PARTICIPE DA LEITURA COLETIVA DE "CEM ANOS DE SOLIDÃO" EM FEVEREIRO! Faça parte do meu clube do livro: catarse.me/lendocomdaniel - Leituras coletivas com discussões mensais via Google Meet - Grupo exclusivo no whatsapp - Sorteios de livros - Brindes ❤️
A questão de Tudo é rio, acredito eu, não é problematizar, é abordar, é retratar a realidade da forma como ela é, e não como gostaríamos que fosse, porque então seria uma idealização, eu acho que é um livro problemático não pela maneira que ele trata os temas, mas pelos temas em si, somente.
A questão do livro é exatamente relatar como esses assuntos são romantizados e não discutidos no interior. Na questão da violência doméstica e na tragédia do início do livro, Dalva simplesmente não reconhece o que está sofrendo, não sabe se deve perdoar ou não Venâncio porque desconhece uma realidade fora daquela em que vive. Já sobre Lucy, acho que o livro aborda de uma forma ótima como várias jovens entram para o mundo da prostituição, sendo sexualizada por homens desde a sua adolescência e depois arcando com as consequências da sua decisão, essa personagem tem uma construção impecável. Tenho certeza que esse livro incomodou muitos porque, infelizmente, trata de uma realidade feia que existe no Brasil. Uma realidade em que a mulher muitas vezes não tem defesa e não sabe que está em uma situação que agride os direitos humanos.
A autora apenas fez uma retratação. Não cabe a ela a obrigação de discutir NADA. A autora não tem que tutelar o leitor. O livro é difícil? Sim. Então não leiam. Se for pra ficar pensando "ain o que fulano vai pensar?" não vão existir mais histórias difíceis.
Finalmente uma crítica razoável! Concordo com todas as suas impressões. Achei o enredo de extremo mau gosto, os personagens são rasos e estereotipados (Aurora é uma chata, perfeita demais, Lucy é unidimensional e exagerada na sua vulgaridade, Dalva e Venâncio têm pouco "material" interior). A escrita é realmente poética, com frases bonitas, metáforas interessantes, mas às vezes tomba para uma poesia barata e piegas. Apesar de tudo, o livro realmente me prendeu - o que não significa que eu considere boa literatura.
Cara Júlia, perfeito seu comentário. "Tudo É Rio" é um livro muito ruim. Como a própria autora confessou em entrevistas, sem nenhuma autocrítica, foi escrito aos borbotôes, sem que ela soubesse aonde queria chegar, por isso o enredo é tão mal costurado e os personagens tão rasos.
Desisti de ler, me dava ânsia e tédio, enquanto ao meu redor muitas pessoas o elogiavam, parecia que era eu quem não tava entendendo, na verdade acho que se prenderam a essas frases de efeito e se apegaram a isso, mas o livro em si não vale a pena 👎 depois não li mais livros recomendados, muita propaganda é quase certo de ser uma cilada.
Esse livro exige maturidade do leitor. Tudo que é retratado, não é pra "romantizar" nada, pelo contrario, é para ilustrar uma realidade que infelizmente é a de muitas pessoas. Violência, prostituição. A narração de uma historia que traz muitas verdades. Não é pra ninguém ler e achar lindo, até porque se alguém achar lindo, a pessoa tem algum problema. Ao ler e sentir dor, incomodo, é porque você conseguiu captar claramente o que a autora se empenhou em mostrar, e na minha opnião, mostrou divinamente bem. A Carla escreve de uma forma que faz o leitor se sentir dentro da historia. Impossível parar de ler. Mas como eu disse, esse livro exige maturidade para entender a proposta. Foi uma das minhas melhores leituras desse ano. Já quero ler os outros livros da Carla.
Perfeito. As pessoas estão acostumadas a literatura de entretenimento, não que seja um problema, mas não amadurece se a insistência for em ver as letras apenas por essa ótica.
É exatamente isso!!! Quem leu e romantizou só está acostumado a ler romance de entretenimento. Esse livro faz críticas profundas, é viceral, é incomodo e doloroso em muitas partes. Nada é romantizado, é tudo nu e cru. E a forma como a história é contada, os sentimentos que são explorados, é extremamente bem construído!
Compartilho do mesmo pensamento! Penso que para acessar a profundidade da proposta do livro é necessário maturidade. A escritora joga os eventos de uma forma fria, aí cada pessoa terá uma experiência de leitura.
Na minha opinião o livro em si não é machista, ele retrata a realidade nua e crua de muitas pessoas e ao falar sobre o tema não diz o que é certo ou errado, apenas mostra o que acontece e nisso traz uma reflexão. No caso da Lucy, claramente ela foi aliciada na adolescência e poderia ter tido uma vida completamente diferente, mas ela não consegue admitir isso nem pra ela mesmo pois prefere ter orgulho da vida que tem a se sentir uma vítima e, percebam, como em um rio a vida não dá pra voltar atrás, “o passado é eterno”, então nos resta fazer o melhor com o que temos hoje.
Quando li, eu vi um livro que retrata histórias que eu tive infelicidade de ouvir ou ver de perto. Me pergunto se a autora cresceu com isso sabe? Se ela queria causar na gente o mesmo desprazer que é ver isso tudo acontecendo na nossa frente e todo mundo tratar como normal e seguir a vida. Percebe, no livro, assim como na vida real as vezes, todo mundo engole e segue até achar alguma felicidade de novo. Quem fica com o estômago embrulhado durante toda a leitura é a gente.
Pois é! Eu pensei muito sobre isso. Senti muita falta de, pelo menos, uma nota da autora ou um aviso de gatilhos. Um livro desse na mão de uma pessoa que foi abusada pode ser muito ruim.
Pelo contrário, sou um homem de 60 anos, lido e vivido, e posso garantir que a realidade que Carla Madeira descreve só existe na cabeça confusa e inculta dela. O crime em torno do qual gira todo o enredo em nenhum mundo minimamente real poderia ser do jeito que foi. A autora, pelas entrevistas que vi e li dela, em que pese ter mais ou menos a minha idade, é uma escritora muito inculta, que não conhece a vida nem a grande literatura, por isso não teve a necessária autocrítica para jogar no lixo esse rascunho em forma de romance.
Quem avalia pela temática e não pela qualidade literária não tem nenhuma maturidade crítica, é por gente assim que o Cidade de Deus não ganhou o Oscar.
Concordo, os acontecimentos do livro são mesmo de revirar o estômago. Mas a reflexão que o livro traz sobre o perdão, sobre de onde vem a violência do Venâncio, o ego inflado da Lucy e como ela amadureceu ao longo da estória são muito interessantes, mesmo eu não concordando com a decisão dos personagens.
