O conceito dos 3 atos é um pouco mais complexo. Não existe proposta de continuidade entre os atos, como se fossem homogêneos entre si a ponto de se "encaixarem" de forma linear e coesa. Ela, na verdade, pretende reivindicar 3 grandes gêneros musicais que são originalmente produto da expressão afro-americana, mas que foram "embranquecidos" ao longo do tempo pelo racismo e apropriação branca. O primeiro ato se ocupou de representar o house, o club e a cultura ballroom - ritmos marginalizados originados dos guetos LGBT's de Nova Iorque das décadas de 80 e 90, com outros elementos também baseados na celebração da diversidade sexual e no reforço da imagem da Beyoncé como diva maior com estreita sintonia com essa população. O segundo ato se ocupa de resgatar as influências do country e do folk, mais duas criações afro-americanas, e parte significativa da motivação por trás do álbum é uma espécie de revanche que a Beyoncé procura após ter sofrido racismo e boicote sistemático do público e da equipe de produção de uma premiação em que ela cantou uma de suas músicas de influência country de um álbum anterior. O terceiro ato será um álbum de influência do rock, ou seja, a trilogia segue uma premissa: o resgate de expressões musicais cujas origens afro-americanas foram historicamente apagadas e apropriadas pelos brancos como se lhes pertencessem.
Mas se a premissa é esta então há um encaixe "de forma linear e coesa". O próprio uso dos termos "primeiro", "segundo" e "terceiro" impõe uma sequência também de ordem temporal à proposta. O que significa dizer que é preciso esperar a forma se completar para fechar a interpretação. E ninguém sabe se o terceiro ato será sobre o rock mesmo, por enquanto é só especulação. Pode vir gospel, por exemplo.
@FranciscoEscorsim Disse que não há linearidade e coesão no sentido de que os álbuns não estabelecem complementaridade entre si, em resposta ao seu próprio comentário no vídeo. E a divisão em atos é para que cada álbum expresse separadamente as influências dos ritmos e gêneros que ela deseja explorar a partir da premissa de resgate que mencionei anteriormente. Você não precisa acreditar no que digo, mas acompanho a carreira dessa mulher há pelo menos 20 anos. Cresci com a influência da música dela e sempre fui bastante "inteirado" sobre as intenções que ela teve e tem com o trabalho dela.
@@ffelipescara é muito bom ver um fã que conhece o artista!!!! BEYONCÉ também faz parte da minha vida e história, a artista que mais me relaciono emocionalmente através da arte e cultura.
Eu acho que ela pode ser a rainha e reunir todo sobre a bandeira do amor e da comunicação verdadeira. A rainha aqui como alguém que se dispõe a guiar até porque a arte também faz isso as vezes, sinceramente não vejo nada de mal nisso. Vida longa a a rainha!👸🏾
A renascença no caso, seria resgatar músicas que tiveram suas raízes criadas por negros, e ao longo do tempo foram embranquecidos. A apresentação num festival de Country que vc citou, foi extremamente boicotada, ninguém queria que ela estivesse ali, por ela ser negra e por ser do pop e não do Country. Daí ela se dedicou em criar um álbum Country, uma mistura na verdade, e durante a criação do mesmo, fazendo pesquisas, ela descobre que as raízes do Country vem do banjo, instrumento trazido por negros africanos, gaita, R&B, soul, entre outros que ao longo do tempo foi se tornando musicas pra branco . A renascença no caso se passa por aí, é ela dizendo que ela canta o que ela quiser, que a arte não se enquadra em gêneros, ela faz pop, rock , Country, gospel, ou seja , o que ela quiser fazer, sem ser julgada e colocada dentro de uma caixa. O ato 1 é o resgate do disco, ballroom, do dance, criado nos guetos americanos por negros, e sendo embranquecido. O ato 2 é o Country, que teve raízes criados por negros e foi tomada como música branca, a ponto de uma cantora que cresceu no Texas ouvindo e tendo influência Country não poder cantar sem ser julgada. O ato 3 dizem que vai ser o rock. Acho que o conceito de renascença é ela com toda a influência que ela tem, abrir portas para que outros artistas, tenham liberdade artística , independente de gênero, de cor, é ela falando para todos que todo artista é livre pra criar , sem se prender a gênero, arte é arte. Mas isso não tem a ver com militância ou cultura wolke, como você mesmo disse, tem a ver com ela educar as pessoas a sair da caixinha, a criar, ensinar a escutar algo, independente de quem esta cantando. É ela dando todo o reconhecimento e até homenageando, grandes artistas que são gigantes dentro do gênero, e agradecendo eles por abrirem portas e ter influenciado e impactado positivamente na vida dela, por terem sido inspiração na construção dela como artista. Outro motivo por ser chamado renaissance, é o fato das pessoas hoje em dia colocar vídeos na frente da música , quando ela lançou o ato 1 foi extremamente cobrada pelos visuais das músicas, e ela não lançou, ela quis que as pessoas ouvissem e criassem os visuais em suas próprias cabeças, sem se prender em coreografia, cada um ser livre para imaginar o que quisesse. É ela dizendo que músicas são feitas pra ouvir e apreciar, que não depende de vídeos pra poder despertar sensações nas pessoas.
