eu me graduei em psicologia com mais de 56 anos, foi a realização de um sonho e uma guinada profissional e cá estou a toda vapor, fazendo cursos, pós, atendendo. Tenho 62 anos e "minha época" é hoje.
Uau! Essa frase "minha época é hoje" me pegou aqui. Gostaria de acrescentar algo nessa ideia: Se pensarmos muito "na minha época" corremos o risco de cada vez mais ficarmos distantes da realidade, e isso pode ser perigoso. Estamos aí, obrigado.
Aos 86, não me acostumo com a ideia de que 60 anos é a entrada da velhice. Nessa idade fui morar numa comunidade espiritualista onde se trabalhava muito e passei 15 anos nessa vida até sentir que estava precisando do meu canto, pra ficar comigo. Coincidiu que pessoa amiga me convidou pra morar numa fazenda onde, disse ela, faria uma casinha para mim. Não pensei duas vezes e... passei 10 anos esperando a casinha que nunca foi feita. Como minha renda é de um salário mínimo, achava que jamais conseguisse ter meu cantinho. Ate que há pouco mais de um ano, depois de pandemia e boldonaro que me levaram á depressão, pedi socorro a primos e acabei na pequena cidade onde vivo agora, numa casinha feia numa rua feia de uma cidade feia. Vivo feliz. Por dentro a casinha é aconchegante e é todo que queria. Aos 86, me sinto mais sábia, mais tranquila, diria até que mais feliz do que já fui. Só sinto falta de pessoas com quem pudesse tomar um café na cozinha e conversar. Compenso com leitura a falta de um bom papo, mas sinto um buraco. Redes sociais não são minha praia . Mas acompanho noticiários, sou informada do que se passa e, claro, tenho amigos com quem me comunico diariamente. Perdoe o podcast, mas queria dizer que se pode, sim, ser feliz na minha idade. 9 .
Que legal, Adélia, você ter conseguido seu canto. Fundamental. E, pensei... já pensou em convidar pessoas que te fazem bem para tomar café na sua casinha? Fazer um curso coletivo, bordar, cantar, tocar, ler para outras pessoas? Felicidades! Grata pelo seu depoimento! Ah! Sempre dá para tornar uma casa mais bonita. Uma pintura, jardim com flores, animais domésticos.
Confesso que fiquei comovida com sua fala professor...achei tão sensivel e poética. "A primeira parte da vida estamos envolvidos em ganhar e na segunda em saber como perder e ainda assim enriquecer"...
De verdade, 62 anos, estou vivendo a melhor época da vida. Foi duro criar filhos quase sozinha, muito trabalho. Hoje realizo sonhos, aceitação, amor maduro, saber a medida do que é possível e mesmo assim estar feliz. Gratidão.
Cris, envelhecer como o Chico, como nós, com oportunidades, com plano de saúde, e sem ter q encarar 4 hs de condução por dia (sem aposentadoria), ok, é bacana, é libertador, é uma vida diferente. Mas pra enorme maioria o envelhecimento é sinônimo de pobreza, solidão, doença e sofrimento, qdo não abandono...
Muito boa a sua observação. Temos um país tão desigual no qual, para a grande a maioria, esse vídeo, não se aplica. Envelhecer de forma digna aqui, infelizmente, não é para todos.
Aí entra o papel do estado, as políticas sociais p uma vida digna a todos. Mto importante mesmo incluir todos nessa busca infinita da felicidade. Gostei mto de seu pensamento acolhedor.
Com certeza, já que todos que sobreviverem por isso passarão, necessitamos sim de narrativas coletivas sobre a velhice. Assim como, por reconhecer suas peculiaridades e certa vulnerabilidade, por exemplo, desenvolveu-se uma pedagogia da infância, precisamos de uma “ pedagogia” da velhice: em que condições se pode ter um desenvolvimento “ saudável” ganhando enquanto acontecerão ( encaradas ou não) situações de perdas? Como ganhar perdendo?
Eu sempre digo isso às pessoas. Trabalhar até 65/70 anos para quem tem plano de saúde privado, Tira férias, viaja, faz terapia é uma coisa. Mas infelizmente, a maioria esmagadora da população vai envelhecer muito mal, adoecer e realizar muito pouco, enquanto individuo. Passarão pela vida sobrevivendo apenas. E isso me dói muito!
Eu estou iniciando uma aventura. Com 47 anos, quase 48, vou iniciar o estudo de pedagogia. Eu estou feliz por estar fazendo esse caminho de envelhecer. Quero envelhecer.
O problema maior da velhice é o descompasso entre o corpo e a sabedoria adquirida na vida e a necessidade de compartilha- lá como também a energia que temos, sem ter onde gastar toda essa força incompatível com o declínio físico.
Eu farei 50, 'ontem' eu era uma menina na psicologia. Hoje eu tô nessa de pensar, reavaliar, investigar o que deu pra fazer, o que fiz e...o que desejo muito daqui pra frente. Tenho pensado na Derci Gonçalves, no Contardo, na Rita Lee, para pensar em mim. Hoje saí da análise assim, pensando em viver mais. O tema é finitude e saio querendo viver.
Muito bacana sua msg. Tenho 49 anos e essa transição dos 30 e poucos para os 40 e tantos não é muito falada. Tenho sentido falta de assuntos, estudos, investigações sobre esse tempo de vida. Temos mais material dos 60+ e pouco sobre esse momento de transição. Em fim... q bom q estamos envelhecendo. Q tenhamos mais diálogo sobre. 😊
Ouço entrevistas de Dercy Gonçalves e as letras da Rita Lee sempre me sacudiram e me dão a direção de ir adiante... 67 e ainda quero uns 30 a frente...🎉🎉
20:24 Voltei pra Faculdade agora, aos 56 anos, após achar que não havia mais perspectiva. A terapia me ajudou e agora tento seguir o conselho de uma professora: "curta o processo". Adorei seu vídeo. Obrigada!
Professor, achei esse video muito bonito. Tenho 33 anos, meu pai tem 75 e minha mãe faleceu há 6. Tenho visto nele uma perspectiva diferente nos últimos tempos. O luto tem sido difícil, eles viveram juntos a vida toda, mas sinto agora nele uma certa urgência em viver, e isso é bonito de ver. As mudancas de atitudes, perspectivas, o desapego com certas preocupações e ate antigos preconceitos. Me pegou bastante a tua fala que vamos procrastinando, deixando atitudes ou falas para depois - assim como no "segredo de seus olhos" (meu filme favorito). Para algumas coisas e antigos sonhos já sou velho - infelizmente não jogarei uma copa do mundo rs. Mas pra tantos outros ainda há tempo, assim como para os anos que restam ao meu pai
Há uma preocupação em dividir a vida em tempo, o q nos a viver em função de futuro. Qto tempo tenho p isso ou p aquilo?numa aspirar de expectativas frustrantes. Vivendo-se no aqui e agora a vida acontece em outra energia. Faz-se o q temos no hoje; nas possibilidades q temos. E temos!
@@solange564sua observação foi no ponto principal, viver de maneira intensa o hoje e no máximo planejar o amanhã, desapegar, curtir e fazer o q temos no presente e deixarmos um pouco de sonhos pra seguirmos uma meta, um objetivo, pés no chão e os olhos ao q temos em volta, um sorriso,numa conversa, uma faculdade, n importa o que faça será válido e cheio de aprendizado 😊😊😊😊
Más Linguas Itamar Assumpção Como diriam más linguas Antes dos trinta é encrenca Só queima a fita, só mingua Bom só depois dos cinquenta Antes não pinta, não vinga Não pega, sequer esquenta Não se afinca, só gruda E coisa tão madorrenta Não se entrega, não liga Se brinca só atormenta Antes dos trinta não trinca Bom só depois dos sessenta Como diriam más linguas Antes dos trinta não conta Lem de nunca dar trégua No máximo só apronta Não se conforma, complica Excesso de adrenalina Carrega o rei na barriga Acha que tudo domina Pensa que a vida é cinema Que passa da câmera lenta Antes dos trinta é problema Bom só depois dos setenta Até sessenta setenta Depois dos setenta sessenta
Durante a graduação participei de um projeto de pesquisa sobre narrativas do envelhecimento a partir da literatura, a partir das Lygia Fagundes Telles e João Gilberto Noll.. a literatura sempre apontando possibilidades...
Que aula significativa! Eu sempre atendi população 60+ ,isso de uma certa forma foi me moldando para o processo do envelhecimento, porém,agora aos 53 anos..mais próxima dos pacientes 60+, as percepções dessa questão da urgência da vida estão de fato presentes,não mais como uma compreensão cognitiva minha..mas da minha própria reflexão. Sinto que isso enriqueceu ainda mais meus atendimentos! Sou fonoaudiologa, atuo com quadros diversos,entre eles o Parkinson
Interessante esse vídeo professor, estou em férias em MG e tenho uma parente de 97 anos com demência. Como o sofrimento em relação a finitude tem sido um sintoma pra quem cuida. Esgotamento dos cuidados com a perda da autonomia são uma gde questão 😮.