Daniel Dornelas, parabéns por sua crítica a esse fraquíssimo romance de Carla Madeira. "Tudo É Rio" só tem personagens rasos, mal construídos, e uma história inverossímel. A começar porque um bebê com menos de um dia de vida jamais sobreveria se fosse jogado na parede. Ainda mais que o bebê não foi socorrido por uma equipe médica numa ambulância tipo UTI, mas foi levado no colo, a pé, para ser enterrado longe. E como é que uma criança nessas condições poderia ser salva só com chazinhos de uma benzedeira? Essa história não se sustenta. Tanto que, na primeira vez que tentei ler esse livro, parei nessa cena da criança sendo jogada na parede. Mas como o livro -- imerecidamente -- foi muito elogiado, resolvi lê-lo inteiro e posso garantir: foi um dos piores livros que já li na vida. "Tudo É Rio", de Carla Madeira, é tão ruim, tão idiota, que empata com "A Palavra Que Resta", de Stênio Gardel, outro romance péssimo, inverossímil, com personagens rasos.
Essa análise foi cirúrgica! Também fiquei muito incomodada com a forma como essas relações são apresentadas. A narrativa é realmente cativante no que diz respeito à construção do texto: muitas metáforas, linguagem leve e acessível; mas essa romantização do narrador sobre esses assuntos extremamente problemáticos é indigesta. Amei sua análise da obra, Dan! Aguardando seu próximo vídeo ❤️❤️❤️
Obrigado pelo comentário, Deza! Você é incrível, é ótimo ter a sua companhia no clube. Afinal, não é todo dia que uma professora de literatura contribui com análises super especiais, né? ❤️❤️❤️
Concordo demais, eu li na expectativa de amar, afinal todo mundo ama esse livro kkkk. Mas eu odiei, fiquei com raiva, tbm dei 1 estrela. Eu entendo que sim, é um retrato da vida real, mas o final foi horroroso. A construção da Lucy deixou muito a desejar ao meu ponto de vista, aliciada por homens mais velhos quando ela era claramente adolescente, mas nunca parou para refletir se aquela era a vida que ela realmente queria, esse papo de "nasceu para ser prostituta" não me desce kkkkkk. A construção da Dalva e de Venancio eu achei muito boa, realmente... e a revolta que eu senti dele ter sexualizado um ato materno tão bonito, meu deus....
Concordo com você. Ao contrário do que se diz por aí, o livro, além de um enredo sem pé nem cabeça e personagens caricatos, ainda é mal escrito, a não ser que se considere cliches como boa literatura.
@@machadianoàs vezes enredos sem pé nem cabeça ainda assim conseguem ser interessantes, malucos engraçados, diferentes. No caso do livro em questão, como faltou técnica, dom, ou sei lá que nome dar, ficou algo ralo, sem consistência. Isso foi o que mais me incomodou como leitora.
A tematica discutida no livro é importante. Retratar a realidade é importante. Mostrar que muitas mulheres acabam voltando ao seu agressor é importante. Inclusive é interessante a otica da prostituição como relação de poder (apesar de ser problemática). Mas o que me incomodou MUITO nesse livro foram as ultimas paginas. Qual a necessidade desse filho estar vivo? Fechar um enredo de contos de fadas? A morte de Vicente era o ponto que revirava o estômago, que trazia o incômodo que a arte proporciona. A revolta, a complexidade. No final, magicamente a crianca aparece viva. E pior, a Autora romantizou sim o retorno da família feliz. Eu li preparada para Dalva voltar pra Venâncio. Eu esperava uma narração de revirar o estomago. Mas me deparei com uma visão romantizada da violência. "Venâncio, esse é o seu filho" e o vestido florido voltou a brilhar, a valsa voltou a ser dançada. Por favor! Livro interessa, final de conto barato.
Adorei seu vídeo. Sou pscanalista e meu trabalho é com as vítimas de violência doméstica. Lamento que esse livro trate do assunto de forma tão lamentável. Um desserviço.
O livro trata da realidade, como ela é, pode não ser a sua, mas morei nos interior de são paulo por alguns anos e a vida era assim, mulheres que não conseguem se desvencilhar de relacionamentos como o do livro, famílias ruins, abusos, criação dura dos filhos homens, enfim, o livro é explicitamente real Luciana
@@Thi-md2ed o problema é como foi tratado, o tema. Sei muito bem da dificuldade das mulheres, vivencio-as todos os dias. A minha crítica é como foi tratada a questão. Eu li críticas a respeito da obra que dizem que o livro é sobre perdão. E não é. É sobre a naturalização do relacionamento abusivo e violento, deixando a mensagem que vale a pena dar uma "segunda chance". Alem disso, reforça o que muitos já dizem: "tá vendo, no final do que elas gostam mesmo é de apanhar". Enfim,para mim a obra soou muito mal. É algo muito sério para ser tratado com a superficialidade que foi.
É o tipo de livro que requer mais de uma leitura. A primeira o leitor vai como se estivesse numa corredeira. E não para para apreciar tanta e tantas reflexões que estão ali postos. Ele traz uma poetica num tema tão cruel que é a morte de um recem nascido e a violencia entre gêneros. Penso que autora escreve de tal forma que nos desassosega, que ousa trazer saídas possíveis. E mexe com a sexualidade, com a hipocrisia social no que se refere a prostituição.
Concordo, a escrita é muito boa, a dinâmica do texto em relação ao tempo é viciante, mas falta a reflexão! Terminei o livro com muita raiva do final, não vejo com a história pode se encaminhar para esse rumo, apesar de que na vida real é o que mais acontece, por isso acho tão importante um posfácio. E durante todo a leitura, um conto de "Insubmissas Lágrimas de Mulheres" da Conceição Evaristo, ficou ruminando na minha cabeça, o primeiro conto do livro que se chama "Aramides Florença" narra um história assustadoramente parecida, mas diferente de "Tudo é Rio", na minha perspectiva, a Conceição mostra como isso é forte e que não deve ser esquecido. Pra mim, o livro se perde no próprio final e de uma forma que nós deixa indignado, e estaria tudo bem se esse fosse o intuito da leitura, mas pela divulgação o intuito vai mais pro lado do perdão do que para reflexão das questões tratadas!
Exatamente, Pedro! Perfeita a sua colocação. A escrita da Conceição é muito verdadeira e afiada. Traz a dor real das mulheres e trata de temas sérios da forma séria que deve ser tratada. Obrigado por assistir, por comentar e por participar do clube ❤️
Definitivamente esse não é um livro sobre perdão, para mim é um livro sobre a condição humana, nua e crua, com todas as nossas contradições, dores e esperanças. O ser humano é uma construção complexa, e os atos que aparentemente estão na superfície, têm uma raiz profunda. Para mim o livro não termina com um final feliz, pois aquelas feridas jamais serão fechadas. Ao final do livro, lembrei muito de Crime e Castigo do Dostoievsky, e de uma frase que a Clarice coloca no livro A maçã no escuro: "Porque afinal não somos tão culpados, somos mais estúpidos do que culpados".
