UMA CONVERSA SOBRE "TUDO É RIO" | Livros e mais
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- Опубліковано 23 сер 2024
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As pessoas podem não gostar do livro, é claro, como todo livro! Mas cobrar de um romance, de uma obra de ficção um serviço é um equívoco! Literatura é arte. Incomoda, faz pensar, agrada ou desagrada, pode ser de boa ou de má qualidade, mas não é uma prestação de serviço! Vários trechos do livro me incomodaram muito porque mexeram com meus conceitos, com meus princípios, com minha história, mas considero isso um mérito do livro e não um demérito. Podemos terminar o livro abominando a Dalva e ainda assim gostar do livro.
Concordo 100%
Concordo completamente com você
Queria conseguir curtir 1000x esse comentário.
E, “se fosse eu” claro que não voltaria com o homem, mas é um LIVRO, é arte, está ai para incomodar, para refletir, para trazer sentimentos e isso o livro faz brilhantemente!
de fato. Acho estranho cobrar que a Autora no final do livro de ficção tenha que avisar que é um livro de ficção.
Era exatamente esse comentário que eu estava procurando. Concordo total!
Tudo é rio revirou demais o meu estômago, justamente pq me vi gostando de uma história em que um homem bate em uma mulher e é perdoado. Eu também torci pelo final feliz, e depois doeu em mim. Eu concordo que esse livro seja sobre o perdão. Mas ele é sobre o perdão das mulheres. Sobre as mulheres mães, mulheres que cuidam de meninos homens que nunca crescem, mulheres que carregam o mundo nas costas e cuidam de famílias enquanto seus maridos assediam crianças ou dormem com prostitutas. Todas as mulheres desse livro, a exceção de Lucy, deixaram de olhar pra si mesmas para serem mães. Dalva, Aurora, Francisca… A única mulher supostamente emancipada é uma prostituta, o que a gente sabe muito bem que tá longe de ser emancipação feminina… enfim, esse livro maturou nas minhas vísceras por muito tempo e eu fico muito feliz de saber que ele mexeu contigo tbm. Eu não consegui falar sobre ele pra mais pessoas nas redes (mas eu causei discórdia em vários clubes kkkkk), mas tô muito contente que vc tenha produzido um conteúdo extremamente responsável é bem construído sobre ele.
Já parabenizei a Ana Lu pelo excelente conteúdo no privado mas fica aqui a público meu novo agradecimento por esse vídeo! Carla Madeira é uma escritora de grandes habilidades, mas discussão sobre os caminhos de Tudo é rio é essencial. Recomendo fortemente a leitura de A natureza da mordida, outro livro da autora, também excelente e muito diferente do livro discutido até aqui.
Samara, querida, obrigada por esse comentário TÃO engrandecedor, que toca nesse ponto do perdão das mulheres que eu achei FORTÍSSIMO!
Aceitar e continuar a conviver com homens violentos é igualmente uma falta de maturidade de meninas mulheres que nunca crescem. No fim tudo é rio. E não se entra duas vezes no mesmo rio.
Você descreveu tudo o que eu senti sobre a leitura e não consegui organizar em palavras!
A escrita da Carla é tão perfeita que te convence a acreditar que aquele final feliz é possível, obrigada esse vídeo abriu meus olhos, eu sentia que tinha algo errado com aquele final.
É um livro incômodo. A violência que o Venâncio vive na infância e guarda no fundo da alma e que ele alimenta com o ciúmes doentio é terrível. O que ele faz com o filho é imperdoável…e contra a Dalva tbm. Mas, isso para mim, e o mundo está cheio de perdões que nos são imperdoáveis.
Ela romantiza tbm a prostituição, como se toda a depravação e provocação de Lucy não fosse um defesa absurda de todas as tristezas que ela viveu, ela precisava da aprovação de tantos pra se sentir mínima e a única pessoa que deu dignidade a ela foi Dalva.
Mas é um livro que mostra mulheres são incríveis, como Aurora, Dalva e Francisca.
E sobre o perdão de Dalva? Talvez seja para curar seu próprio tormento, mas eu não acredito em cura de homem violento… mas em romance não se pode esperar o mundo ideal, e convenhamos que essa realidade é muito plausível em nosso tempo.
Obrigada por esse vídeo. Eu sou uma mulher que já sofreu violência doméstica, me senti extremamente mal lendo esse livro. E me dói muito toda vez que alguém fala bem dele sem apontar as problemáticas. A escrita é sim belissima, mas achei um desserviço em um dos paises que mais tem feminicidio, uma história assim. A sugestão da indicação de gatilho acho importante.
