Marcha da Liberdade

Cid Nader
www.cinequanon.art.br
Marcha da Liberdade é típico fruto das possibilidades infinitas e velozes que a modernidade empresta nos dias de hoje na hora de serem registrados fatos. Principalmente, com a virtude de desmistificar um pouco a quase regra que vem se estabelecendo e que remete tais atos de câmeras sempre a postos, e nas mãos de centenas, resultando sempre em registros pessoais demais, descartáveis demais, fúteis. Ao ir atrás de um momento que certamente renderia -- quando da Marcha da Maconha, em São Paulo, a princípio liberada pelo poder judiciário mas que evidentemente não agradou os do executivo e os da polícia -, Fábio Burnier não fez nada diferente dos modos que estimulam o comportamento jornalístico em busca de furos, e embrenhou-se no meio de diversas batalhas que ocorreram na ocasião.
Bom de câmera (s) -- e corajoso -, obteve imagens muito próximas, algumas espetaculares (quando se aproxima de policias conversando para decidirem os passos a serem dados,por exemplo), e bom equilíbrio nos sons e gritos que forma gerados. Conseguiu, cumprindo função que deveria ser da imprensa, obter dados suficientes para fazer perceber quem estava exagerando na ocasião e quem tentou evitar o confronto. A impressão que ficou é a de que ao menos mais alguém filmou toda a situação. A certeza: é a de que soube arranjar tudo muito bem na hora de editar o material. "Didático": no melhor dos sentidos.