pensando aqui minha identificação como transmasculino e não homem trans (na verdade mais uma escolha de palavras do que autoidentificação) vem da necessidade pessoal de fugir do rótulo homem, para que não criem expectetivas (o outro ou eu mesmo?) da minha performance de gênero... minha mãe por exemplo não entende esse rótulo e começou a me respeitar mais quando disse que sou homem trans, mas continua trazendo referências da masculinidade hegemônica cis para me validar: "seu amigo fulano é homem trans HOMEM ou parece mulher que nem você?", ao mesmo tempo que entende nossos argumentos e os usa quando convêm: "você não deveria se hormonizar e tirar os peitos, não vai ficar mais homem assim".
Jonas, sou grande fã do seu trabalho. Faz 5 anos que me reconheço como pessoa não-binária e acredito ter me entendido, não "tornado". Mas, por ignorância, conheço muito pouco sobre a comunidade trans e ainda tenho muitas dúvidas. Continuo me tratando e aceitando os pronomes femininos e, apesar de alguma postura e vestimentas, tenho passabilidade feminina. Minha namorada se identifica como lésbica e, pelo que pesquisamos, está tudo bem. Eu tinha muito medo de estar assumindo uma identidade que não me pertence. Quando ouvi falar sobre a não-binaridade de gênero, foi como se algo se encaixasse, porque eu nunca me entendi como mulher dentro dos padrões heteronormativos. As pessoas diziam: "mulheres são assim ou assado, são isso e aquilo" e eu não me sentia representada nessas discussões. Seu vídeo colocou muita coisa em perspectiva e eu agradeço imensamente. Agora: sei que ainda tenho muito a aprender. Não sei como definir minha identidade de gênero para além de termos guarda-chuva e não quero, nunca, fugir do meu lugar de fala. Dicas de leitura seriam incríveis!
Eu entendo que não sou uma pessoa binária, mas não me sinto trans o suficiente. Não comuniquei aos outros que me tratassem como tal, muito menos abri mão do meu "privilégio cis". Eu odeio gênero, odeio existir dentro desse sistema binário de gênero. Não fui eu quem escolheu ser uma mulher, nunca fiz questão, mas ao mesmo tempo é estranho declarar que não sou uma quando todos me enxergam dessa forma
Fiquei até meio passada lendo você, to passando exatamente pela mesma coisa e é mt solitário. Sempre tenho impressão que vou ser rechaçado por trans binários que n vejam uma disforia classica física em mim. Me add se quiser, adoraria dividir e te ouvir tbm! @dasaguas ig
Eu entendo perfeitamente oq vc quis dizer, a imposição social sobre nossos corpos faz com que tenhamos dificuldade nessa questão, entretanto, não existe trans o suficiente, oq existe é trans ou cis e se vc exerce o privilégio cis continua sendo cis, tal qual a minha situação, me entendo como travesti mais ainda não transicionei socialmente e sou vista como um menino, logo pela sociedade sou vista como cis e tenho esse privilégio.
Eu entendo o que vc quis dizer e lembrei de mim em alguns momentos, é por exatamente o mesmo motivo que não consigo por exemplo, dizer as pessoas que sou um homem trans, pq todos me dizem o contrário, mas ae que vem outra questão, por mais que eles digam que sou mulher apenas por conta das características do corpo demarcado pela biologia, eu não me identifico dessa forma não importam o que digam, e é por isso que ao invés de dizer que sou um homem trans, eu apenas digo que sou uma pessoa trans não binária, não gosto do termo homem, msm sabendo que dentro da categoria trans ele se torna diferente do cis. Acredito que todas as demarcações são necessárias por conta da vivência de cada um, eu posso dizer que abri mão do privilégio cis, perdi meu emprego e até hoje não consigo um. Na faculdade tenho que lidar com várias questões, em casa são outras tantas mil, na vizinha pra quem sabe e não sabe sobre essa questão já é outro problema.Enfim não é nada fácil mas eu não posso viver dentro de uma categoria que simplesmente não sou eu e não me representa enquanto indivíduo social.
Me encontro numa situação meio difícil, de não saber exatamente o que eu penso para conseguir externalizar. Eu me vejo enquanto uma pessoa não-binária agênero, no sentido de que eu sinto pouco ou quase nenhum sentimento de conformidade ou conforto no que se enquadra especificamente com uma ou outra performance, um ou outro corpo. Eu me entendo como pessoa, humano, um macaquinhe plus, em que minha personalidade, performance e desejos, são nada além do que são. Eu sou lida como "sapatão" por muitas vezes usar roupas "masculinas", ou pela forma como ando, gesticulo, falo, mas eu não performo apenas as coisas convencionais do que seria esperado dessa "categoria", eu também sou uma pessoa sensível, carinhosa, vaidosa, proativa, etc. É como se, no fim de tudo, eu fosse apenas eu. Nem homem, nem mulher, pq não cabe a mim o que se tem de expectativa e de experiência exclusivamente "masculina" ou "feminina", ou tão pouco uma combinação perfeita ou em algum grau heterogênea dos dois. Enfim, falei falei e n sei se disse algo Kkkkkk
Voce não se enquadrar em questões de feminilidade não necessariamente precisa te fazer se sentir menos mulher. É um estereótipo. Podemos muito bem ser mulheres não femininas.
Assisti o vídeo com muita atenção. Concordo com o pensamento do Jonas no que se refere aos perigos de entrar em novas dicotomias que podem hierarquizar dois grupos trans que estão sob a matriz binária de gênero-sexo-desejo da cisheteronormatividade. Entretanto, discordo que essa divisão seja estritamente “errada”. Existem conflitos entre pessoas trans ‘binárias e não-binárias’, muitas vezes atravessadas pelo exorsexismo transfóbico [quando uma mulher trans ou homem trans invalida a transgeneridade de pessoas trans não binárias com base em critérios transmedicalistas ou critérios performáticos em relação a expressão de gênero, onde tanto esses homens e mulheres trans afirmam categoricamente o binário “sou uma pessoa trans binária” para contrastar e demarcar sua perspectiva de transgeneridade dentro da matriz binária de gênero, quanto visa se diferenciar de pessoas trans não binárias. Podemos ver isso como uma relação marcada por um conflito ou vermos como duas características posicionais afirmativas [binário e não binárie]; visando demarcar fronteiras de identidade. Mesmo que as relações de toda a comunidade ultrapasse a binariedade do desejo [sexualidade] e sexo/gênero da cisheteronormatividade, muitas concepções e perspectivas sobre gênero são cruzadas por variados fatores interseccionais [classe, raça, condição neurológica, condição física, gênero atribuído, gênero performado, status social, etc] e podem buscar por meio das experiências ontologicamente e materialmente vividas, diferenciar suas experiências por modalidades. Se a própria cisgeneridade é um espectro, marcadas por semelhanças e diferenças, cujas relações de gênero são constituídas por relações de poder, podemos compreender que a transgeneridade é um espectro, marcada por diferenças e semelhanças, e que podem marcar diferenças por meio de categorias como essa “binário e não binária”, desde que isso não seja reproduzir a mesma lógica de hierarquização entre uma experiência e outra. Concluindo, não vejo problemas tão grandes nessas denominações de pessoas trans binárias e não binárias, concordando com Jonas dos perigos que essa divisão pode operar, e defendo por ética que essa divisão não seja usada como lógica de opressão entre pessoas trans ou de gêneros dissidentes da norma.
18:39 é assustador o quanto esse "reproduzir discursos" sem refletir sobre suas implicações e origens tem se tornado o método pra apre(e)nder e identificar as experiências dissidentes de gênero (sobretudo nas redes sociais). jonas, que alegria te escutar no esforço de levantar outras perspectivas e abrir novas perguntas que desafiam essas certezas. beijos, te admiro!
venho aqui pra (me) entender e saio com mais questionamentos do que quando cheguei 😅 obrigada por abordar esse assunto de extrema importância com tanta didática 🫶
pra mim, dividir a comunidade em trans binários e trans não binários é importante para que a cisnorma não seja imposta na comunidade. A ideia de que "só há homens e mulheres e o resto é invenção" é justamente aquilo que os transfóbicos mais defendem e a comunidade adotar esse discurso é sinalizar a decadência do movimento e a mudança de posição de oprimido pra opressor mas é importante entender que ambos os grupos são iguais em pautas e em direitos. A pauta da comunidade trans binária é a mesma da comunidade trans não binária, e hierarquizar essas pautas é um erro
Eu me identifico como uma pessoa trans não-binária alinhada ao masculino, depois de muita reflexão, muito estudo sobre eu mesmo. Para mim, é a melhor forma de expressar quem eu realmente sou e como a minha identidade irá se expressar. Troquei meus documentos porque tenho uma enorme disforia em ser posto no lugar """feminino""", irei fazer a mastectomia porque tenho uma enorme disforia (vinda muito do lugar de ser posto no feminino também), mas de resto, estou completamente bem com tudo. Uso da T somente por causa da menstruação, mas agora estou testando ter uma barba e está sendo uma experiência nova porque me tiram do lugar femino e me colocam diretamente no masculino (até mesmo meu terapeuta que é um homem trans). Depois da mastectomia terei mais liberdade para ser eu mesmo e com certeza estarei usando cropped, saia, (minhas unhas eu já pinto), vestido e etc. Enfim, é uma enorme fluidez que para mim é melhor definida pelo termo PESSOA TRANS NÃO-BINÁRIA ALINHADA AO MASCULINO.
@@CaminhosdoPensamento. Hoje em dia sim, por causa da barba. Mas quando estou sem, sou extremamente andrógeno e as pessoas geralmente perguntam meu nome.
jonas, eu me identificava como uma sapatão não-binária. hoje, embora "ainda" seja não-binárie com muito orgulho, não me encaixo mais nisso, meu namorado se descobriu trans e eu descobri que gostava de homens (e que gostava delE acima de tudo, independente do gênero). ainda quero me encontrar melhor dentro da minha própria transgeneridade, mas acredito que estou em um "caminho certo", se é que ele existe. obrigada pelo vídeo e pela reflexão, sou fã demais!