Tenho 62 anos, aposentada e muito feliz. Agradeço a Deus e minha família por ter tido uma infância maravilhosa, uma adolescência muito bem aproveitada , uma vida madura e com muuuuito trabalho e agora uma tranquila e feliz terceira idade, plantando e dividindo com a vizinhança, cuidando de cães e cuidando do meu filho com muito amor.
Tenho 70 anos, tenho formação psicanalítica, e não atuo na área; mas atuo muito ainda na área médica como ginecologista. Submeto-me a terapia ha uns bons 40 anos ( com 4:34 alguns pequenos lapsos) . Não me sinto diferente dos meus pares na minha área profissional. Ainda tenho muito a trabalhar na minha análise pessoal . Sempre tenho algumas reminiscências lembrando de um Freud que dizia que idosos não deveriam fazer análise…
Vídeo interessante. Tive uma conversa muito proveitosa com alguém que vai fazer 70 esse ano. E minha mãe está caminhando para os 60. Ainda com muitos problemas narcísicos, mas aprendendo. Eu aos 31 já contemplo a finitude, e já estou escolhendo como quero envelhecer. Nada de perder tempo com bobagem, estão ficando escassos os recursos para estar perdendo por besteira.
Olá Christian, que forte e bonita sua fala sobre envelhecer. Dentre tantas falas interessantes peço que vc possa falar mais disso "Essa indolência com a própria existência, essa preguiça, essa atitude errática". Me pareceu bem interessante escutar vc falando mais sobre isso. Abraços
Encaro a velhice como o tempo de pagar pelos pecados. Rogo a Deus por sabedoria e força para superar as provas à partir desses 67 anos. Cheguei a sonhar com Jesus que disse: filha, sei que você está ansiosa para partir desse mundo, mas, gostaria que suportasse um pouco mais. Os serviços de saúde deveriam criar grupos para reunir velhos e velhas pois, a solidão na velhice é lamentável.
Sempre fica de fora dessa discussão as pessoas que acabam envelhecendo cedo, nao so fisicamente, mas existencialmemte, devido a porra da miseria. A mesma falta de perspectiva incontornável na velhice assombra o jovem pobre e sem perspectiva, que vai cometer atrocidades ou ficar paralizado diante da vida dada a sua CONDIÇÃO MATERIAL, enquanto segue sendo um butijao cheio de desejos. Mas tudo o que disse aqui é real, vejo isso em minha clinica, fora dela e trabalhar a concepção da finitude foi fundamental para mim e para minha mae no leito de morte aos 66 anos.
Comprei uma bola de basquete, combinei com o filho de irmos a uma praça treinar lançamentos 1x na semana. Ainda faz muito frio por aqui, não tivemos coragem de começar. Meu medo é não conseguir saltar nos arremessos, pq fiz artrodese na lombar há menos de um ano, ainda tenho medo de sentir dor. Mas aquela bola não vai ficar me olhando de lado por muito tempo. 🏀
Estava pensando sobre minhas (pequenas) coisas e pra onde elas vão quando eu morrer. Pensei principalmente nos meus quadros (todos eles sem valor no mercado e absolutamente preciosos pra mim - eram das minhas avós). Pensei nos meus terços, nas rezas, nos livros que li e estão riscados e nas fotos coloridas e em preto e branco. Ah, as fotos! Da família, de amigos, da filha, do passado próximo e do outro que ninguém lembra. Só eu. Então decidi que quero que essas coisas morram junto comigo. Não quero as fotos dos meu avós no chão das feiras. Eu queimo e os objetos que contam a minha história queimam comigo.❤
Para mim envelhecer acontece quando: " Nossos sonhos se esvaem e a nossa vontade se acalma"! Na minha vida isso acontece ao contrário. Quanto mais minha vida avança mais tenho sonhos, mais tenho vontades a serem realizadas.
Nossa muuuito obrigada por trazer esta temática. Tenho 42 anos e tenho refletido muito se gasto meu tempo com que realmente importa...muitas pessoas próximas falecendo...acho que me reconheci😅
Li recentemente com a maturidade fica-se mais jovem, uma coletânea de textos sobre essa arte de perder, sobre ficsr velho e morrer, do Hermann Hesse. Deixando de recomendação aqui pra quem se interessar❤
Com 67 anos, aposentado e continuo estudando e trabalhando com as mesmas funções de quando trabalhada. Programador. Imagino que gostar e muito do que se faz e também da vida pode prolongar a vida e atrazer aquele envelhecimento de "inutilidade".
Eu não tenho problemas com o passar do tempo pra mim, mas tenho muita dificuldade de lidar com o passar do tempo para os meus pais, isso me causa uma angústia profunda e ansiedade. Faço terapia há mais de 4 anos e esse é um dos temas mais recorrentes.
Tenho atendido a população 60+ também e discutido quase que semanalmente minhas poucas referências sobre o tema com eles, por exemplo o De Senectute do Cícero kkkk o que acho mais interessante é a intensidade da sessão, quando vamos tocando no núcleo duro do tema os pacientes vão se excedendo a ponto de experimentar uma "ressaca" no dia seguinte. Certamente não é leve para mim também mas é totalmente gratificante como disse o professor. Quem não se afeta (incluindo a diversão das descobertas) atendendo os velhos pode se questionar também se não é um terapeuta cansado e evitando o horror da sua própria imagem nos pacientes. Estou ansioso para engordar com as referências do professor e continuar a leitura do A Negação da Morte como meu próprio analista recomendou. Excelente vídeo, como sempre!!!
Eu era bem jovem, 22 ou 25 anos, não me lembro bem, quando assisti um filme que nunca mais esqueci; "O pequeno grande homem" - não me recordo o titulo original em inglês,; só sei que era estrelado por Dustin Hoffman e nesse filme ele fora criado em uma tribo indígena. A figura do avô era apaixonante. Todos os dias ele se despedia do neto (Dustin) para subir uma montanha, levando uma manta para se deitar, dizendo ao neto que naquele dia a morte viria buscá-lo. No final do dia, ele descia a montanha dizendo ao neto que a morte estava atrasada; talvez se esquecera dele ou mesmo estivesse muito ocupada naquele dia. É um filme maravilhoso, onde o tema é tratado com sensibilidade e poesia, Amo esse filme. Detalhe: hoje tenho 70 anos e tudo que quero, que espero é ter me tornado um pouquinho mais sábia, sensível e estar bem com a minha finitude e a dos outros.
Se podemos dividir a vida em 2 fases, penso que faz diferença viver a primeira buscando, criando, pulsando. Foi assim pra mim. Até que aos 40 eu fui sentindo necessidade de desacelerar e não foi fácil, pq eu só sabia ser elétrica, a conquistadora. A terapia me ajudou nessa fase de transição, a descobrir que novas sorver a vida tb é uma forma linda de viver e até mais saudável. Ler, escrever, ver bons filmes, ir a museus, viajar foram hobbies que adquiri e que vou levar para a segunda fase com certeza. E hoje aos 50 cuidando dos meus pais, ainda mais a necessidade de pensar e construir mentalmente o desapegar-se e ainda assim enriquecer. Uma vida íntegra coerente com o que acredito tem me ajudado a seguir. Meu pai faleceu há 1 ano e meio. Continuo cuidando da mamãe com 81. Encontrei um amor há um ano. Trabalho por conta própria, procuro cuidar da minha saúde física a e mental e tenho esperanças da nova fase que se aproxima como uma riqueza a conquistar.
Procurei tua referência sobre perdas em Elizabeth Bishop, o poema é Uma Arte. Belo poema. Sugiro também o Oven Bird de Robert Frost. O que fazer com as coisas diminuídas é a pergunta final que o pássaro deixa no ar.
Boa noite! Tambem procurando este videozinho onde o Christian fala do livro! Assisti e ao procurar o poema ,perdi o video! Tem como me enviar? O Professor fala de perder os cabelos,os hábitos e aceitar..aí cita o livro com o poema..muito obrigada
Empreendi após os 50 anos,e com o novo trabalho descobri a minha fonte de saúde,pra viver minha vida como os melhores dias de todos os meus anos Nunca me assustei com envelhecer,pra mim,se nos cuidarmos na juventude,aproveitaremos na maturidade em todas as áreas possíveis.
Nossa! Minha sessão de análise, semana passada, foi toda uma chuva de fichas sobre como me virar com isso, como vc disse... Sou analista em formação, apaixonada pela Psicanálise e, costumo dizer, me casei com ela! Vida rica, só bailarina clássica (não danço mais mas"sou") e daquelas que vivem no " bora fazer, bora fazer". Portanto, adentrar essa nova plataforma, atravessar este difícil portal... Tsc tsc tsc... Não é para os fracos. É um frente a frente real consigo mesmo. Que, para mim, somente a Psicanálise oferta uma relativa sustentação. Texto longo... Acho que é medo da perspectiva "de não não mais falar". Obrigada Dunker!☺️🥰
Exatamente isso Dunker, acho que viver melhor, aproveitar o tempo com qualidade de vida é tudo que busco hoje. A vida é curta pra todos, bora aproveitar apreendendo mais, curtindo , criando e vivendo um dia de cada vez. ❤
Quando me formei em Psicologia, depois de um longo percurso em Psicanálise, resolvi estudar Tanatologia, a ciência ou estudo científico da morte. O livro "A história da morte no Ocidente" mostra que esse horror da morte é coisa dos últimos 2 séculos. Estamos todos morrendo, mas, paradoxalmente, ao mesmo tempo, estamos todos vivendo. E como viver da melhor forma possível depois dos 60, dos 70, etc? Acredito que é colocando pra gente uma agenda produtiva: trabalho (que tem uma face terapêutica para a qual não damos valor), estudo, cultura, amar da forma mais intensa possível, em suma, fazer o que a gente realmente deseja e que nos traga bem-estar. Acho que precisamos fazer, aos poucos, nosso próprio luto sobre nossas perdas, dores, doenças, limitações, etc. Seu novo livro, Christian, sobre o luto, muito nos ajudará.
