura que também já admirava. Hoje, a seleção só quer convocar os jogadores das grandes ligas, com futebol similar. As seleções consideradas "diferentes" já não mais se destacam, como a arte da brasileira ou a luta da italiana. E na última Copa do Mundo, quem venceu, foi quem conseguiu fugir da caixa, trazendo novamente um sistema aguerrido, briguento e incessante; foi quando Messi deixou de ser o craque de La Liga, e começou a bater, brigar, xingar e "incorporar Maradona". Atualmente, os times jogam da mesma forma e quando um foge, ainda que minimamente, se destaca. Talvez dure uma temporada, meia, duas, não sei. Mas foi o que aconteceu com o Bayer Leverkusen de Xabi Alonso, o que está acontecendo com o Barcelona do Hansi Flick, com o Real Madrid de Zidane e tão expressivamente com o City de Guardiola e o Liverpool de Klopp. Os dois se mantiveram no topo, justamente por não repetir todos os padrões que os demais buscam. E, digo mais, não buscar estes padrões é o que torna Antonio Conte tão bem sucedido ao reformular equipes e recriar estilos de jogo, como fez no Chelsea, Inter e agora no Napoli. Tuchel venceu uma Champions League dando sequência ao seu projeto, bem como Inzaghi se destaca tanto (claro, ambos tem muitos méritos, principalmente o italiano). Penso também que alguns grandes treinadores são "engolidos" por essa realidade, como José Mourinho. Considero o português o maior "recriador" de times, pois, se analisarmos, o Real Madrid ainda joga sobre todo o alicerce que ele construiu, em 2010/11. Mudaram-se alguns nomes, formação por algumas vezes, de dois para três atacantes, falso nove, dentre outras particularidades, mas a base ainda é a dele. E Mourinho nunca montou os seus times olhando para outro, ele sempre criou, de fato. E isso tornava o Guardiola x Mourinho tão fascinante, pois eram completamente opostos e times montados direto da criatividade e inteligência de ambos os treinadores, gênios do esporte. Nesse mesmo direcionamento, vimos Guardiola x Klopp x Ancelotti, ser tão fascinante. Mas isso está cada vez mais raro. Falando da mais alta elite do futebol, ainda temos dificuldades de encontrar exceções, imagine de países com níveis mais baixos. Pegando como exemplo o Brasileirão, podemos observar com total clareza esse problema. Quem são os melhores treinadores do Brasil hoje? Tite, Renato, Diniz Ceni? Suas características até mudam, mas no fundo, todos parecem caminhar em busca do mesmo encaixe. Talvez Diniz ainda mude um pouco, por isso sempre o veem com tanto expectativa, mas assim como Xabi, Flick e esses grandes projetos, tem dias contados. Diniz e Renato venceram a Libertadores com facilidade, jogando muito, mas quanto tempo durou o sucesso do time, após? Quando tempo vai demorar para os clubes se adaptarem a essa linha de impedimento genial do Flick e a anularem, o obrigando a jogar como todos os outros? O Brasil é tão escasso de treinadores, que qualquer europeu chega e se destaca. Jorge Jesus nunca foi um grande treinador na Europa, mas dominou o Brasil de ponta a ponta. Abel Ferreira sequer treinou um grande europeu, mas se tornou um dos maiores da história do nosso país. Luis Castro, Artur Jorge, Ramon Diaz, Bruno Lage, tantos outros, nunca fizeram nada de especial, nunca foram grandes destaques, mas aqui se mostram muito acima dos demais. Penso que talvez isso aconteça porque os nossos passam tempo demais tentando copia-los, que se esquecem de criar. É preciso entender que, se for para fazer o mesmo, os clubes sul-americanos sempre serão mais fracos que os grandes europeus, por isso não temos mais chances de vencer um mundial. E, desse modo, por que termos um treinador brasileiro na seleção? O que faz Dorival, senão tentar se encaixar bem no sistema uniformizado da Europa? É melhor termos o Jorge Jesus, que já tem esse estilo. Luís Castro ou qualquer outro. Hoje se mostra quase impossível pensar em vencer sem ter dois laterais rápidos e fortes, um meia que minimamente distribua bem as bolas e atacantes mais móveis. O futebol europeu desse século basicamente se vence com o meio-campo e desse modo, Casemiro-Kroos-Modric, Busquets-Xavi-Iniesta, Rodri-Gundogan-De Bruyne foram os mais vencedores. É protocolar, praticamente sempre vai seguir desta maneira. Liverpool tinha o melhor trio de ataque do mundo, mas o meio ainda não era tão bom. O Arsenal só começou a brigar, realmente, com o City, quando conseguiu contratar o Rice, para juntar com Odegaard. E todos sabemos que podem se tornar o melhor time do mundo se levarem o Kimmich, para fechar o trio. Mas qual é a graça disso? Precisamos ter mais do que um time por ano fazendo a diferença. O Bayer do Xabi não durou uma temporada, no final da última já estava sofrendo vários gols, até ser massacrado na final da UEL. O Bayern do Flick também não durou um ano inteiro. E os projetos do Conte, que parecem ter um contrato já estabelecido de servirá apenas para dar um título novamente ao clube. Precisamos valorizar trabalhos como o do Dino Toppmöller, no Frankfurt (que inclusive, é filho de Klaus Toppmöller, que teve um tríplice vice com o Bayer, ficando em segundo na Champions, Bundesliga e Copa da Alemanha), ao trabalho do Sebastian Hoeneß, no Stuttgart e muitos outros, ainda que não conquistem títulos. Outro ponto a ser debatido é a impaciência dos clubes com esses treinadores que buscam fazer a diferença. Não há como explicar a demissão de Julian Naggelsman do Bayern, líder da Bundesliga e classificado na Champions. E Thiago Motta, vai durar quanto tempo na Juventus, se os bons resultados não chegarem? Luis Enrique vai ter tempo para consertar aquele PSG quebrado? É difícil dizer. Mas um Erik ten Hag costuma agradar mais do que eles, pois faz o mesmo dos demais, ganha um título ali, um clássico aqui e parece não estar distante dos campões, servindo a todos pequenas doses de ilusão. Se Mourinho tivesse recebido a mesma confiança, tempo, espaço e investimento que ele, será que o United teria chegado nessa situação atual? São muitos questionamentos e pouquíssimas respostas. Justamente por isso pessoas como o Fred e Juanma Lillo são tão importantes, pois se alguém encontrará resposta para todos os questionamentos que surgem quanto ao encaixotamento do futebol, são estes grandes estudiosos!
Ótimos pontos de vista, acho que o futebol perdeu a essência principalmente a seleção brasileira por deixar de lado o futebol arte e leve que sempre tivemos, a cobrança excessiva talvez tenha alavancado as equipes a se tornarem mais previsíveis com esquemas táticos mais do msm. Muita coisa influenciou para o futebol de hoje e com ctz alguém vai dar um jeito como já vejo técnicos com bons pensamentos fora da caixinha onde talvez possa fazer o futebol de hoje em dia mais vistoso de se assistir, e sim, precisamos de técnicos com teorias malucas no futebol para talvez vermos mais equipes com um Dna único. Seria fascinante ver equipes totalmente aleatórias dentro de campo, cada um de sua maneira tentando fazer seus gols e encantando ou deixando confusos os torcedores. Seria muito 8 ou 80 acho que disso que os técnicos ou muitos dirigentes tem medo, e acontece muito hoje em dia principalmente no Brasil onde quando ganha você é um gênio e quando perde e burro e etc. "A diferença entre um gênio e um louco é o sucesso." - Elbert Hubbard
Queria trazer um ponto importante tbm com relação ao Tite. No jogo contra a Inglaterra em 2017 ele não conseguiu vencer uma linha de 5 e empatou o jogo, antes de jogo o Brasil parecia algo natural e criativo. Dps vemos como o Tite tentou copiar o estilo do Guardiola e msm depois de perder uma copa ainda não foi o suficiente pra ele desistir dessa ideia.
Não te conheço, mas meus parabéns, que grande visão foi esclarecida nesse comentário. Eu simplesmente me sinto sendo atingido por um raio de lucidez. Você clareou tanta coisa na minha cabeça, me deu tantas respostas desse tópico. Trouxe questões quê realmente ja parei pra pensar, mas não dessa forma, e agora, com base no vídeo do Fred, na fala do Lillo e em sua postagem, irei procurar expandir minhas ideias não só futebolísticas, mas também humanas.
Genial mano. Eu sou fluminense e o Diniz é um cara louco, genial, mas louco. Eu entendo o estilo dele e as suas diferenças, o problema dele pra mim era a aposta em teimosias, jogadores fisicamente mal, porque pra ele o estilo dele não precisaria de jogadores fortes e rápidos e quando pegava um time estruturado e bem reativo tomava muitos gols. Outra coisa, era o enfraquecimento do meio campo, tentando sempre jogar com 4 atacantes. Em 2022, quando ele montou um 4-4-2 com a bola, o Fluminense era melhor que o de 2023. Não atoa que por pouco não ganhamos o Brasileirão naquele ano, ficando em 3⁰ lugar. Já em 2023, os times sul-americanos não conheciam bem o estilo e sofreram muito enfrentando, o que nos deu uma boa vantagem que conseguimos ganhar a libertadores com um elenco envelhecido, tendo apenas o André e o Nino como "carregadores de piano". Agora em 2024 com a saída de um e lesão do outro, o time acabou. Além das decisões erradas com pré temporada e péssimas contratações, o Fluminense ficou extremamente vulnerável. Com o estilo dele mais manjado, ele ainda persistia em apenas uma maneira de jogar, e quando decidiu mudar, apostando em um 4-2-4 com bolas longas, o time não tinha qualidade e nem físico pra isso, desandou tudo. Fazendo apenas 6 pontos em 14 rodadas do campeonato, o que culminou na demissão dele. Acredito que ele teria mais sorte na seleção, por conta do material humano. Mas quando esteve, estava dividindo atenções com o clube. Pra mim ele seria muito melhor que o Dorival, e hoje a seleção poderia estar com um estilo próprio, mas a paciência dos brasileiros costumam ser curta. Que existam outros Diniz loucos e diferentes, é o que desejo pro futebol brasileiro.
