Como gerir os erros do passado sem ficar deprimido? | Lucas

Jesus ensinou o princípio da fidelidade na gerência de nossas perdas, em função de nossos próprios erros:
“Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Lc 16:10-13)
Esse texto é a conclusão e aplicação da parábola do mordomo infiel. O administrador de um homem rico tinha responsabilidades na gerência dos recursos fornecidos por sua propriedade e arrendamentos. Ocorre que este gestor foi pego pela “lava-jato” da época dando um jeitinho de ganhar “uns por fora”. Ao ser descoberto, cai em si, consciente da gravidade das consequências de seus atos. Seria mandado embora sem poder levar absolutamente nada do que granjeou, honesta ou desonestamente. O que ilustra bem a morte: a viagem onde pessoa alguma pode levar coisa alguma - por mais que tenha ajuntado, tudo fica nessa dimensão temporal de coisas.
O importante homem de negócios da parábola em apreço sabia que morreria de fome se não cavasse - trabalhos braçais da agricultura, ou se não mendigasse. Ambas as alternativas eram impensáveis para ele. Talvez já tivesse idade avançada. Mas logo tem um insith. Se não poderia tirar um grama daquela propriedade, deveria dar um jeito de usar bem aqueles recursos ali mesmo. Chamando cada um dos clientes do seu patrão, aqueles que tinham contratos com valores fraudados em sua administração de caixa dois, oferecia descontos à dívida deles. Certamente de acordo com o que tinha dilapidado. Dessa forma granjeou amigos com as riquezas da injustiça, abrindo as portas de oportunidades. Gerenciou suas perdas no momento de crise, quando não poderia se dar ao luxo de escolher entre o excelente e o ótimo, mas apenas entre o ruim e o péssimo. O seu patrão o admirou pela atitude final. O Senhor Jesus conta a parábola o colocando como exemplo para nós. Não somos melhores do que ele. Nosso passado está cheio de coisas erradas que fizemos. Muitas consequências querem nos cobrar o preço. Precisamos gerenciar nossas perdas, no lugar de ficar paralisado, olhando para o passado e se entregando a depressão.
Ser fiel no mínimo é, usar a condição que tem, para fazer o que deve ser feito, indiferentemente da situação.
Não dá para servir a dois senhores. Jesus deixa claro que o homem rico da parábola representa Deus. em contraponto a Mamom - riquezas injustas. Deus é o supremo provedor de todas as necessidades humanas. Mas quando a ganância nos leva às práticas erradas para ganhar injustamente, estamos servindo a Mamom.
Entretanto, não é tarde para usar - até as riquezas da injustiça - para fazer o que é certo. Despreze a Mamom e sirva a Deus de verdade.
Gerenciar as crises é não ficar preso ao passado. É ter fé no Deus cujas misericórdias se renovam a cada manhã. Vide o ladrão da cruz, que nos últimos momentos de sua vida, geriu a sua crise e foi salvo.
ATIVIDADE
Encare seus problemas de frente. Não se esconda deles. Não terceirize eles. Gerencie-os de frente. Mesmo com prejuízo próprio, seja fiel no mínimo que dá para fazer no momento chamado agora. Não perca tempo mais com os vínculos do passado. Se desligue deles, custe o que custar.
Escreva os erros do seu passado que ainda afligem seu coração. Na frente deles coloque os passos a serem tomados no agora e a decisão inabalável de não procrastinar mais sobre eles. Seja fiel no mínimo, ou seja, os passos que são possíveis dar hoje!
Adriano Alves, pr. Londrina, 16 de novembro de 2020
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