O que mais me pegou no filme foi a originalidade de mostrar a escrotidao dos nazistas de uma forma diferente. Não precisou mostrar escombros, destruição, fome, medo. Só a simplicidade de alguém que se recusava a deixar de morar do lado de um campo de concentração foi capaz de me deixar horrorizado e enojado. Parabéns ao diretor!
Adorei a associação entre obras-primas: Clipe do Jamiroquai, Hermes e Renato e The Zone of Interest. Não sabia que o Glazer tinha dirigido os clipes. Com relação ao filme, me deu tanto mal estar que não consegui terminar de assistir.
[ALERTA DE SPOILER]: Uma cena que me chamou atenção no filme é quando o Rudolf Höss (que é o pai da família, mas também comandante do campo de concentração) conta a história de João e Maria para uma filha (ou um filho) dele. Nessa história a bruxa ia jogar Maria no forno, mas ela reverte a situação e acaba jogando a bruxa no forno, como um tipo de auto-defesa, Maria acaba invertendo os papeis e tornando-se a executora. Eu entendi isso como uma metáfora não só envolvendo o episodio do Holocausto nos anos 30/40 na Alemanha, mas questões do presente! Não é dito no filme, mas a gente sabe que a perseguição aos judeus é baseada em uma série de conspirações como "o judeu internacional", "o judeu bolchevique" etc... É esse tipo de coisa que faz eles se colocarem no lugar de "João e Maria" que estavam prestes a cair numa arapuca e não como "A Bruxa" que originalmente queria assar as crianças no forno (mas que ao fim acaba sendo jogada no forno). Da mesma maneira já mostra na sequencia como as crianças já estão naturalizando esse discurso e estão prontas para reproduzir o comportamento da geração anterior de nazistas. Tem uma cena em que o filho menor do Rudolf ta brincando com carrinhos e escuta o que parece ser o som de soldados perseguindo um prisioneiro, em uma tentativa de fuga, tem o som dos cachorros e ouve-se o grito desesperado desse prisioneiro e o menininho fala sozinho algo como "VOCÊ NÃO VAI ESCAPAR!" ou "VOCÊ VAI TER O QUE MERECE!" algo assim... Então eu vejo esse filme como uma obra que nos trás vários alertas sobre o mundo atual e a gente tem que estar ligado nisso. Já vi gente falando da questão de Israel com a Palestina hoje (acho que até o próprio diretor citou isso em um dos discursos dele), mas aqui no Brasil mesmo chegou-se a eleger um cara o qual uma das maiores bandeiras era "contra a erotização das crianças nas escolas", "contra o Kit Gay (que visaria transformar crianças em gays)", essas coisas obviamente nunca existiram de fato, mas tinha quem acreditasse e essas pessoas se enxergavam como "João e Maria" e, por sua vez, enxergavam os opositores como "as Bruxas" isso é muito perigoso... Se caracteriza-se todo um grupo como algo "mal", como "o demônio" ou algo assim e de repente podem eliminar em escala industrial esse "mal", a tendência é a normalização. Vira, pra essa gente, como uma detetização de "insetos". Ninguém ali precisa olhar quem está morrendo, ninguém precisa ser o "detetizador", mas todos eles concordam que aquilo "precisa" ser feito e que "detetizador" (que seria a profissão do Rudolf) é uma profissão normal. Enfim... Tem que esmagar a serpente do fascismo ainda no ovo, se não não o que acontece é isso aí.
Assisti domingo e ainda me pego refletindo sobre esse filme. Infelizmente assisti em casa e, a primeira coisa que pensei quando terminei, foi como deve ser surreal a experiência de ver no cinema, justamente por causa do som. Uma forma totalmente diferente de retratar um tema que parecia impossível de ser mostrado de forma inédita. Mas, de fato, o incômodo está na banalização do mal, não só no de ontem, como no de hoje. Excelente filme e excelente crítica. Adorei saber que ele dirigiu esses grandes clipes!
Quantas referências em uma só crítica, incrível. Lembro do clipe do Jamiroquai passar várias vezes no Mix TV, na tv aberta, é muito bom. Sobre o filme não sei quando irei assistir, não aguento ver gente tratando vidas humanas como se fosse nada, me revolta.
