Mestre Bule Bule no Rede Capoeira 2025

Rede Capoeira 2025
Puxa linha, puxa linha. Puxa linha eu também sei puxar...
"Mais uma vez eu quero deixar claro, aliás voces já sabem. A minha história é com a viola e o pandeiro para trazer samba, alegria para fazer mexer com os quadris, e escrevendo literatura de cordel. Na Capoeira, a minha intimidade é a admiração pelos Mestres com quem convivi e com os capoeiristas que ainda não são, mas são mestres por natureza, por fazer um ofício tão delicado e tão misterioso. Eu acho que criar verso na hora é um mistério e criar defesa instantânea sem imaginar de onde vem o ataque é mais misterioso ainda. Portanto, eu acho que é bendita essa arte que todos os senhores (as) fazem com tamanha maestria. Só me resta respeitar e agradecer a Deus de tanta 'gente' eficiente", define Antônio Ribeiro da Conceição, conhecido por Bule-Bule nasceu em 22 de outubro de 1947 em Antônio Cardoso, no sertão da Bahia.
Sobre a especificidade de cada cultura em particular, o Mestre esmiuçou sobre os tipos de samba na sua própria região. "O samba na minha região, eu sou de Antonio Cardoso, que não é tão longe e nem tão perto. E foi distrito de São Gonçalo. Um tipo de gente que não foi aceito por essa cidade, foi jogado num 'nesga' de terra que vinha depois do Rio Jacuí e às margens do Rio Paraguassú e lá ficou essa comunidade que depois desenvolveu virou a cidade chamada Antonio Cardoso. Era Vila das Umburanas, mas hoje é Antônio Cardoso. E, lá, acomodou o povo, que o municipio não é tão grande mas tem dois tipos de samba. E o samba é assim mesmo, é muito regional. É muito desta comunidade que faz! Daqui a seis léguas, ou cinco ou quatro ou talvez menos tem outra comunidade com outra origem de outros povos que vieram de muitos lugares e trouxeram os seus costumes. Aqui, pode estar assentado de uma comunidade que veio de uma região da África que samba 'desse jeito' . Mas a quatro ou cinco léguas foi alojado outro povo que tem outra origem", separa.
Bule Bule um dos dez Heróis Populares pelo Rede Capoeira 2025, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de janeiro em Salvador,e tem por tradição homenagear as mestras e mestres da cultura popular anualmente.
Texto e imagens: @LeandroCouri
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