TROVADORES V.2.0.2.3 #08 O Realejo Velho/Старая шарманка

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  • Опубліковано 1 жов 2024
  • Concerto - Auditório Mar da Palha, 21.05.2023.
    Sara Afonso - canto,
    Alexéi Tolpygo - sintetizador, piano elétrico,
    José Teixeira - violino, MAGIC HAND 🤪,
    Ágnes Sárosi - violino,
    Irma Skenderi - viola,
    Nuno Abreu - violoncelo.
    Gravações áudio e vídeo (special thanks to) - Daniel Nave
    Innokéntiy Ánnenskiy/Иннокентий Анненский (1855 - 1909), poeta "simbolista" russo.
    Canção escrita aos 16 anos de idade.
    Старая шарманка (a tradução segue)
    Небо нас совсем свело с ума:
    То огнём, то снегом нас слепило,
    И, ощерясь, зверем отступила
    За апрель упрямая зима.
    Чуть на миг сомлеет в забытьи -
    Уж опять на брови шлем надвинут,
    И под наст ушедшие ручьи,
    Не допев, умолкнут и застынут.
    Но забыто прошлое давно,
    Шумен сад, а камень бел и гулок,
    И глядит раскрытое окно,
    Как трава одела закоулок.
    Лишь шарманку старую знобит,
    И она в закатном мленьи мая
    Всё никак не смелет злых обид,
    Цепкий вал кружа и нажимая.
    И никак, цепляясь, не поймёт
    Этот вал, что ни к чему работа,
    Что обида старости растёт
    На шипах от муки поворота.
    Но когда б и понял старый вал,
    Что такая им с шарманкой участь,
    Разве б петь, кружась, он перестал
    Оттого, что петь нельзя, не мучась?..
    1907 г.
    Realejo Velho/Stáraya Xarmanka
    O céu deixou-nos totalmente loucos
    Encandeou-nos ora com fogo, ora com neve
    E, arreganhado, como uma fera, o teimoso inverno
    Bateu a retirada para atrás de abril
    Mal por um instante tudo se torna voluptuoso num torpor
    Logo outra vez o capacete é puxado até às sobrancelhas
    I os riachos desaparecidos sob a crosta de neve
    Ficarão em silêncio e congelarão antes de acabar de cantar.
    Mas o passado já está esquecido há muito tempo
    O jardim está cheio de sons, e a calçada está branca e ecoada.
    E a janela aberta está a olhar
    Como o beco se vestiu de relva.
    Apenas o velho realejo está com calafrios
    E, numa voluptuosidade de pôr-do-sol de maio
    Ainda não consegue moer as mágoas más
    A girar e pressionar o eixo tenaz.
    E não vai entender de forma alguma este eixo,
    Agarrando, que o trabalho é todo em vão
    Que o ressentimento de velhice cresce
    Nos picos por causa do tormento de girar
    Mas mesmo quando entendesse o velho eixo
    Que fosse este o destino para eles,
    Será que ele parava de cantar, girando,
    Porque não se pode cantar sem se atormentar?

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