Parabéns pelos vídeos, sempre propositivos. E obrigado pela indicação de Yuk Hui. Reforçando os pontos levantados, outro aspecto que considero relevante corresponde à "asianização da Ásia", quer dizer, à mútua influência dentro do próprio continente, realizando as projeções de Funabashi Yoichi em artigo de 1993; o que, no que diz respeito à cultura, corresponde à intensificação acelerada da circulação, entre os países asiáticos, de seus próprios produtos culturais híbridos - o que foi tema de trabalhos recentes de Iwabuchi Koichi no que se refere ao incremento da influência cultural coreana no Japão, sobretudo através dos dramas e do k-pop, que fazem muitíssimo sucesso por lá. (Iwabuchi também é referência na relação entre soft power e cultura pop japonesa, cabe indicar). Também citaria a apropriação frutuosa, da parte dos chineses, das light novels japonesas, produzindo, eles mesmos, um grande volume de livros deste gênero, entre outros exemplos. Já de uma perspectiva mais geral, outro autor que se debruça sobre o fim da globalização unilateral é Parag Khanna em seu acessível "The Future is Asian", onde faz várias provocações à democracia liberal, defendendo o que ele chama, genericamente, de "tecnocracia asiática" como modelo mais arrojado e adaptado à atual fase do capitalismo. Neste sentido, ele consegue estabelecer traços em comum entre sistemas políticos aparentemente díspares, como os do Japão, Coréia, China, Singapura e Vietnã, através, por exemplo, da tradição confuciana, entre outros. Sobre a cultura otaku, ela é um tema contínuo no meu canal, onde estou conduzindo uma série de vídeos dedicados a este livro de Azuma, "Otaku: Japan's Database Animals". Também pretendo discutir, mais adiante, o processo de "otakização" do Ocidente. Convido os interessados a acompanharem.
Não sou especialista nem nada, mas acho que estão substimando o soft power em um aspecto fortíssimo: o religioso. Quando se muda a religião de um povo, muita coisa muda. A subjetividade muda. A sensibilidade, os valores principais, etc, etc. Os norte americanos através de seus pastores colonizaram e continuam a colonizar a Coreia do Sul que já tem o cristianismo como a principal corrente religiosa. Na minha opinião, isso é uma infelicidade. Uma redução da biodiversidade cultural. Estamos vendo as mudanças naquele país oriental dia após dia. A globalização continua.
@@francisklee9755 Nada a ver os EUA com o cristianismo na Coreia. O Cristianismo lá começou no final do século 19,incentivado pelo próprio governo coreano como forma de "copiar" os modelos europeus de estado e sociedade.
Parabéns pelos vídeos, sempre propositivos. E obrigado pela indicação de Yuk Hui.
Reforçando os pontos levantados, outro aspecto que considero relevante corresponde à "asianização da Ásia", quer dizer, à mútua influência dentro do próprio continente, realizando as projeções de Funabashi Yoichi em artigo de 1993; o que, no que diz respeito à cultura, corresponde à intensificação acelerada da circulação, entre os países asiáticos, de seus próprios produtos culturais híbridos - o que foi tema de trabalhos recentes de Iwabuchi Koichi no que se refere ao incremento da influência cultural coreana no Japão, sobretudo através dos dramas e do k-pop, que fazem muitíssimo sucesso por lá. (Iwabuchi também é referência na relação entre soft power e cultura pop japonesa, cabe indicar). Também citaria a apropriação frutuosa, da parte dos chineses, das light novels japonesas, produzindo, eles mesmos, um grande volume de livros deste gênero, entre outros exemplos.
Já de uma perspectiva mais geral, outro autor que se debruça sobre o fim da globalização unilateral é Parag Khanna em seu acessível "The Future is Asian", onde faz várias provocações à democracia liberal, defendendo o que ele chama, genericamente, de "tecnocracia asiática" como modelo mais arrojado e adaptado à atual fase do capitalismo. Neste sentido, ele consegue estabelecer traços em comum entre sistemas políticos aparentemente díspares, como os do Japão, Coréia, China, Singapura e Vietnã, através, por exemplo, da tradição confuciana, entre outros.
Sobre a cultura otaku, ela é um tema contínuo no meu canal, onde estou conduzindo uma série de vídeos dedicados a este livro de Azuma, "Otaku: Japan's Database Animals". Também pretendo discutir, mais adiante, o processo de "otakização" do Ocidente. Convido os interessados a acompanharem.
Não sou especialista nem nada, mas acho que estão substimando o soft power em um aspecto fortíssimo: o religioso. Quando se muda a religião de um povo, muita coisa muda. A subjetividade muda. A sensibilidade, os valores principais, etc, etc. Os norte americanos através de seus pastores colonizaram e continuam a colonizar a Coreia do Sul que já tem o cristianismo como a principal corrente religiosa. Na minha opinião, isso é uma infelicidade. Uma redução da biodiversidade cultural. Estamos vendo as mudanças naquele país oriental dia após dia. A globalização continua.
Danilo, em que canal vc está postando os vídeos? Parece vazio esse seu perfil/canal pessoal.
@@francisklee9755 Nada a ver os EUA com o cristianismo na Coreia. O Cristianismo lá começou no final do século 19,incentivado pelo próprio governo coreano como forma de "copiar" os modelos europeus de estado e sociedade.
fazendo atividade e vendo seus videos que por acaso são ótimos
Muito bom.