Vim aqui deixar os meus 2 cêntimos. É importante perceber que mérito não equivale a notas ridiculamente altas ao contrário do que nos fazem crer a vida toda. Definir mérito é sempre muito difícil em qualquer contexto e muitas vezes ingrato, em especial no que toca ao sistema educacional. Nós crescemos a receber algum tipo de recompensa quando conseguíamos nota 18 num teste e sentimo-nos culpados quando aceitamos um café com amigos porque "deveríamos estar a estudar". Isto está intimamente relacionado com a cultura do excesso de trabalho e a ideia de que se trabalharmos fora de horas, se trabalharmos mais do que os outros, somos mais úteis, temos mais valor. Somos mais importantes ou especiais. O que não é de todo verdade. O que faz com que associemos o mérito a notas altas por exemplo. Mas será que é realmente um bom critério para entrar em Medicina? O único btw. De certeza que conhecem alguém que não conseguiu entrar porque não teve uma média de 19 valores e teve que repetir exames nacionais ou acabou por escolher Ciências Farmacêuticas. Eu conheço. E também conheço pessoas que tiveram essa média não pelo dito mérito, o que quer que ele seja ou signifique, mas porque chantagearam professores, ou tinham cunhas, ou iam armados de cábulas até aos dentes em todas as avaliações. Porque é que consideramos entrar em Medicina na privada injusto mas isto já não? Qual é o melhor critério para entrar em Medicina eu não sei dizer mas acho que qualquer pessoa que queira seguir esse curso deveria ter esse direito mesmo que não tenha uma média tão alta como um 18,5 ou 19. Eu não estou a tirar Medicina mas fico contente por saber que há hoje oportunidade para outras pessoas, com uma boa média, seguir o seu sonho sem ter que provar a sua competência representada numa nota de secundário. Para além disso, eu acho que há por aí muitos estudantes do público que só acham Medicina na Católica ofensivo porque lá está, não tiveram esta oportunidade que outros têm agora e isso mexe de alguma maneira com o ego, já não se sentem tão especiais por ter entrado em Medicina. Eu não sei quem precisa de ouvir isto mas vocês não são especiais por terem entrado em x curso superior. Isto também está relacionado com um fator que o Tji falou: estigma social. O médico é ainda hoje visto como o dono da sabedoria. E convém ao Estado e à nossa sociedade capitalista manter esta narrativa. Mas isto daria uma conversa de horas a fio e ninguém tem tempo para isso.
Boas Tji. Antes de mais queria enaltecer o trabalho que tens feito tanto a nível das reacts como a nível dos temas que tens trazido para debate no teu outro canal! Hoje em dia os estudantes de medicina enfrentam um enorme problema ao acabarem os 6 anos de licenciatura e mestrado, que é a especialização médica. Após ficarmos formados em medicina, temos de fazer um exame, que consoante a nota que obtivermos, nos permite selecionar uma vaga numa certa especialidade. Ora, o problema que se coloca aqui, são as vagas para essa especialização, pois estas correspondem a um número reduzido comparado com o número de médicos que são formados. À cerca de 2, 3 anos, salvo erro, os médicos que não conseguiam vagas numa especialização, ficavam como médicos de Medicina Geral e Familiar. Hoje em dia a Medicina Geral e Familiar é considerada uma especialização, ou seja, é lhe atribuído um determinado número de vagas também. Desta forma, os alunos que não conseguem vaga de especialização, ficam como “Médicos Indiferenciados”e apenas podem exercer a sua profissão como médico “tarefeiro” a trabalhar em urgências sujeito a grandes cargas horárias e ordenados reduzidos comparado com os outros colegas de profissão. É aqui que a abertura do curso de medicina na católica vem provocar algum “mau estar” nos alunos de medicina, não pela possibilidade de se tirar medicina pagando o curso, mas porque vai aumentar o número de médicos formados ao fim dos 6 anos e aumentar o número de alunos sujeitos ao exame de especialização, “à luta” por uma vaga. Este problema era resolvido se aumentassem essas vagas de especialização, mas o governo não o tem feito na escala que deveria, fazendo com que aumentem o número de médicos sem acesso a especialização. Sei que apesar de tudo existem estudantes de medicina que utilizam os argumentos que referiste no vídeo, e que, no meu ponto de vista, não tem grande fundamento, mas este para mim é o problema central com a criação de mais cursos de medicina, quer seja na católica quer seja em universidades públicas. Se com a abertura de mais cursos de medicina, aumentassem na mesma proporção o número de vagas de especialização, estaria tudo bem e não haveria uma sobrecarga de médicos indiferenciados. Espero que tenha sido claro no meu ponto de vista. Obrigado pela atenção e continuação de um excelente trabalho! Ps: Esqueci me de referir que os alunos podem repetir o exame de especialização no ano seguinte, fazendo com que haja mais alunos a fazer o exame do que os que são formados nesse mesmo ano.