Matheus nos quadrinhos e Ciro no cinema = tudo pra mim ❤ Glazer é um mestre em gerar desconforto nos seus filmes. Aqui pegou em cheio e sem usar de nenhum artificio digamos de apelação. Apenas o som e a pacata vida comum de uma familia de bem alemã que estava vivendo o sonho de uma vida feliz. O bicho é gênio demais. E digo que Sandra Huller teria duas indicações ao Oscar se o mundo do cinema fosse justo
Ciro, não sei como será a experiência de assistir essa obra-prima em casa, já que o som é a parte mais importante do filme! Espero que não se perca muito... Sem dúvidas, meu top 5 de filmes da vida!
Tive o prazer de ver no cinema (no pouco tempo q ficou em cartaz aqui) e mesmo pegando uma sessão super tarde da noite e depois de um dia inteiro de trabalho, o filme me prendeu muito até o fim. Pode até ser exagero, mas já considero um clássico instantâneo. PS: melhor clipe do JG é karma police e sem discussão
3:10 Genteeeee chocada!!!! Amo Massive Attack, Else fez as músicas que mas amoooo deles e videoclipes.... Valeu Ciro! Com certeza vou assistir ao filme. Alguma alma boa no youtube juntou os clipes que ele fez: ua-cam.com/play/PL0QFDUXn1p9QezNZGJXUJMLZK-FG91rke.html
Ciro, passando aqui só pra elogiar seu trabalho sensacional. Muito difícil um canal sobre filmes que prenda minha atenção e ainda me faça rir ao mesmo tempo
Com toda a certeza eu diria que essa foi a melhor análise de filme de todos os tempos, talvez a melhor entre as 100 melhores do século. Parabens Ciro Hamen!
Eu fui ao cinema ver esse filme depois do seu vídeo do Oscar. Eu e meu amigo ficamos um tempão abalados e conversando depois. O filme envolve a gente de uma forma, e o final gostei muito também. Ciro, eu amo ser influenciada por você. Muito obrigada pelo seu trabalho, deixa minha vida mais feliz 🙃
Poxa, valeu por avisar que já tá no prime, Ciro. Vou ver essa madrugada mesmo, apesar de que, pelo que me falaram, a experiência no cinema pra esse filme é bem superior por causa dos detalhes sonoros. Mas aqui na roça não chegou, fazer o quê 🤷♂️ PS: kkkkkk postei antes de terminar de ver, tu tb falou isso no vídeo.
Gente nem sabia que Jonathan Glazer fez os clipes que amava assistir, então ele tá na era dos meus diretores de clipe / diretores de cinema com o David Fincher e o Spike Jonze
o ponto do filme pra mim foi o mal estar que me causou por em certo momento "simpatizar" com aquela família. o pai é um bom pai da porta pra dentro, mas da porta pra fora é um monstro completo. a mãe é uma ótima dona de casa, mas é egoísta e alienada. fiquei com aquela célebre frase do twitter na cabeça: "a mulher é uma vagabunda, o homem um corno, a criança uma coitada e essa Minnie uma arrombada"
Ciro, queria saber a sua interpretação das cenas em negativo. A minha visão é que aquele ambiente tem só o mal e quando tem uma atitude boa ela está ao contrário (em negativo).
Imagina ficar dez minutos com uma tela preta só com o som da Beatriz falando " É o Brasil do Brasil', "Minha alegria te incomoda". kkkkkk' ia ser um desafio.
Jamais imaginei que o melhor texto sobre Zona de Interesse envolveria Jamiroquai e Hermes e Renato. Muito bom mesmo!
Ciro, eu já tive oportunidade de ir a Auschwitz e te falo, fiquei mais impactada vendo esse filme do que indo lá.
😮
O que mais me pegou no filme foi a originalidade de mostrar a escrotidao dos nazistas de uma forma diferente. Não precisou mostrar escombros, destruição, fome, medo. Só a simplicidade de alguém que se recusava a deixar de morar do lado de um campo de concentração foi capaz de me deixar horrorizado e enojado. Parabéns ao diretor!
Perfeito
Falando de Richard Aschcoft e do subestimadíssimo The Verve, logo de cara tem o meu like.
Adorei a associação entre obras-primas: Clipe do Jamiroquai, Hermes e Renato e The Zone of Interest. Não sabia que o Glazer tinha dirigido os clipes. Com relação ao filme, me deu tanto mal estar que não consegui terminar de assistir.
Apenas grandes clipes!
[ALERTA DE SPOILER]: Uma cena que me chamou atenção no filme é quando o Rudolf Höss (que é o pai da família, mas também comandante do campo de concentração) conta a história de João e Maria para uma filha (ou um filho) dele. Nessa história a bruxa ia jogar Maria no forno, mas ela reverte a situação e acaba jogando a bruxa no forno, como um tipo de auto-defesa, Maria acaba invertendo os papeis e tornando-se a executora. Eu entendi isso como uma metáfora não só envolvendo o episodio do Holocausto nos anos 30/40 na Alemanha, mas questões do presente!