Penso que todas épocas da vida são importantes! Me aposentei na advocacia, fiz o que todo aposentado costuma fazer, viajar, dançar etc. Com o tempo, apareceu um vazio e busquei dentro de mim as resposta como gostaria de chegar aos 80 anos, o q me faltava. Hj tenho 66 anos, estudo psicologia e psicanálise, pois sempre gostei de estudar. Tenho meus sonhos com a nova carreira q estou construindo, entretanto com sabedoria pois sei das minhas limitações e tampouco precisarei sobreviver com os ganhos como psicóloga/psicanalítica. Tenho mtas amigas nessa faixa de idade q vivem um vazio, dependendo da visita de netos p sentirem um sentido na vida, viver nunca foi fácil e estar após 60 não seria diferente. Importante é sabermos qual o nosso dom, fazer terapia, e realizar algo q faça valer nossa existência. Excelente vídeo!❤
No meio em q vivo, noto q o etarismo perde sua força. Convivo muito com a arte e nesse campo, a experiência de vida conta muito. Aos 49 anos, entrei para o teatro, formei-me no curso técnico e fui para os palcos. Aos 60, fiz minha segunda faculdade de Produção Audiovisual, pois, eu já tinha um canal no UA-cam q fala sobre envelhecer. Agora, estou no cinema, inclusive hj, tenho gravações externas e não me importo com o frio q tem feito. Vou até 5 ou 6 h da manhã de boa. Sinto-me muito bem e muito respeitada e querida por pessoas maravilhosas. Nome artístico: Márcia Moreno
Nostalgia , imagino, que todos temos um pouco . Mas, só de alguns momentos bons. Todos meus amigos ,de um certo modo, temos orgulho dos que fizemos na década de 60, das nossas escolhas, mas não temos saudades do que vivemos , mas apenas da pessoas que não chegarem até aqui conosco , mesmo que fosse para viver essa falsa democracia global. Tivemos nossos sonhos arrancados na nossa saída.
Olá, Christian; somos contemporâneos da graduação, no IPusp. Adorei te ouvir falar sobre a velhice - um tema urgente e que nos convida a um aprofundamento para a nossa prática clínica. Um abraço.
Professor que aula maravilhosa. Tenho 68 anos e estou em terapia para me adaptar a nova realidade. Elaborar as perdas é realmente doloroso mas vc tem razão, tem que fazer valer a pena. Apesar da idade ,sou muito nerd e leio muito. Sou tua fã e assisto todas as lives
Ótima reflexão Cristhian....me fornei em.psicologia com 57 anos... sempre gostei de estudar...sou muito curiosa e tenho sede de viver ..amo viver....estando hj muito realizada e realista com os ciclos da vida❤
A cada 10 anos mais ou menos mudamos muito dentro do espectro a que pertencemos. Não somos o mesmo espectador entendendo a vida do mesmo jeito. Mas ao mesmo tempo lembramos sempre de como era tempos atrás.
Excelente tema e vc colocou de uma forma simples, clara e muito real. Vc é muito bom . ... estou com 59 anos e com uma mãe de 82 anos. Concordo totalmente c as suas colocações e observações. Obrigada
Quantidade é antagônica à qualidade. Quem não perdeu a intuição ao longo da vida, reconhece com felicidade esse novo e esclarecedor momento na caminhada. Coragem é fundamental pra encarar , aceitar e finalmente acender a curiosidade sobre o que virá… Imagine o que será
Real da 3ª idade é a família e a herança (muitos aforismos aqui) e ou o isolamento da nova velhice e a não-herança... tudo legal e complicado de falar hehe
Se a juventude é uma época de descobertas, a velhice é o resignificar das perdas e inventar novas narrativas de qualidade de vida. Tanto uma quanto a outra fase não nos exime de sermos o que sempre fomos e seremos: pioneiros.
Estou com 70, moro com meu neto de 21. Ele parece mais "velho" que eu. Estamos vivendo e convivendo muito bem, fazemos quase tudo juntos, compras, passeios, conversas bem interessantes, então estamos ótimos, saudáveis, felizes até onde podemos e gostamos.
Muito pertinente para o momento que estou vivendo, qdo aos 63 anos me vejo na encruzilhada de voltar à graduação via ENEM e cortar alguns laços de trabalho voluntário. A terapia tem me ajudado muito e me ver no envelhecimento.
Esse vídeo apareceu hoje pra mim no feed do UA-cam - não acompanho o canal. Assunto importante porque o envelhecimento, que aumenta as parcelas de idosos e produz novas fatias sociodemográficas, não é só um assunto pra atender novos sujeitos sociais mas é uma condição fundamental da vida que foi por séculos suprimida na sociedade capitalista que preza o "valor de uso e troca" das coisas (e para o sistema do lucro, seres vivos são coisas também). Da super valorização dos mais velhos em detrimento das outras idades (jovens e crianças), o sinal se inverteu mantendo a dinâmica de opressão e injustiça - os velhos como categoria social foram relegados à margem de uma sociedade produtivista e consumista. O caminho de buscar um novo equilíbrio ao tratar a experiência da vida como um processo, sem sacralizar ou desprezar nenhuma de suas fases, é bem vindo mas ainda marcado pelas diferenças sócio econômicas e culturais - os velhos e velhas "de sucesso" são as pessoas que continuam saudáveis, com boa aparência, financeiramente independentes e PRODUZINDO (economica e simbolicamente), inclusive a menção aos sexualmente ativos é um exemplo de quais os comportamentos, em qualquer idade, são sinônimos de vitalidade e sucesso social. E os lados "feios" ou tristes da vida, que se tornam mais difíceis na fase marcada pelos declínios (econômicos, sociais, afetivos, corporais, tempo de vida, de capacidade produtiva ou de performance) são ignorados ou tratados, "naturalmente", como fracasso porque a competição e a "resiliência" (como sinônimo de superar tudo, nunca admitir fragilidades, aceitar injustiças e ser, ao fim, um "sucesso") são valores que movem o discurso sb sucesso (vencer tudo e todos) promovido pela indústria cultural - não reflete o sentimento da maioria das pessoas, do que foi exemplo a pandemia, mas as constrange a aceitar, o que promove ainda mais sofrimento social (grupo) e mental (dos indivíduos). Há coisas no envelhecimento que são culturais, e outras atemporais, como a aproximação da morte (alheia e o medo da sua) e é preciso pensar no que a forma como a sociedade (des)valoriza as classes sociais, mais que as faixas etárias, contribui para aumentar ou diminuir o sofrimento e as dificuldades inerentes a cada uma delas - sendo pobres, crianças, jovens, adultos ou idosos não viverão suas vidas na plenitude de cada potencial porque estão na contramão do "sucesso", a verdadeira régua e molde da sociedade capitalista, essa sim, patológica e patologizante. Outro dia, assisti a um doc do canal PBS sb os velhos com mais de 80 anos e doentes; é uma amostra do tanto de sofrimento que existe nesse mundo, ainda que trate de pessoas com boa situação social, sem as restrições materiais da maioria, e talvez porque nada material (como condições de cuidado de saúde, acesso a tratamentos e remédios) evite o declínio e o sofrimento, o núcleo comum dessa fase torne o enfrentamento com a vida e a morte tão penoso. Mas o sofrimento da maioria, pobre ou sem acesso a estruturas de cuidado (o SUS não tem atendimento geriátrico de excelência, infelizmente; todos conhecemos os problemas familiares; há uma geração, pouco mencionada, de pessoas sozinhas (não casaram, não tiveram filhos)), é o que deveria ser mais discutido (a maioria que tem problemas mais sérios, muitos que podem ser aliviados por melhores ações coletivas e comunitárias, que merece atenção, e poderia servir de exemplo pras minorias): o bem viver da burguesia, a nata da sociedade, que tem acesso a escolhas e cuidados de saúde não é um problema! nem exemplo pra maioria - por mais que eu ame o Chico, ele sempre foi um privilegiado, sabe disso e concordaria que não pode ser medida do envelhecimento em lugar nenhum do mundo, porque sempre houve os longevos exemplares, isso nem é novidade. Envelhecer é antes de tudo um desafio, e exige uma preparação que ninguém tem, porque depende da qualidade dos laços sociais e padrões culturais sabidamente ruins na sociedade do consumo (lato sensu; usa, gasta, descarta, não sabe como "biodegradar" de modo cuida(i)doso) e do sucesso. Sugiro esse doc (ua-cam.com/video/QMDsUdhymbQ/v-deo.html), e o canal (ua-cam.com/users/shortsga3UBT7sB6I?feature=share - @Sprouht) que tem vários shorts muito legais sb esse assunto (ainda que reproduza o padrão de "homens, brancos, ricos, hetero" na maioria dos vídeos, também fala de diferenças culturais e geográficas e o melhor, entrevista gente comum - um sb trabalho no Japão é excelente). O Brasil está envelhecendo despreparado mas acho que se cada um fizer sua parte ao evitar que novos padrões de "sucesso" se imponham e escondam, ou eliminem, a diversidade de formas e estágios de vida, podemos aprender juntos enquanto nos preparamos e transformamos o mundo - as crises sócioecológicas vão fazer muito pra melhorar essa conversa, como aconteceu com a pandemia, afinal, já disseram sábios antigos, "filosofar é aprender a morrer", e pode ser aprender a viver também. Mais que a noção do fim, a percepção de processos e limites, fundamental na Grécia que nos legou, na forma ocidental, a filosofia, a democracia, a tragédia e também a comédia e os tratados de bem viver parece que vai orientar os principais desafios desse século, tanto culturais quanto naturais (será só um acaso que as culturas autóctones, os chamados povos originários de todo o mundo, são as que se baseiam em uma relação de êxito ecológico com a Natureza e numa hierarquia etária que valoriza e respeita toda e cada fase da vida como parte de um processo único de desenvolvimento? A Natureza é o grande agente revolucionário desse século, não por acaso os reacionários e as piores direitas do são invariavelmente ecocidas. A cultura não é exatamente um antípoda da Natureza, mas revela nossa relação mais íntima e inconsciente com ela. São Paulo, 16/agosto/2023 - 15h01 (-3GMT).