Enfim, esse vídeo serviu como uma abraço pra mim. Até que enfim alguém falando sobre isso.
Eu sinto muito pela violência que você sofreu, Melina, e agradeço pela coragem de compartilhar esse comentário!
Acho que toda esta polêmica é mérito da escrita maravilhosa e envolvente da Carla Madeira, que te faz mergulhar de cabeça neste rio e, como num sonho, você acreditar que tudo faz sentido. Aí só quando você acorda é que você vai comparar o sonho com a realidade. Isso não muda nada. O livro é incrível sim, como também os demais Véspera e a Natureza da mordida.
Concordo!
O mesmo aconteceu comigo, no final do livro o incômodo existia porque eu realmente acredito que o Venâncio não merecia que ninguém ficasse ao seu lado no final mas, o livro, o desenrolar da história, a escrita, realmente nos faz acreditar que “meio que tá tudo bem”. Pra mim, fica muito mais evidente a violência do Venâncio quando ele faz exatamente a mesma coisa com a Lucy, não existe uma mudança, ele realmente é capaz de fazer, fazer e fazer..
Exatamente!! Até quando ele vai pensando no pai e nas suas atitudes que até então no passado ele desprezava, vê concordando e até achando "justo" em fazer. Realmente o Venâncio tem sérios problemas. Creio que a Carla se manteve "neutra" e só contou a história com a linda escrita dela justamente para retratar a realidade: quantas vezes não vemos casos de mulheres que se relacionam com Venâncios da vida mas mesmo assim ainda continuam? Antes de se casarem ele já dava seus sinais (ou melhor, ele ter pedido ela em casamento justamente após aquele ataque de ciúmes?? Só mostra que na cabeça dele, acha que pode passar pano em tudo), além do fato deles viverem na própria bolha, "isolados" do resto do mundo só criou ainda mais um cenário propício.... creio que a dependência emocional tenha sido um dos maiores fatores que impediram a Dalva de ir embora. A Carla não diz isso (na vdd nada explicitamente) entretanto somos bombardeados várias vezes com ela escrevendo o por que de ainda não ir embora? Não me entendam mal, não estou jogando pedra em ninguém, talvez a Dalva realmente acreditou em um novo começo com ele. Mas, para mim, ela merecia um final melhor considerando as dores e o sofrimento que ela passou. Me pergunto o que teria acontecido na obra se ela tivesse contado para Aurora o ocorrido. Concordo com o vídeo e o livro é bonito, uma narrativa potente e personagens bem desenvolvidos mas com relacionamento problemático e um "final em aberto"?
Até que enfim encontrei pessoas com impressões parecidas com a minha sobre esse livro. A escrita da autora é realmente muito boa, mas a estória me causou raiva… o final então nem se fala… e eu fico me perguntando quantas Dalvas e Venancios existem por aí… quantas mulheres exploradas, prostituídas, violentadas e que no fim desejam ou perdoam o homem que só espalhou desgraça na vida delas. Um livro, no mínimo, incômodo.
Pois é Tânia, eu já estava desesperançosa com o brasileiro, vi absurdas resenhas romanceando essa história. Pra mim trata-se de pedofilia e assassinato não denunciado, seja pelos personagens, seja pela escritora e por muitos leitores e booktubes 😒
Terminei o livro agora e estou arrasada!! Que mau exemplo. Que loucura. Tô muito chateada e já comprei Natureza da Mordida!! Eu tô revoltada.
Não acredito que tenha um final feliz, é um final bem aberto
Obrigada pela sinceridade. Esse livro pode virar gatilho pra muita gente e pode estimular mulheres que sofrem violência doméstica a continuarem caladas. Concordo que poderiam colocar um aviso, um prefácio, não sei. Algo que evitasse um possível gatilho.
Pelascaridade
Vrdd, um gatilho atrás do outro. O que o Venâncio fez com Lucy, de ignora-la me fez muito mal. Me arrependi de ler esse livro.
Eu fechei esse livro e nem guardei de volta na estante. Ele foi direto pra pilha de "vendas/trocas".
Gostei muito da forma como a Carla escreve, mas detestei o excesso de cenas com sexo explícito, a romantização da pedofilia e a passação de pano para as atitudes do Venâncio por seu passado tortuoso.
Terminei com a sensação de que toda a canalhice foi premiada, sabe? Entendo que o destino dos personagens é uma escolha de cada autor e respeito, claro, mas senti um desgosto imenso com esta.