Parabéns pela iniciativa Fredão! É um belo ponto de reflexão. Penso no que o Luxemburgo tem falado nos últimos anos, sobre a perda da essência do futebol brasileiro e de como nossos jogadores não têm mais naturalidade de movimentos como antes! Abraços!
Repetindo o comentário que eu fiz no vídeo sobre a bola de ouro: Para além do desrespeito ao Vinícius, o prêmio ter ido pro Rodri - por melhor que ele seja - deve ser revoltante porque é premiar um jogador que é o tipo ideal do futebol do Guardiola. Futebol que, na minha opinião, caminha para ultraracionalização e sabemos onde os europeus chegam quando vão ao extremo da sua racionalização. Por isso a importância de debater esse tema e entender que essa ultraracionalização do futebol é sintoma de um problema que atravessa a sociedade de ponta a ponta e cria muitos dos problemas que temos.
Incrível como vejo sempre no futebol um exemplo de sociedade. Matar a subjetividade do futebol, principalmente do brasileiro, do qual os outros países corriam atrás para superar, é transformar esse esporte tão fascinante em outra coisa. Vejo que vivemos esse pós-futebol, que não deixa de encantar, só que este "outro esporte" está onde a tática superou o talento; onde o talento ainda existe, mas é suprimido pelo mecanismo tático. Alguns jogos só precisam de subjetividade e parecem duas máquinas se batendo em busca de gol. Obrigado pelo vídeo, Fred! Vou guardar as frases de Lillo e refletir mais uns meses. Porém sabendo que tudo está dito.
As escolinhas de futebol são grandes responsáveis pela formação de jogadores que só sabem jogar em dois toques. Têm dificuldade de domínio, não sabem chutar e muito menos driblar. O que atenua esse problema é o futsal, que é onde os grandes craques começam.
Faz total sentido. Não há mais tanta variações de formas de jogar na premier league, é como se todos os times da premier league fossem uma derivação do estilo de jogo do Pep Guardiola.
Deixa de drama e chantagem emocional no começo dos teus vídeos 😮 😂😂😂 amamos os teus vídeos vc e bom demais e qualquer vídeos e show ... parabéns Fred vc e fera
Como licenciado em Letras e entusiasta do futebol, endosso a belíssima declaração do Lillo: o processo educativo não pode se separar dos contextos socioculturais nos quais está inserido, e o futebol (sobretudo a categoria de base) precisa compreender isso, já que também educa. Ao uniformizarem-se as táticas, as mentalidades, não são criados times, mas réplicas, e todo jogador que não se encaixar ao modelo será tratado como peça com defeito. O movimento antropofágico precisa chegar ao nosso futebol. Sim, é importantíssimo devorar Guardiola, Klopp, Flick, mas, acima de tudo, é necessário (a partir dessas e de tantas outras visões) criar algo único. Redescobrir o Brasil.
nada na sociedade existe num vácuo, não é de se surpreender que, assim como a cultura global, o futebol também passe por uma homogeneização, que vai ser instaurada por quem quer que esteja mantendo o status quo, não por intenção maldosa ou algo do tipo, mas por pura inércia, lampejos dessa diferença aconteceram com o Diniz, e o que mais se fez durante o processo foi martelar a necessidade do resultado e não a possibilidade de mudança. O resultadismo, que no nosso caso, passa por algo que julgamos ser o mais seguro pra voltar a vencer, também vai nos manter presos nesse passado de glorias, que hoje em dia já estão em tons tristes e nostálgicos de sépia, como o Fred disse, homogeneidade na fabrica é importante, mas no espetáculo do futebol nos tirou a arte que fazia a seleção brilhar
Boa tarde Fred Parece que o conheço pessoalmente mas não. Simplesmente pensamos de maneira parecida e a sua reflexão é a minha também. Primeiro que tudo dar lhe os parabéns pelo profundo Jornalista que você é...como alguém diz nos comentários anteriores, cada vez há menos. Sobre o tema estou completamente sintonizado com Lillo e não é só no futebol mas na sociedade em si. Hoje há a palavra globalização e isso traz para o bem e para o mal os seus defeitos. Mais uma vez os meus sinceros respeitos e admiração pelo seu profissionalismo e profundeza nos temas abordados. Daqui um Português de Portugal que se revê na sua preocupação. Take care e muito obrigado pela coragem de expor temas de uma profundeza tremenda. Muito obrigada e bem haja.
Um cara inteligente eh com uma visão moderna barra antiga ao mesmo tempo ele entendeu a simetria e o que te faz encantar no futebol!! Eh entender o diferente, o ser o diferente, eh em qualquer momento resolver pq e o diferente!! Estão aniquilando esse futuro "diferente" essa frase dele e sensacional!! "No fim das contas acabamos colocando todos na mesma caixa vão ser tão similiares que sentiremos falta do diferente" eh exatamente o retrato do futebol fizeram uma lavagem no povo!! Como se qualquer situação de jogo em qualquer circunstâncias tem que usar de base o 2 toques!! Isso destrói de uma maneira um futuro jogador com alta capacidade de improviso e criatividade absurda!! E como ele falou quando for exigido 2 toques!!, 1 toque tem que fazer!! Quando não houver necessidade NÃO TEM O PQ!!! A jogada não vai desenvolver nessa velocidade tão rápida que querem imprimir vai facilitar pro sistema defensivo já leram a jogada muito antes já conhece os caminhos pra neutralizar não vai andar!! A partir do momento que vc tem um jogador diferente que pensa diferente que joga de forma diferente esse cara e um perigo constante em campo as defesas ficam preocupados não consegue antecipar o que o cara tá pensando em fazer!! Num deslize um cara desse vai resolver o jogo e todo mundo sabe!! Sinceramente acredito que esse jogador talvez seja abolido a cada ano que passar do futebol!! E com esse cara extinto futebol cada vez mais vai rodar dentro de um contexto limitado, pouco criativo, pouco entendido, e pouco trabalhado
Engraçado q o futebol europeu mais bem sucedido é o jogado pelo real Madrid q é reativista e mesmo assim a gente tenta replicar apenas o café com leite do q se vê no jogo do pep… nem com as mesmas peças nem com a mesma qualidade tenta se replicar um único tipo de jogo ao invés de tentar adaptar-se às individualidades ou aos adversários…
Um dos vídeos mais importantes do canal. Um jornalista que acompanha de perto o campeonato inglês, entrevistando o "pai do futebol de hoje" que declara estar arrependido do que fez. Fico triste por saber que pela idade, não saberei diferenciar o antes e depois. Todo contato que tenho com o futebol arte é pelo que é disponibilizado do UA-cam, não é o mesmo. Espero que essa nova leva de jogadores/treinadores possam mudar esse cenário e dar mais espaço para o erro, a evolução construtiva e o principal: a individualidade. Tem jogo para todo mundo! Nem todo goleiro bom precisa ser bom com os pés, nem todo atacante precisa ser alto e forte para voltar para marcar e poder cabecear, o drible, a habilidade ainda são importantes na frente do gol, mesmo que a altura não seja a maior. Que venha um regresso ao futebol arte, terei o maior prazer de levantar essa bandeira (ainda mais com relação à amarelinha ❤)
Obrigada Fred, estava curtindo meu feriado, me recusando a pensar em trabalho (sou professora), e agora essa entrevista me deixou com várias pulgas atrás da orelha pensando sobre o sistema educacional kkkkkk. Parabéns pela entrevista.
Fred, faça mais vídeos assim. Sugestão, vocês poderiam fazer um programa convidando profissionais com essa vivência, preparadores físicos, acadêmicos ou técnicos para debates de conteúdo futebolístico. Líderes de performance das categorias de base. Caso precise de contatos posso passar, apesar de que eu tenho que vocês já devem ter. Enfim, só acho q irá enriquecer muito esse assunto e sair do sensacionalismo. Vlw Fred
Fred Caldeira adoro você e o seu trabalho! Falta conhecê-lo pessoalmente, a Tate e Clara. Já conheci o Marcelo e o Quezada no PortoxBarcelona. Mas o convite do "pica no chão" aqui em Guimarães continua de pé! Grande abraço
Isso na verdade é um debate que foge até da esfera do futebol... " Se todos são iguais, uma hora precisaremos do diferente". Todo mundo pensar igual é ruim para quase todos os contextos de sociedade também.
Lillo é realmente uma pessoa especial. Não bastasse nos ensinar que Ohana significa família, agora traz essa pedrada que vai me deixar uns 3 dias pensativo. E parabéns pela pergunta, Frederico
Muito bom video. Única coisa é que isso não é "culpa" do Lillo ou do Guardiolismo, o problema está nos outros que imitam. É mais facil fazer o que todos estao tentando fazer do que pensar fora do padrao. Isso vale muito para os tecnicos brasileiros, quais voce olha e ve taticas totalmente diferente? Ou parecem todos iguais e por isso trocam toda hora de tecnico, pouco muda no treino e no jogo mas alivia um pouco a pressao.
Ótima reflexão, Fred! Creio que essa uniformidade deixou nosso futebol medíocre, mas para as potências europeias é ótimo contratar talentos daqui que foram formados com base nas mesmas ideias de lá, facilita a adaptação, minimiza o risco em troca da perda do melhor que temos no nosso futebol. Sorte que ainda temos alguns jogadores com personalidade que não deixam essa essência se perder completamente. Para finalizar queria dizer que deveriamos incentivar mais os técnicos que lutam contra isso, ao invés de chamá-los de loucos. ST
Fred, to terminando meu mestrado em filosofia pesquisando sobre constituição dos sujeitos e subjetividades (no plural mesmo porque, historicamente houve um esforço grande de tornar esses conceitos em questões universais, é aí ta a critica da pesquisa, e do Lillo). Essa questão da muito pano pra manga kkk, mas a chamada principal que fica é que não precisamos de modelos de sucesso, precisamos da diferença, da criação e mais doq tudo, da imaginação pra construir o novo. Grande vídeo! Grande Lillo, vou procurar mais sobre essa fera, genial!