Professor, caríssimo! Canção do vento e da minha vida do Manuel Bandeira... é mais perfeito do que a Arte de perder... Eu acho:) Ali há a vida e seu movimento de encher e esvaziar. Outra obra que me inspira, me assusta também é o Diário da guerra do porco. Uma outra narrativa que me comove é As velhas de Dionélio Machado (não são urbanas... são ancestrais...) Os ratos do Dionélio também, Ninguém escreve ao coronel... Eu tenho 53 e estou desempregada há um certo tempo, sentindo na pele e até "prematuramente" o etarismo. A questão social também poderia ser um caminho a se considerar na construção dessa subjetividade velha?
Christian Dunker diz no final que não faz sentido criar uma ' teoria da velhice ' ou uma ' clínica da velhice ' , embora a velhice tenha , lógico , suas especificidades . Me vieram a lembrança enquanto escutava Christian , duas situações engraçadas que eu vivi tendo sido uma na juventude e outra recente já na chamada ' idade madura ' . Na juventude , houve uma situação de atender em terapia uma mulher de pouco mais de 70 anos que estava sofrendo porque pretendia , àquela altura da vida , por fim à um casamento de mais de 40 anos com filhos , netos e bisnetos . Eu tinha então 22 anos e estava no último ano de faculdade e havia iniciado minha formação em psicanálise há apenas 3 anos ( sendo que me dediquei aos estudos em psicanálise por apenas 10 anos ) . Eu atendia numa instituição filantrópica , de modo que ela era uma pessoa de classe média baixa . No primeiro atendimento , ao entrar na sala e sentar à minha frente , ela ficou alguns minutos me olhando fixo em silêncio até começar a repetir : " Mas , você é uma criança . Você é uma criança . " . Fiquei em silêncio e mais adiante perguntei o porquê de ela estar ali . Ela deu um suspiro e começou a falar . Algum tempo depois , tendo elaborado o sentido de desejar por fim ao tão longevo casamento , além de toda a repercussão que isso teria na família , e já na despedida da última sessão , disse : " Obrigado . Você me ajudou muito . " . Às vezes " crianças " surpreendem kkklllkkk kkklllkkk . E recentemente , estava sozinha numa mesa de uma lanchonete de uma delicatessen que frequento muito , até que uma amiga que não via há muito tempo , apareceu junto com o pai e o irmão adolescente e todos sentaram na mesa que eu estava . A amiga e seu pai quiseram só um café e o seu irmão adolescente ficou olhando o cardápio pra escolher alguma coisa . Daí , sugeri o mingau de milho que era delicioso e eu já tinha tomado antes de eles chegarem . O garoto , que tinha 16 anos e era bem alto e bonito com um ar muito altivo , ele tirou os olhos do cardápio e se voltou pra mim com um olhar de desprezo ou sei lá , como se eu tivesse dito alguma bizarrice . Mas , eu fiquei firme ( kkklllkkk ) e continuei elogiando o mingau de milho . Nesse momento , uma funcionária se aproximou e ele pediu duas coxinhas de frango e uma Coca-Cola . Depois , olhou rápidamente pra mim com a cara séria , altivo . Inevitávelmente eu pensei : ' É , já sou velha . Na idade dele eu sentia náusea de ver minha mãe tomar sopa ou mingau ( na idade madura passei a adorar sopa kkklllkkk kkklllkkk ) . Não entendo esse processo kkklllkkk
Professor, agradeço sua primorosa contribuição,ao longo de tantos anos , contribuindo na discussão de grandes temas na área da Psicanálise e interfaces . Seria possível falar sobre a gravidez na adolescência e nos , possíveis, impactos para a psique das meninas que passam por essa grande mudança nesta fase da vida . Não encontrei nenhuma bibliografia,em psicanálise, que fale desta questão. Beijos
Todas minhas tias e avós foram mães adolescentes ...casaram com 14/15 ... Mulheres passam por isso nunca tem tempo para virar adultas e quando tem se sentem vazias ... Mesmo sendo bem sucedidas na profissão... é o que ouço no dia a dia ...queria também saber por Ele ...
Há uma série muito legal,apenas 3 temporadas,com o Michael Douglas ,chamada Método Kominsky, que aborda de maneira bem divertida,super realista e portanto,emocionante o processo do envelhecimento de alguns personagens.
eu me graduei em psicologia com mais de 56 anos, foi a realização de um sonho e uma guinada profissional e cá estou a toda vapor, fazendo cursos, pós, atendendo. Tenho 62 anos e "minha época" é hoje.
Que exemplo para mim e muitas pessoas znlima.
Uau! Essa frase "minha época é hoje" me pegou aqui.
Gostaria de acrescentar algo nessa ideia:
Se pensarmos muito "na minha época" corremos o risco de cada vez mais ficarmos distantes da realidade, e isso pode ser perigoso.
Estamos aí, obrigado.
Parabéns, nunca é tarde , se estamos vivos podemos aprender sempre.....
Legal
Que lindo comentário. Me inspirou!
Aos 86, não me acostumo com a ideia de que 60 anos é a entrada da velhice.
Nessa idade fui morar numa comunidade espiritualista onde se trabalhava muito e passei 15 anos nessa vida até sentir que estava precisando do meu canto, pra ficar comigo.
Coincidiu que pessoa amiga me convidou pra morar numa fazenda onde, disse ela, faria uma casinha para mim.
Não pensei duas vezes e... passei 10 anos esperando a casinha que nunca foi feita.
Como minha renda é de um salário mínimo, achava que jamais conseguisse ter meu cantinho.
Ate que há pouco mais de um ano, depois de pandemia e boldonaro que me levaram á depressão, pedi socorro a primos e acabei na pequena cidade onde vivo agora, numa casinha feia numa rua feia de uma cidade feia.
Vivo feliz. Por dentro a casinha é aconchegante e é todo que queria.
Aos 86, me sinto mais sábia, mais tranquila, diria até que mais feliz do que já fui.
Só sinto falta de pessoas com quem pudesse tomar um café na cozinha e conversar. Compenso com leitura a falta de um bom papo, mas sinto um buraco.
Redes sociais não são minha praia .
Mas acompanho noticiários, sou informada do que se passa e, claro, tenho amigos com quem me comunico diariamente.
Perdoe o podcast, mas queria dizer que se pode, sim, ser feliz na minha idade.
9
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Que legal, Adélia, você ter conseguido seu canto. Fundamental. E, pensei... já pensou em convidar pessoas que te fazem bem para tomar café na sua casinha? Fazer um curso coletivo, bordar, cantar, tocar, ler para outras pessoas? Felicidades! Grata pelo seu depoimento! Ah! Sempre dá para tornar uma casa mais bonita. Uma pintura, jardim com flores, animais domésticos.
Delícia de comentário 🥰
@@gabrielguimaraes1713 obrigada por ter lido o podcast!
obrigada por contar sua experiência ❤ parabéns pela caminhada e reflexão. desejo mta saúde e mta sorte
@@goiabazul grata!
Confesso que fiquei comovida com sua fala professor...achei tão sensivel e poética. "A primeira parte da vida estamos envolvidos em ganhar e na segunda em saber como perder e ainda assim enriquecer"...
De verdade, 62 anos, estou vivendo a melhor época da vida. Foi duro criar filhos quase sozinha, muito trabalho. Hoje realizo sonhos, aceitação, amor maduro, saber a medida do que é possível e mesmo assim estar feliz. Gratidão.
