Ricardo Ribeiro com Rabih Abou Khalil e a Orquestra Metropolitana de Lisboa
Вставка
- Опубліковано 11 лют 2025
- "Toada de Portalegre" de José Régio.
Ricardo Ribeiro e Rabih Abou-Khalil com a Orquestra Metropolitana de Lisboa.
A RTP2 em mais um espectáculo de elevado valor e de rara beleza. Execução perfeita. Excelentes músicos. A bela e afinada voz de Ricardo Ribeiro. É uma grande honra e orgulho ter o privilégio de assistir a tão maravilhoso espectáculo.
Mais informação:
www.teatrosaolu...
www.ofado.pt/?p...
pt.wikipedia.o...
Poema -
Toada de Portalegre
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros
Morei numa casa velha,
velha grande tosca e bela
À qual quis como se fora
Feita para eu Morar nela...
Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
Quis-lhe bem como se fora
Tão feita ao gosto de outrora
Como ao do meu aconchego.
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De montes e de oliveiras
Do vento suão queimada
( Lá vem o vento suão!,
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
Dói nos peitos sufocados
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão...)
Em Portalegre, dizia,
Cidade onde então sofria
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem fôr,
Na tal casa tosca e bela
À qual quis como se fora
Feita para eu morar nela,
Tinha, então,
Por única diversão,
Uma pequena varanda
Diante de uma janela
Toda aberta ao sol que abrasa,
Ao frio que tolhe, gela
E ao vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda
Derredor da minha casa,
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos oliveiras e sobreiros
Era uma bela varanda,
Naquela bela janela!
Serras deitadas nas nuvens,
Vagas e azuis da distância,
Azuis, cinzentas, lilases,
Já roxas quando mais perto,
Campos verdes e Amarelos,
Salpicados de Oliveiras,
E que o frio, ao vir, despia,
Rasava, unia
Num mesmo ar de deserto
Ou de longínquas geleiras,
Céus que lá em cima, estrelados,
Boiando em lua, ou fechados
Nos seus turbilhões de trevas,
Pareciam engolir-me
Quando, fitando-os suspenso
Daquele silêncio imenso,
Eu sentia o chão a fugir-me,
Se abriam diante dela
Daquela
Bela
Varanda
Daquela
Minha
Janela,
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros
Na casa em que morei, velha,
Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
À qual quis como se fora
Tão feita ao gosto de outrora
Como ao do meu aconchego...
Ora agora,
Que havia o vento suão
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
Dói nos peitos sufocados,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão,
Que havia o vento suão
De se lembrar de fazer?
Em Portalegre, dizia,
Cidade onde então sofria
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem for,
Que havia o vento suão
De fazer,
Senão trazer
Àquela
Minha
Varanda
Daquela
Minha
Janela,
O testemunho maior
De que Deus
É protector
Dos seus
Que mais faz sofrer?
Lá num craveiro, que eu tinha,
Onde uma cepa cansada
Mal dava cravos sem vida,
Poisou qualquer sementinha
Que o vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda,
Achara no ar perdida,
Errando entre terra e céus...,
E, louvado seja Deus!,
Eis que uma folha miudinha
Rompeu, cresceu, recortada,
Furando a cepa cansada
Que dava cravos sem vida
Naquela
Bela
Varanda
Daquela
Minha
Janela
Da tal casa tosca e bela
Á qual quis como se fora
Feita para eu morar nela...
Como é que o vento suão
Que enche o sono de pavores,
Faz febre, esfarela os ossos,
Dói nos peitos sufocados,
E atira aos desesperados
A corda com que se enforcam
Na trave de algum desvão,
Me trouxe a mim que, dizia,
Em Portalegre sofria
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem for,
Me trouxe a mim essa esmola,
Esse pedido de paz
Dum Deus que fere ... e consola
Com o próprio mal que faz?
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem for
Me davam então tal vida
Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,
Me davam então tal vida
Não vivida! sim morrida
No tédio e no desespero,
No espanto e na solidão,
Que a corda dos derradeiros
Desejos dos desgraçados
Por noites do vento suão
Já varias vezes tentara
Meus dedos verdes suados...
Senão quando o amor de Deus
Ao vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda,
Confia uma sementinha
Perdida entre terra e céus,
E o vento a trás à varanda
Daquela
Minha
Janela
Da tal casa tosca e bela
À qual quis como se fôra
Feita para eu morar nela!
...
Excelente ! Os meus parabéns e gratidão por estes magníficos momentos! A RTP 2 deveria transmitir de novo!