Excelente vídeo com um tema que tem que ser levado mais a sério como você bem colocou aqui. Uma análise bem superficial do que eu acompanho aqui, é a junção do imediatismo, dá má formação do atleta e da venda precoce de cada vez mais jogadores que nem fazem base aqui e já é vendido. Acho que isso dá uma explicação do pq revelamos cada vez menos jogadores com grande destaque. É só ver que hoje em dia a equipe que mais consegue revelar bons jogadores é o Palmeiras, primeiro passando pela ótima restruturação que eles fizeram na base, mas se for olhar bem nem eles mesmo conseguem segurar as suas jóias e trabalhar da forma correta. A decorrência disso é tendo um campeonato com cada vez mais estrangeiros e tendo pouquíssimo destaque pra nossa base
É interessante como os bons jogadores antigos relatam sobre os treinadores que os orientaram. Neles há uma unanimidade sobre a normatização da liberdade e sobre os exemplos de execuções de jogadas. Além disso, parece que o entendimento sobre o treinamento era bem diferente. Já vi o Djalminha falando que para ele a defesa deve ser bem arrumada, já o ataque precisa de uma bagunça organizada, ou seja, o gol precisa da inventividade. Certamente existe algum ensinamento mais profundo em tudo isso.
sou de origem pobre, mas fiz faculdade de letras pela UFC, lá descobri o que era sociologia, psicologia e outras ciências que desconhecia. Foi lá também que aprendi que pra ser "original", é preciso conhecer o que já existe. A própria natureza da sociedade tente à uniformidade, coisa que se estende ao futebol, os "fenômenos", os fora da curva, sempre existiram e sempre existirão, a questão é, é preciso conseguir potencializá-los. O futebol no Brasil, ao meu ver, tem como um dos maiores problemas, o nível dos técnicos, em sua grande maioria acreditam tanto em seus conceitos que não evoluem, não se devolvem. Percebam o fato, os estrangeiros têm sido os melhores técnicos em atividade no Brasil, Jorge Jesus, Abel Ferreira, Voivoda, Arthur Jorge. E notem, esses são técnicos medianos para o mundo do futebol, e aqui eles dominam.
Só de ter dito, ou resumido a declaração em "O Fordismo do futebol" já foi uma virada de chave daquelas. Todo mundo vê no Guardiola um case de sucesso e todo mundo agora quer seus times jogando como o do Guardiola (uns mais que outros, vide o Dinizismo) e ficou nisso aí, todo mundo uniforme, conformado à um padrão de jogo que talvez não seja o melhor pra si, mas para o coletivo, "o prego que se destaca toma martelada" - exceto se o dito prego for um atacante tido como genial por sua **individualidade** (e por extensão, seu não-conformismo à norma "ortodoxa" do futebol moderno), exemplos como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, ZLATAN IBRAHIMOVIC vem à mente. E as vítimas desse novo padrão de futebol são os jovens jogadores que se veem forçados a serem o que não são, exemplo: por mais maravilhosos que foram em suas épocas, e por mais que a seleção precise de caras assim, quanto tempo levaria para termos reais substitutos de Dani Alves e Marcelo, se é que um dia os teremos? Agora, se invés de procurar uns laterais "ponta a ponta" , zagueiro artilheiro, meias e volantes goleadores, a gente (técnicos, mídia, especialistas de boteco e comentaristas de youtube) e os atletas ficassem no básico que sabem e são excelentes, e não procurar ou forçar funções adicionais pra engrossar currículo, acho que o jogo fluiria melhor. Quanto à atacantes voltarem pra ajudar na defesa, isto tem que acontecer mesmo, a época de ficar jogando na linha de impedimento esperando passe o dia todo se foi pra nunca mais voltar, é um privilégio pra grandes atacantes próximos da aposentadoria, os jovens que corram atrás da bola como sempre.
Uma resposta maravilhosa para uma pergunta oportuna e certeira! A resposta cabe várias reflexões futebolísticas e sociais. A eleição de Rodri em detrimento a Vinicius Jr reforça essa ideia, premiando o padrão e não o diferente!
Fantástico Fred, as vezes os personagens com menos midias, são as cabeças pensantes do futebol. É o que vemos com Rangnick, Bielsa, Lillo. E é muito bacana ver um dos pais do que se considera de melhor no futebol moderno criticar a padronização.
Pra mim, Fred é um dos melhores jornalistas do mundo e vídeos como esse, a pergunta feita a Lilo o atesta plenamente. Um dos poucos na midia hegemônica cuja sensibilidade permite falar do futebol para além das métricas, do rendimento, das grandes cifras e do esporte como produto da industria cultural, o que muita vez faz com que se fale desse patrimonio cultural do mundo desprezando precisamente aquilo que nos apaixona nele. Há muito a ser dito e desdobrado. Se eu, pretensa e talvez ridiculamente puder contribuir com meus poucos centavos, me atentaria ao trecho em que se diz de como noso futebol foi vitimado por essa ideologia. Infelizmente, vivemos sob uma metafisica, um fetiche do vencedor. Nos acostumamos a acreditar que o vencedor é quem está certo, de cuja perspectiva devemos contar a história e, como Deus é o dinheiro nesses tempos, para além do culto do vencido, também somos encilhados com perspectivas reduzidas, autoritárias e penosas do que é vencer. Quando toda essa ideologia, esse caldo bem-pensante do nosso tempo encontra no metodo de Guardiola uma linha de produção de vitórias, se acelera o processo de fetichização dentro do futebol, porque por dentro. Ora, quando bons jogadores são mercadorias valiosas, grandes investimentos, promessas financeiras promissoras aos investidores, ja estamos falando do culto do vencedor. A diversidade dentro do proprio jogo, no entanto, quebra e nos lembra de que o que acontece no interior das quatro linhas é mais bem outra coisa. Se, porém, se encontra uma forma de mesmo ali onde o jogo acontece impor a lógica que só quer narrar o melhor - e já deveriamos haver desconfiado ha muito do que significa ser o melhor - então, efetivamente, o futebol se fere de morte nas suas dimensões expressivas, culturais, sociais e integradoras e passa a ser mais um campo de competição apenas, mais um suporte pra veiculação das narrativas celebratórias e alienadas da força construtiva do futebol. Aceitamos isso. Foi quando, com o 7 a 1, decidimos que o Brasil já havia acabado. Não é coincidencia que tenham surgido no mesmo periodo, no interior da massa de brasileiros, um sentimento geral de desidentificação e descontentamento em relação às bases do que era o Brasil. Infelizmente, seguiram-se os anos e as forças que souberam manusear esse impulso foram aquelas que odeiam aquilo que o Brasil tem de mais autentico, telurico, próprio e real. No ambito do nosso futebol, o que se seguiu foi a implementação do futebol posicional que, nos momentos chave, não pôde ser criativo o suficiente pra nos fazer passar das quartas, da semi de uma copa do mundo. Em âmbito doméstico, vimos os estaduais começarem a ter a legitimidade da sua existencia questionada, pois atrapalham os grandes atores do teatro da glória esportiva. Quanto à forração de atletas, exportamos pontas porque para o modelo de jogo europeu são nessas posições que o Brasil produz as melhores peças. É uma flagrante transferencia de recursos que só fica mais desastrosa quando vemos joias como Endrick, Vitor Roque e Estêvão se transferirem tão cedo para o velho continente, deixando aos torcedores brasileiras a apenas promessa de um fim de carreira por vir, como se ganhar algo em nossas terras fosse o prêmio final, a ultima etapa do que realmente importa: ganhar uma champions. Se, por um lado, perdemos a identificação com nossos jovens gênios, mesmo eles deixam de se identificar com o futebol que queremos ver, basta ver a resistência do esquadrão de Diniz às ideias que trouxera. Há muito a ser desdobrado. Mas existe esperança, dentro da várzea, no futebol que pulsa e resiste à commoditificação de si, como onde ele já é mercadoria. A chegada de Memphis Depay, embora sintoma da adesão e submissão do nosso futebol ao teatro esportivo hegemônico, carrega consigo uma potencia gigantesca ao passo que se trata de um craque que, num futebol como o nosso, pode desfilar seu virtuosismo e beleza, inspirando outras formas de jogar. E mesmo o palmeiras, time financiado por um banco que incorpora até os ossos a ideologia da eficiência, garante na formação de suas jovens a possibilidade da invenção, da diversão e da retomada, noutros termos, noutros tempos, aquilo que nosso futebol tem de mais próprio. Bem, as contradições estão postas, vide a própria postura de Lilo. Basta sabermos crescer com/entre e através delas. O futebol vai mudar quando o faça o mundo, mas mesmo o futebol muda o mundo. Há muito a ser desdobrado. Façamos a mensagem ecoar!
Esse sentimento e a discussão que o Fred aborda nesse vídeo tocam em camadas muito profundas. Até mesmo em jogos de futebol para videogame, o estilo tique-taque e os dois toques acabaram com a versatilidade das jogadas. Por exemplo, no eFootball, jogo eletrônico da Konami que costumo jogar bastante, os dribles praticamente não existem mais. Em versões mais antigas, era possível driblar o goleiro e havia uma individualidade maior entre os jogadores. Hoje, tudo parece frenético e mecânico, como um jogo de pingue-pongue, e não de futebol. O drible quase não faz mais parte do esporte. O que importa são passes rápidos, jogadas de dois toques e bolas enfiadas. Recentemente, muitos acharam interessante o Raphinha ter driblado o Neuer na goleada de 4x1 contra o Bayern de Munique. Isso só reforça o problema do futebol atual, onde se tornou tão pouco ver um jogador driblar o goleiro que quando acontece é algo fora da caixa. Até os videogames não oferecem mais esse recurso como algo padrão do futebol. Por quê? Porque o futebol se tornou um esporte de passes coletivo. Não é mais de agilidade e valorização da individualidade. Quantos jogadores, ao invés de driblar o goleiro, dão apenas um chute seco ou fazem o básico, sem arriscar? A plasticidade, aquela alegria de ver jogadores se divertindo com a bola no pé, quase desapareceu. Por isso, valorizo jogadores como Viní Jr, que, mesmo com dificuldades, trazem aquele gostinho do futebol que amamos, como era nos pés do auge de Neymar, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros brasileiros que encantaram os campos.