Adorei você dizer que os 60+ de hoje estão construindo uma nova forma de envelhecimento, mais consciente, sem tabus.
Disse tudo: é no desapego que vamos aprender a envelhecer.
NINGUÉM ESTÁ PRONTO PARA A FINITUDE.
Cris, envelhecer como o Chico, como nós, com oportunidades, com plano de saúde, e sem ter q encarar 4 hs de condução por dia (sem aposentadoria), ok, é bacana, é libertador, é uma vida diferente. Mas pra enorme maioria o envelhecimento é sinônimo de pobreza, solidão, doença e sofrimento, qdo não abandono...
Muito boa a sua observação. Temos um país tão desigual no qual, para a grande a maioria, esse vídeo, não se aplica. Envelhecer de forma digna aqui, infelizmente, não é para todos.
Concordo plenamente
Aí entra o papel do estado, as políticas sociais p uma vida digna a todos. Mto importante mesmo incluir todos nessa busca infinita da felicidade. Gostei mto de seu pensamento acolhedor.
Com certeza, já que todos que sobreviverem por isso passarão, necessitamos sim de narrativas coletivas sobre a velhice. Assim como, por reconhecer suas peculiaridades e certa vulnerabilidade, por exemplo, desenvolveu-se uma pedagogia da infância, precisamos de uma “ pedagogia” da velhice: em que condições se pode ter um desenvolvimento “ saudável” ganhando enquanto acontecerão ( encaradas ou não) situações de perdas? Como ganhar perdendo?
Eu sempre digo isso às pessoas. Trabalhar até 65/70 anos para quem tem plano de saúde privado, Tira férias, viaja, faz terapia é uma coisa. Mas infelizmente, a maioria esmagadora da população vai envelhecer muito mal, adoecer e realizar muito pouco, enquanto individuo. Passarão pela vida sobrevivendo apenas. E isso me dói muito!
Tenho 71 e me aceito. Não tem saída. A velhice é feia mesmo.
Eu estou iniciando uma aventura. Com 47 anos, quase 48, vou iniciar o estudo de pedagogia. Eu estou feliz por estar fazendo esse caminho de envelhecer. Quero envelhecer.
Sucesso amigo. Comecei meus estudos na psicologia com 48 anos 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 indo para a 8ª fase de psicologia
É preciso se preparar e deixar de pensar que é jovem pra sempre.
O problema maior da velhice é o descompasso entre o corpo e a sabedoria adquirida na vida e a necessidade de compartilha- lá como também a energia que
temos, sem ter onde gastar toda essa força incompatível com o declínio físico.
Eu farei 50, 'ontem' eu era uma menina na psicologia. Hoje eu tô nessa de pensar, reavaliar, investigar o que deu pra fazer, o que fiz e...o que desejo muito daqui pra frente. Tenho pensado na Derci Gonçalves, no Contardo, na Rita Lee, para pensar em mim. Hoje saí da análise assim, pensando em viver mais. O tema é finitude e saio querendo viver.
Muito bacana sua msg. Tenho 49 anos e essa transição dos 30 e poucos para os 40 e tantos não é muito falada. Tenho sentido falta de assuntos, estudos, investigações sobre esse tempo de vida. Temos mais material dos 60+ e pouco sobre esse momento de transição. Em fim... q bom q estamos envelhecendo. Q tenhamos mais diálogo sobre. 😊
Ouço entrevistas de Dercy Gonçalves e as letras da Rita Lee sempre me sacudiram e me dão a direção de ir adiante... 67 e ainda quero uns 30 a frente...🎉🎉
20:24 Voltei pra Faculdade agora, aos 56 anos, após achar que não havia mais perspectiva. A terapia me ajudou e agora tento seguir o conselho de uma professora: "curta o processo".
Adorei seu vídeo. Obrigada!
Professor, achei esse video muito bonito. Tenho 33 anos, meu pai tem 75 e minha mãe faleceu há 6. Tenho visto nele uma perspectiva diferente nos últimos tempos. O luto tem sido difícil, eles viveram juntos a vida toda, mas sinto agora nele uma certa urgência em viver, e isso é bonito de ver. As mudancas de atitudes, perspectivas, o desapego com certas preocupações e ate antigos preconceitos. Me pegou bastante a tua fala que vamos procrastinando, deixando atitudes ou falas para depois - assim como no "segredo de seus olhos" (meu filme favorito). Para algumas coisas e antigos sonhos já sou velho - infelizmente não jogarei uma copa do mundo rs. Mas pra tantos outros ainda há tempo, assim como para os anos que restam ao meu pai
Há uma preocupação em dividir a vida em tempo, o q nos a viver em função de futuro. Qto tempo tenho p isso ou p aquilo?numa aspirar de expectativas frustrantes. Vivendo-se no aqui e agora a vida acontece em outra energia. Faz-se o q temos no hoje; nas possibilidades q temos. E temos!
Q conquista esse novo olhar do seu pai e imagino o qto vc o ajuda nessa desafiante aventura. Parabéns e mtas alegrias p vcs!
@@AnaMariaTeixeira-oe7bd muito obrigado Ana! Pra todos nós 💛
@@solange564sua observação foi no ponto principal, viver de maneira intensa o hoje e no máximo planejar o amanhã, desapegar, curtir e fazer o q temos no presente e deixarmos um pouco de sonhos pra seguirmos uma meta, um objetivo, pés no chão e os olhos ao q temos em volta, um sorriso,numa conversa, uma faculdade, n importa o que faça será válido e cheio de aprendizado 😊😊😊😊
Más Linguas
Itamar Assumpção
Como diriam más linguas
Antes dos trinta é encrenca
Só queima a fita, só mingua
Bom só depois dos cinquenta
Antes não pinta, não vinga
Não pega, sequer esquenta
Não se afinca, só gruda
E coisa tão madorrenta
Não se entrega, não liga
Se brinca só atormenta
Antes dos trinta não trinca
Bom só depois dos sessenta
Como diriam más linguas
Antes dos trinta não conta
Lem de nunca dar trégua
No máximo só apronta
Não se conforma, complica
Excesso de adrenalina
Carrega o rei na barriga
Acha que tudo domina
Pensa que a vida é cinema
Que passa da câmera lenta
Antes dos trinta é problema
Bom só depois dos setenta
Até sessenta setenta
Depois dos setenta sessenta
Até 60, cê tenta. Depois dos 70, cê senta ; )
Dunker é sempre Dunker.
Conquistei a mim mesma aos 61 anos. Prestes a completar 63, sou e estou mais inteira.
Durante a graduação participei de um projeto de pesquisa sobre narrativas do envelhecimento a partir da literatura, a partir das Lygia Fagundes Telles e João Gilberto Noll.. a literatura sempre apontando possibilidades...
“Quem quiser que fique na beirinha molhando os pés” amei 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Envelhecer é um processo natural da vida. Mas envelhecer sem saúde é triste
CHRISTIAN EU TBM FIQUEI EMOCIONADA COM SUA ABORDAGEM
EU SO SENTI FALTA DE CITAÇÕES DE MULHERES BRASILEIRAS PSICANALISTAS Q TBM ABORDAM A VELHICE
Que aula significativa! Eu sempre atendi população 60+ ,isso de uma certa forma foi me moldando para o processo do envelhecimento, porém,agora aos 53 anos..mais próxima dos pacientes 60+, as percepções dessa questão da urgência da vida estão de fato presentes,não mais como uma compreensão cognitiva minha..mas da minha própria reflexão. Sinto que isso enriqueceu ainda mais meus atendimentos! Sou fonoaudiologa, atuo com quadros diversos,entre eles o Parkinson
É melhor não ficar pensando muito nisso não e tocar o barco e bola pra frente , o que passou passou ...
Interessante esse vídeo professor, estou em férias em MG e tenho uma parente de 97 anos com demência. Como o sofrimento em relação a finitude tem sido um sintoma pra quem cuida. Esgotamento dos cuidados com a perda da autonomia são uma gde questão 😮.
Situação muito difícil ! Muito difícil para quem cuida principalmente !
A vida começando (terminando também) todos os dias...que coisa maravilhosa amadurecer...❤
Tenho 62 anos, aposentada e muito feliz. Agradeço a Deus e minha família por ter tido uma infância maravilhosa, uma adolescência muito bem aproveitada , uma vida madura e com muuuuito trabalho e agora uma tranquila e feliz terceira idade, plantando e dividindo com a vizinhança, cuidando de cães e cuidando do meu filho com muito amor.
Tenho 63 anos . Hoje passei a tarde jogando vôlei com meu filho e netos 😃🎉🤸🤾⛹️
Tenho 70 anos, tenho formação psicanalítica, e não atuo na área; mas atuo muito ainda na área médica como ginecologista.
Submeto-me a terapia ha uns bons 40 anos ( com 4:34 alguns pequenos lapsos) .
