"Marc Ferrez: Território e Imagem" por Ynaê Santos Lopes

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  • Опубліковано 27 лип 2024
  • Um dos vídeos exibidos na exposição "Marc Ferrez: Território e Imagem" ganhou versão comentada pela historiadora Ynaê Santos Lopes. Mais sobre a exposição: expoferrez.ims.com.br
    A professora analisa as fotografias de trabalho escravo no Brasil feitas por Marc Ferrez, parte da mostra que acompanhou a trajetória do fotógrafo entre 1867 e 1923, apresentando mais de 300 itens do acervo do IMS e de outras instituições. #expoferrez
    Ynaê Santos Lopes é professora de História da América da Universidade Federal Fluminense (UFF). Bacharel, mestre e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USO), Ynaê Lopes é especialista em História da escravidão e das relações étnico-raciais nas Américas e ensino de História da África. É autora dos livros: "Além da Senzala. Arranjos Escravos de Moradia no Rio de Janeiro (1808-1850)", HUCITEC/2010 e "História da África e do Brasil Afrodescendente", Pallas, 2017.
    Marc Ferrez (1843-1923), fotógrafo brasileiro do século XIX, é o mais significativo autor do período no acervo do IMS. Preservados por seu neto, o pesquisador Gilberto Ferrez, os negativos de vidro e as tiragens produzidas pelo próprio fotógrafo compõem a maior parte da Coleção Gilberto Ferrez, adquirida pelo IMS em maio de 1998. Mais sobre Marc Ferrez: ferrez.ims.com.br
    Edição de Laura Liuzzi
  • Розваги

КОМЕНТАРІ • 27

  • @sheilakrauss7427
    @sheilakrauss7427 3 роки тому +6

    Os olhares dos escravos são muito significativos , expressam diferentes níveis de sofrimento , inúmeras denúncias silenciosas. Marc Ferrez retrata_os como uma peça de engrenagem que range.

  • @jader.cratocemacedo7426
    @jader.cratocemacedo7426 3 роки тому +4

    Isso tem que ser compartilhado ao máximo.

  • @AlvesElise
    @AlvesElise 3 роки тому +1

    A história do trabalho no Brasil marcada pela violência. Parabéns pelo documentário, Ynaê!

  • @robertofiorani4313
    @robertofiorani4313 3 роки тому +21

    Acho que tudo depende do olhar de cada um. Como todo documento histórico, o que realmente conta é a sua interpretação. Concordo quando se disse que, ao contrário dos registros dos viajantes, as fotos de Ferrez não mostram escravos sendo castigados; todavia, acho, modestamente, que há um certo exagero na afirmação de que as fotos são manipulação. Vi nas fotos de Ferrez grande miséria também, não vi o que foi chamado de escravos com roupa de domingo, ao contrário, a grande maioria dos fotografados está esfarrapada e descalça e se vi homens resignados, também vi homens revoltados. Dizer que os fotografados não olham para a câmera também soa um tanto fora do contexto, como que se exigindo deles uma postura atual, estou certo de que a grande maioria sequer sabia o que era fotografia. O não olhar para o fotógrafo, parece-me, antes uma exigência da disciplina q que estes homens eram submetidos. Um bom tanto do que se chamou montagem é também decorrência da deficiência técnica da fotográfica da época. Um exemplo claro é a última foto, nela se vê o efeito que o movimento causaria na fotografia pela queda d'água, ou seja, o movimento causa borrão. Ferrez não nos legaria esse tesouro fotográfico se não se utilizasse de tal expediente. Parece-me também que a expressão "corpos negros", usada com insistência, vai até contra o que se pretende mostrar, na medida em que coisifica os atores. Também não entendi o porquê entender a escravidão como sendo "a aposta" do Império, já que a escravidão se fez presente tão logo se deu o projeto colonizador de Portugal, nesse sentido, não se tem aqui uma aposta, mas um processo de continuidade. Quando se fala na aposta do Império pela mão de obra escrava, parece que se fala só do café, esquecendo-se dos engenhos de açúcar e da mineração. A dificuldade em se distinguir quem era escravo e quem era liberto, por exemplo no Porto de Santos, decorre do fato de que as fotos foram batidas quando o processo de branqueamento da população, através da imigração ainda não tinha atingido o efeito desejado pelas elites, ou seja, esse era um país composto basicamente por pretos. Fala-se sobre a libertação da escravidão Americana depois da guerra Civil Americana, mas nos esquecemos dos efeitos causados pela própria Guerra do Paraguai no processo de abolição do trabalho escravo, nosso eterno Bovarismo. É certo que a fotografia, a pintura, a literatura, o cinema, enfim, as artes de um modo geral estão sujeitas à ideologia, no entanto, não se pode diminuir o valor das fotos de Ferrez, aliás importante fonte histórica, o crivo não é dado unicamente pela objetiva do fotógrafo e nisso está a magia da fotografia, nessa relação que se estabelece entre quem fotografou, a foto e quem a viu, sendo este último elemento o mais rico de todos. Fotografia é também interpretação. O que eu vejo, não é o que você vê e nem aquilo que o fotógrafo vê. A foto é objetiva, concreta, mas sua interpretação é subjetiva. Enquanto a professora vê escravos com roupas domingueiras, em atitude servil, cuja resiliência se manifesta em não olhar para a foto, eu vejo, homens esfarrapados, alguns em atitude servil, homens marcados pela disciplina que os impede de olhar para as fotos, como ainda hoje fazem alguns maus policiais:" não olha pra mim!" e se vi homens servis, vi também olhares marcados por um profundo ódio e crianças roubadas de sua infância, como também vi péssimas condições de trabalho . Eis o mistério da fotografia. Como dizia Sebastião Salgado, "você fotografa com toda sua cultura" e se assim é verdade, também é certo dizer que você vê a fotografia também com toda sua cultura. Colocar as fotos de Ferrez unicamente no patamar do comprometido, do artista pago para fazer fotos "harmonizadas" é diminuí-lo sobremaneira, é enxergá-lo por um crivo extremamente negativo. Ferrez, aos meus olhos, legou-nos um brilhante acervo fotográfico, não apenas belo, mas um acervo que permite entender e reconstruir as técnicas, as práticas utilizadas no processo produtivo das fazendas de café, com toda sua disciplina e seus horrores. Fê-lo como pôde, dentro das circunstâncias e limites técnicos da época. Dizer que não fotografou castigos corporais é esquecer de sua foto do navio negreiro, que curiosamente, a professora esqueceu-se de referir.