Ah e gostei demais da sua honestidade em comentar sobre como repensou seu posicionamento sobre o livro. Essas discussões pós leitura são muito enriquecedoras mesmo!
"Toda a canalhice foi premiada" poderia ser um título de Nelson Rodrigues!! Faz muito sentido sua observação, Rê, e pois é, os debates tendem a ser bastante enriquecedoras e a gente tá sempre aí para reparar em outros pontos e repensar, né?? Obrigada pelo comentário!
Nossa, concordo 100% com você! Eu terminei de ler na força do ódio kkkk
Já no capitulo sobre a infância da Lucy eu fiquei revoltadíssima. Sabemos que a nossa sociedade híper sexualiza as meninas, e este livro naturaliza e justifica isso.
A “cereja do bolo” foi o perdão ao Venancio. O que ele fez com ela foi imperdoável, no final no mínimo ele merecia ser abandonado.
Sabemos que os livros nem sempre tem o final que gostaríamos, a vida é assim, estes canalhas são perdoados o tempo todo, mas autora conduz o leitor ao perdão, romantiza, tenta mostrar a mudança dele e arrependimento.
Terminei de ler há 3 dias e até agora não consegui superar a decepção.
vc resumiu muito bem. Pra mim foi a maior decepção do ano
Senti o mesmo
De verdade, eu precisava ouvir esse comentário. Muito obrigado.
Eu li o livro, e eu ficava pensando: nossa eu nunca perdoaria esse personagem. E depois teve aquele plot twist, mas isso não apaga todo o ciclo de violência cometida por ele, o final parece muito conivente.
Legal saber que vc repensou e viu de outra forma o final. Terminei o livro hoje e concordo com vc, a escrita da Carla é envolvente, instigante, da vontade de saber mais sobre os personagens, mas me deixou extremamente incomodada. No começo achei algo legal, uma puta emponderada, ela queria isso, mas quando contou a história dela já me deixou muito desconfortável porque, pra mim, ela sofreu um abuso do tio... E o final eu fiquei muito chocada. Não sabia nada sobre o livro quando comecei a ler, e ler aquela violência brutal acontecendo (sou mãe e nem consigo imaginar uma dor como aquela e continuar "casada" com o abusador...) sem nenhuma ressalva, nada discutindo de como é uma coisa problemática, de como uma mulher nessa situação pode sim sair desse ciclo. Enfim, gostei e recomendo o livro, mas com muitas ressalvas e apontando o gatilho de violência doméstica.
Ana Luísa, proponho uma reflexão com base na sua. Creio que vivemos um tempo complicado para a apreciação artística. Parece que não conseguimos mais olhar para uma obra por si só, como se toda obra tivesse, necessariamente, a responsabilidade de falar por todas as outras histórias. Reconheço e valorizo a inclusão do debate sobre temas como representatividade, por exemplo, mas acredito que sejam debates para análises estruturais, e não de obras isoladas. Por que este livro não pode trazer uma trajetória de violência e perdão, sem que o encaremos como uma defesa da violência perante outras histórias, inclusive as da vida real?
Olá Bruno :)
Reflexões e trocas educadas são sempre bem vindas. Eu entendo muito o seu ponto, e também pensei muito sobre isso antes de fazer meu vídeo e, para falar a verdade, penso nisso até hoje quando penso neste livro. As coisas nunca são preto no branco né? Eu realmente não tenho uma resposta para te dar - e nem para dar a mim mesma.
Não sei quais são os limites da ficção ou se ela não pode apenas escolher narrar uma trajetória de perdão pós-violência. Como você pode ver nos comentários, as opiniões se divergem muito.
Eu continuo achando o livro bonito, mas bastante problemático, ao meu ver - e quero deixar claro que definitivamente não acho que ele não tem o direito de existir, haha.
@@analubussular Obrigado pela resposta, Ana Luísa! Fico feliz que tenha compreendido o questionamento e o tom que eu quis dar a ele (morro de medo de me expressar mal na internet, rs). Mas também seguirei refletindo aqui, inclusive por reconhecer que há uma dimensão do problema, a do sentir na pele, que eu talvez não vá conseguir medir plenamente. Aproveito o contato para elogiar seu trabalho, acompanho há muito tempo mas não sei se alguma vez tinha comentado por aqui. Seguirei na audiência!
@@BrunoBatiston muito obrigada pelo retorno!!
Eu li o livro e nunca pensei q atitude dele merecesse perdão . Foi algo muito doloroso para Dalva, duas perdas imensas . Fiquei surpresa com o final!