Porquê a gente tem que ser ou isso ou aquilo e ter que escolher a força, senão, não faz parte da brincadeira?? Porquê a gente não pode apenas SER e viver feliz da maneira como quisermos expressar? Porquê o outro precisa saber e ter certezas da gente mais que a gente realmente sabe sobre a gente? Porquê ainda é proibido se experimentar, se descobrir, se reinventar?
Jonas evoluindo cada dia mais enquanto comunicador, e olha que eu acompanho desde que tinha vergonha de falar e só fazia story em escrito hahaha. Esse vídeo tá impecável!
Maravilhoso, como sempre, obrigada por compartilhar tanto conhecimento. É um alívio me pensar enquanto uma mulher trans apenas e isso basta, já parte de uma vivência diferente do binário explicado no vídeo. Adorei!
Gosto muito de como você traz essas discussões Jonas, sempre respeitoso, trazendo referências e aprofundando as reflexões, eu particularmente me autoafirmo como trans NB há quatro anos depois de muito pesquisar e agonizar com disforias por uns dois anos, antes disso me entendia como mulher cis desfem e na infancia/adolescência era bem princesoide, nunca me entendi como homem trans e isso gera muitas confusões internas e externas a respeito do que delimita ser ou não ser trans, não cheguei a modificar meu corpo, apenas meus pronomes, então se perdura a questão de como viver essa auto afirmação sob o olhar de outras pessoas tanto dentro como fora da comunidade, me incomoda quando me enxergam como mulher cis que ta se passando ou como homem trans que ainda não conseguiu sair do armário, e eu vejo uma dificuldade em assimilar a não binariedade e como essa ruptura atravessa nossos corpos de formas amplas e distintas.
Nossa esse vídeo veio num momento incrível para mim, estou numa fase onde algumas ideias estão clareando e onde estou me aproximando da ideia de me indentificar como NB, e ver mais pessoas falando que não tem uma forma correta nem única de ser trans está me deixando muito mais confortável nesse momento de descobrimento. Nesse momento que apesar de ser super gostoso, é um tanto assustador. Muito obrigado pelo vídeo Jonas, ganhou mais um seguidore❤
tô lendo desfazendo gênero da butler agorinha, sinto que é uma libertação ler sobre teoria queer! valeu pelo video, jo! vc é foda e muita gente ainda precisa refletir sobre normalização, seu trabalho é importante!
brabo demais, compartilho do mesmo pensamento. nesses últimos tempos, tenho refletido muito acerca disso. justamente por não concordar com essa noção de binário tenho optado por me chamar de transmasculino.
Sou não binário e trans. Tava me sentindo burro por não entender o vídeo até o minuto 15:00 ou seja, o momento da conclusão KKKKK Mas concordo totalmente com o que disse. Não faz sentido pra mim que encaixem trans como binários porque somos todos excluídos/agredidos no mesmo pacote trans
que aula simplesmente incriveeeeeeeeeeeeeeeeeeeeellllll, amei o video e as reflexoes!! ultimamente tem tido altas discussoes ridiculas na comunidade que mascaram o verdadeiro que da questão
É engraçado, eu acho essa discussão super interessante, pois vai de encontro a muitos questionamentos que vivi nos anos 90 como adolescente dentro da minha cabeça - sem ninguém com quem compartilhar! Eu certamente sou uma pessoa não binária, embora também me reconheço como fêmea e convivo bem com meu corpo biológico de fêmea e não tenho nenhuma vontade de mudar, nada disso. Mas não me sinto mulher no sentido de ter pouquíssima identificação com o universo feminino. Acho que devido à minha idade (já estou quase com 50) eu já me acostumei e não me incomodo com meus pronomes femininos, mas super entendo a juventude que tem se colocado para expressar essa subjetividade.
Eu sou mulher e tenho 49 anos , e penso igual a você. Eu vivo no meio de conaervadores , procuro evitar falar sobre isso aqui em casa Quem olha pra mim ve uma mulher Mas não sou uma mulher pafrão , não gosto que me cobrem algo ppr ser mulher Antigamente,quando era mais nova ou criança , me achava feminista apenas Morei 1 mes com minha mãe , recentemente e ela é super machista Um dia eu estava varrendo o chão e ela implicou com meu jeito de varrer dizendo : " varre que nem mulher , você parece homem varrendo o chão " eu ninca notei se tem diferença no jeito que homem ou mulher varre chão ,parece que ela queria cobrar de mim ,uma delizadeza que eu não tenho
Jonas! Uma coisa curiosa, não utilizamos mais o termo "binarismo" dentro da academia pois traz a conotação de "doença". Assim utilizamos o termo "binariedade". Grande beijo!
Conteúdo pra muita reflexão... sensacional. Também penso assim, só precisava organizar as ideias e ter uma referência teórica para analisá-las. Adorei!
Você é sempre muito coerente, gratidão por toda partilha, sucesso demais pra ti! Me identifico de formas muito parecidas com a sua e tive muitas experiências parecidas tbm, grato por ti ouvir e ser esclarecido!
Eu me identifico como não binário, principalmente porque conscientemente não quero ficar preso a caixinhas de gênero, como trans eu não sei, eu não penso muito sinceramente, vou mais pela lógica de "eu sou eu". Termos de identificação são importantes, eu entendo, mas no fim o que importa e podermos ser nós mesmo, sem se importar com as inúmeras caixinhas que existem.
Eu não sou trans, mas eu entendo que os termos "trans binário" e "trans não-bináries" se refere a identidade de gênero. Ou seja, uma pessoa trans, que tem uma identidade de gênero fora da norma (padrão normativo, que ocorre via de regra na maioria das pessoas nascidas com aquele corpo sexuado), mas essa identidade de gênero é binária, ou seja, ou masculina (homem trans), ou feminina (mulheres trans), já os "trans não-bináries" seriam as pessoas de identidade de gênero não-binárias propriamente ditas (já que eu já pesquisei que pessoas não-binárias também são consideradas trans). Tô errado?
Sim, José, essa é a concepção atual mais usada, porém não é a abordagem que tenho, e o vídeo é uma reflexão que trago questionando se de fato faz sentido falarmos nesses termos.
Ai, @@JonasMaria! Eu sei q vc deve ter seu planejamento de videos ja previamente pensados e mil outras coisas pra dar conta, mas seria uma mão na roda se vc fizesse mais alguns videos destrinchando um pouco mais sobre esse tema. Até então meu aprendizado me trouxe pro mesmo lugar q José... Vou ver o video q vc indicou! Muito obrigada pelo seu trabalho! 😊
Eu super concordo, como pessoa NB. Esse vídeo fez um bum aqui, mas penso que ainda não estamos preparades para essa discussão e amplitude de visão no sentido sociedade, mas como comunidade podemos avançar muito com isso
Ótimo vídeo! Gostei muito do jeito que você esclarece essa situação. Eu sou homem trans que não estou confortável em fazer hormonização e nem as cirurgias, mas tenho uma aparência masculina, no neu vestir e nos trejeitos. Então fiquei em dúvida, pois muito tempo me vi como lésbica, mas não me sentia assim, pois sinto atração por mulheres. Enfim, cheguei a cogitar acrescentar à minha identidade, ser não binário. Você veio me esclarecer isso. Muito obrigado!
Perfeito Jonas! Nunca tinha pensado dessa forma, não sou um homem trans mas também não me sinto uma mulher, já até pensei por anos em transicionar, já me identifiquei como não-binário por um tempo, contei para amigos e para minha família e estava planejando minha mastectomia, mas hoje eu só faço dieta e exercício para sempre ter o corpo mais "reto" e não tento mudar meu jeito "masculino"para agradar às pessoas, eu sou uma pessoa de aparência andrógina e não ligo quando me confundem com um menino, mas também fiz as pazes com ser biologicamente mulher e saber que isso nunca vai mudar, então, na verdade, esse termo 'NÃO-BINÁRIO" todos nos seriamos então! Qualquer pessoa que é contra um sistema onde o homem cis padrão é o mais respeitado, o mais poderoso, qualquer pessoa que não seja um homem Branco e hétero e cis, deveria entender o não-binarismo como uma ideologia de vida e não de gênero.
Acho a proposta dessa reflexão bem relevante mas discordo que a divisão não exista entre o binário e não binário no momento que o argumento é que nao existe o nao binário pq muito poucas pessoas se reclamam binários na comunidade trans, penso que isto acontece na mesma proporção em que a maioria das pessoas cis que julgamos ser a maior parte da população também não requer pra si essa categorização mas na prática ela é vivenciada, assim como para as pessoas trans o envoltório social nos aponta que os binários não precisam fazer essa reclamação de sua identidade já os não binários sim por que vivemciam experiências específicas onde não há ajuste social que os acolha e por isso nasce essa divisão.
ótimo vídeo Jonas, sempre me fazendo refletir sobre minha própria experiência e conflitos com gêneros, quando vc falou sobre mulheres negras já estarem sendo forçadas a trabalhar quando as feministas brancas queriam esse direito me lembrou o vídeo no qual eu conheci a Nataly, um vídeo com a joutjout onde ela fala a mesma coisa, o vídeo deve ter uns 8 anos já e foi com ele e com a Nataly que pude pela primeira vez refletir sobre o racismo estrutural e a forma que eu por ser branco sou tratado pela sociedade. Obrigada a vocês dois por passarem conhecimento e trazerem a realidade crítica à tona em seus vídeos.
Concordo quase integralmente. Me identifico como uma pessoa trans nao binária, me hormonizo ha mais de um ano e permaneço com diversos signos do meu gênero atribuído ao nascimento por opção, o que gera muito atrito mental eventualmente. Entendo que, enquanto comunidade trans, é impossível alcançar o binário e tentar parece querer se aproximar do opressor, mas ao mesmo tempo valido integralmente a sensação de pertencimento com as categorias homem/mulher, mesmo que elas sejam fundamentalmente forjadas até pra cisgeneridade (que também sofre nesse binarismo sem ao menos saber). Pertencer é importante pra espécie humana, rs. No mais, gostaria que escrevesse um livro compilando todas essas ideias que voce já tece há alguns anos e que a sociedade e também a própria comunidade trans carece.