Esse romance passa longe de ser um livro sobre a condição humana. Não existe nenhuma prostituta tão caricata, tão estereotipada, como Lucy. Só para ficar num exemplo, jamais existiu um prostíbulo como o que a autora descreve. As cenas protagonizadas por Lucy são ridículas e a relação dela com a cafetina e as demais prostitutas não se sustenta.
Com uma narrativa que prende e é cheia de lirismo, a escrita de Carla se perde ao fazer o personagem agressor passar por uma espécie de "jornada do herói". Personagens como Lucy(aquela que traz a luz) e João(a graça e a misericórdia) são manipulados para serem a luz que traria o perdão divino: a vítima de violência doméstica que acredita na redenção do agressor e o perdoa, mas não para seguir o próprio o caminho. Aqui, um filho é uma estratégia narrativa usada como aquele velho discurso "filho muda homem". A única coisa que se salva é a escrita e as metáforas, que são simples e viciantes. Além disso, a temática da crítica religiosa, o sagrado e o profano(homem x mulher) são o mais interessante que há aqui( e mesmo assim há incoerência nesse discuso por parte do narrador). Obs: sou aluno de Letras. Fiz minha análise se baseando nos princípios da Teoria Literária.
Acabei de ler esse livro ontem e fiquei chocada.A banalização da violência, da pedofilia e tudo mais...O que mais me choca é saber de quem vê essa história como uma poesia... Poesia ??????Onde????!!!!
Daniel, esse livro me desceu quadrado como cerveja quente. Romantização da prostituição, sexualização infantil, banalização da violência doméstica. Um desserviço! Mas foi a autora brasileira mais vendida de 2021. Ou seja, é um espelho da sociedade doente onde a gente vive.
Meu pensamento é muito semelhante ao seu, Leticia. O grande número de pessoas que leem esse livro e o consideram normal fala muito sobre o Brasil. Obrigado pelo comentário!
Concordo integralmente com você. E também me espanto como um livro tão ruim em todos os sentidos -- estético, ético e cognitivo -- pôde fazer tanto sucesso com pessoas letradas, inclusive.
Eu achei o livro péssimo. Misturou incesto, violência com palavras bonitas e poéticas. Achei um desserviço, extremamente machista. "Ah, mas acontece com muitas mulheres" mas tem diversos jeitos de se contar uma história sem romantizar e erotizar essas situações de forma tão rasa. Nunca fiquei com tanto ódio de um livro hehehe e me dá mais ódio saber que as mulheres tem ele como um dos livros favoritos da vida, só porque as palavras e frases são bonitas.
Minha nossa, enfim encontrei alguém que viu incesto nessa história. Eu fiquei chocada que ninguém viu a relação pedófila e incestuosa que aconteceu com a Lucy e o Tio? Como que esse livro tá sendo maravilhoso para os olhos das mulheres? Me preocupa demais isso, o livro é simplesmente horrível em todos os jeitos que ela retrata a relação dos homens com as mulheres. Todos, TODOS são problemáticos e as mulheres personagens e leitoras passam pano para eles. O livro por ser atual deveria ter um alerta de gatilho e um protocolo falando sobre a atitude da Dalva de ficar. Porque é a realidade de muitas mulheres sim, por falta de escolha, por ignorância, por dependência financeira, física e psicológica. Só que romantizar esse perdão ela pode virar estatística e não é uma questão só feminista é uma questão humanitária. Tem coisas muito mais fortes que poderiam ser discutidas que está relaciona que é a saúde mental masculina que deveria ser abordada. O livro mirou numa "pegada" feminista e acertou num machismo fodido. Sinceramente não entendo quem gostou desse livro. Além de mal escrito tem erros de português, a edição poderia ter verificado isso. Não posso negar que foi uma leitura fácil, o que me fez seguir até o final. Porque se fosse de outro jeito não teria conseguido...
Ixi pelo visto tô vendo que a autora tem algum problema com finais. No clube do livro que participo indicaram Véspera , começa bem, prende a atenção … a narrativa poética e bem construída você não quer parar de ler enquanto não acaba mas … quando chega ao fim você se pergunta ué acabou? Como assim acabou? E aí vejo muitos falando que em Tudo é Rio o final deixou a desejar . Não li e tô em dúvida se lerei considerando a experiência com o outro e o comentado aqui…
Vejp nesse vídeo uma análise rasa e de alguém que vive em uma bolha. As questões abordadas na obra são muito vivas longe dos grandes centros. Uma realidade crua na qual pessoas hipersensibilizadas pelo meio raso em que vivem, não estão dispostas a aceitar, enxergando como uma abordagem problemática.
A escrita desse livro é uma delícia, parece que a autora tá cantando, a história vai fluindo. Mas não consegui deixar de pensar o tempo que violência doméstica é crime e o Venâncio deveria estar preso, fim da história.
Em outro vídeo de outro canal o pessoa dizendo q ele sofreu e se culpou muito,mas ele bate na Lucy ao descobri q ela tava grávida,são 2 agressão e certeza poderia acontecer uma terceira
É amargo ele não estar preso, né? Pois é. Acontece na realidade também. Parece difícil pra uma galera entender que a autora retratou uma história que acontece muitas vezes por aí. Não tem nada romantizado
te achei infantil na sua crítica, é um livro que exige maturidade. e chega a ser cômico um homem (você) acusar de machista a escrita de uma escritora mulher
Eu, ao contrário, achei o comentário do Daniel maduro e corajoso, principalmente quando se leva em conta que grande parte da crítica elogiou o livro. Mentalmente pueril é o romance de Carla Madeira, em que pese ela tê-lo publicado com exatos 50 anos, provavelmente o dobro da idade do Daniel.
Carla Madeira, assim como Toni Morrison confiam na inteligência do seu leitor! Por isso, não é uma leitura para qualquer um! Você precisa filtrar o recado que ela quer dar! Nem tudo que está ali ela concorda, pelo contrário! E ela não entrega a história vomitada, deixa entrelinhas, assim como Toni, para a capacidade de abstração de seu leitor!