Interessante o que você disse sobre a Beyoncé estar criando pontes, o Spartakus (que faz umas analises bem aprofundadas sobre a Bey) falou sobre a música de Texas Hold On que a Beyoncé chama todos pra dançar, não importando quem fossem juntos, o que é dancar junto se não um tipo de comunicação e diálogo?
Ela associa as fases do luto ao seu relacionamento. Lemonade é um produto audiovisual cheio de referências riquíssimas e poéticas (por vezes literalmente).
Gostei q você foi mais afundo no Cowboy Carter, mas o act I Renaissance apesar de ser um álbum escapista faz a msm coisa porém com o gênero house/ballroom, ela trás pioneiros desse gênero q muitas vezes não tiveram seu devido reconhecimento e dá a eles suas flores… essa questão da auto afirmação, do amor próprio, ser único é justamente ela empoderando essas pessoas marginalizadas q sempre foram ensinadas que não eram ninguém, não podia alcançar nada, ela faz um resgate e novamente traz pra esse álbum não apenas pessoas negras mas por exemplo Madonna um ícone da house music para essa conversa… é realmente muito mais complexo entender o que ela de fato está fazendo por ainda não ouvimos os três atos por completo e até então ela não deu nenhuma entrevista falando explicitamente sobre… mas enquanto aguarda o act iii aconselho ouvir o álbum lemonade dela que é uma obra incrível com arranjos instrumentais e produção vocal riquíssimas ou assista ao homecoming dela na Netflix *OBS: talvez por não ouvir os álbuns dela vc tenha essa impressão de que ela não tenha músicas com “banda” mas desde seu primeiro álbum ela tem uma banda incrível com ela inclusive no meio muitas pessoas mais fãs de pop não curtem ela justamente por isso
Achei uma análise interessante, principalmente vindo de alguém que não é fã e não tem o background das referências que a Beyoncé trouxe no act I. Isso fez você analisar o álbum de outros prismas. Eu também acho que a Beyoncé está fazendo um trabalho de ponte. Em momento nenhum ela diz nas músicas que o country ou o house é preto, ela está tentando dizer que esses gêneros TAMBÉM são negros. Num mundo polarizado, como você disse, conseguir reescrever músicas de pessoas brancas (Madonna, dolly p.) referências nos gêneros de uma forma que continue na sua narrativa racial sem depreciar essas referências, pra mim é especial.
O primeiro ato seria o Lemonade e Cowboy Carter o segundo, por conta da pandemia ela achou que seria melhor lançar algo dançante como o Renaissance. O terceiro ato ainda não foi lançado.