Pra mim n faz sentido nenhum enquanto pessoa não binaria , n se dizer trans eu acho que é um equivoco tambem do que significa ser trans acham que trans significa " transformasse em outro" completamente diferente do que era antes, mas nem sempre é assim as vezes so o pensamento muda quando nos aceitamos o exterior nem sempre muda , mas mudando o interior a uma mudança no exterior , mas porque ela n se parece com algum genero cis é como se a gente " n fosse trans "
Amei o vídeo. Sou homem cis heterossexual mas sempre tive muita dúvida sobre esse assunto. E entendi ainda q mesmo com o seu entendimento, oq vale no fim é respeitar como a pessoa se autodermina. Obrigado!
Senti falta de falar sobre a prisão do ideal de gênero, mesmo para quem é hétero, Bi, e cis... Percebo uma construção espantalhosa sobre as mulheres que estariam dentro de um padrão e que trata-se de uma gaiola dourada. Acredito que para dar conta do racialismo, não é preciso lourear o corpo-ideal. Até porque, como mulheres, nunca alcançamos este ideal porque é doentio e feito para dominar e subjugar. Qual é o prêmio? Ser a escolhida para um casamento merda? Ser a moeda da herança? Estar no book rosa? E apenas pra complementar, porque sim, o racismo atravessou a luta feminista, infelizmente... Mas, o direito de trabalhar era o direito a ser proprietária. O que era o estatuto da igualdade. Proprietária da herança de sua família, proprietária de seu próprio trabalho, proprietária de seu próprio corpo. Porque antes, éstavamos entre homens e animais. Porque ser mulher, também era ser uma sub-espécie destinada a subordinação e a expropriação. A gente pode denunciar o racismo e rever os erros do feminismo, sem cometer injustiça e anacronismo ...
Olá, Jonas. Adorei o video, voce traz boas reflexões. Reflexoes estas que tem me perpassado corriqueiramente e, por vezes, me deixado confusa. Eu concordo quando você diz que a transgeneridade, por si só, não corresponde nem compactua com a matriz heterossexual (sexo-gênero-desejo), se até mesmo cisgeneridade não é homogênea; logo as pessoas trans não têm vivências binária. Concordo também que essa divisão, binário e não-binárie, deve ser mais discutida e bem construida para que não se tenha uma relação hierárquica dentra da comunidade. Agora, não digo se discordo, mas entendo essa divisão. No meu entendimento de hoje, pessoas trans binárias buscam por uma performance de gênero mais próxima da ideal para determinado gênero (homem ou mulher), o que inclui a execução em mais ou menos coerência, dos papéis sociais que sao atribuídos aos gêneros, por exemplo, como se portar e comportar. Enquanto pessoas não-bináries nao buscam necessariamente essa performance por não se enxergarem exclusivamente dentro desses papéis. Eu vi aqui nos comentários uma pessoa se identificar enquanto uma pessoa não-binária alinhada ao masculino pelo peso que traz dizer ser um homem trans, uma vez que quando uma pessoa diz ser homem ou ser mulher, espera-se que essa pessoa performe o mais próximo possível o gênero que ela se identifica. Atualmente, eu me identifico enquanto uma pessoa trans feminina não-binária e demorei algum tempo para isso juntamente por não me sentir confortável dentro das pessoas performances de gêneros estabelecidas pelo 'cis'tema. Eu uso de muitos signos femininos e me sinto confortável dentro da feminilidade, mas nao consigo me entender enquanto uma mulher trans por eu não me sentir confortável nem corresponder ao que se espera socialmente de uma mulher. Nao sei se consegui me fazer clara, mas espero que tenha entendido o meu ponto de vista. Continue com seus vídeos, pessoas como você que contribuem para nossas lutas sao muito importantes. Obgg
Um vídeo do caralho que não vejo mtas pessoas trans falando sobre, concordo totalmente que trans já não está no binarismo e que isso segrega a comunidade t. Também acho que quando fica muito abrangente é mais difícil ter características sólidas pra até msmo reivindicar políticas públicas
Conhecia você apenos pelo instagram, vi esse video como sugerido (milagre YT sugerir conteudo LGBT+). Obrigado por essa reflexão, obrigado por esse conteúdo. Abraços
Falar sobre gênero e sexualidade LGBT+ é sempre muito difícil p mim. São sempre mts questões e mts contradições, principalmente pq é ao msm tempo autoidentificaçao, cultura e política, tudo isso em conjunturas de vida ou morte.
Oi Jonas! Tudo bem? Admiro o seu trabalho como influenciador, mas discordo de você. Acho que como você trouxe no começo do video, não somos uma comunidade homogênia e tudo bem, as discussões engrandecem a nossa comunidade! Eu sou uma pessoa transmasculina e me identifico quanto não-binária porque apesar de utilizar de alguns dos signos do fetiche da masculidade, a minha performace de gênero não almeja, nem busca a masculidade hegemônica, ou seja eu sou bem mais afeminado que a maioria dos transmasculinos que conheço. E por esse motivo acredito que a minha vivência como pessoa trans seja completamente diferente da sua. Eu estou começando meu tratamento hormonal, mas não acho que manterei os pêlos nos rosto, e manterei meus seios. E isso sim fará com que as pessoas errem pra sempre meus pronomes. E essas diferenças das pautas e das vivências começam a distar muito da vivência dos transhomens, inclusive da invalidação como masculidades ainda mais severa. Acho que a título de discussão para pessoas além da comunidade é importante que sejamos um único corpo, mas para discussões mais aprofundadas acho que as vivências começam a se distanciar bastante. Mas esse assunto é realmente polêmico pois é dificil dizer quando uma coisa termina e outra começa. Um abraço querido, fique bem :)
otimos insights Jonas. gostei dos apontamentos. tem se negociado identidades e características sem certa responsabilidade com a vivencia/individualismo e local de fala, alem de nao se falar da operacao do capitalismo na construcao de genero-sexualidade-desejo. o ponto da reacao da pessoa no sistema binario nao tem se discutido muito. olhando o sistema genero-sexo-desejo como apenas um sistema preocupado com o fato-presente da identidade, e nao como a identidade dentro do processo historico do individuo. realmente trans por excelencia nao eh binario dentro desse sistema heteronormativo. saindo da autodeclaracao, vemos varios problemas coletivos nao discutidos quando se pensa genero-sexo-desejo apenas como heteronorma como padrao. como se tem se preocuopado nas discussoes-politicas raciais, tem s eganhado mais criticar a banquitude no centro da conversa. alem da autoidentiticacao, precisamos olhar o embate contra o sistema estabelecido. me parece que muitas discussoes terminam em embates dentro da nossa cominidade do que questionar nosso inimigo do fato (em termos simples). faz sentido? mandem bala galerinha no meu comentario :)
Justamente por pensar isso que eu fico totalmente sem entender pessoas trans que n são não binárias , fazerem discursos como anti linguagem neutra e dizendo que " temos que nos encaixar em um ou em outro" porque ainda que sejamos homens e mulheres trans o trans sempre vem primeiro e nunca seremos o ideal então porque colocar um padrão na gente que ja é o grupo mais marginalizado ? é so reproduzir uma logica e padrão cis gênero que não cabe a ninguém independente de ser não binario ou n
Oi, Jonas. Sou uma pessoa não binária mas antes de eu me autodeclarar desta forma, primeiro eu entendi que eu não era cis. Vira e mexe eu troco essa ideia com alguém ... que a não binaridade por si só é uma oposição ao "cistema" e essa lógica binária imposta, que é cristã, colonial e branca como vc disse. Não é uma oposição a outras pessoas, e muito menos a outras pessoas trans. A experiência de não ser cis já me soa não binária, né. Logo as pessoas trans são não binárias. E a pergunta que não quer calar. Existe pessoas binárias? A resposta claramente é que não. O "cistema" é. Já as pessoas, são pessoas. Até pessoas cisgeneras estão reproduzindo padrões de cor, classe, cultura, tempo histórico etc... Entender a não binaridade abre a porta para entender todo o resto. Mas sabe o pobre de direita? O preto que reproduz racismo? A mulher que reproduz machismo? Acho que a pessoa trans querer se autodeclarar e reproduzir a lógica binária é quase a mesma coisa. Paulo Freire já dizia sobre o sonho do oprimido de se tornar o opressor. Acho que tem a ver. A educação precisa ser libertadora. Precisa ir na raiz das causas, precisa problematizar mesmo. Nesse vídeo você fez isso muito bem. Continue sendo essa luz em nossas vidas. A nossa comunidade precisa cada vez mais estudar para não se perder no meio de tantos discursos tendenciosos, porque é nessa que acaba reproduzindo uma lógica que oprime, segrega e mata. Acabei me enrolando com tudo mas enfim. Um grande abraço ❤
comentando aqui como uma pessoa lésbica e não binário, me identifico como agênero. ja ouvi muitas pessoas dizerem na internet que ser lésbica e não binário não faz sentido, mas pra além do julgamento alheio, para o qual eu não dou a mínima, quando aceitei minha transgeneridade tudo fez mais sentido particularmente pra mim sobre quem eu sou e sobre o meu entendimento de gênero que eu ja vinha me questionando ha anos
eu não sei se é o sono pelo horario que estou vendo o video, mas entendi quase nada, mas essa referencia no final do video se ¨como vc é trans/cis¨ é foda pra caralho. amanha vou rever esse video