Verdade que Carla Madeira confia na inteligência no leitor? Como, se o livro não se alicerça em inteligência alguma? É um livro tolo, cheio de clichês, eivado de frases expletivas. Sem contar que não há um só personagem na história que pare em pé. São todos personagens rasos, marionetes de um enredo inverossímel. E ao contrário do que você disse, "Tudo É Rio" é uma história vomitada, sim, a própria autora confessou em entrevistas que escreveu o livro num jato, sem saber aonde ia chegar. Por isso, ela vai criando uma série de remendos no enredo o tempo todo, cada um mais sem sentido que o outro.
Fiquei bem desconfortável lendo esse livro. As mulheres só se fodem (lucy, dalva, tia da lucy, etc) e os homens podem ser infieis, agressores ou abusadores, saem sempre impunes… A questão da Lucy adolescente com o tio tb... me dá enjoo… Entendo que o livro retrata algumas realidades, mas acho q passou do limite quando romantizou não só um, mas vários temas pesados. O final tinha que ser Dalva indo embora, ela e todas as mulheres desse livro mereciam esse final
Eu também não gostei. Na verdade, nem cheguei a terminar o livro. O ponto que mais me incomodou em "Tudo é rio" foi a escrita, que é a que a maior parte das pessoas estão elogiando. A impressão que eu tive lendo o livro é que as frases que a autora usa são bonitas, mas ao mesmo tempo desconexas.
O livro fisga e em poucas ou uma sentada você lê. A Carla é excelente ao descrever as emoções, os ardis, as mentiras que os personagens contam para a sociedade e para si mesmo. Mas erra em romantizar a prostituição, ao passar pano para a pedofilia e violência doméstica e , por fim, ao fazer uma amarração ruim quando encerra o livro tentando redimir o Venâncio. Vejo com mais gravidade ainda por ser uma mulher quem escreveu e até que eu conclua o contrário, me parece alienada das pautas a respeito de gênero. Seu vídeo me trouxe alívio, fiquei com o mesmo incômodo após ler.
Li esse livro e me deu uma sensação ruim muito forte, principalmente pela Lucy ser ignorada pelo Venâncio e por ele ser um maluco a ponto de jogar um bebê no chão por causa dele amamentar no peito. Sinceramente, achei um livro não recomendado para quem já passou por relacionamento abusivo, defraudação emocional, e ou violência doméstica e abuso se xu Al.
Sim, eu já passei por um relacionamento abusivo e esse livro foi um soco no estomago. O final, entao, fiquei triste. infelizmente, é o destino de muitas. De qualquer forma, gosto muito da escrita da Carla. Grande escritora
Eu nunca vi um vídeo literário que falou tanta besteira como esse. Primeiro, as definições técnicas: nao se sabe a idade de Lucy quando morava com os tios e nem quando ocorreu um envolvimento com o tio, portanto, não o que se falar em pedofilia. Além de que a pedofilia em si não é um crime, e sim uma patologia. Pela leitura, parece que Lucy não tinha menos de 14 anos quando ocorreu o ato, aí sim seria crime de estupro. Segundo que o envolvimento com o tio não configura incesto, como é dito no vídeo, visto que não há qualquer vínculo consanguíneo entre eles, inclusive se eles quisessem se casar, tava OK. No mais, o resto é questão de opinião. Eu não acho que esse livro atinja mulheres que sofrem violência e não conseguem sair dessa por romantizar o parceiro. Mas enfim… A escrita da Carla foi irretocável, e falou da verdade crua e nua. Não é todo mundo que aceita a verdade na cara ou relatos tão precisos.. espero que ninguém tenha desistido de ler por causa desse video
@thainaaires18 ''pedofilia não é crime'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk MEU DEUS, eu li isso mesmo????? A pessoa minimiza um crime que está em vias de ser considerado HEDIONDO pela lei, leia-se, a categoria de crimes mais perversos kkkkkkkkkk e ainda paga de sabidona sobre técnica literária. É aquilo, têm gente que não aguenta ver uma vergonha que já quer passar
@@blackbird7373 te falta informação, sou advogada e te asseguro, pedofilia não é crime, é uma patologia elencada no rol da OMS. O que é crime é: estupro de vulnerável, consumo de pornografia infantil, propagar, vender, espalhar e verbos similares, conteúdo de pornografia infantil. A pedofilia em si NAO está presente no código penal e nenhuma lei brasileira. Então, ao invés de te atacar, como você fez, prefiro te dar essa informação. É possível uma pessoa ter anseios sexuais por crianças sem cometer qualquer crime, é difícil? Sim, pois normalmente se executa algum ato criminoso, seja consumindo pornografia infantil, seja por via de fato através do estupro de vulnerável. Talvez você que deve ler mais sobre o assunto. E acredite, eu li muito sobre, meu tcc foi sobre isso. Então, quem sabe na próxima você apenas respeite o comentário? Abraços
@@lendocomdaniel imagina, estamos ai pra isso! Espero que nesse 1 ano, voce tenha estudado um pouco, e percebido o quão supérfluo voce foi na sua resenha. :)
PARTICIPE DA LEITURA COLETIVA DE "CEM ANOS DE SOLIDÃO" EM FEVEREIRO!
Faça parte do meu clube do livro: catarse.me/lendocomdaniel
- Leituras coletivas com discussões mensais via Google Meet
- Grupo exclusivo no whatsapp
- Sorteios de livros
- Brindes ❤️
A questão de Tudo é rio, acredito eu, não é problematizar, é abordar, é retratar a realidade da forma como ela é, e não como gostaríamos que fosse, porque então seria uma idealização, eu acho que é um livro problemático não pela maneira que ele trata os temas, mas pelos temas em si, somente.
A questão do livro é exatamente relatar como esses assuntos são romantizados e não discutidos no interior. Na questão da violência doméstica e na tragédia do início do livro, Dalva simplesmente não reconhece o que está sofrendo, não sabe se deve perdoar ou não Venâncio porque desconhece uma realidade fora daquela em que vive. Já sobre Lucy, acho que o livro aborda de uma forma ótima como várias jovens entram para o mundo da prostituição, sendo sexualizada por homens desde a sua adolescência e depois arcando com as consequências da sua decisão, essa personagem tem uma construção impecável. Tenho certeza que esse livro incomodou muitos porque, infelizmente, trata de uma realidade feia que existe no Brasil. Uma realidade em que a mulher muitas vezes não tem defesa e não sabe que está em uma situação que agride os direitos humanos.
Sim, o branco se incomodou pq ele sabe que o povo dele faz isso frequentemente.
A autora apenas fez uma retratação. Não cabe a ela a obrigação de discutir NADA. A autora não tem que tutelar o leitor. O livro é difícil? Sim. Então não leiam. Se for pra ficar pensando "ain o que fulano vai pensar?" não vão existir mais histórias difíceis.
