Mensagem do Presidente da República a propósito da realização das Eleições Legislativas

Поділитися
Вставка
  • Опубліковано 16 жов 2024
  • O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu uma mensagem aos Portugueses a propósito da realização, no dia 10 de março de 2024, das Eleições Legislativas.
    “Portugueses,
    Terminou ontem um longo período pré-eleitoral e eleitoral, que permitiu Congressos e Convenções, eleição ou confirmação de líderes, apresentação de programas, realização de entrevistas e debates, nacionais, regionais e locais, além de ampla difusão de pessoas e posições, através de clássicos, novos e novíssimos meios de comunicação.
    Tudo com o objetivo de motivar e mobilizar a decisão dos Portugueses. Tudo com a certeza de que ninguém - pessoa ou instituição - pode substituir ou sequer condicionar, o sentido final da vontade popular.
    Olhando para estes meses, é possível encontrar muitas semelhanças entre o que dominou as eleições de 2022 e o que domina as de 2024.
    Em 2022, as preocupações eram três, duas claramente expressas, outra tratada a meia voz.
    Expressas, eram - uma - a recuperação da economia, depois de dois anos de COVID-19; - a outra - os efeitos dessa recuperação na vida das pessoas, em particular no seu poder de compra e na saúde, que tinha tido de adiar cuidados pela urgência do combate à pandemia.
    Não expressa, era aquilo que, então, no meu apelo ao voto, chamei agravamento das tensões internacionais. Por outras palavras, o medo de que a paz falhasse e a guerra ocorresse na Ucrânia.
    Hoje, sabemos que a guerra atingiu a Ucrânia e o seu povo, vinte e quatro dias depois das eleições de 2022 e ainda dura, que provocou nova crise económica - sobretudo no galope dos preços -, que outro conflito se agravou no Médio Oriente e que tudo isso travou a desejada recuperação e atingiu severamente a vida das pessoas -, hoje, as três grandes preocupações são muito semelhantes às de 2022.
    Duas, expressas. Uma terceira, pensada por todos mas falada por muito poucos.
    As duas expressas são - uma - a urgência de acelerar a recuperação da economia, sacrificada pela guerra em 2022, reiniciada em 2023, mas, agora, à espera do que se passe no mundo e na Europa; a outra - os efeitos desse compasso de espera, provocado pelas guerras, na saúde, na habitação, na educação, noutras áreas sociais, para os mais jovens - sobretudo o desemprego - para os menos jovens - sempre a garantia futura das pensões e das reformas.
    A preocupação quase silenciada, ou falada a meia voz, mas que acaba por determinar tudo o demais, é: o que se passará lá fora, este ano e nos anos seguintes? Nas eleições americanas, nas eleições europeias, no que significarão para a guerra na Ucrânia, o Médio Oriente, as tensões no Mar Vermelho, a economia mundial e, novamente, a subida de preços e o custo dos juros.
    No fundo, aquilo que é decisivo para o arranque da economia, para as condições de vida de todos, especialmente os mais pobres, os mais excluídos, os mais dependentes. Mas, também, para a defesa nacional e para a segurança, e para outras instituições soberanas, como a Justiça.
    Em tempos de guerra e de insegurança, olhar também para estas áreas mais expostas ao ambiente vivido e das quais os Portugueses mais esperam certeza e previsibilidade, é muito importante.
    Portugueses,
    Em tempos assim - nos quais as guerras vieram relançar guerras económicas e sociais, que esperaríamos ultrapassadas pelo fim da pandemia -, é nesses tempos que importa mais votar.
    Mesmo para aqueles que, nos últimos meses, não prestaram atenção ao que se passa lá fora, até porque já vivem suficientemente apreensivos com o seu dia a dia cá dentro, é, nestes instantes, que mais importa votar.
    Tal como para os muitos que se afastaram, que se cansaram, que se desiludiram, é em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar.
    Em 2024, passam cinquenta anos do 25 de Abril e quarenta nove do primeiro voto direto de todas as mulheres e homens de mais de dezoito anos em séculos de vida de Portugal.
    Fecha-se um ciclo de meio século da nossa História, abre-se outro, com novos desafios, novas exigências, novas ambições, mas sempre com os mesmos valores: Democracia, Liberdade e Igualdade.
    Porque os tempos são mesmo muito difíceis - lá fora e, por isso, cá dentro.
    Porque nesses tempos - baixar os braços é sempre a pior solução.
    Porque um voto desperdiçado, quando mais fazia falta, nunca é compensado por outro voto, mais tarde, porque o tempo não pára, e, muito menos, volta para trás.
    Porque só o vosso voto decide, só o vosso voto escolhe, só o vosso voto é a palavra final.
    Não é a vontade de mais ninguém no nosso País, é a vossa vontade, é o vosso voto.
    Por tudo isto, e ainda por ser este um momento de dar nova vida, em estabilidade e em segurança, à nossa Liberdade, à nossa Igualdade e à nossa Democracia, apelo ao vosso voto.
    A pensar no vosso futuro, no futuro dos vossos filhos e dos vossos netos.
    A pensar no futuro de Portugal.
    Muito boa noite.”

КОМЕНТАРІ •