Eu discordo desse vídeo. Mas acho um pouco compelxo em explicar tudo aqui oq eu penso sobre o assunto. Mas em resumo, creio que a forma de como "binairio" foi falada no vídeo para nega a existência de pessoas trans binarias, não é a forma como em geral as pessoas não binairas usam o termo binário. Um texto que fala sobre isso, e eu concordo em grande parte é o texto: ”Existem pessoas trans binárias?” do blog alternative, escrito por Oltiel. La é mais completo. Sobre a diferença entre pessoas trans binairas e não binaras, elas existem sim, é difícil dizer algo (fora a indentificação) que toda pessoa não binairias teria que as binairas não, visto que existe uma amplitude gigantesca de gêneros não biniaras e alguns deles compartilham muitas características com gêneros binairios. Contudo existem experiência de pessoas não biniaras que são rarisimas de existir em pessoas trans binarias, como ter situações onde as coisas são dividas por gênero e pessoas não saber oq colocar, como retificar documentos. Pessoas não binárias podem não se senti bem em nem ter documentos "masculinos" ou "femininos". Pessoas não binarais podem não ter a possibilidade de reafimar seu gênero usando signos socias, por simplesmente não existe tai signos para os gêneros não binairios. Pesosas não binairas muitas vezes não usam um tratamento gramátical que faz parte da linguagem padrão, e não tem como mostra-los por marcadores socias binarizados Alem que existem sim crenças exorsexista, existem muitas pessas exorsexistas que aceitem a existência de pessoas trans binairias mas cre que todo mundo é ou homem ou mulher. Isso é uma opressão que só existe contra pessoas não binairias. Alem que indentides não binaraias mas espesificas podem passar por coisas bem exclusivas. Como pessoas sem gênero (agenero e afins) podem se sentir sem saber oq fazer num formulário quando perqunta o gênero mesmo com a opção "outra", pessoas xenogêneros podem ter sua indentidade de gênero inválidada por falar que isso "não tem nada haver com gênero", pessoas gênero-fluido podem ser inválidas e falar que só estão confuasas mas "na verdade ela tem um gênero sim, um dia vai descobrir", pessoas genero parcial podem ser invadindas por pessoa falando que "ou você tem um gênero ou não" (ja vi discursos assim). So fato de tentar resumir pessoas não binárias como "passoas fora das normas/papéis de gênero", ja é uma forma de banalizalas. Claro que isso pode acontecer com pessoas trans biniaras mas é mais incomum. Se você como pessoa trans se incomoda com o termo "binário" msm não se considerando não binarie, tudo bem. Binário aqui esra sendo usado aqui como contra parte das pessoas binairias, da mesma forma que usa cis como tal contra parte de trans em muito contexto, e muitas pessoas não se afirmam ser cis. Você pode muito bem se cosndierar somente como "homem trans" ou "mulher trans" (ou travesti etc), sem a necessidade do "binairio". E se você acha que você mesmo estando em algum (ou em muitos sentimentos) próximo do gênero "homem" ou do gênero "mulher" mas por alguma razão ainda não se cosndierar uma pessoa binairia, e quer se indentificar como uma pessoa não-binária, tudo bem! Não tem problema, a questão que pessoalmente vejo problemática é qurer dizer que todas as pessoas trans são assim. [Eu queria falar pouco mas falei muito, talvez saio confuso, desculpa. Qualquer dúvida me perguntem... Grande parte do que eu disse esta no texto que eu recomendei no início]
Eu sou uma pessoa não binária, e com o que sei entendo que todas as pessoas trans são não binárias, por exatamente romperem com a ideia que nos foi imposto pelo Cistema binário de gênero. Pq como vc disse ou deu a entender, msm que a pessoa passe pela mudança visual "passavel", ela nunca será uma pessoa que não rompeu com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento de acordo com o sexo. Que também é outra questão, acho que é relevante que cada vez mais pessoas trans venha a tona na internet falar sobre essas questões para propagar o conhecimento, e atrelar isso ao sistema educacional ou escolar que cooperam para a desinformaçoes sobre nossos corpos.
Eu me identifico como não binaria enquanto termo guarda chuva para outros generos que não são "homem e mulher", me identifico com gênero neutro. Eu acho que na comunidade trans a gente é muito questionada, inclusive quando teve aquele bafafa daquele video da pessoa que se identificava como mulher mas tinha barba foi muito questionado pela comunidade. varias pessoas falaram que uma mulher nunca ia querer ter barba (vindo da propria comunidade trans isso)... e outros exemplos como uma pessoa que eu vi no insta que é genero fluido, pronome ela/ dela e se hormoniza, tem barba tambem e os comentarios sao todos questionando e deslegitimando isso. a gente sabe que generos são construidos socialmente, mas parece que cada vez mais a comunidade trans ta se enfiando em caixinhas como se existisse "certo e errado". Eu também acho que ninguem da comunidade é binário se for pensar no conceito da cisgeneridade e heteronormatividade, mas a gente também tem que reconhecer outros generos alem do "binarismo" - homem e mulher, e nao sei como dar outro nome alem desse
Eu queria um dia poder sentar e conversar com uma pessoa com essa sua cabeça sem que chamassem meus pensamentos e dúvidas de transfobicas. Mas é tão dificil.
E o que vce pensa sobre nós classificarem como héteros? Não consigo me ver nesse lugar, mesmo me relacionando com uma mulher cis. Heterossexualidade não nos diz respeito de maneira alguma...
Tenho 20 anos e talvez só agora que eu esteja me entendendo como uma pessoa não binária e entendendo que isso vai muito mais além do que eu imaginava… É difícil me imaginar fora dessa caixa de binariedade mesmo entendendo que no geral ninguém é binário, afinal não existem só dois lados. Já foi difícil me aceitar como uma pessoa lésbica e agora dizer que não me sinto mulher me deixa insegura, confesso que mais pelos outros do que por mim.
17:18 "muitas pessoas trans binárias tem visões binárias do que é ser trans, me parece ser uma divisão muito binária" - Te desafio a falar isso 5 vezes rápido.
concordo com muito do que você disse, mas acho extremamente delicado vc falar que a identidade "não binária" não existe... existe uma luta enorme para que nós, pessoas não binárias, tenhamos nossas identidades reconhecidas pelo estado e pensar as identidades não binárias hoje é pensar também em acessos a direitos e cidadania. As dificuldades que encontramos na retificação de prenome e gênero e as consequentes dificuldades de acesso ao mundo que temos a partir do momento que nos afirmamos político e juridicamente como não binários explicitam algumas diferenças entre as identidades de mulheres e homens trans e pessoas não binárias.
@@JonasMaria mais jonas pessoas cis se consideram não binárias por possuir ou não características andrôgenas ,quando falamos de identidade social tudo é válido,assim como os lgbts também não consideram a identidade andrôgena,vc também não precisa considerar a identidade trans não binária, mais não diga que não existe e que não faz sentido existir
O melhor de acompanhar uma pessoa certa de seus gostos, é poder rever, no meio da discussão, o "sou menina feminina, sou menino masculino" e o "menina veste azul, e menino veste rosa", dois clássicos tão marcadores do nosso tempo. Não toque, isso é arte.
Como lésbica, membro da comunidade LGBT+ queria entender melhor e me comunicar melhor. Poderia me explicar a nomenclatura para o trans 100% masculino como Thammy Miranda, e uma pessoa que transita entre os dois gêneros? Entendi que ambos são trans não-binário. Mas já vi algumas pessoas nesse segundo caso se identificando como trans não-binário. E qual seria a diferença para somente não-binário (sem ser trans)? Ou não existe essa identidade? E nesse caso o que seria agênero? Desculpa tantas perguntas, sou muito questionadora 😅 Se alguem puder responder, agradeçooo ❤
Acho que uma consequência dessa lógica de “ninguém é binário”, “nenhuma pessoa trans é binária” e “não existe divisão pessoa trans binária e não binária” pode ser a anulação da identidade e vivência das pessoas não binárias (estabelecendo não binaridade como o não reconhecimento nem como homem nem como mulher). Acho que ao mesmo tempo em que pode existir a semente da libertação de imposições sociais de gênero, pode existir a semente da anulação de identidades dissidentes, a depender de como o debate é orientado.
pensando aqui minha identificação como transmasculino e não homem trans (na verdade mais uma escolha de palavras do que autoidentificação) vem da necessidade pessoal de fugir do rótulo homem, para que não criem expectetivas (o outro ou eu mesmo?) da minha performance de gênero... minha mãe por exemplo não entende esse rótulo e começou a me respeitar mais quando disse que sou homem trans, mas continua trazendo referências da masculinidade hegemônica cis para me validar: "seu amigo fulano é homem trans HOMEM ou parece mulher que nem você?", ao mesmo tempo que entende nossos argumentos e os usa quando convêm: "você não deveria se hormonizar e tirar os peitos, não vai ficar mais homem assim".
para ela "não binário" é meio homem e meio mulher
Jonas, sou grande fã do seu trabalho. Faz 5 anos que me reconheço como pessoa não-binária e acredito ter me entendido, não "tornado". Mas, por ignorância, conheço muito pouco sobre a comunidade trans e ainda tenho muitas dúvidas. Continuo me tratando e aceitando os pronomes femininos e, apesar de alguma postura e vestimentas, tenho passabilidade feminina. Minha namorada se identifica como lésbica e, pelo que pesquisamos, está tudo bem. Eu tinha muito medo de estar assumindo uma identidade que não me pertence. Quando ouvi falar sobre a não-binaridade de gênero, foi como se algo se encaixasse, porque eu nunca me entendi como mulher dentro dos padrões heteronormativos. As pessoas diziam: "mulheres são assim ou assado, são isso e aquilo" e eu não me sentia representada nessas discussões. Seu vídeo colocou muita coisa em perspectiva e eu agradeço imensamente. Agora: sei que ainda tenho muito a aprender. Não sei como definir minha identidade de gênero para além de termos guarda-chuva e não quero, nunca, fugir do meu lugar de fala. Dicas de leitura seriam incríveis!
Eu entendo que não sou uma pessoa binária, mas não me sinto trans o suficiente. Não comuniquei aos outros que me tratassem como tal, muito menos abri mão do meu "privilégio cis". Eu odeio gênero, odeio existir dentro desse sistema binário de gênero. Não fui eu quem escolheu ser uma mulher, nunca fiz questão, mas ao mesmo tempo é estranho declarar que não sou uma quando todos me enxergam dessa forma
Fiquei até meio passada lendo você, to passando exatamente pela mesma coisa e é mt solitário. Sempre tenho impressão que vou ser rechaçado por trans binários que n vejam uma disforia classica física em mim. Me add se quiser, adoraria dividir e te ouvir tbm! @dasaguas ig
Eu entendo perfeitamente oq vc quis dizer, a imposição social sobre nossos corpos faz com que tenhamos dificuldade nessa questão, entretanto, não existe trans o suficiente, oq existe é trans ou cis e se vc exerce o privilégio cis continua sendo cis, tal qual a minha situação, me entendo como travesti mais ainda não transicionei socialmente e sou vista como um menino, logo pela sociedade sou vista como cis e tenho esse privilégio.