Ah que deleite! Fiquei confusa após terminar. Achei que só eu tinha visto tantos problemas na história
Finalmente uma crítica razoável! Concordo com todas as suas impressões. Achei o enredo de extremo mau gosto, os personagens são rasos e estereotipados (Aurora é uma chata, perfeita demais, Lucy é unidimensional e exagerada na sua vulgaridade, Dalva e Venâncio têm pouco "material" interior). A escrita é realmente poética, com frases bonitas, metáforas interessantes, mas às vezes tomba para uma poesia barata e piegas. Apesar de tudo, o livro realmente me prendeu - o que não significa que eu considere boa literatura.
Cara Júlia, perfeito seu comentário. "Tudo É Rio" é um livro muito ruim. Como a própria autora confessou em entrevistas, sem nenhuma autocrítica, foi escrito aos borbotôes, sem que ela soubesse aonde queria chegar, por isso o enredo é tão mal costurado e os personagens tão rasos.
Desisti de ler, me dava ânsia e tédio, enquanto ao meu redor muitas pessoas o elogiavam, parecia que era eu quem não tava entendendo, na verdade acho que se prenderam a essas frases de efeito e se apegaram a isso, mas o livro em si não vale a pena 👎 depois não li mais livros recomendados, muita propaganda é quase certo de ser uma cilada.
''Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo.''
Esse livro exige maturidade do leitor. Tudo que é retratado, não é pra "romantizar" nada, pelo contrario, é para ilustrar uma realidade que infelizmente é a de muitas pessoas. Violência, prostituição. A narração de uma historia que traz muitas verdades. Não é pra ninguém ler e achar lindo, até porque se alguém achar lindo, a pessoa tem algum problema. Ao ler e sentir dor, incomodo, é porque você conseguiu captar claramente o que a autora se empenhou em mostrar, e na minha opnião, mostrou divinamente bem. A Carla escreve de uma forma que faz o leitor se sentir dentro da historia. Impossível parar de ler. Mas como eu disse, esse livro exige maturidade para entender a proposta. Foi uma das minhas melhores leituras desse ano. Já quero ler os outros livros da Carla.
Pra mim era óbvio que quem se diz leitor pensasse assim. Comentário sensato.
Exatamente
Perfeito. As pessoas estão acostumadas a literatura de entretenimento, não que seja um problema, mas não amadurece se a insistência for em ver as letras apenas por essa ótica.
É exatamente isso!!! Quem leu e romantizou só está acostumado a ler romance de entretenimento. Esse livro faz críticas profundas, é viceral, é incomodo e doloroso em muitas partes. Nada é romantizado, é tudo nu e cru. E a forma como a história é contada, os sentimentos que são explorados, é extremamente bem construído!
Compartilho do mesmo pensamento! Penso que para acessar a profundidade da proposta do livro é necessário maturidade. A escritora joga os eventos de uma forma fria, aí cada pessoa terá uma experiência de leitura.
Na minha opinião o livro em si não é machista, ele retrata a realidade nua e crua de muitas pessoas e ao falar sobre o tema não diz o que é certo ou errado, apenas mostra o que acontece e nisso traz uma reflexão. No caso da Lucy, claramente ela foi aliciada na adolescência e poderia ter tido uma vida completamente diferente, mas ela não consegue admitir isso nem pra ela mesmo pois prefere ter orgulho da vida que tem a se sentir uma vítima e, percebam, como em um rio a vida não dá pra voltar atrás, “o passado é eterno”, então nos resta fazer o melhor com o que temos hoje.
Eu entendo o incomodo, mas o final do livro não termina uma família feliz, é aberto. Não se sabe se Venâncio recebeu ou não aquele filho...
Quando li, eu vi um livro que retrata histórias que eu tive infelicidade de ouvir ou ver de perto. Me pergunto se a autora cresceu com isso sabe? Se ela queria causar na gente o mesmo desprazer que é ver isso tudo acontecendo na nossa frente e todo mundo tratar como normal e seguir a vida.
Percebe, no livro, assim como na vida real as vezes, todo mundo engole e segue até achar alguma felicidade de novo. Quem fica com o estômago embrulhado durante toda a leitura é a gente.
Pois é! Eu pensei muito sobre isso. Senti muita falta de, pelo menos, uma nota da autora ou um aviso de gatilhos. Um livro desse na mão de uma pessoa que foi abusada pode ser muito ruim.
Pelo contrário, sou um homem de 60 anos, lido e vivido, e posso garantir que a realidade que Carla Madeira descreve só existe na cabeça confusa e inculta dela. O crime em torno do qual gira todo o enredo em nenhum mundo minimamente real poderia ser do jeito que foi. A autora, pelas entrevistas que vi e li dela, em que pese ter mais ou menos a minha idade, é uma escritora muito inculta, que não conhece a vida nem a grande literatura, por isso não teve a necessária autocrítica para jogar no lixo esse rascunho em forma de romance.
Quem avalia pela temática e não pela qualidade literária não tem nenhuma maturidade crítica, é por gente assim que o Cidade de Deus não ganhou o Oscar.
O problema não é a temática, mas, sim, a forma como ela é abordada. Qualidade literária está diretamente relacionada a isso.
Concordo, os acontecimentos do livro são mesmo de revirar o estômago. Mas a reflexão que o livro traz sobre o perdão, sobre de onde vem a violência do Venâncio, o ego inflado da Lucy e como ela amadureceu ao longo da estória são muito interessantes, mesmo eu não concordando com a decisão dos personagens.
@@alexandrastudart8348 é ruim, e ponto final.
Daniel Dornelas, parabéns por sua crítica a esse fraquíssimo romance de Carla Madeira. "Tudo É Rio" só tem personagens rasos, mal construídos, e uma história inverossímel. A começar porque um bebê com menos de um dia de vida jamais sobreveria se fosse jogado na parede. Ainda mais que o bebê não foi socorrido por uma equipe médica numa ambulância tipo UTI, mas foi levado no colo, a pé, para ser enterrado longe. E como é que uma criança nessas condições poderia ser salva só com chazinhos de uma benzedeira? Essa história não se sustenta. Tanto que, na primeira vez que tentei ler esse livro, parei nessa cena da criança sendo jogada na parede. Mas como o livro -- imerecidamente -- foi muito elogiado, resolvi lê-lo inteiro e posso garantir: foi um dos piores livros que já li na vida. "Tudo É Rio", de Carla Madeira, é tão ruim, tão idiota, que empata com "A Palavra Que Resta", de Stênio Gardel, outro romance péssimo, inverossímil, com personagens rasos.