Eu amei o teu ponto de vista, Muito interessante, a conclusão perfeita. Mas acho que para melhor entender este este acto 2 que na verdade era para ser o acto 1, ou seja ouve uma troca, ela terminou o álbum cowboy Carter em 2019 mas decidiu lançar ou Renaissance que foi feito em 2020/21 em primeiro por causa da pandemia, conseguimos entender melhor através das sequências das músicas a partir do ll handas ll heaven (música número 24) que elas estão coladas uma nas outras como no álbum rainessance, se no final do Amen colocar direitamente o I’m that girl da para sentir esta continuidade, se não colocar, o Amen( música número 27) recomeça com American requim (música número 1) e da esta sensação que o começo é o fim e o fim é o começo! O facto de não ter gostado e achado o rainassence de muito vangloriado é porque o álbum foi dedicado paro o seu Tio Johnny que era um homem negro gay, e neste meio existe muito essa coisa de se vangloriar, glamour e se sentir nas alturas para realmente aumentar a alta estima! De pessoas que se sentiram menosprezadas e diminuídas perante muitos tempo tempos de suas vidas. Estratégico por ter lançado o primeiro single no mês de junho 🌈 O que me faz pensar que o cowboy carter seja uma dedicatória para a sua mãe já que o álbum era para se nomear Beyince( nome mal registrado de sua mãe) e também vemos que ao longo das músicas na verdade ela esta misturando a história dela com a da sua mãe como por exemplo a garota do Tennessee que ela cita no jolene não é ela, mas sim a sua mãe, ela nasceu no texas, e sua mãe no Tennessee, no daughter igualmente.. .
Moço ouve Renaissence de novo, na verdade Cowboy Carter seria lançado primeiro depois viria Renaissance talvez isso te de alguma perspectiva. Na verdade seria melhor você começar de Lemonade e ai você vai entender mais algumas coisas. Ela se revela muito em Lemonade sério.
Eu sinto que na sua análise você se deixou influenciar demais pela pessoa da Beyoncé, no sentido de que ela está falando de si mesma. E, sim, ela está se colocando na primeira pessoa, mas não é sobre ela que os discos falam, ao mesmo tempo que também é. Digo, no sentido da análise artística mesmo, o contexto do autor é muito importante pra se entender o que a obra está querendo passar. Mas sem pensar nos contexto da vida da artista, quando se ouve o primeiro disco, ele parece uma confusão sem propósito, mas tem muitas referências e contextos de coisas que acontecem e aconteceram e é exatamente por isso que foi bem sucedido por dois anos seguidos, antes do novo ato, já que ele envolve o ouvinte nas experiências e referências colocadas nele ele gera engajamento pel sua curiosidade. A mesma coisa que você notou no segundo ato de trazer o passado a tona acontece no primeiro. E a princípio, pelas capas você pode achar só algo bonito, mas elas também tem propósito e esse propósito pode ser analisado de várias formas, por que, ela não explica o que ela tá fazendo, exatamente por que a arte não se explica, ela vai passar pela experiência de quem a vivencia primeiro. Não sei se deu pra entender, mas é justamente isso que me fez começar a apreciar essa artista lá no filme do álbum lemonade. Ela está dizendo muito mais que só coisas esquecíveis.
O prólogo de fato traz um contexto inteiro pra tua análise. Obviamente toda essa sequencia de 3 era uma estratégia para que fosse de fato impactante. O Renaissance como comentado, era um álbum escapista, e era pra começar algo que viria mais pra frente. A Beyoncé não tinha tanto impacto no Spotify desde o Lemonde por um exemplo, tendo em vista que ela havia feito apenas o The gift em 2018, e que era voltado majoritariamente para os negros, o que não gerou tanto apresso pelo restante do público. Ai o Renaissance chega pra cativar o público, com letras mais despretensiosas, e que (agora vou divergir um pouco da tua opinião) além de ser sim, uma ode a figura dela, traz um ponto de vista individual pra cada ouvinte, i'm that girl traz de volta o "poder" que ela quer passar, mas cozy já fala de se sentir confortável sendo quem você é, preto, branco, bege, além de ser uma música intrínseca a comunidade LGBTQ+, além da sequencia ao longo do álbum. Enfim, isso trouxe visibilidade para o que o Cowboy Carter viria a se tornar, tendo um público que já abraçava a ideia, e que estava preparado para ouvir de fato o que ela tinha pra falar, como um "vocês dançaram bastante né, agora senta aqui e vamos conversar algo sério", por isso em American Requiem ela pergunta se realmente estão ouvindo. Gostaria de ressaltar que para os negros toda essa trilogia traz uma sensação de reparação, o que torna ainda mais impactante e pessoal, porém, só quem passa por certas circunstancias sabe o impacto que há falar disso, nessa nossa sociedade que "faz estátuas lindas, mas que são mentiras de pedra" pois fecham os olhos pra várias situações no dia a dia. Realmente eu acho que tudo o que os atos estão mostrando sejam pontes, pra que no futuro, tudo isso que seja ruim, seja enterrado, e que possam de fato renascer, criando algo novo e que saia da mesmice. No mais achei tua análise certeira, as conversar tem de ser mais pacificas e menos agressivas de todos os lados, se não, não deixamos de ser quem o passado um dia já foi. Podemos estar errados hahah, mas vamos aguardar e retornar no ato 3, um ótimo vídeo, parabéns Francisco.