Quando comecei a fazer meus coaching badges na London F.A. em 2012 (fiz level 1 e 2 de futebol e 1 de futsal), fiquei impressionado que em 0 aspectos se trabalha a parte cultural do jogador. Me explico, a F.A. estava educando treinadores (educadores) a jogar o futebol estilo tiki taka que era a moda na epoca. Sem respeito da cultura local, não se avança. Não sei se tu viu o video do diretor da base do Palmeiras em um podcast falando do papel do 10 e como tem sido colocado de ponta, achei interessante e é o que tenho visto no futebol de base tambem por aqui (estou treinando um clube na França, agora). Abraço Fred, baita video como sempre e que se criem discussões sobre o tema, precisamos voltar a ser o pais do futebol!
salve mano, sou apenas um entusiasta do tema como fã d futebol apenas mas vc q ta inserido no contexto pode me dizer, ate pegando vc como exemplo, se dentro dos modelos d treino e jogo o treinador possa ter autonomia d trabalhar respeitando o contexto cultural?
A Inglaterra, matou o Winger tradicional,o box tô box, na Itália mataram o tetraquartista, e o segundo atacante,e na base o 433,do Barcelona, muitos clubes reproduziram, lá é cultural.
Eu tenho 24 anos, feitos a 2 dias, curiosamente, enfim. Meu ponto é, já assisti muitos jogos da seleção brasileira, depois da copa de 2010 que foi a primeira que eu me lembro, o Brasil me encantava, eu adorava assistir todos os jogos e torcer, cantar, comemorar. Gostava da maneira como a gente entrava em campo com vontade, garra. Também já assisti muitos jogos antigos, de copa e qualificações, o nosso futebol era unico. Ainda continuo assistindo todos os jogos por querer muito que a seleção seja campeã outra vez. Ainda não superei 2014.
A seleção de Dunga era mais parecida com o padrão europeu, principalmente com o padrão da época (Mourinho e Capello). Jogava recuada e tentava explorar rápidos contra-ataques, também tinha dificuldades de propor jogo (uma das críticas mais pesadas feita ao Dunga). Era muita transição e pouca armação. A última seleção brasileira mais parecida com o futebol praticado pelos times brasileiros num geral era a de 2006. Era uma marcação mais centrada no meio de campo e não na defesa, era uma seleção que jogava mais cadenciada e com passes (geralmente 3 ou 4 toques antes de passar a bola) mas também muitos dribles, puxadas, mudanças de direção; também era uma seleção que costumava acionar bastante os atacantes (o centroavante, principalmente, e o segundo atacante), o que era diferente de hoje em que os pontas são os mais acionados.
A resposta dele é algo que precisava de fato ser dito por alguém do porte dele. Tá ficando tudo pasteurizado, padrão, os times muito diferentes são mais raros pq a primeira coisa que se faz com os criativos é podar. Inclusive tá acontecendo isso com o Savinho no city aos poucos. Daqui uns meses desaprende a dar uma pedalada, vai puxar pro fundo e cruzar por 90 minutos.
E o stitch? Como tá?
😂😂😂😂😂😂
Kkkkkk
😂😂😂😂
Kkkkkkkkk😂😂
Vim aqui pra comentar isso kkkkk
Você está certo, Fred. Entrei no vídeo me perguntando quem é Lillo.
Rio Lillo
Eu tbm
Talvez o vídeo mais incrível desse canal! Parabéns, Fred! Acho que seria válido citar que o Guardiola foi ao México ainda como jogador pra ser ENSINADO por Lillo já pensando no início da carreira como treinaddor.
No Brasil n se escreve sobre futebol. PVC já falou sobre isso. Não temos UM LIVRO escrito pelo Telê falando sobre suas formas de treinar e jogar. Um manuscrito de ninguém… Não deixamos legado pois culturalmente não pensamos sobre literatura. LITERATURA gente! Não tem nada pq nunca pensamos em deixar nada.
Exatamente, aqui quem deixa legado escrito são os jornalistas, como o próprio PVC, Mauro Beting, etc.
E são os que a molecada menos quer ouvir (ou ler mesmo)
Cara, é quase um crime isso
Nós devemos estancar essa sangria o mais breve possível, com o que se tem disponível no Brasil e trazer escolas complementares à nossa (como por exemplo, a escola argentina, italiana e hungara).
@@Geraçao-Filhos-do-7a1 molecada ja acha que n tem que aprender a escrever só porque quer virar jogador, imagina pensar deixar teoria registrada
Ja leu o livro do abel ferreira?
Essa resposta não é só sobre futebol, é sobre modelo de sociedade, sobre educação. Há um crescimento de uma parcela que quer exatamente isso, podar os diferentes. É um perigo que precisa ser levado a sério.
2 vez que venho comentar algo tão lúcido seu irmão exatamente essa e resposta e um tapa de mão aberta até pra sociedade querem podar o diferente sempre o que não está na manada!! Que não tem as mesmas visões, os mesmos jeitos e o principal os que não tem o mesmo vocabulário!!! O diferente hoje em dia tem que ter muita personalidade pra se segurar nela!! Pq pra podar tem muitos
Dá pra desenvolver esse raciocínio de várias formas e fazer várias correlações com a sociedade E O SISTEMA, principalmente, em que vivemos. Em nome do lucro abrimos mão de qualidade de vida, de saúde, de indivíduos... da mesma forma o futebol, buscando o controle dentro E FORA de campo, abre mão da criatividade, da individulaidade, de culturas e visões diferentes. Esse controle que, a meu ver, é não só fordista mas também pode beirar ideais fascistas que a europa adora flertar frequentemente. Mantenha a ordem, não pense demais, controle o jogo, não existe beleza no diferente, faça só o necessário, enfim. Paralelos do futebol com o capitalismo tardio e vice-versa. É importante não só identificarmos essas problemáticas dentro e fora do campo, mas expormos sempre que necessário. E claro, buscar soluções e fazer o possível para executá-las.
@@vfljqkndsgphsjn concordo demais irmão
Essa resposta do Lillo, que eu também não conhecia, me fez sentir uma certa agonia e acaba fazendo muito sentido quando colocamos esta frase ao lado da votação de melhor do mundo. Cara, faz muito sentido o Rodri vencer agora e não o Vini. Venceu o melhor operário do mundo!
Para muita gente o diferente, o inusitado, o irreverente faz sentido apenas em vídeos nostágicos de "olha como o jogador X era habilidoso!" e o que importa é ter aquele operário que faz a bola girar mais rápido sem perder ou entregar pro adversário...
VC foi cirúrgico no entendimento e no comentário.
Muitíssimo obrigado Fred! Pela abrangência informativa, coerência e constância, no seu trabalho! Você é foda! Sucesso e saúde!
Vídeo bom pra caralho
Se a CBF não parar pra analisar oq é o Futebol brasileiro e formar técnicos com base na nossa cultura de futebol dentro do campo (Oq fez a gente ser o maior campeão dessa porra) a tendência é nos sermos apenas mais uma seleção genérica
Até a AFA que é uma bagunça absurda tem uma cultura de formação de técnico e a gente não tem absolutamente porra nenhuma
O Brasil ganhou as Copas de várias formas, não teve essa de só "estilo brasileiro" 4-2-4, 4-4-2, 3-5-2, 4-2-3-1
Espero muito que isso se resolva de agora em diante já que tá na cara que nenhum técnico brasileiro hoje em dia tem calibre pra seleção.@@hanzo99120
Parafraseando VSR, vi um vídeo dele ontem falando isso repetidamente:
"A CBF faz política, a CBF não faz futebol"
É triste, mas é verdade. Os caras levam um técnico, ele que se foda com o futebol, eles só querem saber de se reeleger na próxima eleição, atender os pedidos dos empresários e se perpetuar no poder.
@@makeyourbeat2572 Com esses caras o futebol brasileiro não tem a menor chance de dar certo
Creio que tem um ponto importante que é a mudança de mentalidade no país sobre como a tática é importante, mas isto vem desde 1990 com Lazaroni e o uso do libero. Note que o Parreira, Scolari e outros técnicos brasileiros foram adeptos da ordem, incapazes de fazer com os meias mais capazes tecnicamente jogassem nos esquemas planejados - Rai, Djalminha e Alex para entrada de bons jogadores como Zinho e Kleberson. Sem juízo de valor, mas sobram PVC e faltam Tostão na análise do jogo em mesas redondas. Os técnicos hoje, mea culpa de corintiano que sou, são formados na escola gaúcha e faltam mineiros a la Tele Santana ou revolucionário Zagallo, que é importante como jogador e técnico. Sem falar que os clubes assumindo que são meros formadores e vendedores gestando jogadores pra posição da moda e não pra necessidade dos plantéis. Em fim, o futebol brasileiro assumiu o que é a economia brasileira: eterno mercador de commodities.
Esse é um fenômeno que contagia até os torcedores. Quantas vezes eu já não vi torcedor reclamar de demora em passe de zona neutra (aquele momento que o volante vai buscar a bola na zaga e fica esperando a melhor opção), só por uma ansiedade em ver a bola sendo passada, geralmente sem muita eficácia e criatividade, coisa típica no meu São Paulo kkkkkkkk Precisamos reformular a forma do jogador Brasileiro jogar e pensar, precisamos capturar mais a nossa criatividade e beber menos da cultura europeia do pragmatismo. Já tentamos isso há muito tempo, e se não fosse pelo improvisador nato (Neymar), nem sei se chegaríamos nos mata mata das copas de 14, 18 e 22, pois não temos isso no nosso DNA. Basta colocar um brasileiro qualquer pra fazer uma série de trabalhos padronizados, em menos de 5 dias esses processos irão mudar, pois por natureza cultural adaptamos as coisas a nós e não o contrário
Você também é um personagem fascinante, Fredão!
Perfeito. Uma coisa que acontece é mta gente cobrar gols de ZAGUEIROS, VOLANTES E MEIAS, como se futebol fosse só isso, como exemplo.
Aí vc vai pra base, o jogador n pode usar a sua indivudualidade, isso tbm entra na discussão de como a base é trabalhada, que puxa sobre a cultura de resultados acima de qlqr coisa do nosso futebol, que tbm puxa outra coisa e assim por adiante.
É um debate que começa e vai longe, até em questão de siciedade tbm.
