Ludopédio em Casa

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  • Опубліковано 11 лют 2025
  • Este episódio do Ludopédio em Casa tem o número riscado por razões democráticas. E tem os convidados sublinhados também por motivos democráticos, afinal, Simas e Xico são vozes progressistas indispensáveis ao distópico Brasil do século XXI.
    Um historiador e um jornalista. Dois grandes escritores.
    Um carioca e um pernambucano. Dois grandes brasileiros.
    A conversa sobre futebol e cultura traz reflexões importantes sobre tradições do futebol que afirmam ou contradizem a cultura nacional. Simas e Xico enriquecem o debate com a perspicácia típica de dois grandes articuladores dos dramas sociais brasileiros.
    Reapropriação da camisa da seleção?
    Luiz Simas
    Eu sou o Cremilson.
    Essa questão dos símbolos nacionais, eu acho muito difícil a ressignificação. Nós não estamos num processo claro.
    Já havia um desgaste envolvendo a seleção brasileira e o imaginário do futebol. Esse desgaste já vem apresentando há algum tempo.
    Aquela comunidade de afetos e de sentidos que tinha na seleção algum elemento de identidade nacional foi esvaindo.
    Esse futebol que transforma o torcedor em cliente, que se desliga da comunidade de afeto, leva a isso.
    Essa tomada de símbolos da pátria eu não sou muito afim.
    Quando você tem um processos que ainda é marcado pelo fato de a camisa amarela ser apropriada por um projeto que flerta um fascismo tupiniquim… Acho muito complicado. Acho que vai ser um processo meio complicado lutar por esses símbolos.
    Nem sei se essa luta é fundamental.
    Estou com ojeriza da seleção brasileira.
    Me vejo pagando uma promessa com a camisa do Flamengo, não da seleção.
    A relação do torcedor com a seleção é diferente. Com o clube, mesmo em fase ruim, acompanha, torce.
    A reconstrução desses afetos é complicada. A própria relação com os jogadores mudou. Até mesmo o Falcão, em 82, que estava na Itália, tinha uma relação visceral com o Inter.
    É muito complicado. Vai ser ruim de reconstruir esse processo.
    Xico Sá
    Eu sou o grosso que faz gol.
    Fecho com o Simas total.
    Tenho até dúvida se algum dia podemos mudar esse processo.
    A camisa de 58, azul, até vai.
    Mas mesmo a preta do Dida não dá.
    Eu guardo muito a seleção com a do Sócrates de 82.
    Se a seleção for ruim, não tem jeito.
    Em 70, quando havia a ditadura, tinha grande dúvida, mas com 10 minutos de jogo a esquerdona correu toda.
    Se você não tem a capacidade de encanto do time, junta com esse bolsonarismo, fica difícil fazer alguma tabela com ela.
    A própria seleção está numa sinuca medonha.
    A CBF vai enfrentar isso. A crônica esportiva mais pacheca vai enfrentar isso. Essa praga vai ficar nas costas da CBF e da seleção.
    O Juninho Pernambucano na reportagem do The Guardian critica o Neymar. Há uma idealização sobre esse tipo de jogador, carreira é case de sucesso
    Luiz Simas
    Porque ainda está muito recente o jogador de futebol inserido no mundo das celebridades. Esse é um fenômeno muito recente. Jogador de futebol é influenciador. Às vezes, jogamos uma expectativa sobre o jogador que não corresponde ao que se espera.
    É muito mais fácil ver o Neymar se manifestando contra algo se a turma do Neymar achar que aquilo é bom para ele. É um fingidor.
    Não sabemos quando um atleta se manifesta contra o racismo se aquilo é proposital.
    Esse mundo das celebridades, da coisa instantânea dos influencers é complicado.
    A análise de gestão de carreira, uma expressão horrorosa, diz o que eles têm de fazer.
    Trata-se de um fenômeno que temos de olhar com atenção.
    O primeiro garoto propaganda no futebol brasileiro é o Leônidas. Hoje não aconteceria isso por ser chocolate.
    O Gérson com cigarro é a mesma coisa.
    Isso é interessante. Um estudo como personagem midiático nesse sentido é interessantíssimo.
    “Eu sei o que ele está se sentindo” - eu sei o que é negro. → Mario Filho.
    Xico Sá
    O Neymar incorpora isso como ninguém. Ele é o exemplo acabado desse lugar ocupado pelo jogador de futebol hoje. Qualquer poster em seu Instagram é pensado na planilha máxima em quanto vai render em imagem e em dinheiro.
    Foge de nossa alçada.
    Dali não dá para esperar, não vai sair um manifesto político, nem que seja mais unânime possível.
    Ele é esse guri celebrizado, que marca toca pra cacete.
    Ele tem até essa coisa de anjo torto nele que ele mesmo acaba estragando. Quando faz uma merda, ele até quebra um pouco esse roteiro de celebridade planejadíssima.
    Ele foi perguntado por um repórter do JT e ele falou que não iria se manifestar porque não era negro.
    Sai até pela caridade que essas pessoas famosas fazem. Isso ainda é o ponto mais positivo que ele consegue se manifestar. Não está inserido em pensar política, é uma ajuda solidária.
    Vídeo extraído do Canal Ludopédio
    / ludopédio
    Vídeo original
    • Ludopédio em Casa #1̶7...
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