É tudo muito bonito mas os Privados não se responsabilizam nas operações e quando correm mal mandam o pessoal para os hospitais públicos, tenho exemplos de familiares.
@@diogopimenta6970 bro, eu literalmente fui operado há cabeça em junho no S. João e tive que assinar um papel de responsabilidade e a dizer que conhecia os riscos da operação tipo
Boas tji tudo bem? Epah tudo bem que os hospitais públicos funcionam super mal mas existem distritos em Portugal quem nem hospitais privados têm e para além disso nem toda a gente consegue pagar as depesas associadas aos hospitais privados. Em relação à educação privada embora tenhas uma grande taxa de empregabilidade e acordos, sinceramente acho que é um puro elitismo porque a maior parte da população não tem acesso a isso e rege-se por classificações em rankings nacionais enquanto no privado não. Grande abraço bro 😉
Percebi o sentido do vídeo, é um gajo a fazer stand up enquanto cozinha, tendo conversas reais misturadas, eu que já ouvi muito stand up e anedotas, e milhares de versões de piadas, não achei nada engraçado, ele tem o seu talento, mas tem que treinar mais a forma como diz as piadas
Vim aqui deixar os meus 2 cêntimos. É importante perceber que mérito não equivale a notas ridiculamente altas ao contrário do que nos fazem crer a vida toda. Definir mérito é sempre muito difícil em qualquer contexto e muitas vezes ingrato, em especial no que toca ao sistema educacional. Nós crescemos a receber algum tipo de recompensa quando conseguíamos nota 18 num teste e sentimo-nos culpados quando aceitamos um café com amigos porque "deveríamos estar a estudar". Isto está intimamente relacionado com a cultura do excesso de trabalho e a ideia de que se trabalharmos fora de horas, se trabalharmos mais do que os outros, somos mais úteis, temos mais valor. Somos mais importantes ou especiais. O que não é de todo verdade. O que faz com que associemos o mérito a notas altas por exemplo. Mas será que é realmente um bom critério para entrar em Medicina? O único btw. De certeza que conhecem alguém que não conseguiu entrar porque não teve uma média de 19 valores e teve que repetir exames nacionais ou acabou por escolher Ciências Farmacêuticas. Eu conheço. E também conheço pessoas que tiveram essa média não pelo dito mérito, o que quer que ele seja ou signifique, mas porque chantagearam professores, ou tinham cunhas, ou iam armados de cábulas até aos dentes em todas as avaliações. Porque é que consideramos entrar em Medicina na privada injusto mas isto já não? Qual é o melhor critério para entrar em Medicina eu não sei dizer mas acho que qualquer pessoa que queira seguir esse curso deveria ter esse direito mesmo que não tenha uma média tão alta como um 18,5 ou 19. Eu não estou a tirar Medicina mas fico contente por saber que há hoje oportunidade para outras pessoas, com uma boa média, seguir o seu sonho sem ter que provar a sua competência representada numa nota de secundário. Para além disso, eu acho que há por aí muitos estudantes do público que só acham Medicina na Católica ofensivo porque lá está, não tiveram esta oportunidade que outros têm agora e isso mexe de alguma maneira com o ego, já não se sentem tão especiais por ter entrado em Medicina. Eu não sei quem precisa de ouvir isto mas vocês não são especiais por terem entrado em x curso superior. Isto também está relacionado com um fator que o Tji falou: estigma social. O médico é ainda hoje visto como o dono da sabedoria. E convém ao Estado e à nossa sociedade capitalista manter esta narrativa. Mas isto daria uma conversa de horas a fio e ninguém tem tempo para isso.
Tji muito obrigado mano por deixares o REAL CONTEUDO DO VIDEO adorei ver este debate e concordo contigo.
19:34 "vistes" existe, só que só usas com a segunda pessoa do plural (vós vistes)
tji não te importes em abordar outros assuntos durante a react, nós curtinos bro
Boas Tji. Antes de mais queria enaltecer o trabalho que tens feito tanto a nível das reacts como a nível dos temas que tens trazido para debate no teu outro canal!