Eu entendo o que vc quis dizer e lembrei de mim em alguns momentos, é por exatamente o mesmo motivo que não consigo por exemplo, dizer as pessoas que sou um homem trans, pq todos me dizem o contrário, mas ae que vem outra questão, por mais que eles digam que sou mulher apenas por conta das características do corpo demarcado pela biologia, eu não me identifico dessa forma não importam o que digam, e é por isso que ao invés de dizer que sou um homem trans, eu apenas digo que sou uma pessoa trans não binária, não gosto do termo homem, msm sabendo que dentro da categoria trans ele se torna diferente do cis. Acredito que todas as demarcações são necessárias por conta da vivência de cada um, eu posso dizer que abri mão do privilégio cis, perdi meu emprego e até hoje não consigo um. Na faculdade tenho que lidar com várias questões, em casa são outras tantas mil, na vizinha pra quem sabe e não sabe sobre essa questão já é outro problema.Enfim não é nada fácil mas eu não posso viver dentro de uma categoria que simplesmente não sou eu e não me representa enquanto indivíduo social.
me sinto extremamente assim
Me sinto exatamente assim
Me encontro numa situação meio difícil, de não saber exatamente o que eu penso para conseguir externalizar. Eu me vejo enquanto uma pessoa não-binária agênero, no sentido de que eu sinto pouco ou quase nenhum sentimento de conformidade ou conforto no que se enquadra especificamente com uma ou outra performance, um ou outro corpo. Eu me entendo como pessoa, humano, um macaquinhe plus, em que minha personalidade, performance e desejos, são nada além do que são. Eu sou lida como "sapatão" por muitas vezes usar roupas "masculinas", ou pela forma como ando, gesticulo, falo, mas eu não performo apenas as coisas convencionais do que seria esperado dessa "categoria", eu também sou uma pessoa sensível, carinhosa, vaidosa, proativa, etc.
É como se, no fim de tudo, eu fosse apenas eu. Nem homem, nem mulher, pq não cabe a mim o que se tem de expectativa e de experiência exclusivamente "masculina" ou "feminina", ou tão pouco uma combinação perfeita ou em algum grau heterogênea dos dois. Enfim, falei falei e n sei se disse algo Kkkkkk
Voce não se enquadrar em questões de feminilidade não necessariamente precisa te fazer se sentir menos mulher. É um estereótipo. Podemos muito bem ser mulheres não femininas.
foi a um psicologo meu bem?
Assisti o vídeo com muita atenção. Concordo com o pensamento do Jonas no que se refere aos perigos de entrar em novas dicotomias que podem hierarquizar dois grupos trans que estão sob a matriz binária de gênero-sexo-desejo da cisheteronormatividade. Entretanto, discordo que essa divisão seja estritamente “errada”. Existem conflitos entre pessoas trans ‘binárias e não-binárias’, muitas vezes atravessadas pelo exorsexismo transfóbico [quando uma mulher trans ou homem trans invalida a transgeneridade de pessoas trans não binárias com base em critérios transmedicalistas ou critérios performáticos em relação a expressão de gênero, onde tanto esses homens e mulheres trans afirmam categoricamente o binário “sou uma pessoa trans binária” para contrastar e demarcar sua perspectiva de transgeneridade dentro da matriz binária de gênero, quanto visa se diferenciar de pessoas trans não binárias. Podemos ver isso como uma relação marcada por um conflito ou vermos como duas características posicionais afirmativas [binário e não binárie]; visando demarcar fronteiras de identidade. Mesmo que as relações de toda a comunidade ultrapasse a binariedade do desejo [sexualidade] e sexo/gênero da cisheteronormatividade, muitas concepções e perspectivas sobre gênero são cruzadas por variados fatores interseccionais [classe, raça, condição neurológica, condição física, gênero atribuído, gênero performado, status social, etc] e podem buscar por meio das experiências ontologicamente e materialmente vividas, diferenciar suas experiências por modalidades. Se a própria cisgeneridade é um espectro, marcadas por semelhanças e diferenças, cujas relações de gênero são constituídas por relações de poder, podemos compreender que a transgeneridade é um espectro, marcada por diferenças e semelhanças, e que podem marcar diferenças por meio de categorias como essa “binário e não binária”, desde que isso não seja reproduzir a mesma lógica de hierarquização entre uma experiência e outra. Concluindo, não vejo problemas tão grandes nessas denominações de pessoas trans binárias e não binárias, concordando com Jonas dos perigos que essa divisão pode operar, e defendo por ética que essa divisão não seja usada como lógica de opressão entre pessoas trans ou de gêneros dissidentes da norma.
Que deleite voltar do trabalho e ter vídeo novo do Jonas pra assistir 🩷
Contente em saber que gosta 🖤
18:39
é assustador o quanto esse "reproduzir discursos" sem refletir sobre suas implicações e origens tem se tornado o método pra apre(e)nder e identificar as experiências dissidentes de gênero (sobretudo nas redes sociais). jonas, que alegria te escutar no esforço de levantar outras perspectivas e abrir novas perguntas que desafiam essas certezas. beijos, te admiro!
venho aqui pra (me) entender e saio com mais questionamentos do que quando cheguei 😅 obrigada por abordar esse assunto de extrema importância com tanta didática 🫶
assistindo os comerciais e comentando pra ajudar o casal e sua amada casa. Vídeo extremamente didático, você é incrível Jonas!
pra mim, dividir a comunidade em trans binários e trans não binários é importante para que a cisnorma não seja imposta na comunidade. A ideia de que "só há homens e mulheres e o resto é invenção" é justamente aquilo que os transfóbicos mais defendem e a comunidade adotar esse discurso é sinalizar a decadência do movimento e a mudança de posição de oprimido pra opressor
mas é importante entender que ambos os grupos são iguais em pautas e em direitos. A pauta da comunidade trans binária é a mesma da comunidade trans não binária, e hierarquizar essas pautas é um erro
Eu me identifico como uma pessoa trans não-binária alinhada ao masculino, depois de muita reflexão, muito estudo sobre eu mesmo. Para mim, é a melhor forma de expressar quem eu realmente sou e como a minha identidade irá se expressar. Troquei meus documentos porque tenho uma enorme disforia em ser posto no lugar """feminino""", irei fazer a mastectomia porque tenho uma enorme disforia (vinda muito do lugar de ser posto no feminino também), mas de resto, estou completamente bem com tudo. Uso da T somente por causa da menstruação, mas agora estou testando ter uma barba e está sendo uma experiência nova porque me tiram do lugar femino e me colocam diretamente no masculino (até mesmo meu terapeuta que é um homem trans). Depois da mastectomia terei mais liberdade para ser eu mesmo e com certeza estarei usando cropped, saia, (minhas unhas eu já pinto), vestido e etc. Enfim, é uma enorme fluidez que para mim é melhor definida pelo termo PESSOA TRANS NÃO-BINÁRIA ALINHADA AO MASCULINO.
Mulher de barba? Vc vai ser lido como homem e vai ter mais problema ainda usando banheiro
Qual banheiro vc escolhe?
@@CaminhosdoPensamento. Banheiro masculino
As pessoas que não o conhecem enxergam vc como homem ou mulher, ao vê-lo pela primeira vez?
@@CaminhosdoPensamento. Hoje em dia sim, por causa da barba. Mas quando estou sem, sou extremamente andrógeno e as pessoas geralmente perguntam meu nome.
jonas, eu me identificava como uma sapatão não-binária. hoje, embora "ainda" seja não-binárie com muito orgulho, não me encaixo mais nisso, meu namorado se descobriu trans e eu descobri que gostava de homens (e que gostava delE acima de tudo, independente do gênero). ainda quero me encontrar melhor dentro da minha própria transgeneridade, mas acredito que estou em um "caminho certo", se é que ele existe. obrigada pelo vídeo e pela reflexão, sou fã demais!
Porquê a gente tem que ser ou isso ou aquilo e ter que escolher a força, senão, não faz parte da brincadeira??
Porquê a gente não pode apenas SER e viver feliz da maneira como quisermos expressar?
Porquê o outro precisa saber e ter certezas da gente mais que a gente realmente sabe sobre a gente?
Porquê ainda é proibido se experimentar, se descobrir, se reinventar?
meu deu jonas! que saudade eu tava de um bom professor, muito obeigado!!
Jonas evoluindo cada dia mais enquanto comunicador, e olha que eu acompanho desde que tinha vergonha de falar e só fazia story em escrito hahaha. Esse vídeo tá impecável!
“Ninguém é binário” . Caramba.. que reflexão!! 👏🏼👏🏼
Que vídeo rico ❤ aprendo demais com vc Jonas!
Jonas, mais um vídeo impecável. Novamente trazendo visões fora da caixa e nos despertando reflexões.
Sempte aprendo muito com vc. Obrigada
Maravilhoso, como sempre, obrigada por compartilhar tanto conhecimento. É um alívio me pensar enquanto uma mulher trans apenas e isso basta, já parte de uma vivência diferente do binário explicado no vídeo. Adorei!
Gosto muito de como você traz essas discussões Jonas, sempre respeitoso, trazendo referências e aprofundando as reflexões, eu particularmente me autoafirmo como trans NB há quatro anos depois de muito pesquisar e agonizar com disforias por uns dois anos, antes disso me entendia como mulher cis desfem e na infancia/adolescência era bem princesoide, nunca me entendi como homem trans e isso gera muitas confusões internas e externas a respeito do que delimita ser ou não ser trans, não cheguei a modificar meu corpo, apenas meus pronomes, então se perdura a questão de como viver essa auto afirmação sob o olhar de outras pessoas tanto dentro como fora da comunidade, me incomoda quando me enxergam como mulher cis que ta se passando ou como homem trans que ainda não conseguiu sair do armário, e eu vejo uma dificuldade em assimilar a não binariedade e como essa ruptura atravessa nossos corpos de formas amplas e distintas.