Bambuzinho também levou uma coça, mas não estou vendo ninguém compadecer com o coitado. 😢
o livro não é um tutorial. ele não está ensinando a replicar aquelas ações. a finalidade do livro é te le levar em lugares que você não imaginaria. por exemplo, como imaginar que alguém teria ciúmes do próprio filho se amamentando?! ninguém pensa nisso.
passar pano seria dar justificativas que minimiza os feitos. e não é isso que acontece.
terminei de ler e fiquei como caralhos alguém acha isso bonito? O cara era pra ir pra cadeia
Tô na mesma. Passada and chocada.
Tbm pensei a mesma coisa
Parabéns e muito obrigada pela sinceridade, na vdd agora depois de te ouvir é que senti vontade de lê-lo pois não acredito que nada consiga ser perfeito.
Nossa obrigada por este vídeo!!!! Terminei de ler com um gosto amargo. Não me desceu. Gostei da relação da Dalva com a mãe, da Lucy com a Dalva, mas o resto, não consegui digerir. Vim procurar no UA-cam mais gente que tinha tido essa experiência, e achei você!
Nossa, terminei o livro hoje e já vim aqui assistir o vídeo com spoilers. E que bom que vim! Também me gerou um grande incômodo a maneira como a autora tratou a violência doméstica. Na hora que li a parte em que ele bate no amigo da família movido por ciúmes, logo pensei que isso era um sinal claro que lá na frente ele iria bater nela também. Me coloquei no lugar da Aurora pensando o que eu poderia fazer como mãe pra evitar um desfecho desses, até parei a leitura perdida pensando nisso kkkk Consegui fazer uma "suspensão da descrença" depois, por isso aproveitei o livro, essa prosa tão deliciosa de ler, mas amei ver alguém levantando esses pontos tão importantes. Me fez ter um olhar crítico sobre outros pontos da obra também, que levantaram nos comentários. Obrigada por esse vídeo de utilidade pública! Espero que os editores sejam mais responsáveis e façam um posfácio no futuro mesmo. Ótimo conteúdo, como sempre!
Venâncio errou muito. Ciúme doentio, não passo pano pra isso, mas o perdão é sempre aceitável. Perdoar não significa esquecer. Eu teria perdoado mas não teria continuado com ele. O livro não diz que eles ficaram juntos, não entendo que Dalva tenha perdoado. O final fica em aberto
Concordo!
Concordo
Até que enfim encontrei alguém que pensa parecido comigo. A escrita é incrível, vale a pena ler. Mas me incomodou muuuito o final. Para mim foi muito absurdo o filho estar vivo e a Dalva ficar tanto tempo sem descobrir isso. E aí depois chega anos depois com o menino e diz: "esse é o seu pai", dando a entender que existe um perdão ou uma superação possível para algo imperdoável. Só queria que o Venâncio sofresse ainda mais e por toda a eternidade kkkk
Fora que ela cria a criança que foi fruto da traição dele com a Lucy
Para mim Carla Madeira não teve a intenção de passar uma lição de moral, para levantar um movimento revolucionário de conscientização contra a violência doméstica. Mas ela mostra uma história que se passa em um momento não descrito, que parece ser em uma cidade pequena do interior mineiro ( foi o que eu imaginei), em um período com poucos recursos tecnológicos e muito conservador. Que até me arremate ao apse da família patriarcal e tradicional brasileira. Por isso tenho que ter maturidade para entender a época. Pois infelizmente ela retrata a história, a história que poucos contam da rotina de muitas famílias brasileiras, o dia a dia que de forma velada foi desenhando as vivências, como o machismo, o ciúmes, a submissão, os valores morais e religiosos, a conservação da família impecável acima de tudo, o viés da dependência financeira, a obediência. Todos os fatos narrados trás dedos ao contexto histórico da nossa sociedade em seus fatores Moraes, familiares e religiosos. É triste, é odioso, mas é real e necessário para entender um pouco de nossa história, mesmo que seja uma ficção, para a partir daí levantar olhares para o mudança. Aprender o porque da necessidade de ser diferente. O que escandaliza é enxergar a verdade na história.
Apse?
Tempos depois do término da leitura ainda não digeri tudo, não só pela a problemática da violência ou do final propaganda família feliz… Cresci com uma Lucy, várias Dalvas e muitos Venâncios, digerir o livro é identificar estas personagens na minha existência e reconhecer suas potencialidades e suas fraquezas. Compreendo seu posicionamento e sigo maturando meus olhares! A arte nos tira do eixo porque somos seres das possibilidades, nem monstros, nem anjos, humanos.