A trilogia faz sentido quando são estilos músicas que eram da cultura negra que foram com o tempo sendo utilizados pelos brancos a trilogia é um resgate da identidade da cultura da música negra americana
1. Vou parecer estraga prazeres, um segragacionista, mas me a impressão é daquele imanentismo de Hegel, do espírito da história guiando a humanidade ecumênica. Revisitar o passado , mas não se descolar da terra. No final, isso pode levar ao centro do universo que é meu umbigo
• Parece que a análise do Chico atraiu um pessoal um tanto ressentido para o vídeo (+ comportamento de seita). • Enquanto uns garatem que a artista quis dizer tal coisa, quando ela mesma nunca falou abertamente sobre (provável que repitam o que disse algum crítico/especialista em Beyoncé). • E ainda que fosse assim, é arte. @FranciscoEscorsim pode conjecturar e compartilhar suas impressões, sem que isso se torne um conflito racial. #Paz!
Parece que te faltou um pouco de estudar os últimos trabalhos dela, e um pouco de sensibilidade sobre o que ela realmente está fazendo. Ao invés de ressaltar ela como narcisista, pontuar a importância que foi Renaissance e agora Cowboy Carter na vida dos jovens e adultos pretos e LGBTQIAPN+ por exemplo. Dizer que Beyoncé faz cosias descartáveis como pop é muito fora da realidade. Acho que te falta um pouco de sensibilidade mesmo e ampliar a visão.
Não é sarcicismo. É empoderamento de uma mulher negra que é extremamente invisibilizada em detrimento a mulher brancas. Sendo que o primeiro ato é sobre a Cultura ball ou seja de negros e negras periféricas e da comunidade LGBTQIAP+. Esse é só um dos pontos colocados nesse vídeo que demonstram a que as pessoas brancas ainda querem deter o controle de uma narrativa que não lhe pertence. Nunca vimos vocês sentarem e realizarem vídeos dos vários pontos da cultura pop por exemplo embranquecidas porque? E quando uma negra conta a sua história vocês se acham totalmente a vontade de dizer o que faz ou não faz sentido? Sendo que não possuem lugar de fala para tal? É exatamente disso que os atos significam e os entendedores entenderão.
Concordo. A análise dele desconsidera aquilo que só fãs prestam atenção, inclusive os fãs negros que vêem referências nas produções. Doido né? Não achei de todo ruim o ponto de vista dele, mas acho que deixou algumas coisas de fora, inclusive o fato de estarmos falando de uma artista negra, da comunidade negra e sua expressão artística. Como você disse... Ignorou todo o rolê do ballroom, da comunidade LGBTQIAP+ e etc. Enfim...