Ótimo vídeo
Que conteudaço! Parabéns, Fred 👏🏼👏🏼👏🏼
E acho que pode dar muito bom você trazer outros colegas pra esse debate
Que surreal, se o cara que se arrepende de colocar o futebol em 'moldes prontos' pensa e diz isso publicamente, como isso não é mais falado?? Bizarro. Obrigado por compartilhar, Fred, estou de total acordo, ótimo vídeo.
A questão da fala dele (e ele mesmo ressalta isso) valer inclusive pra educação de um modo geral é, sem dúvida, digna de reflexão. Vídeo muito bom!
Salve Fred, vídeo fantástico!!! Acho que você é o primeiro jornalista que vejo falar sobre essas questões em nosso futebol. Existem vários pontos pra se destacar sobre esse futebol uniforme mas vou dizer apenas um que acho primordial: a questão financeira. Dentro da formação de jogadores brasileiros, se “abandonou” o futebol e se fixou no que vende mais para a Europa (os pontas). Como a maioria dos clubes estão ou estavam quebrados, além de toda questão do “jeito Guardiola”, entra muito às cifras que os europeus estão pagando pelos pontas. Um comparativo que faço é com Argentina e Colômbia, dois países que não se adaptaram a essa questão e criam jogadores incríveis na última década (em sua maioria meio-campistas) como James Rodriguez, Quintero, Mac Allister, Enzo e cia. Além de utilizarem outros esquemas de jogo, como é o caso do 4-3-1-2.
Já vi o PVC abordar esse assunto. E até mesmo o Luxemburgo (apesar de toda polêmica e resultados fracos das últimas décadas).
Eu penso que quanto mais o futebol foi se estabelecendo como produto, times foram buscar padrões de jogo mesmo que diferente daquilo que eles são. Com o foco em ganhar a competição mais para melhorar seu produto que hoje é o clube, não o futebol do clube.
Penso da mesma forma. Quem já viveu em ambiente de administração/gestão de empresas, sabe como as coisas funcionam. Tudo funciona à base de padrões, de como as coisas são feitas em locais de sucesso; sempre paga-se por consultoria ou contratação de gestores de outras empresas para que implementem na empresa o que é feito em outros lugares. O futebol brasileiro não é diferente, um exemplo disso é a contratação de técnicos estrangeiros para os clubes brasileiros; mais que ficar tentando aplicar o "futebol europeu" aqui, melhor importar logo técnicos made in Europa.
Sensacional! Sempre com qualidades!!!
Vídeo fantástico e fundamental pra essa geração do futebol.
Fred, muito obrigado por ser tão especial!
Eu sempre penso nisso, só não conseguia organizar tão bem as ideias como você e o queridíssimo Juanma Lillo, outra figura que também já admirava. Hoje, a seleção só quer convocar os jogadores das grandes ligas, com futebol similar. As seleções consideradas "diferentes" já não mais se destacam, como a arte da brasileira ou a luta da italiana. E na última Copa do Mundo, quem venceu, foi quem conseguiu fugir da caixa, trazendo novamente um sistema aguerrido, briguento e incessante; foi quando Messi deixou de ser o craque de La Liga, e começou a bater, brigar, xingar e "incorporar Maradona".
Atualmente, os times jogam da mesma forma e quando um foge, ainda que minimamente, se destaca. Talvez dure uma temporada, meia, duas, não sei. Mas foi o que aconteceu com o Bayer Leverkusen de Xabi Alonso, o que está acontecendo com o Barcelona do Hansi Flick, com o Real Madrid de Zidane e tão expressivamente com o City de Guardiola e o Liverpool de Klopp. Os dois se mantiveram no topo, justamente por não repetir todos os padrões que os demais buscam. E, digo mais, não buscar estes padrões é o que torna Antonio Conte tão bem sucedido ao reformular equipes e recriar estilos de jogo, como fez no Chelsea, Inter e agora no Napoli. Tuchel venceu uma Champions League dando sequência ao seu projeto, bem como Inzaghi se destaca tanto (claro, ambos tem muitos méritos, principalmente o italiano).
Penso também que alguns grandes treinadores são "engolidos" por essa realidade, como José Mourinho. Considero o português o maior "recriador" de times, pois, se analisarmos, o Real Madrid ainda joga sobre todo o alicerce que ele construiu, em 2010/11. Mudaram-se alguns nomes, formação por algumas vezes, de dois para três atacantes, falso nove, dentre outras particularidades, mas a base ainda é a dele. E Mourinho nunca montou os seus times olhando para outro, ele sempre criou, de fato. E isso tornava o Guardiola x Mourinho tão fascinante, pois eram completamente opostos e times montados direto da criatividade e inteligência de ambos os treinadores, gênios do esporte. Nesse mesmo direcionamento, vimos Guardiola x Klopp x Ancelotti, ser tão fascinante. Mas isso está cada vez mais raro.
Falando da mais alta elite do futebol, ainda temos dificuldades de encontrar exceções, imagine de países com níveis mais baixos. Pegando como exemplo o Brasileirão, podemos observar com total clareza esse problema. Quem são os melhores treinadores do Brasil hoje? Tite, Renato, Diniz Ceni? Suas características até mudam, mas no fundo, todos parecem caminhar em busca do mesmo encaixe. Talvez Diniz ainda mude um pouco, por isso sempre o veem com tanto expectativa, mas assim como Xabi, Flick e esses grandes projetos, tem dias contados. Diniz e Renato venceram a Libertadores com facilidade, jogando muito, mas quanto tempo durou o sucesso do time, após? Quando tempo vai demorar para os clubes se adaptarem a essa linha de impedimento genial do Flick e a anularem, o obrigando a jogar como todos os outros?
O Brasil é tão escasso de treinadores, que qualquer europeu chega e se destaca. Jorge Jesus nunca foi um grande treinador na Europa, mas dominou o Brasil de ponta a ponta. Abel Ferreira sequer treinou um grande europeu, mas se tornou um dos maiores da história do nosso país. Luis Castro, Artur Jorge, Ramon Diaz, Bruno Lage, tantos outros, nunca fizeram nada de especial, nunca foram grandes destaques, mas aqui se mostram muito acima dos demais. Penso que talvez isso aconteça porque os nossos passam tempo demais tentando copia-los, que se esquecem de criar.
É preciso entender que, se for para fazer o mesmo, os clubes sul-americanos sempre serão mais fracos que os grandes europeus, por isso não temos mais chances de vencer um mundial. E, desse modo, por que termos um treinador brasileiro na seleção? O que faz Dorival, senão tentar se encaixar bem no sistema uniformizado da Europa? É melhor termos o Jorge Jesus, que já tem esse estilo. Luís Castro ou qualquer outro. Hoje se mostra quase impossível pensar em vencer sem ter dois laterais rápidos e fortes, um meia que minimamente distribua bem as bolas e atacantes mais móveis. O futebol europeu desse século basicamente se vence com o meio-campo e desse modo, Casemiro-Kroos-Modric, Busquets-Xavi-Iniesta, Rodri-Gundogan-De Bruyne foram os mais vencedores. É protocolar, praticamente sempre vai seguir desta maneira. Liverpool tinha o melhor trio de ataque do mundo, mas o meio ainda não era tão bom. O Arsenal só começou a brigar, realmente, com o City, quando conseguiu contratar o Rice, para juntar com Odegaard. E todos sabemos que podem se tornar o melhor time do mundo se levarem o Kimmich, para fechar o trio.
Mas qual é a graça disso? Precisamos ter mais do que um time por ano fazendo a diferença. O Bayer do Xabi não durou uma temporada, no final da última já estava sofrendo vários gols, até ser massacrado na final da UEL. O Bayern do Flick também não durou um ano inteiro. E os projetos do Conte, que parecem ter um contrato já estabelecido de servirá apenas para dar um título novamente ao clube. Precisamos valorizar trabalhos como o do Dino Toppmöller, no Frankfurt (que inclusive, é filho de Klaus Toppmöller, que teve um tríplice vice com o Bayer, ficando em segundo na Champions, Bundesliga e Copa da Alemanha), ao trabalho do Sebastian Hoeneß, no Stuttgart e muitos outros, ainda que não conquistem títulos.
Outro ponto a ser debatido é a impaciência dos clubes com esses treinadores que buscam fazer a diferença. Não há como explicar a demissão de Julian Naggelsman do Bayern, líder da Bundesliga e classificado na Champions. E Thiago Motta, vai durar quanto tempo na Juventus, se os bons resultados não chegarem? Luis Enrique vai ter tempo para consertar aquele PSG quebrado? É difícil dizer. Mas um Erik ten Hag costuma agradar mais do que eles, pois faz o mesmo dos demais, ganha um título ali, um clássico aqui e parece não estar distante dos campões, servindo a todos pequenas doses de ilusão. Se Mourinho tivesse recebido a mesma confiança, tempo, espaço e investimento que ele, será que o United teria chegado nessa situação atual?
São muitos questionamentos e pouquíssimas respostas. Justamente por isso pessoas como o Fred e Juanma Lillo são tão importantes, pois se alguém encontrará resposta para todos os questionamentos que surgem quanto ao encaixotamento do futebol, são estes grandes estudiosos!
Fui descendo e perdendo a vontade de ler clk kskkk
Ótimos pontos de vista, acho que o futebol perdeu a essência principalmente a seleção brasileira por deixar de lado o futebol arte e leve que sempre tivemos, a cobrança excessiva talvez tenha alavancado as equipes a se tornarem mais previsíveis com esquemas táticos mais do msm. Muita coisa influenciou para o futebol de hoje e com ctz alguém vai dar um jeito como já vejo técnicos com bons pensamentos fora da caixinha onde talvez possa fazer o futebol de hoje em dia mais vistoso de se assistir, e sim, precisamos de técnicos com teorias malucas no futebol para talvez vermos mais equipes com um Dna único. Seria fascinante ver equipes totalmente aleatórias dentro de campo, cada um de sua maneira tentando fazer seus gols e encantando ou deixando confusos os torcedores. Seria muito 8 ou 80 acho que disso que os técnicos ou muitos dirigentes tem medo, e acontece muito hoje em dia principalmente no Brasil onde quando ganha você é um gênio e quando perde e burro e etc.
"A diferença entre um gênio e um louco é o sucesso."
- Elbert Hubbard
Queria trazer um ponto importante tbm com relação ao Tite.