(Alerta spoiler) Sem falar nos abusos que Lucy sofre, o tio que ainda volta e parece ter uma relação de parceria, sendo que era um escroto abusador! E ela ainda quase é morta por Venâncio e tudo bem? Nossa, é problemático do início ao fim, a escrita não me convenceu, e o final foi um desserviço. E todas as pessoas ao redor de Dalva percebem que tem uma coisa errada e apenas deixam ela entrar numa furada, ninguém pergunta ou intervém, apenas passa a mão na cabeça de Venâncio. Eu li o livro inteiro com revolta, esperando o momento que ia melhorar pq tinha tanta gente confio recomendando, mas foi uma experiência bem incômoda, principalmente por ter demorado a ver críticas às problemáticas na história. Acredito que um posfácio debatendo a questão seria bem interessante mesmo, e ter mais debates como os desse vídeo sendo abertos :)
Uma história de violência de gênero misturada com um texto erótico fazendo sucesso enorme em meios feministas me trás muitos questionamentos sobre a relação de poder .
50 tons de cinza lembra muito essas confusões
Exatamente! Pra mim, o maior problema do livro nao eh nem a historia em si, mas a narrativa. A narrativa eh feita pra tentar te fazer se compadecer com agressores e abusadores. Nao foi so o tio de Lucy que abusou dela. Os homens que cairam nos encantos dela sao "coitados", sendo que ELA ERA MENOR DE IDADE. Parece que ela tentou usar poesia pra defender crimes.
Ana só um adendo, a autora já falou que esse livro não tem um final feliz, ele encerra de forma aberta, mas não feliz
Olá! Então, vou falar uma coisa agora que vai parecer grosseria, mas eu juro que não é: não importa o que a autora falou. Existe uma questão no universo literário que é chamada de "a morte do autor", e isso significa que não cabe a ele dar uma explicação sobre o que ele pensou pro livro ou como ele interpreta o final. O livro é dos leitores, é de cada pessoa que lê e tem a sua interpretação. Para mim, a redenção da história deles, o fato dela ter perdoado e voltado pra casa simula um "final feliz" que eu acho extremamente problemático e incômodo, e a autora dizer que não é um final feliz realmente não me importa, não muda em nada o que eu penso.
@@analubussular entendo totalmente! Só achei bacana destacar pq assim como a discussão em grupo fez vc perceber aspectos do livro que durante a leitura não tinha te chamado atenção, o fato da autora não considerar aquele final feliz tbm foi algo que fez eu pensar um pouco sobre minha interpretação do livro
@@enquantoissoleio ahh claro!! E muito obrigada por compartilhar!!
Eu não deixaria Venâncio chegar perto de um filho meu nunca mais.
Nossa, realmente após esse vídeo eu estou vendo com outros olhos a história
Não gostei desse livro. Acho que banaliza a violência doméstica, a pedofilia e trata a prostituição de forma romanceada. Fora que que o final é surreal, sem sentido. De fato, a escrita é fluida e a leitura é muito fácil.
Exato
Lendo alguns comentários dá a impressão que muita gente inicia a leitura de uma obra esperando que ali contenha algum tipo de conteúdo catártico ou, em alguns casos mais extremos, que seja uma espécie de manual de boa conduta, quando na verdade é apenas uma ficção. A obra não tem obrigação nenhuma de cumprir esses papéis. Muitas obras vão exatamente te tirar da zona de conforto, vão te fazer pensar (e pensar muito), vão te fazer questionar, e às vezes vão te abrir os olhos para realidades que você normalmente não quer se dar conta que existem. Carla Madeira escreve muito bem, e toca em feridas que podem realmente doer em muita gente, mas que também colocam um holofote em questões que não gostamos de tocar: sexualidade, violência, prazer (feminino principalmente), enfim...gostei do livro justamente porque ele me incomodou ao ler. E tenho recomendado para que outras pessoas leiam e possam discutir o que se encontra ali.
A sensação que tive foi q tinha varias frases e passagens lindas e profundas numa história sem noção, mas ta tudo bem quem gostou
Eu amo como esse livro virou um acontecimento.
Nossa também me senti assim lendo esse livro. Amei a escrita da Carla, muito bonita e envolvente, mas ao mesmo tempo fiquei chocada com esses problemas que pra mim foram difíceis de engolir. Além da violência que a Dalva sofre, não comprei a caracterização da Lucy. Achei que ela deu uma romantizada na prostituição. Enfim… daquelas leituras que me deixaram com sentimentos controversos.