Não me sinto diferente dos meus pares na minha área profissional. Ainda tenho muito a trabalhar na minha análise pessoal . Sempre tenho algumas reminiscências lembrando de um Freud que dizia que idosos não deveriam fazer análise…
Vídeo interessante. Tive uma conversa muito proveitosa com alguém que vai fazer 70 esse ano. E minha mãe está caminhando para os 60. Ainda com muitos problemas narcísicos, mas aprendendo. Eu aos 31 já contemplo a finitude, e já estou escolhendo como quero envelhecer. Nada de perder tempo com bobagem, estão ficando escassos os recursos para estar perdendo por besteira.
👏🏽
Escolher... dizia D. Cano, "pra ser feliz é preciso coragem". Parabéns, Professor.
Sem palavras alem do elogio da gratidão pela abertura desse tema sempre atual. Sou psicologa tenho 76 anos e quero partir " causando" e ousando.
Também nasci na Ditadura militar. Hehe. Não se falava em política em casa. Realmente envelhecer é perder, mas também é recordar o que foi perdido.
“Na real é que a gente morre”. Sem mais. 🧘🏻♀️
Olá Christian, que forte e bonita sua fala sobre envelhecer. Dentre tantas falas interessantes peço que vc possa falar mais disso "Essa indolência com a própria existência, essa preguiça, essa atitude errática". Me pareceu bem interessante escutar vc falando mais sobre isso. Abraços
Perfeito professor! Aos 30 , já não quero mais enrolar e nem quero enrolação de ninguém.
Kkkk 30 aninhos
Sensacional! Tô chegando lá e...quer saber? Tô curtindo demais essa fase de não ser mais governada pelos hormônios! 😌
Encaro a velhice como o tempo de pagar pelos pecados. Rogo a Deus por sabedoria e força para superar as provas à partir desses 67 anos. Cheguei a sonhar com Jesus que disse: filha, sei que você está ansiosa para partir desse mundo, mas, gostaria que suportasse um pouco mais. Os serviços de saúde deveriam criar grupos para reunir velhos e velhas pois, a solidão na velhice é lamentável.
Sempre fica de fora dessa discussão as pessoas que acabam envelhecendo cedo, nao so fisicamente, mas existencialmemte, devido a porra da miseria. A mesma falta de perspectiva incontornável na velhice assombra o jovem pobre e sem perspectiva, que vai cometer atrocidades ou ficar paralizado diante da vida dada a sua CONDIÇÃO MATERIAL, enquanto segue sendo um butijao cheio de desejos.
Mas tudo o que disse aqui é real, vejo isso em minha clinica, fora dela e trabalhar a concepção da finitude foi fundamental para mim e para minha mae no leito de morte aos 66 anos.
Comprei uma bola de basquete, combinei com o filho de irmos a uma praça treinar lançamentos 1x na semana. Ainda faz muito frio por aqui, não tivemos coragem de começar. Meu medo é não conseguir saltar nos arremessos, pq fiz artrodese na lombar há menos de um ano, ainda tenho medo de sentir dor. Mas aquela bola não vai ficar me olhando de lado por muito tempo. 🏀
Estava pensando sobre minhas (pequenas) coisas e pra onde elas vão quando eu morrer.
Pensei principalmente nos meus quadros (todos eles sem valor no mercado e absolutamente preciosos pra mim - eram das minhas avós).
Pensei nos meus terços, nas rezas, nos livros que li e estão riscados e nas fotos coloridas e em preto e branco.
Ah, as fotos! Da família, de amigos, da filha, do passado próximo e do outro que ninguém lembra. Só eu.
Então decidi que quero que essas coisas morram junto comigo.
Não quero as fotos dos meu avós no chão das feiras.
Eu queimo e os objetos que contam a minha história queimam comigo.❤
Estudar sempre... Respeito aos idosos pela sabedoria e experiência profissional
Para mim envelhecer acontece quando: " Nossos sonhos se esvaem e a nossa vontade se acalma"! Na minha vida isso acontece ao contrário. Quanto mais minha vida avança mais tenho sonhos, mais tenho vontades a serem realizadas.
Nossa muuuito obrigada por trazer esta temática. Tenho 42 anos e tenho refletido muito se gasto meu tempo com que realmente importa...muitas pessoas próximas falecendo...acho que me reconheci😅
bela narrativa sobre a velhice, o filme: "E se vivêssemos todos juntos?"
Sobre o risco do transcorrer vazio da vida, indico o livro "O Deserto dos Tártaros", do italiano Dino Buzzati.
Dunker, você poderia fazer um vídeo sobre o filme "Beau tem medo" do Ari Aster? Abraço!
Individuação do Jung. Abraços!
Li recentemente com a maturidade fica-se mais jovem, uma coletânea de textos sobre essa arte de perder, sobre ficsr velho e morrer, do Hermann Hesse. Deixando de recomendação aqui pra quem se interessar❤
Qual o nome dessa coletânea?
Com a maturidade fica se mais jovem
@@BiaFCastillo obrigada!❤
Com 67 anos, aposentado e continuo estudando e trabalhando com as mesmas funções de quando trabalhada. Programador. Imagino que gostar e muito do que se faz e também da vida pode prolongar a vida e atrazer aquele envelhecimento de "inutilidade".
Eu não tenho problemas com o passar do tempo pra mim, mas tenho muita dificuldade de lidar com o passar do tempo para os meus pais, isso me causa uma angústia profunda e ansiedade. Faço terapia há mais de 4 anos e esse é um dos temas mais recorrentes.
Tenho atendido a população 60+ também e discutido quase que semanalmente minhas poucas referências sobre o tema com eles, por exemplo o De Senectute do Cícero kkkk o que acho mais interessante é a intensidade da sessão, quando vamos tocando no núcleo duro do tema os pacientes vão se excedendo a ponto de experimentar uma "ressaca" no dia seguinte. Certamente não é leve para mim também mas é totalmente gratificante como disse o professor. Quem não se afeta (incluindo a diversão das descobertas) atendendo os velhos pode se questionar também se não é um terapeuta cansado e evitando o horror da sua própria imagem nos pacientes. Estou ansioso para engordar com as referências do professor e continuar a leitura do A Negação da Morte como meu próprio analista recomendou. Excelente vídeo, como sempre!!!
Eu era bem jovem, 22 ou 25 anos, não me lembro bem, quando assisti um filme que nunca mais esqueci; "O pequeno grande homem" - não me recordo o titulo original em inglês,; só sei que era estrelado por Dustin Hoffman e nesse filme ele fora criado em uma tribo indígena. A figura do avô era apaixonante. Todos os dias ele se despedia do neto (Dustin) para subir uma montanha, levando uma manta para se deitar, dizendo ao neto que naquele dia a morte viria buscá-lo. No final do dia, ele descia a montanha dizendo ao neto que a morte estava atrasada; talvez se esquecera dele ou mesmo estivesse muito ocupada naquele dia. É um filme maravilhoso, onde o tema é tratado com sensibilidade e poesia, Amo esse filme. Detalhe: hoje tenho 70 anos e tudo que quero, que espero é ter me tornado um pouquinho mais sábia, sensível e estar bem com a minha finitude e a dos outros.
Sou jovem(adulto ) homossexual e só namoro velinhos, vou mandar esse vídeo pra meu namorado e ele vai adorar.
Se podemos dividir a vida em 2 fases, penso que faz diferença viver a primeira buscando, criando, pulsando. Foi assim pra mim. Até que aos 40 eu fui sentindo necessidade de desacelerar e não foi fácil, pq eu só sabia ser elétrica, a conquistadora. A terapia me ajudou nessa fase de transição, a descobrir que novas sorver a vida tb é uma forma linda de viver e até mais saudável. Ler, escrever, ver bons filmes, ir a museus, viajar foram hobbies que adquiri e que vou levar para a segunda fase com certeza. E hoje aos 50 cuidando dos meus pais, ainda mais a necessidade de pensar e construir mentalmente o desapegar-se e ainda assim enriquecer. Uma vida íntegra coerente com o que acredito tem me ajudado a seguir. Meu pai faleceu há 1 ano e meio. Continuo cuidando da mamãe com 81. Encontrei um amor há um ano. Trabalho por conta própria, procuro cuidar da minha saúde física a e mental e tenho esperanças da nova fase que se aproxima como uma riqueza a conquistar.
É a arte de perder, muito legal
Procurei tua referência sobre perdas em Elizabeth Bishop, o poema é Uma Arte. Belo poema. Sugiro também o Oven Bird de Robert Frost. O que fazer com as coisas diminuídas é a pergunta final que o pássaro deixa no ar.
Boa noite! Tambem procurando este videozinho onde o Christian fala do livro! Assisti e ao procurar o poema ,perdi o video! Tem como me enviar? O Professor fala de perder os cabelos,os hábitos e aceitar..aí cita o livro com o poema..muito obrigada
Gladys, é só digitar “Uma arte poema bishop”
@Christian Dunker, tive o privilégio de ter você como professor na Faculdade!!
Empreendi após os 50 anos,e com o novo trabalho descobri a minha fonte de saúde,pra viver minha vida como os melhores dias de todos os meus anos
Nunca me assustei com envelhecer,pra mim,se nos cuidarmos na juventude,aproveitaremos na maturidade em todas as áreas possíveis.