O conceito dos 3 atos é um pouco mais complexo. Não existe proposta de continuidade entre os atos, como se fossem homogêneos entre si a ponto de se "encaixarem" de forma linear e coesa. Ela, na verdade, pretende reivindicar 3 grandes gêneros musicais que são originalmente produto da expressão afro-americana, mas que foram "embranquecidos" ao longo do tempo pelo racismo e apropriação branca. O primeiro ato se ocupou de representar o house, o club e a cultura ballroom - ritmos marginalizados originados dos guetos LGBT's de Nova Iorque das décadas de 80 e 90, com outros elementos também baseados na celebração da diversidade sexual e no reforço da imagem da Beyoncé como diva maior com estreita sintonia com essa população. O segundo ato se ocupa de resgatar as influências do country e do folk, mais duas criações afro-americanas, e parte significativa da motivação por trás do álbum é uma espécie de revanche que a Beyoncé procura após ter sofrido racismo e boicote sistemático do público e da equipe de produção de uma premiação em que ela cantou uma de suas músicas de influência country de um álbum anterior. O terceiro ato será um álbum de influência do rock, ou seja, a trilogia segue uma premissa: o resgate de expressões musicais cujas origens afro-americanas foram historicamente apagadas e apropriadas pelos brancos como se lhes pertencessem.
Excelente, ótima e precisa leitura
Mas se a premissa é esta então há um encaixe "de forma linear e coesa". O próprio uso dos termos "primeiro", "segundo" e "terceiro" impõe uma sequência também de ordem temporal à proposta. O que significa dizer que é preciso esperar a forma se completar para fechar a interpretação. E ninguém sabe se o terceiro ato será sobre o rock mesmo, por enquanto é só especulação. Pode vir gospel, por exemplo.
@FranciscoEscorsim Disse que não há linearidade e coesão no sentido de que os álbuns não estabelecem complementaridade entre si, em resposta ao seu próprio comentário no vídeo. E a divisão em atos é para que cada álbum expresse separadamente as influências dos ritmos e gêneros que ela deseja explorar a partir da premissa de resgate que mencionei anteriormente. Você não precisa acreditar no que digo, mas acompanho a carreira dessa mulher há pelo menos 20 anos. Cresci com a influência da música dela e sempre fui bastante "inteirado" sobre as intenções que ela teve e tem com o trabalho dela.
@@ffelipescara é muito bom ver um fã que conhece o artista!!!! BEYONCÉ também faz parte da minha vida e história, a artista que mais me relaciono emocionalmente através da arte e cultura.
Eu acho que ela pode ser a rainha e reunir todo sobre a bandeira do amor e da comunicação verdadeira.
A rainha aqui como alguém que se dispõe a guiar até porque a arte também faz isso as vezes, sinceramente não vejo nada de mal nisso. Vida longa a a rainha!👸🏾
A renascença no caso, seria resgatar músicas que tiveram suas raízes criadas por negros, e ao longo do tempo foram embranquecidos. A apresentação num festival de Country que vc citou, foi extremamente boicotada, ninguém queria que ela estivesse ali, por ela ser negra e por ser do pop e não do Country. Daí ela se dedicou em criar um álbum Country, uma mistura na verdade, e durante a criação do mesmo, fazendo pesquisas, ela descobre que as raízes do Country vem do banjo, instrumento trazido por negros africanos, gaita, R&B, soul, entre outros que ao longo do tempo foi se tornando musicas pra branco . A renascença no caso se passa por aí, é ela dizendo que ela canta o que ela quiser, que a arte não se enquadra em gêneros, ela faz pop, rock , Country, gospel, ou seja , o que ela quiser fazer, sem ser julgada e colocada dentro de uma caixa. O ato 1 é o resgate do disco, ballroom, do dance, criado nos guetos americanos por negros, e sendo embranquecido. O ato 2 é o Country, que teve raízes criados por negros e foi tomada como música branca, a ponto de uma cantora que cresceu no Texas ouvindo e tendo influência Country não poder cantar sem ser julgada. O ato 3 dizem que vai ser o rock. Acho que o conceito de renascença é ela com toda a influência que ela tem, abrir portas para que outros artistas, tenham liberdade artística , independente de gênero, de cor, é ela falando para todos que todo artista é livre pra criar , sem se prender a gênero, arte é arte. Mas isso não tem a ver com militância ou cultura wolke, como você mesmo disse, tem a ver com ela educar as pessoas a sair da caixinha, a criar, ensinar a escutar algo, independente de quem esta cantando. É ela dando todo o reconhecimento e até homenageando, grandes artistas que são gigantes dentro do gênero, e agradecendo eles por abrirem portas e ter influenciado e impactado positivamente na vida dela, por terem sido inspiração na construção dela como artista. Outro motivo por ser chamado renaissance, é o fato das pessoas hoje em dia colocar vídeos na frente da música , quando ela lançou o ato 1 foi extremamente cobrada pelos visuais das músicas, e ela não lançou, ela quis que as pessoas ouvissem e criassem os visuais em suas próprias cabeças, sem se prender em coreografia, cada um ser livre para imaginar o que quisesse. É ela dizendo que músicas são feitas pra ouvir e apreciar, que não depende de vídeos pra poder despertar sensações nas pessoas.