Além de romantizar a pedofilia né? Aquele começo dela "seduzindo" geral... Argh.
E acho que tá tudo bem ler e pensar em tantas camadas, né? Nem tudo é só bom ou só ruim, e são sempre diversas as percepções.
O que eu fico mais reflexiva, pra não dizer outra coisa, é todo mundo falando do livro só como uma história de amor e redenção.
Esse foi o livro que mais me causou sentimento de ódio. Só consegui enxergar a violência e crimes sendo romantizados. A escrita fluiu bem, e o final foi terrível. Infelizmente o Brasil está cheio de Dalvas.
@@adrianaduarte1651 Fico apavorada ainda hoje de ver o povo falando em história de amor.
Parabéns por voltar aqui e rever a análise da leitura.
to igual você! fechei o livro amando e agora to de queixo caído. o posfácio com certeza seria uma boa adição pras próximas edições, mas não deixo de pensar que esses afetos confusos na recepção da obra são também sintomáticos da percepção da nossa sociedade sobre violência doméstica e sem dúvida sobre sexualidade feminina. será que vou conseguir reler ou vai virar meu dom casmurro nunca revisitado?!
Esse livro está gerando bastante discussão. Dá pra perceber que o enredo dele é incômodo.
Acho que é diminuir muito o livro chamando-o de história com "final feliz". Realmente, existe um final com possibilidades felizes, mas o que cada um passou pra chegar até aí deve ser valorizado. Carla traz os piores e os melhores sentimentos de maneira aguda, tingidos com o vermelho quente da paixão e da dor. O perdão, a mais nobre das atitudes, mesmo em se tratando de um crime tão vil, só pode ser alcançado pela força da transformação e de um amor puro. Só pra resumir: Tudo é rio fala sobre a vida que pulsa com força, sem medo e sem desbotamento... Por isso, não se pode ficar à margem, problematizando o que salta aos olhos: um crime, uma violência, etc... Há que se mergulhar para além disso. Aí sim, alcançamos o propósito do dito.
Cada um tem uma percepção ;)
Perfeito. Exatamente o que senti. Não dá para romantizar um espancador.
Quando comecei a ler, fiquei consumida de ódio pelo Venancio. O que não mudou ao longo da leitura, o final, me pegou de surpresa. Foi um plot muito bom, mas que raiva!!! A Carla Madeira tem uma escrita excelente.
Eu só conseguia me sentir aflita com o final do livro, esperei o pior (de novo)… por isso não conseguia entender aquele final. Mas o livro é fantástico, várias reflexões que me deixaram impactadas. Apesar desse erro no final.
Eu também não entendi o final !
A escrita é linda,
Mas tem problemas grandes. Passa pano no machismo e na violência doméstica contra a mulher
Acho que o livro não está aí para ser discutido se seu tema é válido ou não, até porque, se a gente for falar de tema problemático, a arte deixaria quase de existir.
Acho o livro muito bom justamente por retratar o tema de forma fidedigna, para chocar, para causar incômodo. Essa é a ideia. Talvez até para abrir nossos olhos para a realidade que nos cerca e muitas vezes a gente não vê. Eles eram um casal perfeito, e quem via Dalva passando de cabeça erguida, não imaginava o peso que ela carregava. Por isso, acho que, eu, muito ao contrário de desaconselhar o livro, incentivaria muito sua leitura. As pessoas podem e devem sair de romance mamão com açúcar de vez em quando e colocar a cabeça para queimar e o estômago para embrulhar.
O Brasil é um dos países onde há mais feminicídio no mundo!! Foi uma grande mancada da escritora escrever uma história sobre o perdão no contexto de violência doméstica.
Acaba retratando a realidade, muitos livros tem o teor de fanfic, porém quando pegamos a realidade ela dói e é incomoda, que é o que o livro propõem e entrega.
Gostei de sua análise e entendo sua preocupação. Mostra discernimento de sua parte. Penso, no entanto, que não seja coerente colocar expectativas morais em uma obra de ficção. Eu me lembrei de quando li Lolita de Nabokov. Achei um livro muito bem escrito e inteligente. Mas, isso não quer dizer que eu acho que o relacionamento entre um homem de mais de 40 anos e uma criança de 12 seja aceitável, como algumas leituras da obra tentam estabelecer.