ESTA BOA ESTA JUYNÇÃO! COM O MESTRE DA MÚSICA ÉTNICA! 👑 RABIB ABOU KHALIL! RICARDO RIBEIRO! SEMPRE UM PASSO Á FRENTE DE OUTROS MUSICOS E ARTITAS NO MERCADO PORTUGUÊS DO GÉNERO! MUITO OBRIGADO AO SR.jdfcouto JOSE´DAVID! POR P EXCENETE CONTEUDO! a.m.
jesus!!!!!!!!!! este cântico desceu do céu para nos enaltecer os sentidos!!!!!!!!!!!!
É verdade, Maria de Lurdes, é divino!
A dimensão que Ricardo Ribeiro fala o qual extravasa as ciências exatas, as árvores, pedras… que falam, "o sentimento" , está aqui demonstrado naquele mediterranísmo que ele chama de "colar de perolas".
Maravilha! Um pedaço da nossa História, uma voz, uma orquestra, um alaúde Árabe e um poema de Régio, dito como eu nunca ouvira.
Se eu de música entendera, chamar-lhe-ia uma sinfonia.
Transcendente!
Este homem impressiona pela dimensão em todos os sentidos...
Algo único...
Parabéns Ricardo!
Bem hajas!
Tive o privilégio de ter José Régio a fazer me o exame de admissão ao liceu em Portalegre e agora tenho o privilégio de poder ouvir o espectacular Ricardo neste belíssimo concerto! Obrigada Ricardo!
Maravilha. Parece um sonho bom. Tudo o que estava em cima daquele palco é grande, os músicos, o poeta e a tua voz. O que fizeste não é para todos. És abençoado. Adorei é uma obra de eleição. Beijinhos
Erudit singer. The portuguese soul, has also the the heritage of the Moors (north-africa). The portuguese language, the portuguese food, the teluric portuguese architecture of Alentejo region and Algarve, and of course, the faces of us - because him a portuguese too -, has this heritage all over. Thank you Ricardo, for explain this, by music.
A concretização de um sonho do Ricardo. Uma interpretação muito acima do expectável. Um magnifico poema e grande orquestração. Uma obra prima. Parabéns a toda a gente envolvida neste projecto.
Fantástico, Ricardo.
Espetacular concerto e com a voz do nosso melhor fadista que orgullo , parabéns 👏👏👏👏
Impressionante nunca já mais visto maravilhoso para quem não gostava deste tipo de música sou verdadeira mente fã
Incomparável : é como si o Fado nasceu aqui com Ricardo Ribeiro.
Hoje em dia é talvez A Voz a mais bela do Mundo.
És absolutamente divinal,Ricardo Ribeiro. Único e admirável. Adoro-te.Homenagem lindíssima ao grande José Régio.
Maravilhoso, Ricardo, melhor voz , o melhor fadista de sempre. Adoro te
Grande emoção ! Obrigado Ricardo
Fabuloso
Ricardo Ribeiro e um espectáculo cada vez canta melhor
Arrepiante !!!
De fazer inveja aos actuais compositores da Clássica. Lá fora seria uma Opera /Opereta tendo como tenor que não o sendo, é, o Sr. Ricardo Ribeiro.
Acabaria seguramente na insuspeita Deutsche Grammophon. "master piece" sem dúvida.
Obrigado Sr. Couto pela partilha. Cump./Lisboa.
Sublime parceria ! Grata
Obra-prima!Parabéns!
Mais do que um cantor, a alma de verdadeiro poeta, nas Mil e Uma Noites da nossa ancestral canção !! Ricardo Ribeiro, sublime.
😂
Maravilhoso Concerto. Concordo: cada vez melhor. Obrigada , por nos brindar com essa VOZ TÃO PODEROSA.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏
🎺🎤🎼🎧🎷🎻🙏🙏🙏🙏🙏
Uau! Bravo!!!
Que bonito 🙌
Sensacionalllllll.
É, sim, Dolores. Monumental! Revejo, ouço frequentemente e não deixo de me surpreender.
Olá Ricardo. Como o Fado se coaduna com a expressão árabe. Isto também é, história.
UMA MONUMENTAL HOMENAGEM A JOSÉ RÉGIO. RICARDO RIBEIRO IMPRESSIONA PELA INTENSIDADE E VERDADE COLOCADA NA INTERPRETAÇÃO DO POEMA. SUBLIME. MIKE PATTON QUE SE CUIDE. Nota: o tema tem (um pouco) mais de 60 minutos.
Respeito o Facebook e ke não eu disse se estiver nos baixamos
Interessante !! Mas não comparável à interpretação de João Villarett, a música corta o poema e tira-lhe a força.
Com o devido respeito, comparar João Villaret... é preciso ser corajoso. O patamar dele é outro.
Respeitosos Cumprimentos /Lisboa.
Marco paulo
Não estou de acordo kom o KE fizeram o que NÃO CONSIGO OUVIR NADA TERAEI KE MUDAR PARA OUTRO LADO