Não é dito no filme, mas a gente sabe que a perseguição aos judeus é baseada em uma série de conspirações como "o judeu internacional", "o judeu bolchevique" etc... É esse tipo de coisa que faz eles se colocarem no lugar de "João e Maria" que estavam prestes a cair numa arapuca e não como "A Bruxa" que originalmente queria assar as crianças no forno (mas que ao fim acaba sendo jogada no forno).
Da mesma maneira já mostra na sequencia como as crianças já estão naturalizando esse discurso e estão prontas para reproduzir o comportamento da geração anterior de nazistas. Tem uma cena em que o filho menor do Rudolf ta brincando com carrinhos e escuta o que parece ser o som de soldados perseguindo um prisioneiro, em uma tentativa de fuga, tem o som dos cachorros e ouve-se o grito desesperado desse prisioneiro e o menininho fala sozinho algo como "VOCÊ NÃO VAI ESCAPAR!" ou "VOCÊ VAI TER O QUE MERECE!" algo assim...
Então eu vejo esse filme como uma obra que nos trás vários alertas sobre o mundo atual e a gente tem que estar ligado nisso.
Já vi gente falando da questão de Israel com a Palestina hoje (acho que até o próprio diretor citou isso em um dos discursos dele), mas aqui no Brasil mesmo chegou-se a eleger um cara o qual uma das maiores bandeiras era "contra a erotização das crianças nas escolas", "contra o Kit Gay (que visaria transformar crianças em gays)", essas coisas obviamente nunca existiram de fato, mas tinha quem acreditasse e essas pessoas se enxergavam como "João e Maria" e, por sua vez, enxergavam os opositores como "as Bruxas" isso é muito perigoso...
Se caracteriza-se todo um grupo como algo "mal", como "o demônio" ou algo assim e de repente podem eliminar em escala industrial esse "mal", a tendência é a normalização. Vira, pra essa gente, como uma detetização de "insetos". Ninguém ali precisa olhar quem está morrendo, ninguém precisa ser o "detetizador", mas todos eles concordam que aquilo "precisa" ser feito e que "detetizador" (que seria a profissão do Rudolf) é uma profissão normal. Enfim... Tem que esmagar a serpente do fascismo ainda no ovo, se não não o que acontece é isso aí.
Eu saí impactada do filme, Ciro! Amo mais o Glazer depois do discurso dele no oscar e de saber que ele dirigiu esses clipes todos.
Assisti domingo e ainda me pego refletindo sobre esse filme. Infelizmente assisti em casa e, a primeira coisa que pensei quando terminei, foi como deve ser surreal a experiência de ver no cinema, justamente por causa do som. Uma forma totalmente diferente de retratar um tema que parecia impossível de ser mostrado de forma inédita. Mas, de fato, o incômodo está na banalização do mal, não só no de ontem, como no de hoje. Excelente filme e excelente crítica. Adorei saber que ele dirigiu esses grandes clipes!
Quantas referências em uma só crítica, incrível. Lembro do clipe do Jamiroquai passar várias vezes no Mix TV, na tv aberta, é muito bom. Sobre o filme não sei quando irei assistir, não aguento ver gente tratando vidas humanas como se fosse nada, me revolta.
Baixei o filme hoje! Estou ansioso pra ver
Matheus nos quadrinhos e Ciro no cinema = tudo pra mim ❤
Glazer é um mestre em gerar desconforto nos seus filmes. Aqui pegou em cheio e sem usar de nenhum artificio digamos de apelação. Apenas o som e a pacata vida comum de uma familia de bem alemã que estava vivendo o sonho de uma vida feliz. O bicho é gênio demais. E digo que Sandra Huller teria duas indicações ao Oscar se o mundo do cinema fosse justo
Ciro, não sei como será a experiência de assistir essa obra-prima em casa, já que o som é a parte mais importante do filme! Espero que não se perca muito...
Sem dúvidas, meu top 5 de filmes da vida!
Caramba, o Ciro ressuscitou o Richard Ashcroft.
Bela crítica, mano Ciro... exatamente o perfil ideal de comentário, uma dissecação com zero spoiler. Perfeito. Pena não poder mais ver na telona!
