Muito interessante, mas fico com dúvida como o analista institucional trabalha? Como a demanda surge para ele realizar a análise da instituição de fato? Ele atua na instituição por um tempo e depois realiza intervenções? Existe uma demanda particular ou apenas pública? O campo de atuação é mais voltado para estudos acadêmicos ou existe bastante trabalho na prática?
Muito boas as suas perguntas! Valeria até um vídeo inteiro respondendo elas para aprofundar esses questionamentos, e eu quero fazer esse vídeo. Por ora, vale dizer que a análise institucional é, antes de tudo, mais uma postura do analista do que um campo de trabalho. No atendimento individual do consultório eu ainda permaneço tecendo minhas análises considerando que as instituições são a matriz da subjetividade dos meus pacientes. Então, cada um que ouço, procuro entender o ambiente de onde ele vem e de onde ele fala a partir de uma perspectiva institucional, sua família, sua escola, seu trabalho, suas relações de amizade, suas relações afetivo-sexuais, e assim por diante. Isso me possibilita entender o sofrimento como algo que tem uma dimensão "social", que se dá por esse conjunto de práticas e relações que precedem cada um de nós e que de algum modo participamos, ora mais ou menos obrigados, modificando ou mantendo esse modo de funcionar.
Uma conversa sobre a ideia de produção de subjetividade fundamentada na psicanálise e no marxismo. Se buscarmos, entretanto, Weber e Sartre vamos encontrar essa ideia mitigada pelo conceito de liberdade no qual não se credita tudo ao funcionamento da sociedade e de imposições sociais produtoras de subjetividade. Leva-se em conta o aspecto existencial que é a escolha livre e consciente dos indivíduos, mesmo que é clara a sua identidade como ser-no-mundo. Sartre flexibiliza essa ideia de que somos vítimas da sociedade e devolve ao homem o poder de escolha e de responsabilidade sobre suas escolhas.
Acontece que a escolha não é assim uma escolha (como quem define com quem camiseta sairei de casa hoje). Ela implica em lidar com seus fantasmas, suas culpas, elaborar suas fantasias e idealizações. É aí que a crítica a Sartre, de que ele leu pouco ou apressadamente a psicanálise, se apoia. E é aí mesmo que nós, e me incluo sim, produzimos psicanálise!
@@ConversaPsi E os psicanalistas leram pouco Sartre, ou quase nada, a ponto de pensar que ele conceitua assim o processo de escolha. Na verdade Sartre e Heidegger desenvolveram conceitos como Dasein e Ser-no-mundo mostrando que nossas escolhas são intersubjetivas. Mas acentuaram a responsabilidade pessoal, no lugar de atribuir tudo aos outros, à sociedade.
@@wsmonteiro, eu não sou um especialista em Sartre e nem em Heidegger. Posso falar apenas do lado em que domino, a psicanálise. A noção de inconsciente, repetição e transferência nos fazem tomar a ideia da responsabilidade de uma perspectiva outra. Há uma dimensão de nós que não dominamos, somos menos senhores de nós do que podemos imaginar. Cabe à análise nos mostrar essa sombra para que aí sim possa haver um processo de elaboração. A responsabilidade e a escolha só podem se dar mediante essas condições deveras humanas.
Não tem como ler Sartre e ignorar o aspecto militante anticapitalista dele. Que interpretação é essa de que as condições materiais são descartadas por ele? Ele afirmava que temos liberdade total, mas dentro das condições, porém enfatizava a liberdade de transformação dessa universalidade de condição, somos livres para escolher ou a resignação ou a revolução, mas não a liberdade num sentido liberalista.
Oi, Daniela... sim tem algumas produções da Prof. Marlene Guirado que são muito interessantes nesse sentido. Atualmente eu dou um grupo de estudos sobre o assunto e estou construindo um curso online, com objetivo de levar esse conhecimento a mais pessoas. O livro que considero básico nesse sentido é o "A Clínica Psicanalítica na Sombra do Discurso". Você é psicóloga?
Serpro eu fiz aula de inglês com não era menor no positivo mais uma inglês e frente ao Eu fazer um filme do princesa do recente e um de criança ainda quando ele tinha 10 anos mas minha mãe no minha por nenhum projeto cru alguma coisa minha mãe não me apoia as que o dinho vai cair na conta de 1 hora pra outra leva tempo esforço dedicação trabalho
Ótimo vídeo. Muito bom mesmo. Parabéns.
Muitíssimo obrigado!!
o'timo video multo obrigada prof
Muito bommm
Muito interessante, mas fico com dúvida como o analista institucional trabalha? Como a demanda surge para ele realizar a análise da instituição de fato? Ele atua na instituição por um tempo e depois realiza intervenções? Existe uma demanda particular ou apenas pública? O campo de atuação é mais voltado para estudos acadêmicos ou existe bastante trabalho na prática?