Nossa esse vídeo veio num momento incrível para mim, estou numa fase onde algumas ideias estão clareando e onde estou me aproximando da ideia de me indentificar como NB, e ver mais pessoas falando que não tem uma forma correta nem única de ser trans está me deixando muito mais confortável nesse momento de descobrimento. Nesse momento que apesar de ser super gostoso, é um tanto assustador. Muito obrigado pelo vídeo Jonas, ganhou mais um seguidore❤
tô lendo desfazendo gênero da butler agorinha, sinto que é uma libertação ler sobre teoria queer! valeu pelo video, jo! vc é foda e muita gente ainda precisa refletir sobre normalização, seu trabalho é importante!
brabo demais, compartilho do mesmo pensamento. nesses últimos tempos, tenho refletido muito acerca disso. justamente por não concordar com essa noção de binário tenho optado por me chamar de transmasculino.
E gosto mt de saber suas opiniões pq elas costumam trazer outras visões.
Sou não binário e trans. Tava me sentindo burro por não entender o vídeo até o minuto 15:00 ou seja, o momento da conclusão KKKKK Mas concordo totalmente com o que disse. Não faz sentido pra mim que encaixem trans como binários porque somos todos excluídos/agredidos no mesmo pacote trans
Esse vídeo é fantástico!!! Quanta admiração pela sua didática e conhecimento, Jonas
que aula simplesmente incriveeeeeeeeeeeeeeeeeeeeellllll, amei o video e as reflexoes!! ultimamente tem tido altas discussoes ridiculas na comunidade que mascaram o verdadeiro que da questão
É engraçado, eu acho essa discussão super interessante, pois vai de encontro a muitos questionamentos que vivi nos anos 90 como adolescente dentro da minha cabeça - sem ninguém com quem compartilhar! Eu certamente sou uma pessoa não binária, embora também me reconheço como fêmea e convivo bem com meu corpo biológico de fêmea e não tenho nenhuma vontade de mudar, nada disso. Mas não me sinto mulher no sentido de ter pouquíssima identificação com o universo feminino. Acho que devido à minha idade (já estou quase com 50) eu já me acostumei e não me incomodo com meus pronomes femininos, mas super entendo a juventude que tem se colocado para expressar essa subjetividade.
Eu sou mulher e tenho 49 anos , e penso igual a você.
Eu vivo no meio de conaervadores , procuro evitar falar sobre isso aqui em casa
Quem olha pra mim ve uma mulher
Mas não sou uma mulher pafrão , não gosto que me cobrem algo ppr ser mulher
Antigamente,quando era mais nova ou criança , me achava feminista apenas
Morei 1 mes com minha mãe , recentemente e ela é super machista
Um dia eu estava varrendo o chão e ela implicou com meu jeito de varrer dizendo : " varre que nem mulher , você parece homem varrendo o chão " eu ninca notei se tem diferença no jeito que homem ou mulher varre chão ,parece que ela queria cobrar de mim ,uma delizadeza que eu não tenho
@@AtravessandolimitesWatanabe vocés estavam a frente de seu tempo
Jonas! Uma coisa curiosa, não utilizamos mais o termo "binarismo" dentro da academia pois traz a conotação de "doença". Assim utilizamos o termo "binariedade". Grande beijo!
Adorei o vídeo! Não havia me debruçado a pensar sobre esse assunto, será interessante estudar sobre isso, agora que essa caixa foi aberta.
Conteúdo pra muita reflexão... sensacional. Também penso assim, só precisava organizar as ideias e ter uma referência teórica para analisá-las. Adorei!
É uma aula no vídeo e outras tantas nos comentários. Obrigada por abrir essa mesa-redonda virtual, Jonas.
Tava morrendo de saudades dos seus vídeos!
Jonas, nunca te perdoarei por ter apresentado o "sou meniiiina, menina feminina / sou meniiiiino, menino masculino" tantas vezes
Fez bastante falta falar de EXPRESSÃO de gênero (masculinidade, feminilidade, androginia e neutralidade).
Você é sempre muito coerente, gratidão por toda partilha, sucesso demais pra ti!
Me identifico de formas muito parecidas com a sua e tive muitas experiências parecidas tbm, grato por ti ouvir e ser esclarecido!
Eu me identifico como não binário, principalmente porque conscientemente não quero ficar preso a caixinhas de gênero, como trans eu não sei, eu não penso muito sinceramente, vou mais pela lógica de "eu sou eu". Termos de identificação são importantes, eu entendo, mas no fim o que importa e podermos ser nós mesmo, sem se importar com as inúmeras caixinhas que existem.
eu te ouviria falando por horas, é tão bom seguir teu raciocínio
Comecei concordando dps tendo duvida ai descordei e terminei te achando um gênio sksksk parabéns pela comunicação exemplar
EITA QUE EU TAVA ESPERANDO MT ESSE VIDEO💛🗣
Eu não sou trans, mas eu entendo que os termos "trans binário" e "trans não-bináries" se refere a identidade de gênero. Ou seja, uma pessoa trans, que tem uma identidade de gênero fora da norma (padrão normativo, que ocorre via de regra na maioria das pessoas nascidas com aquele corpo sexuado), mas essa identidade de gênero é binária, ou seja, ou masculina (homem trans), ou feminina (mulheres trans), já os "trans não-bináries" seriam as pessoas de identidade de gênero não-binárias propriamente ditas (já que eu já pesquisei que pessoas não-binárias também são consideradas trans). Tô errado?
Sim, José, essa é a concepção atual mais usada, porém não é a abordagem que tenho, e o vídeo é uma reflexão que trago questionando se de fato faz sentido falarmos nesses termos.
Ai, @@JonasMaria! Eu sei q vc deve ter seu planejamento de videos ja previamente pensados e mil outras coisas pra dar conta, mas seria uma mão na roda se vc fizesse mais alguns videos destrinchando um pouco mais sobre esse tema.
Até então meu aprendizado me trouxe pro mesmo lugar q José...
Vou ver o video q vc indicou!
Muito obrigada pelo seu trabalho! 😊
Eu super concordo, como pessoa NB. Esse vídeo fez um bum aqui, mas penso que ainda não estamos preparades para essa discussão e amplitude de visão no sentido sociedade, mas como comunidade podemos avançar muito com isso
Ótimo vídeo! Gostei muito do jeito que você esclarece essa situação. Eu sou homem trans que não estou confortável em fazer hormonização e nem as cirurgias, mas tenho uma aparência masculina, no neu vestir e nos trejeitos. Então fiquei em dúvida, pois muito tempo me vi como lésbica, mas não me sentia assim, pois sinto atração por mulheres. Enfim, cheguei a cogitar acrescentar à minha identidade, ser não binário. Você veio me esclarecer isso. Muito obrigado!
Vc quis dizer "não sinto atração por mulheres"?
Mam eu surtei aqui quando vc mostrou o livro da Letícia, eu li e assisti a uma palestra da mesma e sou grato por ter sido exposto a essas situações.
Jonas, adoro seus vídeos reflexivos sobre estes assuntos. Cada dia mais inteligente e mais Bonito hahahaha ❤
Polemico! Amo seus videos, Jonas.
Como sempre oxigenando a mente para aliviar tanta confusão mental. Agradeço!
Perfeito Jonas! Nunca tinha pensado dessa forma, não sou um homem trans mas também não me sinto uma mulher, já até pensei por anos em transicionar, já me identifiquei como não-binário por um tempo, contei para amigos e para minha família e estava planejando minha mastectomia, mas hoje eu só faço dieta e exercício para sempre ter o corpo mais "reto" e não tento mudar meu jeito "masculino"para agradar às pessoas, eu sou uma pessoa de aparência andrógina e não ligo quando me confundem com um menino, mas também fiz as pazes com ser biologicamente mulher e saber que isso nunca vai mudar, então, na verdade, esse termo 'NÃO-BINÁRIO" todos nos seriamos então! Qualquer pessoa que é contra um sistema onde o homem cis padrão é o mais respeitado, o mais poderoso, qualquer pessoa que não seja um homem Branco e hétero e cis, deveria entender o não-binarismo como uma ideologia de vida e não de gênero.
Acho a proposta dessa reflexão bem relevante mas discordo que a divisão não exista entre o binário e não binário no momento que o argumento é que nao existe o nao binário pq muito poucas pessoas se reclamam binários na comunidade trans, penso que isto acontece na mesma proporção em que a maioria das pessoas cis que julgamos ser a maior parte da população também não requer pra si essa categorização mas na prática ela é vivenciada, assim como para as pessoas trans o envoltório social nos aponta que os binários não precisam fazer essa reclamação de sua identidade já os não binários sim por que vivemciam experiências específicas onde não há ajuste social que os acolha e por isso nasce essa divisão.
meu deus do céu, esse vídeo tá incrivelmente bom
ótimo vídeo Jonas, sempre me fazendo refletir sobre minha própria experiência e conflitos com gêneros, quando vc falou sobre mulheres negras já estarem sendo forçadas a trabalhar quando as feministas brancas queriam esse direito me lembrou o vídeo no qual eu conheci a Nataly, um vídeo com a joutjout onde ela fala a mesma coisa, o vídeo deve ter uns 8 anos já e foi com ele e com a Nataly que pude pela primeira vez refletir sobre o racismo estrutural e a forma que eu por ser branco sou tratado pela sociedade. Obrigada a vocês dois por passarem conhecimento e trazerem a realidade crítica à tona em seus vídeos.
gosto muito dos seus vídeos aprendo muito com você ❤
Concordo quase integralmente. Me identifico como uma pessoa trans nao binária, me hormonizo ha mais de um ano e permaneço com diversos signos do meu gênero atribuído ao nascimento por opção, o que gera muito atrito mental eventualmente. Entendo que, enquanto comunidade trans, é impossível alcançar o binário e tentar parece querer se aproximar do opressor, mas ao mesmo tempo valido integralmente a sensação de pertencimento com as categorias homem/mulher, mesmo que elas sejam fundamentalmente forjadas até pra cisgeneridade (que também sofre nesse binarismo sem ao menos saber). Pertencer é importante pra espécie humana, rs.