Essa análise foi cirúrgica! Também fiquei muito incomodada com a forma como essas relações são apresentadas. A narrativa é realmente cativante no que diz respeito à construção do texto: muitas metáforas, linguagem leve e acessível; mas essa romantização do narrador sobre esses assuntos extremamente problemáticos é indigesta. Amei sua análise da obra, Dan! Aguardando seu próximo vídeo ❤️❤️❤️
Obrigado pelo comentário, Deza!
Você é incrível, é ótimo ter a sua companhia no clube. Afinal, não é todo dia que uma professora de literatura contribui com análises super especiais, né?
❤️❤️❤️
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Concordo demais, eu li na expectativa de amar, afinal todo mundo ama esse livro kkkk. Mas eu odiei, fiquei com raiva, tbm dei 1 estrela. Eu entendo que sim, é um retrato da vida real, mas o final foi horroroso. A construção da Lucy deixou muito a desejar ao meu ponto de vista, aliciada por homens mais velhos quando ela era claramente adolescente, mas nunca parou para refletir se aquela era a vida que ela realmente queria, esse papo de "nasceu para ser prostituta" não me desce kkkkkk. A construção da Dalva e de Venancio eu achei muito boa, realmente... e a revolta que eu senti dele ter sexualizado um ato materno tão bonito, meu deus....
Eu achei bem mal escrito, um floreio desnecessário encobrindo a história que não justifica nada e um final que não faz nenhum sentido.
Pois é, Isabella! O final me incomodou demais. Obrigado por assistir meu vídeo e por deixar um comentário. Abraços!
Concordo com você. Ao contrário do que se diz por aí, o livro, além de um enredo sem pé nem cabeça e personagens caricatos, ainda é mal escrito, a não ser que se considere cliches como boa literatura.
@@machadianoàs vezes enredos sem pé nem cabeça ainda assim conseguem ser interessantes, malucos engraçados, diferentes. No caso do livro em questão, como faltou técnica, dom, ou sei lá que nome dar, ficou algo ralo, sem consistência. Isso foi o que mais me incomodou como leitora.
A tematica discutida no livro é importante. Retratar a realidade é importante. Mostrar que muitas mulheres acabam voltando ao seu agressor é importante. Inclusive é interessante a otica da prostituição como relação de poder (apesar de ser problemática). Mas o que me incomodou MUITO nesse livro foram as ultimas paginas.
Qual a necessidade desse filho estar vivo? Fechar um enredo de contos de fadas? A morte de Vicente era o ponto que revirava o estômago, que trazia o incômodo que a arte proporciona. A revolta, a complexidade. No final, magicamente a crianca aparece viva.
E pior, a Autora romantizou sim o retorno da família feliz. Eu li preparada para Dalva voltar pra Venâncio. Eu esperava uma narração de revirar o estomago. Mas me deparei com uma visão romantizada da violência. "Venâncio, esse é o seu filho" e o vestido florido voltou a brilhar, a valsa voltou a ser dançada. Por favor!
Livro interessa, final de conto barato.
Adorei seu vídeo. Sou pscanalista e meu trabalho é com as vítimas de violência doméstica. Lamento que esse livro trate do assunto de forma tão lamentável. Um desserviço.
O livro trata da realidade, como ela é, pode não ser a sua, mas morei nos interior de são paulo por alguns anos e a vida era assim, mulheres que não conseguem se desvencilhar de relacionamentos como o do livro, famílias ruins, abusos, criação dura dos filhos homens, enfim, o livro é explicitamente real Luciana
@@Thi-md2ed o problema é como foi tratado, o tema. Sei muito bem da dificuldade das mulheres, vivencio-as todos os dias. A minha crítica é como foi tratada a questão. Eu li críticas a respeito da obra que dizem que o livro é sobre perdão. E não é. É sobre a naturalização do relacionamento abusivo e violento, deixando a mensagem que vale a pena dar uma "segunda chance". Alem disso, reforça o que muitos já dizem: "tá vendo, no final do que elas gostam mesmo é de apanhar". Enfim,para mim a obra soou muito mal. É algo muito sério para ser tratado com a superficialidade que foi.
É o tipo de livro que requer mais de uma leitura. A primeira o leitor vai como se estivesse numa corredeira. E não para para apreciar tanta e tantas reflexões que estão ali postos. Ele traz uma poetica num tema tão cruel que é a morte de um recem nascido e a violencia entre gêneros. Penso que autora escreve de tal forma que nos desassosega, que ousa trazer saídas possíveis. E mexe com a sexualidade, com a hipocrisia social no que se refere a prostituição.
Concordo, a escrita é muito boa, a dinâmica do texto em relação ao tempo é viciante, mas falta a reflexão!
Terminei o livro com muita raiva do final, não vejo com a história pode se encaminhar para esse rumo, apesar de que na vida real é o que mais acontece, por isso acho tão importante um posfácio.
E durante todo a leitura, um conto de "Insubmissas Lágrimas de Mulheres" da Conceição Evaristo, ficou ruminando na minha cabeça, o primeiro conto do livro que se chama "Aramides Florença" narra um história assustadoramente parecida, mas diferente de "Tudo é Rio", na minha perspectiva, a Conceição mostra como isso é forte e que não deve ser esquecido.
Pra mim, o livro se perde no próprio final e de uma forma que nós deixa indignado, e estaria tudo bem se esse fosse o intuito da leitura, mas pela divulgação o intuito vai mais pro lado do perdão do que para reflexão das questões tratadas!
Exatamente, Pedro! Perfeita a sua colocação.
A escrita da Conceição é muito verdadeira e afiada. Traz a dor real das mulheres e trata de temas sérios da forma séria que deve ser tratada.
Obrigado por assistir, por comentar e por participar do clube ❤️
Definitivamente esse não é um livro sobre perdão, para mim é um livro sobre a condição humana, nua e crua, com todas as nossas contradições, dores e esperanças. O ser humano é uma construção complexa, e os atos que aparentemente estão na superfície, têm uma raiz profunda. Para mim o livro não termina com um final feliz, pois aquelas feridas jamais serão fechadas.
Ao final do livro, lembrei muito de Crime e Castigo do Dostoievsky, e de uma frase que a Clarice coloca no livro A maçã no escuro: "Porque afinal não somos tão culpados, somos mais estúpidos do que culpados".
Esse romance passa longe de ser um livro sobre a condição humana. Não existe nenhuma prostituta tão caricata, tão estereotipada, como Lucy. Só para ficar num exemplo, jamais existiu um prostíbulo como o que a autora descreve. As cenas protagonizadas por Lucy são ridículas e a relação dela com a cafetina e as demais prostitutas não se sustenta.
Só tenho uma coisa a dizer... História repulsiva.