Hoje em dia os estudantes de medicina enfrentam um enorme problema ao acabarem os 6 anos de licenciatura e mestrado, que é a especialização médica. Após ficarmos formados em medicina, temos de fazer um exame, que consoante a nota que obtivermos, nos permite selecionar uma vaga numa certa especialidade. Ora, o problema que se coloca aqui, são as vagas para essa especialização, pois estas correspondem a um número reduzido comparado com o número de médicos que são formados. À cerca de 2, 3 anos, salvo erro, os médicos que não conseguiam vagas numa especialização, ficavam como médicos de Medicina Geral e Familiar. Hoje em dia a Medicina Geral e Familiar é considerada uma especialização, ou seja, é lhe atribuído um determinado número de vagas também. Desta forma, os alunos que não conseguem vaga de especialização, ficam como “Médicos Indiferenciados”e apenas podem exercer a sua profissão como médico “tarefeiro” a trabalhar em urgências sujeito a grandes cargas horárias e ordenados reduzidos comparado com os outros colegas de profissão. É aqui que a abertura do curso de medicina na católica vem provocar algum “mau estar” nos alunos de medicina, não pela possibilidade de se tirar medicina pagando o curso, mas porque vai aumentar o número de médicos formados ao fim dos 6 anos e aumentar o número de alunos sujeitos ao exame de especialização, “à luta” por uma vaga. Este problema era resolvido se aumentassem essas vagas de especialização, mas o governo não o tem feito na escala que deveria, fazendo com que aumentem o número de médicos sem acesso a especialização.
Sei que apesar de tudo existem estudantes de medicina que utilizam os argumentos que referiste no vídeo, e que, no meu ponto de vista, não tem grande fundamento, mas este para mim é o problema central com a criação de mais cursos de medicina, quer seja na católica quer seja em universidades públicas. Se com a abertura de mais cursos de medicina, aumentassem na mesma proporção o número de vagas de especialização, estaria tudo bem e não haveria uma sobrecarga de médicos indiferenciados. Espero que tenha sido claro no meu ponto de vista.
Obrigado pela atenção e continuação de um excelente trabalho!
Ps: Esqueci me de referir que os alunos podem repetir o exame de especialização no ano seguinte, fazendo com que haja mais alunos a fazer o exame do que os que são formados nesse mesmo ano.
É tudo muito bonito mas os Privados não se responsabilizam nas operações e quando correm mal mandam o pessoal para os hospitais públicos, tenho exemplos de familiares.
Os públicos também não se responsabilizam... Antes de uma operação tens que assinar um papel a dizer que te responsabilizas caso deia merda.
@@jomedy8805 isso é mentira e é só triste vires para aqui com informações falsas.
@@diogopimenta6970 bro, eu literalmente fui operado há cabeça em junho no S. João e tive que assinar um papel de responsabilidade e a dizer que conhecia os riscos da operação tipo
oi, só vim dizer que o arroz não se mexe
Namasti
@@valentimmoldova chama-se basmati
Boas tji tudo bem?
Epah tudo bem que os hospitais públicos funcionam super mal mas existem distritos em Portugal quem nem hospitais privados têm e para além disso nem toda a gente consegue pagar as depesas associadas aos hospitais privados.
Em relação à educação privada embora tenhas uma grande taxa de empregabilidade e acordos, sinceramente acho que é um puro elitismo porque a maior parte da população não tem acesso a isso e rege-se por classificações em rankings nacionais enquanto no privado não.
Grande abraço bro 😉
Txii oh Tji secalhar apanhei a tua mãe a dar-me aulas.. é que eu sou de Mértola
Pessoas que acham que os impostos pagam os salários dos enfermeiros e dos médicos, e que por isso, são patrões dos mesmos. LOL
Tu não sabes o que tas a dizer pk tbm já não vais a um hospital desde os 5 anos
Tji reage ao melhor rapper Acoriano: ua-cam.com/video/4iLPwUSyZjk/v-deo.html
Percebi o sentido do vídeo, é um gajo a fazer stand up enquanto cozinha, tendo conversas reais misturadas, eu que já ouvi muito stand up e anedotas, e milhares de versões de piadas, não achei nada engraçado, ele tem o seu talento, mas tem que treinar mais a forma como diz as piadas
Claro, há humor para todos os gostos