Sim, eu concordo plenamente com o seu comentário ! 👏🏻❤️
Interessante o que você disse sobre a Beyoncé estar criando pontes, o Spartakus (que faz umas analises bem aprofundadas sobre a Bey) falou sobre a música de Texas Hold On que a Beyoncé chama todos pra dançar, não importando quem fossem juntos, o que é dancar junto se não um tipo de comunicação e diálogo?
Te indico o álbum lemonade da beyonce, é diferente e conceitual.
Ela associa as fases do luto ao seu relacionamento. Lemonade é um produto audiovisual cheio de referências riquíssimas e poéticas (por vezes literalmente).
Tadinho, não entendeu nadinha do Renaissance...
O 2o álbum, o Country seria o 1o da trilogia, mas devido a pandemi@ ela mudou a ordem de lançamento.
Obrigado por esclarecer.
Gostei q você foi mais afundo no Cowboy Carter, mas o act I Renaissance apesar de ser um álbum escapista faz a msm coisa porém com o gênero house/ballroom, ela trás pioneiros desse gênero q muitas vezes não tiveram seu devido reconhecimento e dá a eles suas flores… essa questão da auto afirmação, do amor próprio, ser único é justamente ela empoderando essas pessoas marginalizadas q sempre foram ensinadas que não eram ninguém, não podia alcançar nada, ela faz um resgate e novamente traz pra esse álbum não apenas pessoas negras mas por exemplo Madonna um ícone da house music para essa conversa… é realmente muito mais complexo entender o que ela de fato está fazendo por ainda não ouvimos os três atos por completo e até então ela não deu nenhuma entrevista falando explicitamente sobre… mas enquanto aguarda o act iii aconselho ouvir o álbum lemonade dela que é uma obra incrível com arranjos instrumentais e produção vocal riquíssimas ou assista ao homecoming dela na Netflix
*OBS: talvez por não ouvir os álbuns dela vc tenha essa impressão de que ela não tenha músicas com “banda” mas desde seu primeiro álbum ela tem uma banda incrível com ela inclusive no meio muitas pessoas mais fãs de pop não curtem ela justamente por isso
Obrigado pelas informações e correções, escutarei mais e melhor.
Achei uma análise interessante, principalmente vindo de alguém que não é fã e não tem o background das referências que a Beyoncé trouxe no act I. Isso fez você analisar o álbum de outros prismas. Eu também acho que a Beyoncé está fazendo um trabalho de ponte. Em momento nenhum ela diz nas músicas que o country ou o house é preto, ela está tentando dizer que esses gêneros TAMBÉM são negros. Num mundo polarizado, como você disse, conseguir reescrever músicas de pessoas brancas (Madonna, dolly p.) referências nos gêneros de uma forma que continue na sua narrativa racial sem depreciar essas referências, pra mim é especial.
Penso assim também.
O primeiro ato seria o Lemonade e Cowboy Carter o segundo, por conta da pandemia ela achou que seria melhor lançar algo dançante como o Renaissance. O terceiro ato ainda não foi lançado.
Eu amei o teu ponto de vista, Muito interessante, a conclusão perfeita.
Mas acho que para melhor entender este este acto 2 que na verdade era para ser o acto 1, ou seja ouve uma troca, ela terminou o álbum cowboy Carter em 2019 mas decidiu lançar ou Renaissance que foi feito em 2020/21 em primeiro por causa da pandemia, conseguimos entender melhor através das sequências das músicas a partir do ll handas ll heaven (música número 24) que elas estão coladas uma nas outras como no álbum rainessance, se no final do Amen colocar direitamente o I’m that girl da para sentir esta continuidade, se não colocar, o Amen( música número 27) recomeça com American requim (música número 1) e da esta sensação que o começo é o fim e o fim é o começo!