No mais, gostaria que escrevesse um livro compilando todas essas ideias que voce já tece há alguns anos e que a sociedade e também a própria comunidade trans carece.
Excelente vídeo, Jonas!. Muito obrigado!
Pra mim n faz sentido nenhum enquanto pessoa não binaria , n se dizer trans eu acho que é um equivoco tambem do que significa ser trans acham que trans significa " transformasse em outro" completamente diferente do que era antes, mas nem sempre é assim as vezes so o pensamento muda quando nos aceitamos o exterior nem sempre muda , mas mudando o interior a uma mudança no exterior , mas porque ela n se parece com algum genero cis é como se a gente " n fosse trans "
Obrigada pelo vídeo, Jonas! 🙏❤
Que vídeo legal, Jonas. Quando você falou sobre a diferença entre a mulher branca e a negra eu lembrei bem desta cena. Me senti unida!!
Amei o vídeo. Sou homem cis heterossexual mas sempre tive muita dúvida sobre esse assunto. E entendi ainda q mesmo com o seu entendimento, oq vale no fim é respeitar como a pessoa se autodermina. Obrigado!
q vídeo incríveeeel obg por existir e se compartilhar jonas❤️
TO MUITO PERDIDO!
Você foi excelente, é só sobre mim mesmo.
Senti falta de falar sobre a prisão do ideal de gênero, mesmo para quem é hétero, Bi, e cis... Percebo uma construção espantalhosa sobre as mulheres que estariam dentro de um padrão e que trata-se de uma gaiola dourada. Acredito que para dar conta do racialismo, não é preciso lourear o corpo-ideal. Até porque, como mulheres, nunca alcançamos este ideal porque é doentio e feito para dominar e subjugar. Qual é o prêmio? Ser a escolhida para um casamento merda? Ser a moeda da herança? Estar no book rosa? E apenas pra complementar, porque sim, o racismo atravessou a luta feminista, infelizmente... Mas, o direito de trabalhar era o direito a ser proprietária. O que era o estatuto da igualdade. Proprietária da herança de sua família, proprietária de seu próprio trabalho, proprietária de seu próprio corpo. Porque antes, éstavamos entre homens e animais. Porque ser mulher, também era ser uma sub-espécie destinada a subordinação e a expropriação. A gente pode denunciar o racismo e rever os erros do feminismo, sem cometer injustiça e anacronismo ...
muito bom o vídeo. aprendi bastante, e adorei a pequena menção à wittig :)
Olá, Jonas. Adorei o video, voce traz boas reflexões. Reflexoes estas que tem me perpassado corriqueiramente e, por vezes, me deixado confusa.
Eu concordo quando você diz que a transgeneridade, por si só, não corresponde nem compactua com a matriz heterossexual (sexo-gênero-desejo), se até mesmo cisgeneridade não é homogênea; logo as pessoas trans não têm vivências binária. Concordo também que essa divisão, binário e não-binárie, deve ser mais discutida e bem construida para que não se tenha uma relação hierárquica dentra da comunidade. Agora, não digo se discordo, mas entendo essa divisão. No meu entendimento de hoje, pessoas trans binárias buscam por uma performance de gênero mais próxima da ideal para determinado gênero (homem ou mulher), o que inclui a execução em mais ou menos coerência, dos papéis sociais que sao atribuídos aos gêneros, por exemplo, como se portar e comportar. Enquanto pessoas não-bináries nao buscam necessariamente essa performance por não se enxergarem exclusivamente dentro desses papéis.
Eu vi aqui nos comentários uma pessoa se identificar enquanto uma pessoa não-binária alinhada ao masculino pelo peso que traz dizer ser um homem trans, uma vez que quando uma pessoa diz ser homem ou ser mulher, espera-se que essa pessoa performe o mais próximo possível o gênero que ela se identifica. Atualmente, eu me identifico enquanto uma pessoa trans feminina não-binária e demorei algum tempo para isso juntamente por não me sentir confortável dentro das pessoas performances de gêneros estabelecidas pelo 'cis'tema. Eu uso de muitos signos femininos e me sinto confortável dentro da feminilidade, mas nao consigo me entender enquanto uma mulher trans por eu não me sentir confortável nem corresponder ao que se espera socialmente de uma mulher.
Nao sei se consegui me fazer clara, mas espero que tenha entendido o meu ponto de vista. Continue com seus vídeos, pessoas como você que contribuem para nossas lutas sao muito importantes. Obgg
Que luxo desse vídeo, amei demais. Comecei meu dia bem assistindo você.
Parabéns pelo conteúdo, Jonas!
Um vídeo do caralho que não vejo mtas pessoas trans falando sobre, concordo totalmente que trans já não está no binarismo e que isso segrega a comunidade t. Também acho que quando fica muito abrangente é mais difícil ter características sólidas pra até msmo reivindicar políticas públicas
Que video, Jonas! Seu trabalho é incrível mesmo
Conhecia você apenos pelo instagram, vi esse video como sugerido (milagre YT sugerir conteudo LGBT+). Obrigado por essa reflexão, obrigado por esse conteúdo. Abraços
É isso: não é o quem, é COMO é ser trans/cis.
Essa pergunta bate daquele jeito!
Obrigada pela lição do dia, Jonas
Jonas, quando puder, faz um vídeo sobre o trabalho de Paul Preciado? Agradeço pelos vídeos.
Falar sobre gênero e sexualidade LGBT+ é sempre muito difícil p mim. São sempre mts questões e mts contradições, principalmente pq é ao msm tempo autoidentificaçao, cultura e política, tudo isso em conjunturas de vida ou morte.
Oi Jonas! Tudo bem? Admiro o seu trabalho como influenciador, mas discordo de você.
Acho que como você trouxe no começo do video, não somos uma comunidade homogênia e tudo bem, as discussões engrandecem a nossa comunidade!
Eu sou uma pessoa transmasculina e me identifico quanto não-binária porque apesar de utilizar de alguns dos signos do fetiche da masculidade, a minha performace de gênero não almeja, nem busca a masculidade hegemônica, ou seja eu sou bem mais afeminado que a maioria dos transmasculinos que conheço. E por esse motivo acredito que a minha vivência como pessoa trans seja completamente diferente da sua. Eu estou começando meu tratamento hormonal, mas não acho que manterei os pêlos nos rosto, e manterei meus seios. E isso sim fará com que as pessoas errem pra sempre meus pronomes. E essas diferenças das pautas e das vivências começam a distar muito da vivência dos transhomens, inclusive da invalidação como masculidades ainda mais severa. Acho que a título de discussão para pessoas além da comunidade é importante que sejamos um único corpo, mas para discussões mais aprofundadas acho que as vivências começam a se distanciar bastante. Mas esse assunto é realmente polêmico pois é dificil dizer quando uma coisa termina e outra começa. Um abraço querido, fique bem :)
otimos insights Jonas. gostei dos apontamentos. tem se negociado identidades e características sem certa responsabilidade com a vivencia/individualismo e local de fala, alem de nao se falar da operacao do capitalismo na construcao de genero-sexualidade-desejo. o ponto da reacao da pessoa no sistema binario nao tem se discutido muito. olhando o sistema genero-sexo-desejo como apenas um sistema preocupado com o fato-presente da identidade, e nao como a identidade dentro do processo historico do individuo. realmente trans por excelencia nao eh binario dentro desse sistema heteronormativo. saindo da autodeclaracao, vemos varios problemas coletivos nao discutidos quando se pensa genero-sexo-desejo apenas como heteronorma como padrao.
como se tem se preocuopado nas discussoes-politicas raciais, tem s eganhado mais criticar a banquitude no centro da conversa. alem da autoidentiticacao, precisamos olhar o embate contra o sistema estabelecido. me parece que muitas discussoes terminam em embates dentro da nossa cominidade do que questionar nosso inimigo do fato (em termos simples).
faz sentido? mandem bala galerinha no meu comentario :)
Justamente por pensar isso que eu fico totalmente sem entender pessoas trans que n são não binárias , fazerem discursos como anti linguagem neutra e dizendo que " temos que nos encaixar em um ou em outro" porque ainda que sejamos homens e mulheres trans o trans sempre vem primeiro e nunca seremos o ideal então porque colocar um padrão na gente que ja é o grupo mais marginalizado ? é so reproduzir uma logica e padrão cis gênero que não cabe a ninguém independente de ser não binario ou n
Oi, Jonas. Sou uma pessoa não binária mas antes de eu me autodeclarar desta forma, primeiro eu entendi que eu não era cis.
Vira e mexe eu troco essa ideia com alguém ... que a não binaridade por si só é uma oposição ao "cistema" e essa lógica binária imposta, que é cristã, colonial e branca como vc disse. Não é uma oposição a outras pessoas, e muito menos a outras pessoas trans.
A experiência de não ser cis já me soa não binária, né. Logo as pessoas trans são não binárias.
E a pergunta que não quer calar. Existe pessoas binárias?
A resposta claramente é que não. O "cistema" é. Já as pessoas, são pessoas.
Até pessoas cisgeneras estão reproduzindo padrões de cor, classe, cultura, tempo histórico etc...
Entender a não binaridade abre a porta para entender todo o resto.
Mas sabe o pobre de direita? O preto que reproduz racismo? A mulher que reproduz machismo?
Acho que a pessoa trans querer se autodeclarar e reproduzir a lógica binária é quase a mesma coisa.
Paulo Freire já dizia sobre o sonho do oprimido de se tornar o opressor.
Acho que tem a ver.
A educação precisa ser libertadora. Precisa ir na raiz das causas, precisa problematizar mesmo.
Nesse vídeo você fez isso muito bem.
Continue sendo essa luz em nossas vidas.
A nossa comunidade precisa cada vez mais estudar para não se perder no meio de tantos discursos tendenciosos, porque é nessa que acaba reproduzindo uma lógica que oprime, segrega e mata.