No jogo contra a Inglaterra em 2017 ele não conseguiu vencer uma linha de 5 e empatou o jogo, antes de jogo o Brasil parecia algo natural e criativo. Dps vemos como o Tite tentou copiar o estilo do Guardiola e msm depois de perder uma copa ainda não foi o suficiente pra ele desistir dessa ideia.
Não te conheço, mas meus parabéns, que grande visão foi esclarecida nesse comentário. Eu simplesmente me sinto sendo atingido por um raio de lucidez. Você clareou tanta coisa na minha cabeça, me deu tantas respostas desse tópico. Trouxe questões quê realmente ja parei pra pensar, mas não dessa forma, e agora, com base no vídeo do Fred, na fala do Lillo e em sua postagem, irei procurar expandir minhas ideias não só futebolísticas, mas também humanas.
Genial mano. Eu sou fluminense e o Diniz é um cara louco, genial, mas louco. Eu entendo o estilo dele e as suas diferenças, o problema dele pra mim era a aposta em teimosias, jogadores fisicamente mal, porque pra ele o estilo dele não precisaria de jogadores fortes e rápidos e quando pegava um time estruturado e bem reativo tomava muitos gols.
Outra coisa, era o enfraquecimento do meio campo, tentando sempre jogar com 4 atacantes. Em 2022, quando ele montou um 4-4-2 com a bola, o Fluminense era melhor que o de 2023. Não atoa que por pouco não ganhamos o Brasileirão naquele ano, ficando em 3⁰ lugar.
Já em 2023, os times sul-americanos não conheciam bem o estilo e sofreram muito enfrentando, o que nos deu uma boa vantagem que conseguimos ganhar a libertadores com um elenco envelhecido, tendo apenas o André e o Nino como "carregadores de piano".
Agora em 2024 com a saída de um e lesão do outro, o time acabou. Além das decisões erradas com pré temporada e péssimas contratações, o Fluminense ficou extremamente vulnerável. Com o estilo dele mais manjado, ele ainda persistia em apenas uma maneira de jogar, e quando decidiu mudar, apostando em um 4-2-4 com bolas longas, o time não tinha qualidade e nem físico pra isso, desandou tudo. Fazendo apenas 6 pontos em 14 rodadas do campeonato, o que culminou na demissão dele.
Acredito que ele teria mais sorte na seleção, por conta do material humano. Mas quando esteve, estava dividindo atenções com o clube. Pra mim ele seria muito melhor que o Dorival, e hoje a seleção poderia estar com um estilo próprio, mas a paciência dos brasileiros costumam ser curta.
Que existam outros Diniz loucos e diferentes, é o que desejo pro futebol brasileiro.
Parabéns pela iniciativa Fredão! É um belo ponto de reflexão. Penso no que o Luxemburgo tem falado nos últimos anos, sobre a perda da essência do futebol brasileiro e de como nossos jogadores não têm mais naturalidade de movimentos como antes! Abraços!
Repetindo o comentário que eu fiz no vídeo sobre a bola de ouro: Para além do desrespeito ao Vinícius, o prêmio ter ido pro Rodri - por melhor que ele seja - deve ser revoltante porque é premiar um jogador que é o tipo ideal do futebol do Guardiola. Futebol que, na minha opinião, caminha para ultraracionalização e sabemos onde os europeus chegam quando vão ao extremo da sua racionalização.
Por isso a importância de debater esse tema e entender que essa ultraracionalização do futebol é sintoma de um problema que atravessa a sociedade de ponta a ponta e cria muitos dos problemas que temos.
Incrível como vejo sempre no futebol um exemplo de sociedade. Matar a subjetividade do futebol, principalmente do brasileiro, do qual os outros países corriam atrás para superar, é transformar esse esporte tão fascinante em outra coisa. Vejo que vivemos esse pós-futebol, que não deixa de encantar, só que este "outro esporte" está onde a tática superou o talento; onde o talento ainda existe, mas é suprimido pelo mecanismo tático. Alguns jogos só precisam de subjetividade e parecem duas máquinas se batendo em busca de gol. Obrigado pelo vídeo, Fred! Vou guardar as frases de Lillo e refletir mais uns meses. Porém sabendo que tudo está dito.
Esse vídeo gera centenas de questionamentos para além do futebol
Q vídeo fantástico, parabéns por ser esse jornalista incrível Fred ..❤
Que vídeo impressionante, uma obra prima que talvez seja o melhor que já tenho visto nessa plataforma. Você é genial Fred
Perfeito, Fred. Concordo em gênero, número e grau.
Em tempo, tem que abater quem inventou esse painel de publicidade que fica mexendo e tirando a atenção da entrevista
Fred tem o melhor conteúdo de futebol do UA-cam ❤
O melhor canal de futebol, não tenho dúvidas ❤
As escolinhas de futebol são grandes responsáveis pela formação de jogadores que só sabem jogar em dois toques. Têm dificuldade de domínio, não sabem chutar e muito menos driblar.
O que atenua esse problema é o futsal, que é onde os grandes craques começam.
Faz total sentido. Não há mais tanta variações de formas de jogar na premier league, é como se todos os times da premier league fossem uma derivação do estilo de jogo do Pep Guardiola.
Coisas que vão além do futebol muito bom trabalho Fred você é diferente mesmo o melhor que temos.
Precisamos de uma conversa(video) de 2h sobre essas questoões urgente!!! me despertou um certo gostinho do que seria essa profundidade.
Um dos vídeos mais IMPORTANTE do ano!! Obrigado!
Temos que resgatar a nossa ESCOLA de FUTEBOL!
Não conhecia o tal do Lilo, mas nessa curta aparição dele já achei ele um cara super gente boa
Deixa de drama e chantagem emocional no começo dos teus vídeos 😮 😂😂😂 amamos os teus vídeos vc e bom demais e qualquer vídeos e show ... parabéns Fred vc e fera
Como licenciado em Letras e entusiasta do futebol, endosso a belíssima declaração do Lillo: o processo educativo não pode se separar dos contextos socioculturais nos quais está inserido, e o futebol (sobretudo a categoria de base) precisa compreender isso, já que também educa. Ao uniformizarem-se as táticas, as mentalidades, não são criados times, mas réplicas, e todo jogador que não se encaixar ao modelo será tratado como peça com defeito. O movimento antropofágico precisa chegar ao nosso futebol. Sim, é importantíssimo devorar Guardiola, Klopp, Flick, mas, acima de tudo, é necessário (a partir dessas e de tantas outras visões) criar algo único. Redescobrir o Brasil.
nada na sociedade existe num vácuo, não é de se surpreender que, assim como a cultura global, o futebol também passe por uma homogeneização, que vai ser instaurada por quem quer que esteja mantendo o status quo, não por intenção maldosa ou algo do tipo, mas por pura inércia, lampejos dessa diferença aconteceram com o Diniz, e o que mais se fez durante o processo foi martelar a necessidade do resultado e não a possibilidade de mudança. O resultadismo, que no nosso caso, passa por algo que julgamos ser o mais seguro pra voltar a vencer, também vai nos manter presos nesse passado de glorias, que hoje em dia já estão em tons tristes e nostálgicos de sépia, como o Fred disse, homogeneidade na fabrica é importante, mas no espetáculo do futebol nos tirou a arte que fazia a seleção brilhar
Boa tarde Fred
Parece que o conheço pessoalmente mas não. Simplesmente pensamos de maneira parecida e a sua reflexão é a minha também. Primeiro que tudo dar lhe os parabéns pelo profundo Jornalista que você é...como alguém diz nos comentários anteriores, cada vez há menos. Sobre o tema estou completamente sintonizado com Lillo e não é só no futebol mas na sociedade em si. Hoje há a palavra globalização e isso traz para o bem e para o mal os seus defeitos.
Mais uma vez os meus sinceros respeitos e admiração pelo seu profissionalismo e profundeza nos temas abordados.
Daqui um Português de Portugal que se revê na sua preocupação.
Take care e muito obrigado pela coragem de expor temas de uma profundeza tremenda.
Muito obrigada e bem haja.
Eu sou professor, e esse tema é profundo. PARABÉNS FRED!
Ótimo vídeo fredao, realmente é de refletir-se!
Uma discussão muito interessante abre-se agora no futebol e na sociedade!
Um de seus melhores vídeos!!! Para pensar...
Um cara inteligente eh com uma visão moderna barra antiga ao mesmo tempo ele entendeu a simetria e o que te faz encantar no futebol!! Eh entender o diferente, o ser o diferente, eh em qualquer momento resolver pq e o diferente!! Estão aniquilando esse futuro "diferente" essa frase dele e sensacional!! "No fim das contas acabamos colocando todos na mesma caixa vão ser tão similiares que sentiremos falta do diferente" eh exatamente o retrato do futebol fizeram uma lavagem no povo!! Como se qualquer situação de jogo em qualquer circunstâncias tem que usar de base o 2 toques!! Isso destrói de uma maneira um futuro jogador com alta capacidade de improviso e criatividade absurda!! E como ele falou quando for exigido 2 toques!!, 1 toque tem que fazer!! Quando não houver necessidade NÃO TEM O PQ!!! A jogada não vai desenvolver nessa velocidade tão rápida que querem imprimir vai facilitar pro sistema defensivo já leram a jogada muito antes já conhece os caminhos pra neutralizar não vai andar!! A partir do momento que vc tem um jogador diferente que pensa diferente que joga de forma diferente esse cara e um perigo constante em campo as defesas ficam preocupados não consegue antecipar o que o cara tá pensando em fazer!! Num deslize um cara desse vai resolver o jogo e todo mundo sabe!! Sinceramente acredito que esse jogador talvez seja abolido a cada ano que passar do futebol!! E com esse cara extinto futebol cada vez mais vai rodar dentro de um contexto limitado, pouco criativo, pouco entendido, e pouco trabalhado
Engraçado q o futebol europeu mais bem sucedido é o jogado pelo real Madrid q é reativista e mesmo assim a gente tenta replicar apenas o café com leite do q se vê no jogo do pep… nem com as mesmas peças nem com a mesma qualidade tenta se replicar um único tipo de jogo ao invés de tentar adaptar-se às individualidades ou aos adversários…
presente
Um dos vídeos mais importantes do canal. Um jornalista que acompanha de perto o campeonato inglês, entrevistando o "pai do futebol de hoje" que declara estar arrependido do que fez. Fico triste por saber que pela idade, não saberei diferenciar o antes e depois.