Muito boas as suas perguntas! Valeria até um vídeo inteiro respondendo elas para aprofundar esses questionamentos, e eu quero fazer esse vídeo. Por ora, vale dizer que a análise institucional é, antes de tudo, mais uma postura do analista do que um campo de trabalho. No atendimento individual do consultório eu ainda permaneço tecendo minhas análises considerando que as instituições são a matriz da subjetividade dos meus pacientes. Então, cada um que ouço, procuro entender o ambiente de onde ele vem e de onde ele fala a partir de uma perspectiva institucional, sua família, sua escola, seu trabalho, suas relações de amizade, suas relações afetivo-sexuais, e assim por diante. Isso me possibilita entender o sofrimento como algo que tem uma dimensão "social", que se dá por esse conjunto de práticas e relações que precedem cada um de nós e que de algum modo participamos, ora mais ou menos obrigados, modificando ou mantendo esse modo de funcionar.
Trabalho em escola. Quero ver o próximo vídeo. Escola é um problema danado 😂😂.
Que bacana, Bruno! Na próxima quarta será publicado o vídeo sobre Análise Institucional da Escola... vejo você lá!
Uma conversa sobre a ideia de produção de subjetividade fundamentada na psicanálise e no marxismo. Se buscarmos, entretanto, Weber e Sartre vamos encontrar essa ideia mitigada pelo conceito de liberdade no qual não se credita tudo ao funcionamento da sociedade e de imposições sociais produtoras de subjetividade. Leva-se em conta o aspecto existencial que é a escolha livre e consciente dos indivíduos, mesmo que é clara a sua identidade como ser-no-mundo. Sartre flexibiliza essa ideia de que somos vítimas da sociedade e devolve ao homem o poder de escolha e de responsabilidade sobre suas escolhas.
Acontece que a escolha não é assim uma escolha (como quem define com quem camiseta sairei de casa hoje). Ela implica em lidar com seus fantasmas, suas culpas, elaborar suas fantasias e idealizações. É aí que a crítica a Sartre, de que ele leu pouco ou apressadamente a psicanálise, se apoia. E é aí mesmo que nós, e me incluo sim, produzimos psicanálise!
Em tempo... a matriz de pensamento desta análise institucional é Michel Foucault, e não Karl Marx.
@@ConversaPsi E os psicanalistas leram pouco Sartre, ou quase nada, a ponto de pensar que ele conceitua assim o processo de escolha. Na verdade Sartre e Heidegger desenvolveram conceitos como Dasein e Ser-no-mundo mostrando que nossas escolhas são intersubjetivas. Mas acentuaram a responsabilidade pessoal, no lugar de atribuir tudo aos outros, à sociedade.
@@wsmonteiro, eu não sou um especialista em Sartre e nem em Heidegger. Posso falar apenas do lado em que domino, a psicanálise. A noção de inconsciente, repetição e transferência nos fazem tomar a ideia da responsabilidade de uma perspectiva outra. Há uma dimensão de nós que não dominamos, somos menos senhores de nós do que podemos imaginar. Cabe à análise nos mostrar essa sombra para que aí sim possa haver um processo de elaboração. A responsabilidade e a escolha só podem se dar mediante essas condições deveras humanas.
Não tem como ler Sartre e ignorar o aspecto militante anticapitalista dele. Que interpretação é essa de que as condições materiais são descartadas por ele? Ele afirmava que temos liberdade total, mas dentro das condições, porém enfatizava a liberdade de transformação dessa universalidade de condição, somos livres para escolher ou a resignação ou a revolução, mas não a liberdade num sentido liberalista.
Oi Ronaldo, vc sabe onde eu posso ler mais sobre a clinica ser um espaço institucional tb?
Oi, Daniela... sim tem algumas produções da Prof. Marlene Guirado que são muito interessantes nesse sentido. Atualmente eu dou um grupo de estudos sobre o assunto e estou construindo um curso online, com objetivo de levar esse conhecimento a mais pessoas. O livro que considero básico nesse sentido é o "A Clínica Psicanalítica na Sombra do Discurso". Você é psicóloga?
Conversa Psi Vou procurar mais as produções dela. Mas respondendo, sou sim :)
@@sdaniela0 bacana!! Tem também o que é a Livre Doscencia dela: Análise Institucional do Discurso como Analítica da Subjetividade.
Serpro eu fiz aula de inglês com não era menor no positivo mais uma inglês e frente ao Eu fazer um filme do princesa do recente e um de criança ainda quando ele tinha 10 anos mas minha mãe no minha por nenhum projeto cru alguma coisa minha mãe não me apoia as que o dinho vai cair na conta de 1 hora pra outra leva tempo esforço dedicação trabalho
NÃO É PRA EU ME AMOSTRAR????? HAHAHAHA