O Velho

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  • Опубліковано 8 вер 2024
  • O Velho
    A bruma emaranhava-se com a
    Terra avermelhada, sombria.
    Ruídos incessantes a cada movimento
    De folhas amarelas, desgastadas,
    - Quais almas penadas -
    Que tombavam às pegadas arrastadas
    D’um vulto que vagueava
    num gélido amanhecer.
    Estalares abafados, por violentos ventos e,
    O bater de asas assustadas,
    Que intrépidos olhares sondavam,
    - Recorrentes -,
    Perdia-se a silhueta apressada
    No manto branco da alvorada.
    Vaguear incessante,
    Décadas de rotineiras passadas,
    Alheias a longas noites de intempéries.
    Cativas de dias de solidão,
    Ancoradouros de mágoas
    Leitos de recordações.
    Os sonhos, esses, arrancados
    - a ferro e fogo -
    Do peito revoltoso
    Que um dia, lá longe,
    O fizera soçobrar.
    Não seriam de mais as infindas noites,
    Em fugas por veredas e,
    Montanhosas correrias.
    Atentos olhos que,
    Ao resguardo dos deuses
    Velhos conhecidos acolhiam.
    Não fosse o Tendeiro tentar
    Malquistas instâncias
    Na bruma fresca das travessias.
    Memórias, por fim, libertas
    Em dias de sol acolhedor.
    Mas as marcas que em silêncio carrega
    Nas rotineiras passadas profundas,
    Calcorreiam, sem fim, caminhos
    Onde o negrume gélido se confunde
    Com a bruma e o amanhecer.
    Helena Soares Silva©2019
    Extrato da musica " Noite " de Bernardo Sassetti

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