Todo contato que tenho com o futebol arte é pelo que é disponibilizado do UA-cam, não é o mesmo. Espero que essa nova leva de jogadores/treinadores possam mudar esse cenário e dar mais espaço para o erro, a evolução construtiva e o principal: a individualidade. Tem jogo para todo mundo! Nem todo goleiro bom precisa ser bom com os pés, nem todo atacante precisa ser alto e forte para voltar para marcar e poder cabecear, o drible, a habilidade ainda são importantes na frente do gol, mesmo que a altura não seja a maior.
Que venha um regresso ao futebol arte, terei o maior prazer de levantar essa bandeira (ainda mais com relação à amarelinha ❤)
Lilo é o oppenheimer do futebol
Parabéns pela entrevista Fred, e parabéns pelas perguntas que você fez.
Por isso eu não canso de falar. O futuro do futebol Brasileiro está no seu passado. É um balanço entre a modernidade e a tradição.
Bom questionamento Fred, magnífico
Eu também tenho muito interesse na figura dela e esse debate que a coluna dele trás. Obrigado pelo vídeo, Fred!
Obrigada Fred, estava curtindo meu feriado, me recusando a pensar em trabalho (sou professora), e agora essa entrevista me deixou com várias pulgas atrás da orelha pensando sobre o sistema educacional kkkkkk. Parabéns pela entrevista.
Sou seu fã Frederico! Obrigado por tudo e por tanto que você faz para a gente... e para si mesmo ❤
Fred, faça mais vídeos assim.
Sugestão, vocês poderiam fazer um programa convidando profissionais com essa vivência, preparadores físicos, acadêmicos ou técnicos para debates de conteúdo futebolístico.
Líderes de performance das categorias de base.
Caso precise de contatos posso passar, apesar de que eu tenho que vocês já devem ter.
Enfim, só acho q irá enriquecer muito esse assunto e sair do sensacionalismo.
Vlw Fred
Quando Fernandinho foi perguntado sobre o técnico perfeito para o Athletico ele disse TRAGAM O LILLO!
Fred Caldeira adoro você e o seu trabalho!
Falta conhecê-lo pessoalmente, a Tate e Clara. Já conheci o Marcelo e o Quezada no PortoxBarcelona.
Mas o convite do "pica no chão" aqui em Guimarães continua de pé!
Grande abraço
Isso na verdade é um debate que foge até da esfera do futebol... " Se todos são iguais, uma hora precisaremos do diferente". Todo mundo pensar igual é ruim para quase todos os contextos de sociedade também.
Irretocável, Fred! Irretocável! 👏👏👏
Lillo é realmente uma pessoa especial. Não bastasse nos ensinar que Ohana significa família, agora traz essa pedrada que vai me deixar uns 3 dias pensativo.
E parabéns pela pergunta, Frederico
Essa é uma questão brilhante!
Ótimo vídeo. O luxa fala sobre isso a um bom tempo. E ele é tratado pela imprensa em geral como um lixo.
verdade , ele sempre informa q o campo aumentou 16 metros
Não por esse motivo ele é tratado assim, mas pela arrogância e confusão transmitida nas suas ideias
Fred como sempre trazendo um otimo debate, parabéns caldeira
Mano, que vídeo profundo. Parabéns, Fred!
E não estou me referindo só ao futebol!
Muito bom, Fred!
Muito bom o vídeo e muito boa a reflexão, Fred!
11:30 brilhante isso! Tbm percebo isso em várias coisas ao meu redor. Estamos deixando de ser autênticos, para atender às expectativas alheias
Saudações Alvirrubras de Recife-PE!!!
Muito bom video. Única coisa é que isso não é "culpa" do Lillo ou do Guardiolismo, o problema está nos outros que imitam. É mais facil fazer o que todos estao tentando fazer do que pensar fora do padrao.
Isso vale muito para os tecnicos brasileiros, quais voce olha e ve taticas totalmente diferente? Ou parecem todos iguais e por isso trocam toda hora de tecnico, pouco muda no treino e no jogo mas alivia um pouco a pressao.
Te amo, fred!
Ótima reflexão, Fred! Creio que essa uniformidade deixou nosso futebol medíocre, mas para as potências europeias é ótimo contratar talentos daqui que foram formados com base nas mesmas ideias de lá, facilita a adaptação, minimiza o risco em troca da perda do melhor que temos no nosso futebol. Sorte que ainda temos alguns jogadores com personalidade que não deixam essa essência se perder completamente. Para finalizar queria dizer que deveriamos incentivar mais os técnicos que lutam contra isso, ao invés de chamá-los de loucos.
ST
excelente video Fred.
Muito bom irmão!!! Tu é brabo.
Fred, to terminando meu mestrado em filosofia pesquisando sobre constituição dos sujeitos e subjetividades (no plural mesmo porque, historicamente houve um esforço grande de tornar esses conceitos em questões universais, é aí ta a critica da pesquisa, e do Lillo). Essa questão da muito pano pra manga kkk, mas a chamada principal que fica é que não precisamos de modelos de sucesso, precisamos da diferença, da criação e mais doq tudo, da imaginação pra construir o novo.
Grande vídeo! Grande Lillo, vou procurar mais sobre essa fera, genial!
O Frederico trouxe a tona o que o Luxemburgo vem falando há alguns anos já
Excelente vídeo com um tema que tem que ser levado mais a sério como você bem colocou aqui. Uma análise bem superficial do que eu acompanho aqui, é a junção do imediatismo, dá má formação do atleta e da venda precoce de cada vez mais jogadores que nem fazem base aqui e já é vendido. Acho que isso dá uma explicação do pq revelamos cada vez menos jogadores com grande destaque. É só ver que hoje em dia a equipe que mais consegue revelar bons jogadores é o Palmeiras, primeiro passando pela ótima restruturação que eles fizeram na base, mas se for olhar bem nem eles mesmo conseguem segurar as suas jóias e trabalhar da forma correta. A decorrência disso é tendo um campeonato com cada vez mais estrangeiros e tendo pouquíssimo destaque pra nossa base
Que riqueza de vídeo.
É interessante como os bons jogadores antigos relatam sobre os treinadores que os orientaram. Neles há uma unanimidade sobre a normatização da liberdade e sobre os exemplos de execuções de jogadas. Além disso, parece que o entendimento sobre o treinamento era bem diferente. Já vi o Djalminha falando que para ele a defesa deve ser bem arrumada, já o ataque precisa de uma bagunça organizada, ou seja, o gol precisa da inventividade. Certamente existe algum ensinamento mais profundo em tudo isso.
Rica Perrone fala sobre isso há algum tempo.
Rica Perrone não é alguém para ser levado a sério
@@LuizEduardoSr.o Benja, o Mauro César, o Neto, o Mauro Beting é quem são né 🙄
@@franklinlima7971o Mauro Cezar do antigo testamento sim, época da ESPN ele só dava canetada.
Opa Fred, se possível faça um vídeo maior e abrangendo mais informações dessa fala, detalhando os "cacos".
sou de origem pobre, mas fiz faculdade de letras pela UFC, lá descobri o que era sociologia, psicologia e outras ciências que desconhecia. Foi lá também que aprendi que pra ser "original", é preciso conhecer o que já existe. A própria natureza da sociedade tente à uniformidade, coisa que se estende ao futebol, os "fenômenos", os fora da curva, sempre existiram e sempre existirão, a questão é, é preciso conseguir potencializá-los. O futebol no Brasil, ao meu ver, tem como um dos maiores problemas, o nível dos técnicos, em sua grande maioria acreditam tanto em seus conceitos que não evoluem, não se devolvem. Percebam o fato, os estrangeiros têm sido os melhores técnicos em atividade no Brasil, Jorge Jesus, Abel Ferreira, Voivoda, Arthur Jorge. E notem, esses são técnicos medianos para o mundo do futebol, e aqui eles dominam.
Só de ter dito, ou resumido a declaração em "O Fordismo do futebol" já foi uma virada de chave daquelas. Todo mundo vê no Guardiola um case de sucesso e todo mundo agora quer seus times jogando como o do Guardiola (uns mais que outros, vide o Dinizismo) e ficou nisso aí, todo mundo uniforme, conformado à um padrão de jogo que talvez não seja o melhor pra si, mas para o coletivo, "o prego que se destaca toma martelada" - exceto se o dito prego for um atacante tido como genial por sua **individualidade** (e por extensão, seu não-conformismo à norma "ortodoxa" do futebol moderno), exemplos como Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, ZLATAN IBRAHIMOVIC vem à mente.
E as vítimas desse novo padrão de futebol são os jovens jogadores que se veem forçados a serem o que não são, exemplo: por mais maravilhosos que foram em suas épocas, e por mais que a seleção precise de caras assim, quanto tempo levaria para termos reais substitutos de Dani Alves e Marcelo, se é que um dia os teremos?
Agora, se invés de procurar uns laterais "ponta a ponta" , zagueiro artilheiro, meias e volantes goleadores, a gente (técnicos, mídia, especialistas de boteco e comentaristas de youtube) e os atletas ficassem no básico que sabem e são excelentes, e não procurar ou forçar funções adicionais pra engrossar currículo, acho que o jogo fluiria melhor. Quanto à atacantes voltarem pra ajudar na defesa, isto tem que acontecer mesmo, a época de ficar jogando na linha de impedimento esperando passe o dia todo se foi pra nunca mais voltar, é um privilégio pra grandes atacantes próximos da aposentadoria, os jovens que corram atrás da bola como sempre.
nunca ouvi falar vou conhecer lillo agora.😂
Uma resposta maravilhosa para uma pergunta oportuna e certeira! A resposta cabe várias reflexões futebolísticas e sociais. A eleição de Rodri em detrimento a Vinicius Jr reforça essa ideia, premiando o padrão e não o diferente!
Muito importante o povo brasileiro parar pra pensar sobre isso, nem vou dormir hoje 😅
Ótimo vídeo. e fica ai o questionamento éramos copiados no passado não muito distante e agora quem diria somos nós tentamos copiar tudo lá fora...