Nossa! Minha sessão de análise, semana passada, foi toda uma chuva de fichas sobre como me virar com isso, como vc disse... Sou analista em formação, apaixonada pela Psicanálise e, costumo dizer, me casei com ela! Vida rica, só bailarina clássica (não danço mais mas"sou") e daquelas que vivem no " bora fazer, bora fazer". Portanto, adentrar essa nova plataforma, atravessar este difícil portal... Tsc tsc tsc... Não é para os fracos. É um frente a frente real consigo mesmo.
Que, para mim, somente a Psicanálise oferta uma relativa sustentação. Texto longo... Acho que é medo da perspectiva "de não não mais falar". Obrigada Dunker!☺️🥰
Envelhecer....administrar perdas .....desapegar....lidar com a invisibilidade...desfrutar melhor do tempo....lidar com o vazio....aceitar.....
Sempre adorei a sua fala.Tenho 75 anos.Beijos da carioca do Leblon.Jornalista formada na PUC Rio
Legaliza 🌞🌿✨
Adorei acima de tudo os velhinhos sentados na beira colocando os pezinhos na água e reclamando que tá fria... belíssima imagem.
Exatamente isso Dunker, acho que viver melhor, aproveitar o tempo com qualidade de vida é tudo que busco hoje. A vida é curta pra todos, bora aproveitar apreendendo mais, curtindo , criando e vivendo um dia de cada vez. ❤
A velhice e suas dores e suas perdas e os limites cada vez mais presente, existem para convencer a gente a aceitar a morte que se aproxima.
Quando me formei em Psicologia, depois de um longo percurso em Psicanálise, resolvi estudar Tanatologia, a ciência ou estudo científico da morte. O livro "A história da morte no Ocidente" mostra que esse horror da morte é coisa dos últimos 2 séculos. Estamos todos morrendo, mas, paradoxalmente, ao mesmo tempo, estamos todos vivendo. E como viver da melhor forma possível depois dos 60, dos 70, etc? Acredito que é colocando pra gente uma agenda produtiva: trabalho (que tem uma face terapêutica para a qual não damos valor), estudo, cultura, amar da forma mais intensa possível, em suma, fazer o que a gente realmente deseja e que nos traga bem-estar. Acho que precisamos fazer, aos poucos, nosso próprio luto sobre nossas perdas, dores, doenças, limitações, etc. Seu novo livro, Christian, sobre o luto, muito nos ajudará.
Penso que todas épocas da vida são importantes! Me aposentei na advocacia, fiz o que todo aposentado costuma fazer, viajar, dançar etc. Com o tempo, apareceu um vazio e busquei dentro de mim as resposta como gostaria de chegar aos 80 anos, o q me faltava. Hj tenho 66 anos, estudo psicologia e psicanálise, pois sempre gostei de estudar. Tenho meus sonhos com a nova carreira q estou construindo, entretanto com sabedoria pois sei das minhas limitações e tampouco precisarei sobreviver com os ganhos como psicóloga/psicanalítica. Tenho mtas amigas nessa faixa de idade q vivem um vazio, dependendo da visita de netos p sentirem um sentido na vida, viver nunca foi fácil e estar após 60 não seria diferente. Importante é sabermos qual o nosso dom, fazer terapia, e realizar algo q faça valer nossa existência. Excelente vídeo!❤
No meio em q vivo, noto q o etarismo perde sua força. Convivo muito com a arte e nesse campo, a experiência de vida conta muito. Aos 49 anos, entrei para o teatro, formei-me no curso técnico e fui para os palcos. Aos 60, fiz minha segunda faculdade de Produção Audiovisual, pois, eu já tinha um canal no UA-cam q fala sobre envelhecer. Agora, estou no cinema, inclusive hj, tenho gravações externas e não me importo com o frio q tem feito. Vou até 5 ou 6 h da manhã de boa. Sinto-me muito bem e muito respeitada e querida por pessoas maravilhosas. Nome artístico: Márcia Moreno
Nostalgia , imagino, que todos temos um pouco . Mas, só de alguns momentos bons. Todos meus amigos ,de um certo modo, temos orgulho dos que fizemos na década de 60, das nossas escolhas,
mas não temos saudades do que vivemos , mas apenas da pessoas que não chegarem até aqui conosco , mesmo que fosse para viver essa falsa democracia global. Tivemos nossos sonhos arrancados na nossa saída.
Muito bom! O Real existe! E "o sujeito não envelhece"...
Olá, Christian; somos contemporâneos da graduação, no IPusp. Adorei te ouvir falar sobre a velhice - um tema urgente e que nos convida a um aprofundamento para a nossa prática clínica. Um abraço.
" A gente queria fazer o tempo todo, mas aí vem a terceira idade e a gente agradece" 👏🏾👏🏾👏🏾
Sou feliz, porque vivi 66 anos e planejo muitos mais. Penso em daqui mais um pouco pensar no meu canto cantante cantando no silêncio.
Professor que aula maravilhosa. Tenho 68 anos e estou em terapia para me adaptar a nova realidade. Elaborar as perdas é realmente doloroso mas vc tem razão, tem que fazer valer a pena. Apesar da idade ,sou muito nerd e leio muito. Sou tua fã e assisto todas as lives
Não pude deixar de lembrar desse lindo filme: Boa sorte, Leo Grande! ❤❤❤
Mto obrigada, Christian! Vc , e CCalligaris ("imortais") ,sempre serão referências em minha vida. Abraço. ❤
Ótima reflexão Cristhian....me fornei em.psicologia com 57 anos... sempre gostei de estudar...sou muito curiosa e tenho sede de viver ..amo viver....estando hj muito realizada e realista com os ciclos da vida❤
A cada 10 anos mais ou menos mudamos muito dentro do espectro a que pertencemos. Não somos o mesmo espectador entendendo a vida do mesmo jeito. Mas ao mesmo tempo lembramos sempre de como era tempos atrás.
Professor fez aqui um alerta sofisticado e, como disse a colega nos comentários, poético. Vamos viver e envelhecer bem gente!
Gratidão ❤
Excelente tema e vc colocou de uma forma simples, clara e muito real. Vc é muito bom . ... estou com 59 anos e com uma mãe de 82 anos. Concordo totalmente c as suas colocações e observações.
Obrigada
Desfiz 75 anos. RUBENS ALVES. Vale muito a pena ler
Quantidade é antagônica à qualidade. Quem não perdeu a intuição ao longo da vida, reconhece com felicidade esse novo e esclarecedor momento na caminhada. Coragem é fundamental pra encarar , aceitar e finalmente acender a curiosidade sobre o que virá…
Imagine o que será
Real da 3ª idade é a família e a herança (muitos aforismos aqui) e ou o isolamento da nova velhice e a não-herança... tudo legal e complicado de falar hehe
Se a juventude é uma época de descobertas, a velhice é o resignificar das perdas e inventar novas narrativas de qualidade de vida. Tanto uma quanto a outra fase não nos exime de sermos o que sempre fomos e seremos: pioneiros.
Estou com 70, moro com meu neto de 21. Ele parece mais "velho" que eu. Estamos vivendo e convivendo muito bem, fazemos quase tudo juntos, compras, passeios, conversas bem interessantes, então estamos ótimos, saudáveis, felizes até onde podemos e gostamos.
Muito pertinente para o momento que estou vivendo, qdo aos 63 anos me vejo na encruzilhada de voltar à graduação via ENEM e cortar alguns laços de trabalho voluntário. A terapia tem me ajudado muito e me ver no envelhecimento.
Esse vídeo ficou lindo. Eu cheguei neurótico nos quarenta, já me sentindo muito velho. O video8 sintonizou a reflexão.
Esse vídeo apareceu hoje pra mim no feed do UA-cam - não acompanho o canal.
Assunto importante porque o envelhecimento, que aumenta as parcelas de idosos e produz novas fatias sociodemográficas, não é só um assunto pra atender novos sujeitos sociais mas é uma condição fundamental da vida que foi por séculos suprimida na sociedade capitalista que preza o "valor de uso e troca" das coisas (e para o sistema do lucro, seres vivos são coisas também). Da super valorização dos mais velhos em detrimento das outras idades (jovens e crianças), o sinal se inverteu mantendo a dinâmica de opressão e injustiça - os velhos como categoria social foram relegados à margem de uma sociedade produtivista e consumista. O caminho de buscar um novo equilíbrio ao tratar a experiência da vida como um processo, sem sacralizar ou desprezar nenhuma de suas fases, é bem vindo mas ainda marcado pelas diferenças sócio econômicas e culturais - os velhos e velhas "de sucesso" são as pessoas que continuam saudáveis, com boa aparência, financeiramente independentes e PRODUZINDO (economica e simbolicamente), inclusive a menção aos sexualmente ativos é um exemplo de quais os comportamentos, em qualquer idade, são sinônimos de vitalidade e sucesso social.
