AMARANTINAS

O documentário faz ecoar a voz das mulheres amarantinas/Piauí, que lavram, pescam, educam, rezam, representam. Escuta-las valoriza nossa ancestralidade e nos fortalece para combater o patriarcado e o machismo.
Podemos compreender o filme através da centralidade do trabalho. A história das protagonistas se repete pelo país afora, ultrapassa os limites geográficos, porém, está marcada por uma temporalidade.
A tarefa de fazer parto e rezar, realizada, em sua maioria, por mulheres é uma tradição, porém invisibilizada, chegando a ser criminalizada quando mexe com as estruturas de poder. Escutando a parteira, a rezadeira e umbandista vamos sentindo a sabedoria feminina, popular e ancestral, nossas raízes africanas.
Cozinhando, pescando e plantando as amarantinas garantiram comida na mesa, não só da família, mas de uma coletividade.
Venceram a fome, emanciparam-se, educaram no ato de professorar, seja por falta de opção, seja por paixão e transgrediram através da arte, criando estratégias de sobrevivência e emancipação. Com isso nos deixam o legado: provocar uma mudança radical na sociedade: a extinção do machismo.
Escuta-las lutando por direitos, pela sobrevivência e enfrentando o patriarcado espanta nossos medos e nos convida a embarcar na luta por reconhecimento e valorização.