Fantástico Fred, as vezes os personagens com menos midias, são as cabeças pensantes do futebol.
É o que vemos com Rangnick, Bielsa, Lillo.
E é muito bacana ver um dos pais do que se considera de melhor no futebol moderno criticar a padronização.
Vídeo espetacular!
Bom dia fãs do Fred ❤
O Ajax do Farioli tem feito isso muito bem, acelera quando precisa e para o jogo também quando precisa,mas sem ficar fazendo cera.
Pra mim, Fred é um dos melhores jornalistas do mundo e vídeos como esse, a pergunta feita a Lilo o atesta plenamente. Um dos poucos na midia hegemônica cuja sensibilidade permite falar do futebol para além das métricas, do rendimento, das grandes cifras e do esporte como produto da industria cultural, o que muita vez faz com que se fale desse patrimonio cultural do mundo desprezando precisamente aquilo que nos apaixona nele. Há muito a ser dito e desdobrado. Se eu, pretensa e talvez ridiculamente puder contribuir com meus poucos centavos, me atentaria ao trecho em que se diz de como noso futebol foi vitimado por essa ideologia. Infelizmente, vivemos sob uma metafisica, um fetiche do vencedor. Nos acostumamos a acreditar que o vencedor é quem está certo, de cuja perspectiva devemos contar a história e, como Deus é o dinheiro nesses tempos, para além do culto do vencido, também somos encilhados com perspectivas reduzidas, autoritárias e penosas do que é vencer. Quando toda essa ideologia, esse caldo bem-pensante do nosso tempo encontra no metodo de Guardiola uma linha de produção de vitórias, se acelera o processo de fetichização dentro do futebol, porque por dentro. Ora, quando bons jogadores são mercadorias valiosas, grandes investimentos, promessas financeiras promissoras aos investidores, ja estamos falando do culto do vencedor. A diversidade dentro do proprio jogo, no entanto, quebra e nos lembra de que o que acontece no interior das quatro linhas é mais bem outra coisa. Se, porém, se encontra uma forma de mesmo ali onde o jogo acontece impor a lógica que só quer narrar o melhor - e já deveriamos haver desconfiado ha muito do que significa ser o melhor - então, efetivamente, o futebol se fere de morte nas suas dimensões expressivas, culturais, sociais e integradoras e passa a ser mais um campo de competição apenas, mais um suporte pra veiculação das narrativas celebratórias e alienadas da força construtiva do futebol.
Aceitamos isso. Foi quando, com o 7 a 1, decidimos que o Brasil já havia acabado. Não é coincidencia que tenham surgido no mesmo periodo, no interior da massa de brasileiros, um sentimento geral de desidentificação e descontentamento em relação às bases do que era o Brasil. Infelizmente, seguiram-se os anos e as forças que souberam manusear esse impulso foram aquelas que odeiam aquilo que o Brasil tem de mais autentico, telurico, próprio e real.
No ambito do nosso futebol, o que se seguiu foi a implementação do futebol posicional que, nos momentos chave, não pôde ser criativo o suficiente pra nos fazer passar das quartas, da semi de uma copa do mundo. Em âmbito doméstico, vimos os estaduais começarem a ter a legitimidade da sua existencia questionada, pois atrapalham os grandes atores do teatro da glória esportiva.
Quanto à forração de atletas, exportamos pontas porque para o modelo de jogo europeu são nessas posições que o Brasil produz as melhores peças. É uma flagrante transferencia de recursos que só fica mais desastrosa quando vemos joias como Endrick, Vitor Roque e Estêvão se transferirem tão cedo para o velho continente, deixando aos torcedores brasileiras a apenas promessa de um fim de carreira por vir, como se ganhar algo em nossas terras fosse o prêmio final, a ultima etapa do que realmente importa: ganhar uma champions.
Se, por um lado, perdemos a identificação com nossos jovens gênios, mesmo eles deixam de se identificar com o futebol que queremos ver, basta ver a resistência do esquadrão de Diniz às ideias que trouxera.
Há muito a ser desdobrado. Mas existe esperança, dentro da várzea, no futebol que pulsa e resiste à commoditificação de si, como onde ele já é mercadoria. A chegada de Memphis Depay, embora sintoma da adesão e submissão do nosso futebol ao teatro esportivo hegemônico, carrega consigo uma potencia gigantesca ao passo que se trata de um craque que, num futebol como o nosso, pode desfilar seu virtuosismo e beleza, inspirando outras formas de jogar. E mesmo o palmeiras, time financiado por um banco que incorpora até os ossos a ideologia da eficiência, garante na formação de suas jovens a possibilidade da invenção, da diversão e da retomada, noutros termos, noutros tempos, aquilo que nosso futebol tem de mais próprio. Bem, as contradições estão postas, vide a própria postura de Lilo. Basta sabermos crescer com/entre e através delas. O futebol vai mudar quando o faça o mundo, mas mesmo o futebol muda o mundo. Há muito a ser desdobrado. Façamos a mensagem ecoar!
Esse sentimento e a discussão que o Fred aborda nesse vídeo tocam em camadas muito profundas. Até mesmo em jogos de futebol para videogame, o estilo tique-taque e os dois toques acabaram com a versatilidade das jogadas. Por exemplo, no eFootball, jogo eletrônico da Konami que costumo jogar bastante, os dribles praticamente não existem mais. Em versões mais antigas, era possível driblar o goleiro e havia uma individualidade maior entre os jogadores. Hoje, tudo parece frenético e mecânico, como um jogo de pingue-pongue, e não de futebol. O drible quase não faz mais parte do esporte.
O que importa são passes rápidos, jogadas de dois toques e bolas enfiadas. Recentemente, muitos acharam interessante o Raphinha ter driblado o Neuer na goleada de 4x1 contra o Bayern de Munique. Isso só reforça o problema do futebol atual, onde se tornou tão pouco ver um jogador driblar o goleiro que quando acontece é algo fora da caixa. Até os videogames não oferecem mais esse recurso como algo padrão do futebol. Por quê? Porque o futebol se tornou um esporte de passes coletivo. Não é mais de agilidade e valorização da individualidade. Quantos jogadores, ao invés de driblar o goleiro, dão apenas um chute seco ou fazem o básico, sem arriscar?
A plasticidade, aquela alegria de ver jogadores se divertindo com a bola no pé, quase desapareceu. Por isso, valorizo jogadores como Viní Jr, que, mesmo com dificuldades, trazem aquele gostinho do futebol que amamos, como era nos pés do auge de Neymar, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros brasileiros que encantaram os campos.
Fred vc está certo. Veja a mudança de posição do Raphinha no Barcelona. Saiu da ponta , virou meia e seu rendimento melhorou assustadoramente.
Quando comecei a fazer meus coaching badges na London F.A. em 2012 (fiz level 1 e 2 de futebol e 1 de futsal), fiquei impressionado que em 0 aspectos se trabalha a parte cultural do jogador. Me explico, a F.A. estava educando treinadores (educadores) a jogar o futebol estilo tiki taka que era a moda na epoca. Sem respeito da cultura local, não se avança. Não sei se tu viu o video do diretor da base do Palmeiras em um podcast falando do papel do 10 e como tem sido colocado de ponta, achei interessante e é o que tenho visto no futebol de base tambem por aqui (estou treinando um clube na França, agora). Abraço Fred, baita video como sempre e que se criem discussões sobre o tema, precisamos voltar a ser o pais do futebol!
salve mano, sou apenas um entusiasta do tema como fã d futebol apenas mas vc q ta inserido no contexto pode me dizer, ate pegando vc como exemplo, se dentro dos modelos d treino e jogo o treinador possa ter autonomia d trabalhar respeitando o contexto cultural?
A Inglaterra, matou o Winger tradicional,o box tô box, na Itália mataram o tetraquartista, e o segundo atacante,e na base o 433,do Barcelona, muitos clubes reproduziram, lá é cultural.
Agora vou dizer algo que pensei que nunca diria: Ouvi isso antes de Luxemburgo
Triste, mas torcer pra a seleção atualmente é somente através de memórias nostálgicas; anteriores ao nascimento da maioria de quem está engajado.
De Mocambique!
Eu tenho 24 anos, feitos a 2 dias, curiosamente, enfim.
Meu ponto é, já assisti muitos jogos da seleção brasileira, depois da copa de 2010 que foi a primeira que eu me lembro, o Brasil me encantava, eu adorava assistir todos os jogos e torcer, cantar, comemorar. Gostava da maneira como a gente entrava em campo com vontade, garra.
Também já assisti muitos jogos antigos, de copa e qualificações, o nosso futebol era unico.
Ainda continuo assistindo todos os jogos por querer muito que a seleção seja campeã outra vez.
Ainda não superei 2014.
Se a copa de 2010 foi sua primeira, desculpa mas vc nunca viu uma seleção brasileira jogar com garra😂
@@fabianocorso9006goste ou não mais foi a melhor seleção em desempenho desde a seleção de 2002
A seleção de Dunga era mais parecida com o padrão europeu, principalmente com o padrão da época (Mourinho e Capello). Jogava recuada e tentava explorar rápidos contra-ataques, também tinha dificuldades de propor jogo (uma das críticas mais pesadas feita ao Dunga). Era muita transição e pouca armação.
A última seleção brasileira mais parecida com o futebol praticado pelos times brasileiros num geral era a de 2006. Era uma marcação mais centrada no meio de campo e não na defesa, era uma seleção que jogava mais cadenciada e com passes (geralmente 3 ou 4 toques antes de passar a bola) mas também muitos dribles, puxadas, mudanças de direção; também era uma seleção que costumava acionar bastante os atacantes (o centroavante, principalmente, e o segundo atacante), o que era diferente de hoje em que os pontas são os mais acionados.
Cara que vídeo bom!
A resposta dele é algo que precisava de fato ser dito por alguém do porte dele. Tá ficando tudo pasteurizado, padrão, os times muito diferentes são mais raros pq a primeira coisa que se faz com os criativos é podar. Inclusive tá acontecendo isso com o Savinho no city aos poucos. Daqui uns meses desaprende a dar uma pedalada, vai puxar pro fundo e cruzar por 90 minutos.
Excelente e pertinente vídeo.