Por outro lado, nunca conseguiria entender como funciona a mente de um pedófilo vaidoso e vigarista maquinando suas estratégias abusivas, se não tivesse entrado em contato com esse livro. Mesmo que a garota seja vista muitas vezes como uma “Femme fatale” no fim é possível notar que ela era a única vítima, e o herói do romance um abusador. Mesmo que a literatura não tenha a intensão de ensinar, você acabou entrando em contato com um lado sombrio do ser humano, ao ler esse livro. Talvez você nunca mais leia um livro da mesma forma que fazia antes dessa experiencia, talvez você busque expandir seus olhares a cada personagem que entra em contato, são possibilidades que podem te fazer ler melhor até. Isso tudo por conta do desconforto que essa história te causou. Mas repito, é legitimo nos preocuparmos com os conteúdos de um romance, ainda mais em um país onde a leitura é superficial e sem reflexão. Parabéns pelos vídeos.
Eu gostei bastante, li e reli duas vezes , não concordo com o final porém é um livro. Não concordo com q história mas gostei do livro
Acabei de ler o livro neste instante e compartilho contigo a mesma opinião.
É a primeira resenha que vejo do livro, o que me parece é que as pessoas começaram a ler com uma outra espectiva, não sei se sou eu que já espero uma "realidade" dos livros que leio, mas o retratado no livro sendo bom ou ruim é a realidade do cotidiano, na minha visão o livro foi até que "legal" tendo um final "feliz", a realidade incomoda por ela estar ali, pessoas passarem por isso, eu entendi que o livro entregou o que prometeu. Da para dizer que é um livro bom? Sim, até porque ninguém vai lá e cometer as atrocidades que contém no livro por apenas ler.
"Mas o Brasil é o pais com mais feminicídos." Se formos parar para pensar, é aprendendo o que é errado que não praticamos, tendo um impacto e demonstrando como por exemplo as drogas podem levar uma pessoa ao fundo do poço ou como o álcool e imprudência pode vir ocorrer um atropelamento e consequentemente ao fator morte, entendemos e até se pensa muito mais quando pratica (uso de substâncias) ou vê (agressão) a situação na sua frente.
Li a pedido de uma amiga, não por envolvimento com a escrita. A autora é visceral em narrar emoções e costurar os pensamentos dos personagens, porém senti falta de uma descrição de ambientes, de cenário. A questão da violência doméstica magicamente resolvida no segundo filho não me convence. O Venancio é um personagem inverossímel, vende uma ilusão perigosa de final feliz. LIieratura tem potência e esse livro desperdiçou. Ainda vou assistir alguma entrevista com a autora para confirmar se o livro é maior do que posso apreender ou se é mais uma escritora mulher com viés machista hollywoodiando os leitores. Te parabenizo pelo vídeo e por se rever.
Gente, me desculpem! Me decepcionei com essa análise! O livro é uma ficção! A escritora CONTA A HISTÓRIA (entre outras coisas) de uma mulher que perdoa o marido apesar dele ter cometido uma violência hedionda. A escritora NÃO PASSA PANO para uma mulher que perdoa o marido que cometeu uma violência hedionda! Você pode terminar o livro dizendo "odiei a personagem Dalva! Ela jamais deveria ter agido assim!" Mas não esperar que o livro traga uma lição de moral! Ou vamos nos colocar como beatas conservadoras dos anos 1920 que diriam que a grande vilã do livro é a Lucy, uma mulher depravada que destruía famílias! Dalva não devia perdoar assim como Otello não deveria ter matado Desdêmona; como o rei Cláudio não deveria ter matado seu irmão; como Bentinho não devia ter desconfiado de Capitu e por aí vai. A literatura traz personagens capazes do bem e do mal e nos faz refletir sobre eles! Sobre a porção violenta que há em nós e a porção que é capaz de ficar estarrecida com a violência. Afinal, que literatura queremos? A do faz de conta?
Concordo, esse povo está precisando ler Antonio Candido. “A literatura não corrompe, nem edifica, mas, trazendo livremente em si o que chamamos o bem e o que chamamos o mal, humaniza em sentido profundo, porque faz viver.”
Eu adorei o seu comentário e concordo plenamente.
@Angela Mogadouro queria curtir 1000 vezes seu comentário.
Exato!!!
Finalmente. As pessoas se esquecem que é um romance, não uma notícia de página policial.
Vou ler o livro e volto aqui. 😉
"fácil de ler, difícil de engolir"... Não indicaria pra ninguém.
Eu n gostei nem um pouco desse livro, do início ao fim ela é ruim. O fechamento é fraco, romantiza a prostituição e o despertar da sexualidade feminina é colocada de maneira problemática.
