ver para crer

Crer para ver
A dúvida é uma experiência comum na vida de muitas pessoas. Embora o ditado popular diga que é preciso fazer como São Tomé, ver para crer, o Evangelho ensina-nos é que é preciso fazer o contrário de Tomé, crer para ver.
Crer em Cristo, poder dizer «meu Senhor e meu Deus», só posso fazê-lo se tocar nestas suas feridas, de que também o nosso mundo está, hoje, cheio. Caso contrário, só em vão e sem sentido clamarei «Senhor, Senhor!».
Talvez Jesus, ao reacender a fé de Tomé pelo toque nas chagas, lhe quisesse dizer a ele e a mim: “Onde tu tocares no sofrimento humano- e talvez só aí! - ficas a saber que eu estou vivo, que «Eu sou». Encontras-me por toda a parte onde os homens e mulheres sofrem. Não fujas de mim em nenhum destes encontros. Não tenhas medo! Não sejas incrédulo, mas crê!”
A grande dificuldade de acreditar não vem da invisibilidade do Ressuscitado, mas da visibilidade dos cristãos que se mostram pouco acolhedores e misericordiosos.
A comunidade cristã deve ter a boca cheia de louvor, os olhos de graça, as mãos de paz e de pão e as entranhas de misericórdia...
Celebramos o domingo da divina misericórdia. O nosso amor a Deus é verificável no nosso amor ao próximo. A vida de Deus em nós, é amar como Deus nos ama, é ter coração diante das misérias dos outros como Deus tem das nossas misérias...
Não é necessário ver para crer... começa a crer para ver...