Amoooooooo!!!!!!!!!!!!! essa música e clipe A song for the lovers saudades mtv brasillllllllllllll
O Ciro vai produzir meus clipes musicais. Gostei do minidicionário os meninos da fila.
Eu não vejo clipes, apenas escuto músicas.
Tive o prazer de ver no cinema (no pouco tempo q ficou em cartaz aqui) e mesmo pegando uma sessão super tarde da noite e depois de um dia inteiro de trabalho, o filme me prendeu muito até o fim. Pode até ser exagero, mas já considero um clássico instantâneo.
PS: melhor clipe do JG é karma police e sem discussão
Dois filmaços!
3:10 Genteeeee chocada!!!! Amo Massive Attack, Else fez as músicas que mas amoooo deles e videoclipes.... Valeu Ciro! Com certeza vou assistir ao filme.
Alguma alma boa no youtube juntou os clipes que ele fez: ua-cam.com/play/PL0QFDUXn1p9QezNZGJXUJMLZK-FG91rke.html
Cena da praia em Sob a Pele, olha, tranquilamente uma das coisas mais angustiantes que tive a oportunidade de assistir
Ciro, passando aqui só pra elogiar seu trabalho sensacional. Muito difícil um canal sobre filmes que prenda minha atenção e ainda me faça rir ao mesmo tempo
Só quem viveu a era do clipe do Jamiroquai sabe
Que trabalho de pesquisa!! Muito rico em referências. E todas super encaixaram com o tema central. Parabéns, Ciro!!
Com toda a certeza eu diria que essa foi a melhor análise de filme de todos os tempos, talvez a melhor entre as 100 melhores do século. Parabens Ciro Hamen!
Eu fui ao cinema ver esse filme depois do seu vídeo do Oscar. Eu e meu amigo ficamos um tempão abalados e conversando depois. O filme envolve a gente de uma forma, e o final gostei muito também. Ciro, eu amo ser influenciada por você. Muito obrigada pelo seu trabalho, deixa minha vida mais feliz 🙃
esse filme acabou comigo
Poxa, valeu por avisar que já tá no prime, Ciro.
Vou ver essa madrugada mesmo, apesar de que, pelo que me falaram, a experiência no cinema pra esse filme é bem superior por causa dos detalhes sonoros. Mas aqui na roça não chegou, fazer o quê 🤷♂️
PS: kkkkkk postei antes de terminar de ver, tu tb falou isso no vídeo.
Vídeo brilhante Ciro, parabéns!
Valeu!
Esse clip do Jamiroquai me traz um lembrança muita boa ❤❤
Gente nem sabia que Jonathan Glazer fez os clipes que amava assistir, então ele tá na era dos meus diretores de clipe / diretores de cinema com o David Fincher e o Spike Jonze
Um pesadelo e um sonho são os 2 clipes do Glazer. Genial mesmo, belo vídeo!!
o ponto do filme pra mim foi o mal estar que me causou por em certo momento "simpatizar" com aquela família. o pai é um bom pai da porta pra dentro, mas da porta pra fora é um monstro completo. a mãe é uma ótima dona de casa, mas é egoísta e alienada. fiquei com aquela célebre frase do twitter na cabeça: "a mulher é uma vagabunda, o homem um corno, a criança uma coitada e essa Minnie uma arrombada"
Pesadelo é a música do Jamiroquay
Ceia vergona na sua cara, Ciro, pq o melhor clipe de todos os tempos é Thriller. 😉
Amei a análise, ainda nao vi esse filme, agora fiquei interessada.
Filme muito foda. Opiniões impopulares: foi meu filme favorito de 2023.
Uma opinião que deveria ser popular!
Ciro, queria saber a sua interpretação das cenas em negativo.
A minha visão é que aquele ambiente tem só o mal e quando tem uma atitude boa ela está ao contrário (em negativo).
Não tinha parado pra pensar muito nisso, mas acho que faz sentido essa interpretação
❤❤❤
Quero ver causar 10% do desconforto causado pela participante Beatriz em 10 minutos de PPV
Imagina ficar dez minutos com uma tela preta só com o som da Beatriz falando " É o Brasil do Brasil', "Minha alegria te incomoda". kkkkkk' ia ser um desafio.
@@rhangelribeiro3801 É até lucro ser uma tela preta porque não precisa olhar pra cara feia dela forçando carisma.
Acabei o filme e corri aqui. Tô desconfortável. (E quem acha que não tem roteiro é porque tá acostumado a apenas ler legendas e não a ver filmes).
Humor