Me incomodei mt c a cenas de violência e de sexo explícito. Acabei gratuito, sem necessidade.
Mts partes da história n ficaram de forma clara, a autora podia de destrinchado melhor. Ate mesmo sobre a intensidade da Dalva e do Venancio ela poderia ter aprofundado mais.
Enfim, vi mt gnt falando q esse foi o melhor livro da vida e eu nao vejo sentido nenhum disso 🤷🏻♀️
Eu li esse livro , achei o final um pouco complexo , alguém poderia me explicar sobre o Vicente , ele morreu mesmo né ? Eu não perdoaria Venâncio jamais !
Alguém tem um clube do livro aberto no Telegram?
Já saiu da minha lista de livros p comprar. A vida é muito curta p eu perder tempo com algo que sei que só vai me causar revoltada.
Me senti extremamente desconfortável com o final.
Nossa agora, tive as mesmas percepções que você sério, eu acabei de ler e ameiii muito, não que eu não tivesse visto os problemas antes, mas depois que escutei outras opiniões eu mudei de ideia, mas não posso dizer que odiei o livro
Mais alguém percebeu que a Dalva se vingou do Venâncio?
Pior do que esse só "A natureza da mordida".
O fato de Dalva perdoar o Veranâncio não é problematico, ela aborda um fato humano e uma conexão, que não cabe a ninguém julgar essa atitude, não é responsabilidade da autora o que o leito vai fazer com essa informação, é um romance poético, numa cultura brasileira. Claro que a percepção deve ser cuidadosa, como vc mesmo disso, pode influenciar negativamente mulheres que sofrem de violência doméstica
O meu problema com teste livro é não se trata de realismo fantástico. Então a violência ocorre e não tem polícia, nada se esclarece. A história parte daí. Uma vizinha fofoqueira já bastava.
HAHAHA Fátima, você tem um ótimo ponto! Eu nem tinha pensado nisso!
O nome pra conduta do protagonista é tentativa de homicídio... Eu queria desler esse livro.
Não é um livro sobre romantização é uma retratação, sobre o que acontece no dia a dia de várias pessoas.
Leiam É assim que acaba!
É um enredo de violência doméstica em que vira um ciclo de mãe para filha!
Mas o final é impressionante!
Leiam e me contem!
Nice 🙂♥️ you 🥰 have
Um mundo tá ficando chato mesmo. O livro é bom. É literatura. É pra fazer pensar. Não é pra tratar de violência doméstica e sim, pra contar história de mulheres fortes, de perdão, de nuances de personalidades...
Nossa! Precisa aprofundar mais isso. Primeiro, gostou. Depois, foi na onda de um grupo. Precisa reler e perceber outras camadas. O livro tem muita subjetividade, embora a escrita da Carla seja objetiva.
Nossa! Obrigada por me ensinar como formar uma opinião viu? E me explicar que o livro tem subjetividade! Precisa aprofundar mais sua aceitação à opinião dos outros, tá?
Acredito em perdão sim. A violência foi terrível, sem dúvida. A cena foi forte, mas Venâncio foi punido de maneira dura, na altura do crime cometido. Continuar na mesma casa que Dalva, sofrendo a dor do desprezo e pior: o remorso pelo ato terrível cometido. O perdão existe, é possível perdoar quando há um arrependimento sincero. É um livro forte, duro de ler, é para poucos. A prosa de Carla traz o mais intenso e fundo das sensações, sejam elas boas, gostosas ou duras, cruéis e ásperas. É um talento para poucos.
Realmente, coitado, ele arremessou um recém nascido na parede, mas a dor do desprezo resolve todos os problemas.... pra mim não dá.
Nem li o livro e já odiei. 😰😰
Eu não gostei. Li pq vi uma intagrammer que eu gosto, indicando. Livro baixo astral.
Primeiro, a história não muda o fato da escrita ser interessantíssima, inteligente e poética. Quanto a história, imagine se Almodovar parasse de fazer filmes porque parte dos expectadores só gostam de filmes com final feliz?? Isso é censura literária. É ilusão que a arte não segue a vida, mas maqueia ela. Acho importante separar o fato de que eu odeio o fato desse tipo de história acontecer na vida real, mas digo e repito: Amei o livro, a forma dela escrever é única e incrível.
Que bom que você pensa assim, Geovana. Eu também não acho que o livro deveria ser censurado, de forma alguma, só dei minha opinião sobre as impressões que tive sobre ele. De vez em quando é preciso lembrar que cada um tem direito às próprias opiniões, rs.