E os lados "feios" ou tristes da vida, que se tornam mais difíceis na fase marcada pelos declínios (econômicos, sociais, afetivos, corporais, tempo de vida, de capacidade produtiva ou de performance) são ignorados ou tratados, "naturalmente", como fracasso porque a competição e a "resiliência" (como sinônimo de superar tudo, nunca admitir fragilidades, aceitar injustiças e ser, ao fim, um "sucesso") são valores que movem o discurso sb sucesso (vencer tudo e todos) promovido pela indústria cultural - não reflete o sentimento da maioria das pessoas, do que foi exemplo a pandemia, mas as constrange a aceitar, o que promove ainda mais sofrimento social (grupo) e mental (dos indivíduos).
Há coisas no envelhecimento que são culturais, e outras atemporais, como a aproximação da morte (alheia e o medo da sua) e é preciso pensar no que a forma como a sociedade (des)valoriza as classes sociais, mais que as faixas etárias, contribui para aumentar ou diminuir o sofrimento e as dificuldades inerentes a cada uma delas - sendo pobres, crianças, jovens, adultos ou idosos não viverão suas vidas na plenitude de cada potencial porque estão na contramão do "sucesso", a verdadeira régua e molde da sociedade capitalista, essa sim, patológica e patologizante.
Outro dia, assisti a um doc do canal PBS sb os velhos com mais de 80 anos e doentes; é uma amostra do tanto de sofrimento que existe nesse mundo, ainda que trate de pessoas com boa situação social, sem as restrições materiais da maioria, e talvez porque nada material (como condições de cuidado de saúde, acesso a tratamentos e remédios) evite o declínio e o sofrimento, o núcleo comum dessa fase torne o enfrentamento com a vida e a morte tão penoso. Mas o sofrimento da maioria, pobre ou sem acesso a estruturas de cuidado (o SUS não tem atendimento geriátrico de excelência, infelizmente; todos conhecemos os problemas familiares; há uma geração, pouco mencionada, de pessoas sozinhas (não casaram, não tiveram filhos)), é o que deveria ser mais discutido (a maioria que tem problemas mais sérios, muitos que podem ser aliviados por melhores ações coletivas e comunitárias, que merece atenção, e poderia servir de exemplo pras minorias): o bem viver da burguesia, a nata da sociedade, que tem acesso a escolhas e cuidados de saúde não é um problema! nem exemplo pra maioria - por mais que eu ame o Chico, ele sempre foi um privilegiado, sabe disso e concordaria que não pode ser medida do envelhecimento em lugar nenhum do mundo, porque sempre houve os longevos exemplares, isso nem é novidade. Envelhecer é antes de tudo um desafio, e exige uma preparação que ninguém tem, porque depende da qualidade dos laços sociais e padrões culturais sabidamente ruins na sociedade do consumo (lato sensu; usa, gasta, descarta, não sabe como "biodegradar" de modo cuida(i)doso) e do sucesso.
Sugiro esse doc (ua-cam.com/video/QMDsUdhymbQ/v-deo.html), e o canal (ua-cam.com/users/shortsga3UBT7sB6I?feature=share - @Sprouht) que tem vários shorts muito legais sb esse assunto (ainda que reproduza o padrão de "homens, brancos, ricos, hetero" na maioria dos vídeos, também fala de diferenças culturais e geográficas e o melhor, entrevista gente comum - um sb trabalho no Japão é excelente).
O Brasil está envelhecendo despreparado mas acho que se cada um fizer sua parte ao evitar que novos padrões de "sucesso" se imponham e escondam, ou eliminem, a diversidade de formas e estágios de vida, podemos aprender juntos enquanto nos preparamos e transformamos o mundo - as crises sócioecológicas vão fazer muito pra melhorar essa conversa, como aconteceu com a pandemia, afinal, já disseram sábios antigos, "filosofar é aprender a morrer", e pode ser aprender a viver também. Mais que a noção do fim, a percepção de processos e limites, fundamental na Grécia que nos legou, na forma ocidental, a filosofia, a democracia, a tragédia e também a comédia e os tratados de bem viver parece que vai orientar os principais desafios desse século, tanto culturais quanto naturais (será só um acaso que as culturas autóctones, os chamados povos originários de todo o mundo, são as que se baseiam em uma relação de êxito ecológico com a Natureza e numa hierarquia etária que valoriza e respeita toda e cada fase da vida como parte de um processo único de desenvolvimento?
A Natureza é o grande agente revolucionário desse século, não por acaso os reacionários e as piores direitas do são invariavelmente ecocidas. A cultura não é exatamente um antípoda da Natureza, mas revela nossa relação mais íntima e inconsciente com ela.
São Paulo, 16/agosto/2023 - 15h01 (-3GMT).
Vc r o melhor ste pedi pra mostrar seus vidios beijos commuito Cari ho apareca sempte
Excelente camarada
Que maravilha de vídeo! Obrigada Christian. Ganhei algo!🥰
professor, poderia fazer um episodio sobre a dor fisica?
Parabéns! Assunto importante. Muito obrigada
Professor, caríssimo! Canção do vento e da minha vida do Manuel Bandeira... é mais perfeito do que a Arte de perder... Eu acho:) Ali há a vida e seu movimento de encher e esvaziar. Outra obra que me inspira, me assusta também é o Diário da guerra do porco. Uma outra narrativa que me comove é As velhas de Dionélio Machado (não são urbanas... são ancestrais...) Os ratos do Dionélio também, Ninguém escreve ao coronel...
Eu tenho 53 e estou desempregada há um certo tempo, sentindo na pele e até "prematuramente" o etarismo. A questão social também poderia ser um caminho a se considerar na construção dessa subjetividade velha?
Christian Dunker diz no final que não faz sentido criar uma ' teoria da velhice ' ou uma ' clínica da velhice ' , embora a velhice tenha , lógico , suas especificidades . Me vieram a lembrança enquanto escutava Christian , duas situações engraçadas que eu vivi tendo sido uma na juventude e outra recente já na chamada ' idade madura ' . Na juventude , houve uma situação de atender em terapia uma mulher de pouco mais de 70 anos que estava sofrendo porque pretendia , àquela altura da vida , por fim à um casamento de mais de 40 anos com filhos , netos e bisnetos . Eu tinha então 22 anos e estava no último ano de faculdade e havia iniciado minha formação em psicanálise há apenas 3 anos ( sendo que me dediquei aos estudos em psicanálise por apenas 10 anos ) . Eu atendia numa instituição filantrópica , de modo que ela era uma pessoa de classe média baixa . No primeiro atendimento , ao entrar na sala e sentar à minha frente , ela ficou alguns minutos me olhando fixo em silêncio até começar a repetir : " Mas , você é uma criança . Você é uma criança . " . Fiquei em silêncio e mais adiante perguntei o porquê de ela estar ali . Ela deu um suspiro e começou a falar . Algum tempo depois , tendo elaborado o sentido de desejar por fim ao tão longevo casamento , além de toda a repercussão que isso teria na família , e já na despedida da última sessão , disse : " Obrigado . Você me ajudou muito . " . Às vezes " crianças " surpreendem kkklllkkk kkklllkkk . E recentemente , estava sozinha numa mesa de uma lanchonete de uma delicatessen que frequento muito , até que uma amiga que não via há muito tempo , apareceu junto com o pai e o irmão adolescente e todos sentaram na mesa que eu estava . A amiga e seu pai quiseram só um café e o seu irmão adolescente ficou olhando o cardápio pra escolher alguma coisa . Daí , sugeri o mingau de milho que era delicioso e eu já tinha tomado antes de eles chegarem . O garoto , que tinha 16 anos e era bem alto e bonito com um ar muito altivo , ele tirou os olhos do cardápio e se voltou pra mim com um olhar de desprezo ou sei lá , como se eu tivesse dito alguma bizarrice . Mas , eu fiquei firme ( kkklllkkk ) e continuei elogiando o mingau de milho . Nesse momento , uma funcionária se aproximou e ele pediu duas coxinhas de frango e uma Coca-Cola . Depois , olhou rápidamente pra mim com a cara séria , altivo . Inevitávelmente eu pensei : ' É , já sou velha . Na idade dele eu sentia náusea de ver minha mãe tomar sopa ou mingau ( na idade madura passei a adorar sopa kkklllkkk kkklllkkk ) . Não entendo esse processo kkklllkkk
São muitos temas de interesse sobre esta fase do envelhecimento.. curiosidades e desconhecimento e/ou desinformação! Obg professor!!
Professor, agradeço sua primorosa contribuição,ao longo de tantos anos , contribuindo na discussão de grandes temas na área da Psicanálise e interfaces . Seria possível falar sobre a gravidez na adolescência e nos , possíveis, impactos para a psique das meninas que passam por essa grande mudança nesta fase da vida . Não encontrei nenhuma bibliografia,em psicanálise, que fale desta questão. Beijos
Todas minhas tias e avós foram mães adolescentes ...casaram com 14/15 ... Mulheres passam por isso nunca tem tempo para virar adultas e quando tem se sentem vazias ... Mesmo sendo bem sucedidas na profissão... é o que ouço no dia a dia ...queria também saber por Ele ...
Há uma série muito legal,apenas 3 temporadas,com o Michael Douglas ,chamada Método Kominsky, que aborda de maneira bem divertida,super realista e portanto,emocionante o processo do envelhecimento de alguns personagens.
Meu sonho de vida é o Dunker ser meu analista.