    • @LuighiZ
      @LuighiZ 3 роки тому +3

      MANO? TU ME DEU O TEXTO DO ENEM CARA

    • @Jhosephgomes
      @Jhosephgomes 2 роки тому +2

      Que texto fantástico, rico em detalhes, uma grande aula.

    • @rodrigogomes8196
      @rodrigogomes8196 Рік тому

      que inteligência nas palavras. Você é professor?

    • @AdrianaMMMatos
      @AdrianaMMMatos 11 місяців тому

      Falou tudo! Nas fotos podemos ver também melhores gestantes no trabalho escravizado. O que a comentarista quis dizer com ""pessoas não negros "" filhos de violências sexuais por parte dos seu senhores. E muitos maus tratos das sinhá traídas. O olhar do povo negro nas fotos, já denuncia toda dor, revoltada e a servidão pelo castigos por eles sofridos. Essas fotos apesar de não mostrar os castigos, tronco. Fica evidente a maldade e a sede de poder.

  • @moacirchiamulera8603
    @moacirchiamulera8603 5 місяців тому

    Espetacular a explicação. Abre a mente. Parabéns.

  • @adilsonarruda3735
    @adilsonarruda3735 3 роки тому +1

    Documentário maravilhoso!

  • @andrielmatisse9706
    @andrielmatisse9706 Рік тому

    Vou usar esse vídeo como complemento de minha aula sobre escravidão.

  • @gibadias1637
    @gibadias1637 3 роки тому +4

    Faz sentido essas fotos maquiadas... Nessa época não havia Photoshop, e os senhores, em sua ganância desmedida, tentavam "humanizar" o abominável uso de mão de obra escrava. A cruel realidade, entretanto, era bem diferente...

  • @guerracla
    @guerracla 3 роки тому

    Muito bom isso!

  • @adrianopoe
    @adrianopoe 3 роки тому +2

    Otima analise!...Parabens!...as vezes, analisando fotos, nao se percebe fatos e muitas vezes suas origens e porquês nao sao questinados pela nossa falta de senso critico. Infelizmente, este modelo escravocrata atrasou em muito ao desenvolvimento financeiro e social de nosso pais em detrimento de familias mui ricas!

  • @robertonociti
    @robertonociti Рік тому

    Muito bom!

  • @daniloezln
    @daniloezln Рік тому +2

    O negro sempre sofreu no Brasil, e hoje não é diferente, basta olhar as favelas e os presídios, tudo isso é um reflexo das condições que foram oferecidas aos negros "libertos".

  • @carloscoutinho3779
    @carloscoutinho3779 Рік тому

    isso explica a revolta e ódio dos negros no Brasil atual ,bem como nós países escravocratas .Excelência de trabalho e lucidação com um outros olhos .

  • @mariajosearaujomendez9308
    @mariajosearaujomendez9308 2 роки тому +1

    Devia servir como prova de trabalho e reivindicação de uma indenização deste país a este povo.

  • @edilsonmacedo2677
    @edilsonmacedo2677 2 роки тому +1

    Ficaria mais interessante se a leitura das fotografias fosse feita por especialistas na história da escravidão como: Sidney Chaloub, José Reis entre outros.

    • @jessicacrispiniano3415
      @jessicacrispiniano3415 2 роки тому +1

      "Ynaê Lopes é especialista em História da escravidão e das relações étnico-raciais nas Américas e ensino de História da África."

  • @maxelidia
    @maxelidia 3 роки тому

    Na época eles não tinham photoshop, então eles usavam coisas que tinham para usar e ficar com um efeito bom, mas por causa da ganância deles,na mente dos senhores eles eram obrigados a isso, para tentar "humanizar" a obra escrava.

  • @conceicaooliveira5467
    @conceicaooliveira5467 4 місяці тому

    Muito suor derramado, muitas lágrimas, derramado, muitas dores, satisfazer, a burguês fedorento, mais que tinha dinheiro acusta do suor do escravos para comprar pefume, cagada e mesma

  • @ricardoaggio9755
    @ricardoaggio9755 2 роки тому

    A escravidão só tem uma razão. O lucro da Casagrande.

  • @helveciograndinetti1597
    @helveciograndinetti1597 3 роки тому +5

    O acervo de fotos do instituto Moreira Salles é ótimo. Uma pena que as narrativas sejam totalmente tendenciosas . As análises das fotos são inteiramente ideológicas. A interpretação das fotos segue única e exclusivamente uma narrativa pré-concebida da autora. Uma pena . Ferrez ficaria assombrado com tanta ideologia encima de seu trabalho. Melhor apenas apreciar as fotos . Infelizmente, este comportamento tem sido uma constante.