Eu adorei! Sei que o tema é meio assustador! Mas o que importa é a história em si e não o que eu desejei que estivesse no livro
Meu deus, o maluco não tem sensibilidade literária nenhuma. Esse monte de livro na estante e um canal sobre literatura não te ensinou nada. Que asco.
Com uma narrativa que prende e é cheia de lirismo, a escrita de Carla se perde ao fazer o personagem agressor passar por uma espécie de "jornada do herói". Personagens como Lucy(aquela que traz a luz) e João(a graça e a misericórdia) são manipulados para serem a luz que traria o perdão divino: a vítima de violência doméstica que acredita na redenção do agressor e o perdoa, mas não para seguir o próprio o caminho. Aqui, um filho é uma estratégia narrativa usada como aquele velho discurso "filho muda homem".
A única coisa que se salva é a escrita e as metáforas, que são simples e viciantes. Além disso, a temática da crítica religiosa, o sagrado e o profano(homem x mulher) são o mais interessante que há aqui( e mesmo assim há incoerência nesse discuso por parte do narrador).
Obs: sou aluno de Letras. Fiz minha análise se baseando nos princípios da Teoria Literária.
Acabei de ler esse livro ontem e fiquei chocada.A banalização da violência, da pedofilia e tudo mais...O que mais me choca é saber de quem vê essa história como uma poesia... Poesia ??????Onde????!!!!
Eu não entendi pq tanto booktuber romantizaram tanto esse livro. Eu estava gostando até 50% depois foi ladeira abaixo. De poético não tem nada.
Daniel, esse livro me desceu quadrado como cerveja quente. Romantização da prostituição, sexualização infantil, banalização da violência doméstica.
Um desserviço!
Mas foi a autora brasileira mais vendida de 2021.
Ou seja, é um espelho da sociedade doente onde a gente vive.
Meu pensamento é muito semelhante ao seu, Leticia. O grande número de pessoas que leem esse livro e o consideram normal fala muito sobre o Brasil. Obrigado pelo comentário!
Disse tudo. Concordo em gênero, número e grau.
Concordo integralmente com você. E também me espanto como um livro tão ruim em todos os sentidos -- estético, ético e cognitivo -- pôde fazer tanto sucesso com pessoas letradas, inclusive.
Eu achei o livro péssimo. Misturou incesto, violência com palavras bonitas e poéticas. Achei um desserviço, extremamente machista. "Ah, mas acontece com muitas mulheres" mas tem diversos jeitos de se contar uma história sem romantizar e erotizar essas situações de forma tão rasa. Nunca fiquei com tanto ódio de um livro hehehe e me dá mais ódio saber que as mulheres tem ele como um dos livros favoritos da vida, só porque as palavras e frases são bonitas.
Minha nossa, enfim encontrei alguém que viu incesto nessa história. Eu fiquei chocada que ninguém viu a relação pedófila e incestuosa que aconteceu com a Lucy e o Tio? Como que esse livro tá sendo maravilhoso para os olhos das mulheres? Me preocupa demais isso, o livro é simplesmente horrível em todos os jeitos que ela retrata a relação dos homens com as mulheres. Todos, TODOS são problemáticos e as mulheres personagens e leitoras passam pano para eles. O livro por ser atual deveria ter um alerta de gatilho e um protocolo falando sobre a atitude da Dalva de ficar. Porque é a realidade de muitas mulheres sim, por falta de escolha, por ignorância, por dependência financeira, física e psicológica. Só que romantizar esse perdão ela pode virar estatística e não é uma questão só feminista é uma questão humanitária. Tem coisas muito mais fortes que poderiam ser discutidas que está relaciona que é a saúde mental masculina que deveria ser abordada. O livro mirou numa "pegada" feminista e acertou num machismo fodido. Sinceramente não entendo quem gostou desse livro. Além de mal escrito tem erros de português, a edição poderia ter verificado isso. Não posso negar que foi uma leitura fácil, o que me fez seguir até o final. Porque se fosse de outro jeito não teria conseguido...
Tadinho, ficou triste pq o livro não militou
Ixi pelo visto tô vendo que a autora tem algum problema com finais. No clube do livro que participo indicaram Véspera , começa bem, prende a atenção … a narrativa poética e bem construída você não quer parar de ler enquanto não acaba mas … quando chega ao fim você se pergunta ué acabou? Como assim acabou? E aí vejo muitos falando que em Tudo é Rio o final deixou a desejar . Não li e tô em dúvida se lerei considerando a experiência com o outro e o comentado aqui…
Vejp nesse vídeo uma análise rasa e de alguém que vive em uma bolha. As questões abordadas na obra são muito vivas longe dos grandes centros. Uma realidade crua na qual pessoas hipersensibilizadas pelo meio raso em que vivem, não estão dispostas a aceitar, enxergando como uma abordagem problemática.
A escrita desse livro é uma delícia, parece que a autora tá cantando, a história vai fluindo. Mas não consegui deixar de pensar o tempo que violência doméstica é crime e o Venâncio deveria estar preso, fim da história.
É isso, Lyvia! Ótimo comentário. Obrigado! ❤️
Em outro vídeo de outro canal o pessoa dizendo q ele sofreu e se culpou muito,mas ele bate na Lucy ao descobri q ela tava grávida,são 2 agressão e certeza poderia acontecer uma terceira
É amargo ele não estar preso, né? Pois é. Acontece na realidade também. Parece difícil pra uma galera entender que a autora retratou uma história que acontece muitas vezes por aí. Não tem nada romantizado
Queria ter visto esse vídeo antes, não teria nem comprado o livro
Jesus, que livro horrível, péssimo, situações nada naturais
Mas no final eles não voltam. É um final aberto. O fato dela ter o perdoado não significa que eles vão ficar juntos. Isso não é dito no livro.
te achei infantil na sua crítica, é um livro que exige maturidade.
e chega a ser cômico um homem (você) acusar de machista a escrita de uma escritora mulher
Obrigado pelo comentário (e pela maturidade de vir aqui dizer que sou infantil).
Só um detalhe: nada impede um texto escrito por uma mulher de conter traços machistas, o mesmo vale para escritores PCDs, LGBTs...
Eu, ao contrário, achei o comentário do Daniel maduro e corajoso, principalmente quando se leva em conta que grande parte da crítica elogiou o livro. Mentalmente pueril é o romance de Carla Madeira, em que pese ela tê-lo publicado com exatos 50 anos, provavelmente o dobro da idade do Daniel.
Carla Madeira, assim como Toni Morrison confiam na inteligência do seu leitor! Por isso, não é uma leitura para qualquer um! Você precisa filtrar o recado que ela quer dar! Nem tudo que está ali ela concorda, pelo contrário! E ela não entrega a história vomitada, deixa entrelinhas, assim como Toni, para a capacidade de abstração de seu leitor!