O facto de não ter gostado e achado o rainassence de muito vangloriado é porque o álbum foi dedicado paro o seu Tio Johnny que era um homem negro gay, e neste meio existe muito essa coisa de se vangloriar, glamour e se sentir nas alturas para realmente aumentar a alta estima! De pessoas que se sentiram menosprezadas e diminuídas perante muitos tempo tempos de suas vidas. Estratégico por ter lançado o primeiro single no mês de junho 🌈
O que me faz pensar que o cowboy carter seja uma dedicatória para a sua mãe já que o álbum era para se nomear Beyince( nome mal registrado de sua mãe) e também vemos que ao longo das músicas na verdade ela esta misturando a história dela com a da sua mãe como por exemplo a garota do Tennessee que ela cita no jolene não é ela, mas sim a sua mãe, ela nasceu no texas, e sua mãe no Tennessee, no daughter igualmente.. .
Obrigado pelas informações e esclarecimentos.
Otima análise Francisco!!
Obrigado
Moço ouve Renaissence de novo, na verdade Cowboy Carter seria lançado primeiro depois viria Renaissance talvez isso te de alguma perspectiva.
Na verdade seria melhor você começar de Lemonade e ai você vai entender mais algumas coisas.
Ela se revela muito em Lemonade sério.
Obrigado pelas informações, farei isso.
Eu sinto que na sua análise você se deixou influenciar demais pela pessoa da Beyoncé, no sentido de que ela está falando de si mesma. E, sim, ela está se colocando na primeira pessoa, mas não é sobre ela que os discos falam, ao mesmo tempo que também é.
Digo, no sentido da análise artística mesmo, o contexto do autor é muito importante pra se entender o que a obra está querendo passar. Mas sem pensar nos contexto da vida da artista, quando se ouve o primeiro disco, ele parece uma confusão sem propósito, mas tem muitas referências e contextos de coisas que acontecem e aconteceram e é exatamente por isso que foi bem sucedido por dois anos seguidos, antes do novo ato, já que ele envolve o ouvinte nas experiências e referências colocadas nele ele gera engajamento pel sua curiosidade. A mesma coisa que você notou no segundo ato de trazer o passado a tona acontece no primeiro. E a princípio, pelas capas você pode achar só algo bonito, mas elas também tem propósito e esse propósito pode ser analisado de várias formas, por que, ela não explica o que ela tá fazendo, exatamente por que a arte não se explica, ela vai passar pela experiência de quem a vivencia primeiro.
Não sei se deu pra entender, mas é justamente isso que me fez começar a apreciar essa artista lá no filme do álbum lemonade. Ela está dizendo muito mais que só coisas esquecíveis.
O prólogo de fato traz um contexto inteiro pra tua análise. Obviamente toda essa sequencia de 3 era uma estratégia para que fosse de fato impactante. O Renaissance como comentado, era um álbum escapista, e era pra começar algo que viria mais pra frente. A Beyoncé não tinha tanto impacto no Spotify desde o Lemonde por um exemplo, tendo em vista que ela havia feito apenas o The gift em 2018, e que era voltado majoritariamente para os negros, o que não gerou tanto apresso pelo restante do público. Ai o Renaissance chega pra cativar o público, com letras mais despretensiosas, e que (agora vou divergir um pouco da tua opinião) além de ser sim, uma ode a figura dela, traz um ponto de vista individual pra cada ouvinte, i'm that girl traz de volta o "poder" que ela quer passar, mas cozy já fala de se sentir confortável sendo quem você é, preto, branco, bege, além de ser uma música intrínseca a comunidade LGBTQ+, além da sequencia ao longo do álbum. Enfim, isso trouxe visibilidade para o que o Cowboy Carter viria a se tornar, tendo um público que já abraçava a ideia, e que estava preparado para ouvir de fato o que ela tinha pra falar, como um "vocês dançaram bastante né, agora senta aqui e vamos conversar algo sério", por isso em American Requiem ela pergunta se realmente estão ouvindo. Gostaria de ressaltar que para os negros toda essa trilogia traz uma sensação de reparação, o que torna ainda mais impactante e pessoal, porém, só quem passa por certas circunstancias sabe o impacto que há falar disso, nessa nossa sociedade que "faz estátuas lindas, mas que são mentiras de pedra" pois fecham os olhos pra várias situações no dia a dia. Realmente eu acho que tudo o que os atos estão mostrando sejam pontes, pra que no futuro, tudo isso que seja ruim, seja enterrado, e que possam de fato renascer, criando algo novo e que saia da mesmice. No mais achei tua análise certeira, as conversar tem de ser mais pacificas e menos agressivas de todos os lados, se não, não deixamos de ser quem o passado um dia já foi. Podemos estar errados hahah, mas vamos aguardar e retornar no ato 3, um ótimo vídeo, parabéns Francisco.
