Mascarado - Débora di Sá

Mascarado
Música e letra - Débora di Sá
É chegada a hora, amigo Alazão.
Vamos lá pra baia, botar freio e arreio
Enfeitar o seu corpo baio com chitas e palhas.
Muitas flores, multi-cores, feitas de papel crepom
Ponho minha máscara de boi e cubro o meu rosto esquálido,
Queimado de sol.
Monto o Baio e saímos pela estrada do sertão,
A caminho do Bonfim, coração em disparada,
Bate forte nesse peito solitário.
Ao entrar no campo, ouço o Hino do Divino,
Fico em pé, no lombo, canto emocionado.
Camarotes cheios de gente festeira:
Eu a vi no meio da multidão, pedindo flores e eu lhe dei.
Quando o gosto doce do beijo banal
Despertou meu coração, de flor mascarado.
O galope do cavalo Baião rompendo o chão.
O ruído dos polacos e dos guizos barulhentos, chacoalhando,
Despertando emoções.
Galopei até o fim da tarde e vi o pôr do sol na linha do horizonte rosado.
O seu nome, nem sequer eu sei, mas lembro muito bem,
Do cheiro e do gosto do seu beijo adocicado
Nos meus lábios quentes, úmidos de suor.