Acabei me enrolando com tudo mas enfim. Um grande abraço ❤
Caralho minha mente explodiu pqp que vídeo foda
Reflexão absurda pra mim agora 😮😮 Maravilhoso!!👏👏
comentando aqui como uma pessoa lésbica e não binário, me identifico como agênero. ja ouvi muitas pessoas dizerem na internet que ser lésbica e não binário não faz sentido, mas pra além do julgamento alheio, para o qual eu não dou a mínima, quando aceitei minha transgeneridade tudo fez mais sentido particularmente pra mim sobre quem eu sou e sobre o meu entendimento de gênero que eu ja vinha me questionando ha anos
eu não sei se é o sono pelo horario que estou vendo o video, mas entendi quase nada, mas essa referencia no final do video se ¨como vc é trans/cis¨ é foda pra caralho.
amanha vou rever esse video
Eu discordo desse vídeo. Mas acho um pouco compelxo em explicar tudo aqui oq eu penso sobre o assunto. Mas em resumo, creio que a forma de como "binairio" foi falada no vídeo para nega a existência de pessoas trans binarias, não é a forma como em geral as pessoas não binairas usam o termo binário.
Um texto que fala sobre isso, e eu concordo em grande parte é o texto:
”Existem pessoas trans binárias?” do blog alternative, escrito por Oltiel.
La é mais completo.
Sobre a diferença entre pessoas trans binairas e não binaras, elas existem sim, é difícil dizer algo (fora a indentificação) que toda pessoa não binairias teria que as binairas não, visto que existe uma amplitude gigantesca de gêneros não biniaras e alguns deles compartilham muitas características com gêneros binairios.
Contudo existem experiência de pessoas não biniaras que são rarisimas de existir em pessoas trans binarias, como ter situações onde as coisas são dividas por gênero e pessoas não saber oq colocar, como retificar documentos. Pessoas não binárias podem não se senti bem em nem ter documentos "masculinos" ou "femininos".
Pessoas não binarais podem não ter a possibilidade de reafimar seu gênero usando signos socias, por simplesmente não existe tai signos para os gêneros não binairios.
Pesosas não binairas muitas vezes não usam um tratamento gramátical que faz parte da linguagem padrão, e não tem como mostra-los por marcadores socias binarizados
Alem que existem sim crenças exorsexista, existem muitas pessas exorsexistas que aceitem a existência de pessoas trans binairias mas cre que todo mundo é ou homem ou mulher. Isso é uma opressão que só existe contra pessoas não binairias.
Alem que indentides não binaraias mas espesificas podem passar por coisas bem exclusivas. Como pessoas sem gênero (agenero e afins) podem se sentir sem saber oq fazer num formulário quando perqunta o gênero mesmo com a opção "outra", pessoas xenogêneros podem ter sua indentidade de gênero inválidada por falar que isso "não tem nada haver com gênero", pessoas gênero-fluido podem ser inválidas e falar que só estão confuasas mas "na verdade ela tem um gênero sim, um dia vai descobrir", pessoas genero parcial podem ser invadindas por pessoa falando que "ou você tem um gênero ou não" (ja vi discursos assim).
So fato de tentar resumir pessoas não binárias como "passoas fora das normas/papéis de gênero", ja é uma forma de banalizalas. Claro que isso pode acontecer com pessoas trans biniaras mas é mais incomum.
Se você como pessoa trans se incomoda com o termo "binário" msm não se considerando não binarie, tudo bem. Binário aqui esra sendo usado aqui como contra parte das pessoas binairias, da mesma forma que usa cis como tal contra parte de trans em muito contexto, e muitas pessoas não se afirmam ser cis.
Você pode muito bem se cosndierar somente como "homem trans" ou "mulher trans" (ou travesti etc), sem a necessidade do "binairio".
E se você acha que você mesmo estando em algum (ou em muitos sentimentos) próximo do gênero "homem" ou do gênero "mulher" mas por alguma razão ainda não se cosndierar uma pessoa binairia, e quer se indentificar como uma pessoa não-binária, tudo bem! Não tem problema, a questão que pessoalmente vejo problemática é qurer dizer que todas as pessoas trans são assim.
[Eu queria falar pouco mas falei muito, talvez saio confuso, desculpa. Qualquer dúvida me perguntem...
Grande parte do que eu disse esta no texto que eu recomendei no início]
Eu sou uma pessoa não binária, e com o que sei entendo que todas as pessoas trans são não binárias, por exatamente romperem com a ideia que nos foi imposto pelo Cistema binário de gênero.
Pq como vc disse ou deu a entender, msm que a pessoa passe pela mudança visual "passavel", ela nunca será uma pessoa que não rompeu com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento de acordo com o sexo. Que também é outra questão, acho que é relevante que cada vez mais pessoas trans venha a tona na internet falar sobre essas questões para propagar o conhecimento, e atrelar isso ao sistema educacional ou escolar que cooperam para a desinformaçoes sobre nossos corpos.
Eu me identifico como não binaria enquanto termo guarda chuva para outros generos que não são "homem e mulher", me identifico com gênero neutro. Eu acho que na comunidade trans a gente é muito questionada, inclusive quando teve aquele bafafa daquele video da pessoa que se identificava como mulher mas tinha barba foi muito questionado pela comunidade. varias pessoas falaram que uma mulher nunca ia querer ter barba (vindo da propria comunidade trans isso)... e outros exemplos como uma pessoa que eu vi no insta que é genero fluido, pronome ela/ dela e se hormoniza, tem barba tambem e os comentarios sao todos questionando e deslegitimando isso. a gente sabe que generos são construidos socialmente, mas parece que cada vez mais a comunidade trans ta se enfiando em caixinhas como se existisse "certo e errado". Eu também acho que ninguem da comunidade é binário se for pensar no conceito da cisgeneridade e heteronormatividade, mas a gente também tem que reconhecer outros generos alem do "binarismo" - homem e mulher, e nao sei como dar outro nome alem desse
Eu queria um dia poder sentar e conversar com uma pessoa com essa sua cabeça sem que chamassem meus pensamentos e dúvidas de transfobicas. Mas é tão dificil.
E o que vce pensa sobre nós classificarem como héteros? Não consigo me ver nesse lugar, mesmo me relacionando com uma mulher cis. Heterossexualidade não nos diz respeito de maneira alguma...
Esse é um ótimo ponto! Tenho um vídeo já falando sobre isso: ua-cam.com/video/dadSLgVWjus/v-deo.htmlsi=jfxOeLPOxeFV61qc
Tenho 20 anos e talvez só agora que eu esteja me entendendo como uma pessoa não binária e entendendo que isso vai muito mais além do que eu imaginava… É difícil me imaginar fora dessa caixa de binariedade mesmo entendendo que no geral ninguém é binário, afinal não existem só dois lados. Já foi difícil me aceitar como uma pessoa lésbica e agora dizer que não me sinto mulher me deixa insegura, confesso que mais pelos outros do que por mim.
17:18 "muitas pessoas trans binárias tem visões binárias do que é ser trans, me parece ser uma divisão muito binária" - Te desafio a falar isso 5 vezes rápido.
Muito importante essa discussão!
Escalador, inteligentíssimo!
concordo com muito do que você disse, mas acho extremamente delicado vc falar que a identidade "não binária" não existe... existe uma luta enorme para que nós, pessoas não binárias, tenhamos nossas identidades reconhecidas pelo estado e pensar as identidades não binárias hoje é pensar também em acessos a direitos e cidadania. As dificuldades que encontramos na retificação de prenome e gênero e as consequentes dificuldades de acesso ao mundo que temos a partir do momento que nos afirmamos político e juridicamente como não binários explicitam algumas diferenças entre as identidades de mulheres e homens trans e pessoas não binárias.
Com certeza, amg, mas apenas corrigindo: não falo que a identidade não binária não existe, mas sim que não faz sentido em falarmos em “trans binário”.
@@JonasMaria mais jonas pessoas cis se consideram não binárias por possuir ou não características andrôgenas ,quando falamos de identidade social tudo é válido,assim como os lgbts também não consideram a identidade andrôgena,vc também não precisa considerar a identidade trans não binária, mais não diga que não existe e que não faz sentido existir
Que aula do caraleoooo.... muito, muito obrigada. É isso. ❤
Aprendo demais com você Jonas
Você é perfeito!! Falou tudo
O melhor de acompanhar uma pessoa certa de seus gostos, é poder rever, no meio da discussão, o "sou menina feminina, sou menino masculino" e o "menina veste azul, e menino veste rosa", dois clássicos tão marcadores do nosso tempo. Não toque, isso é arte.
Jonas, cadê o link da entrevista em inglês sobre transsexual e transgênero? Não estou encontrando aqui.
Pelo que entendi da reflexão, (RESUMINDO) todo TRANS pela lógica é não binário. Porque sai do sistema binário. Transcende. é isso Jonas? ótimo vídeo!
Como lésbica, membro da comunidade LGBT+ queria entender melhor e me comunicar melhor. Poderia me explicar a nomenclatura para o trans 100% masculino como Thammy Miranda, e uma pessoa que transita entre os dois gêneros? Entendi que ambos são trans não-binário. Mas já vi algumas pessoas nesse segundo caso se identificando como trans não-binário. E qual seria a diferença para somente não-binário (sem ser trans)? Ou não existe essa identidade? E nesse caso o que seria agênero?
Desculpa tantas perguntas, sou muito questionadora 😅
Se alguem puder responder, agradeçooo ❤
Video excelente, sempe muuuuito didático 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Reflexões mais do que necessárias...
Acho que uma consequência dessa lógica de “ninguém é binário”, “nenhuma pessoa trans é binária” e “não existe divisão pessoa trans binária e não binária” pode ser a anulação da identidade e vivência das pessoas não binárias (estabelecendo não binaridade como o não reconhecimento nem como homem nem como mulher). Acho que ao mesmo tempo em que pode existir a semente da libertação de imposições sociais de gênero, pode existir a semente da anulação de identidades dissidentes, a depender de como o debate é orientado.
Jonas, que complexo! Me fez refletir, ainda não entendi tudo, mas me fez refletir.