Verdade que Carla Madeira confia na inteligência no leitor? Como, se o livro não se alicerça em inteligência alguma? É um livro tolo, cheio de clichês, eivado de frases expletivas. Sem contar que não há um só personagem na história que pare em pé. São todos personagens rasos, marionetes de um enredo inverossímel. E ao contrário do que você disse, "Tudo É Rio" é uma história vomitada, sim, a própria autora confessou em entrevistas que escreveu o livro num jato, sem saber aonde ia chegar. Por isso, ela vai criando uma série de remendos no enredo o tempo todo, cada um mais sem sentido que o outro.
Livro horrível! Sinceramente, não entendo o motivo para tanto sucesso.
Fiquei bem desconfortável lendo esse livro. As mulheres só se fodem (lucy, dalva, tia da lucy, etc) e os homens podem ser infieis, agressores ou abusadores, saem sempre impunes… A questão da Lucy adolescente com o tio tb... me dá enjoo…
Entendo que o livro retrata algumas realidades, mas acho q passou do limite quando romantizou não só um, mas vários temas pesados.
O final tinha que ser Dalva indo embora, ela e todas as mulheres desse livro mereciam esse final
Aff, sério... Nelson Rodrigues então...
Terminei de ler esse livro e queria desler.
Eu também não gostei. Na verdade, nem cheguei a terminar o livro. O ponto que mais me incomodou em "Tudo é rio" foi a escrita, que é a que a maior parte das pessoas estão elogiando. A impressão que eu tive lendo o livro é que as frases que a autora usa são bonitas, mas ao mesmo tempo desconexas.
Sem dúvida, o texto dela é uma enxurrada.
que alívio em ver mais pessoas com essa crítica, com essa consciência da história problemática que esse livro conta.
Infelizmente a maior parte das pessoas defende o livro pela escrita poética e utiliza a liberdade literária como argumento. :/
Concordo com você
Safadeza pura esse livro!! Péssimo
👏🏼👏🏼👏🏼
Livro chorume que nada agrega! "Choro, sangue, sêmen"... KKKKKK Que lixo!
Falou TD 📖 🤮
Talvez a melhor definição de "Tudo é Rio": chorume: choro, sangue e sêmen. Um lixo mesmo!
O livro fisga e em poucas ou uma sentada você lê. A Carla é excelente ao descrever as emoções, os ardis, as mentiras que os personagens contam para a sociedade e para si mesmo. Mas erra em romantizar a prostituição, ao passar pano para a pedofilia e violência doméstica e , por fim, ao fazer uma amarração ruim quando encerra o livro tentando redimir o Venâncio. Vejo com mais gravidade ainda por ser uma mulher quem escreveu e até que eu conclua o contrário, me parece alienada das pautas a respeito de gênero. Seu vídeo me trouxe alívio, fiquei com o mesmo incômodo após ler.
Li esse livro e me deu uma sensação ruim muito forte, principalmente pela Lucy ser ignorada pelo Venâncio e por ele ser um maluco a ponto de jogar um bebê no chão por causa dele amamentar no peito. Sinceramente, achei um livro não recomendado para quem já passou por relacionamento abusivo, defraudação emocional, e ou violência doméstica e abuso se xu Al.
Sim! O livro deveria, no mínimo, ter avisos de gatilhos e uma nota da autora. Obrigado pelo comentário.
Sim, eu já passei por um relacionamento abusivo e esse livro foi um soco no estomago. O final, entao, fiquei triste. infelizmente, é o destino de muitas. De qualquer forma,
gosto muito da escrita da Carla. Grande escritora
Odiei esse livro, nojento
Eu nunca vi um vídeo literário que falou tanta besteira como esse. Primeiro, as definições técnicas: nao se sabe a idade de Lucy quando morava com os tios e nem quando ocorreu um envolvimento com o tio, portanto, não o que se falar em pedofilia. Além de que a pedofilia em si não é um crime, e sim uma patologia. Pela leitura, parece que Lucy não tinha menos de 14 anos quando ocorreu o ato, aí sim seria crime de estupro. Segundo que o envolvimento com o tio não configura incesto, como é dito no vídeo, visto que não há qualquer vínculo consanguíneo entre eles, inclusive se eles quisessem se casar, tava OK. No mais, o resto é questão de opinião. Eu não acho que esse livro atinja mulheres que sofrem violência e não conseguem sair dessa por romantizar o parceiro. Mas enfim… A escrita da Carla foi irretocável, e falou da verdade crua e nua. Não é todo mundo que aceita a verdade na cara ou relatos tão precisos.. espero que ninguém tenha desistido de ler por causa desse video
Obrigado por assistir todas as minhas besteiras e ainda dedicar seu precioso tempo a me escrever. Um abraço!
@@lendocomdaniel de nada. Propagar informação é importante! Abraços
@@thainaaires18 😘
@thainaaires18 ''pedofilia não é crime'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk MEU DEUS, eu li isso mesmo????? A pessoa minimiza um crime que está em vias de ser considerado HEDIONDO pela lei, leia-se, a categoria de crimes mais perversos kkkkkkkkkk e ainda paga de sabidona sobre técnica literária. É aquilo, têm gente que não aguenta ver uma vergonha que já quer passar
@@blackbird7373 te falta informação, sou advogada e te asseguro, pedofilia não é crime, é uma patologia elencada no rol da OMS. O que é crime é: estupro de vulnerável, consumo de pornografia infantil, propagar, vender, espalhar e verbos similares, conteúdo de pornografia infantil. A pedofilia em si NAO está presente no código penal e nenhuma lei brasileira. Então, ao invés de te atacar, como você fez, prefiro te dar essa informação. É possível uma pessoa ter anseios sexuais por crianças sem cometer qualquer crime, é difícil? Sim, pois normalmente se executa algum ato criminoso, seja consumindo pornografia infantil, seja por via de fato através do estupro de vulnerável. Talvez você que deve ler mais sobre o assunto. E acredite, eu li muito sobre, meu tcc foi sobre isso. Então, quem sabe na próxima você apenas respeite o comentário? Abraços
Apaga, ta passando vergonha.
Obrigado pelo engajamento ✨✨✨✨
@@lendocomdaniel imagina, estamos ai pra isso! Espero que nesse 1 ano, voce tenha estudado um pouco, e percebido o quão supérfluo voce foi na sua resenha. :)
gente, pausa que o crítico literário de conhecimento excepcionalmente profundo reprovou o vídeo que critica o livrinho meia-boca dele =((((
Pelo contrário, o jovem Daniel prestou um grande serviço, ao desmascarar esse romance tão ruim.