Obrigado, agradeço também.
o act 2 (cowboy carter) seria o primeiro ato, mas por conta da pandemia ela decidiu lançar o Renaissance antes.
se ela manteve o cowboy e renaissance exatamente os mesmos, só mudando a ordem, então a ideia de trilogia não faz mais sentido.
A trilogia faz sentido quando são estilos músicas que eram da cultura negra que foram com o tempo sendo utilizados pelos brancos a trilogia é um resgate da identidade da cultura da música negra americana
@@edersilva8629exatamente. Ela faz isso nos 2 álbuns
só vamos saber quando sair o act3 kkk há boatos que é um álbum rock. mas só boatos mesmo...
1. Vou parecer estraga prazeres, um segragacionista, mas me a impressão é daquele imanentismo de Hegel, do espírito da história guiando a humanidade ecumênica. Revisitar o passado , mas não se descolar da terra. No final, isso pode levar ao centro do universo que é meu umbigo
• Parece que a análise do Chico atraiu um pessoal um tanto ressentido para o vídeo (+ comportamento de seita).
• Enquanto uns garatem que a artista quis dizer tal coisa, quando ela mesma nunca falou abertamente sobre (provável que repitam o que disse algum crítico/especialista em Beyoncé).
• E ainda que fosse assim, é arte. @FranciscoEscorsim pode conjecturar e compartilhar suas impressões, sem que isso se torne um conflito racial.
#Paz!
Exatamente.
Também percebi isso.
Parece que te faltou um pouco de estudar os últimos trabalhos dela, e um pouco de sensibilidade sobre o que ela realmente está fazendo. Ao invés de ressaltar ela como narcisista, pontuar a importância que foi Renaissance e agora Cowboy Carter na vida dos jovens e adultos pretos e LGBTQIAPN+ por exemplo.
Dizer que Beyoncé faz cosias descartáveis como pop é muito fora da realidade.
Acho que te falta um pouco de sensibilidade mesmo e ampliar a visão.
Não é sarcicismo. É empoderamento de uma mulher negra que é extremamente invisibilizada em detrimento a mulher brancas. Sendo que o primeiro ato é sobre a Cultura ball ou seja de negros e negras periféricas e da comunidade LGBTQIAP+. Esse é só um dos pontos colocados nesse vídeo que demonstram a que as pessoas brancas ainda querem deter o controle de uma narrativa que não lhe pertence. Nunca vimos vocês sentarem e realizarem vídeos dos vários pontos da cultura pop por exemplo embranquecidas porque? E quando uma negra conta a sua história vocês se acham totalmente a vontade de dizer o que faz ou não faz sentido? Sendo que não possuem lugar de fala para tal? É exatamente disso que os atos significam e os entendedores entenderão.
Concordo. A análise dele desconsidera aquilo que só fãs prestam atenção, inclusive os fãs negros que vêem referências nas produções. Doido né? Não achei de todo ruim o ponto de vista dele, mas acho que deixou algumas coisas de fora, inclusive o fato de estarmos falando de uma artista negra, da comunidade negra e sua expressão artística. Como você disse... Ignorou todo o rolê do ballroom, da comunidade LGBTQIAP+ e etc. Enfim...
Só faltou vocês se atirarem no chão e rolarem.
Quanto mi mi mi. Aff!