Olá, boa noite! Até agora, o seu comentário sobre QUEER foi o melhor que encontrei. Em sua análise há compreensão crítica e não um julgamento do filme. Parabéns. Vou ficar freguês!
Pois é. Tem uma vontade de não chocar nem ofender ninguém, de fazer um "cinema europeu de qualidade". É tudo plasticamente interessante, super elegante. Mas é filme gay pra hétero ver.
Eu me envolvi bastante com o filme, talvez mais por sua trama e imagens estranhas. Seu comentário me fez refletir mais sobre ele nesse ponto de "filme gay", e mesmo como algo "contido". Existe o componente da droga, mas aceitei mais a textura das imagens e mesmo a representação das cenas como em espelhamento do Lee, um homem "criativo", que pensa antes de falar, antes de agir...Que pensa muito. E daí a realidade material se torna muito difícil. Então que partir em uma aventura é uma forma de tornar a vida algo mais deslocado do mundano, e um desejo dessa mente. E essa coisa do mundo das ideias também está no fio da trama: a jornada do protagonista é querer que o outro pense nele, como ele pensa. Mas essa aversão ao pragmático nos isola. Ou talvez gostado do filme por me projetar no Lee.
Gosto bastante da sua leitura do filme. Pois é, o roteirista busca alguma forma externa de fazer com que estes homens consigam expressar o seu desejo sem necessariamente falar a respeito. Eu gosto da ideia da viagem, mas ainda fico desconfortável com essa imagem "primitiva" dos povos indígenas...
Ainda não assisti, mas pretendo em breve. Nos gêneros de filmes glbtqi+, eu assisti a série da Paramount "Companheiros de Viagem" com os gatissimos protagonistas Jonathan Bailey e Matthew Bomer, uma relação conturbada entre os personagens envolvendo sexo, submissão e política. A América dos anos 50 aos dramáticos anos 80 com a chegada da AIDS e suas consequências. Ótima série para ver com cenas fortes e erotizadas. Confira também.
Bruno, você acha válido que personagens queer devam ser interpretados por atores/atrizes queer? Um desempenho de personagem como Lili Elbe (The Danish Girl) seria melhor feito por uma atriz trans? Adorei sua crítica e espero ver o filme em breve, bjs!🌈
@@Giba3000 Acredito que isso valha para uma questão de identidade de gênero (atores e atrizes trans interpretando personagens trans), mas não vejo a mesma obrigatoriedade para a orientação sexual (caso de personagens gays e lésbicas). Concorda?
Concordo parcialmente pois, acredito que a preferência deve ser pelo atores queer. Veja bem, preferência e não obrigatoriedade. Atores não queer por exemplo, em Fellow Travellers trariam um resultado final tão bom? Ou um ator queer no lugar de Tom Hanks em Philadephia não teria entregue um personagem muito mais complexo? Enfim, retroadivinhação barata também faz parte do meu dia rs.
@@Giba3000 Entendo, mas essas perguntas correm o risco de serem retóricas, porque a gente nunca vai saber de verdade, né? Por exemplo, acho que o Daniel Craig faz um excelente trabalho como gay em Queer, embora seja um ator assumidamente hétero. Acredito que quando mexe na identidade, quando está no corpo da pessoa (caso de atores e atrizes trans, de pessoas negras, de PCDs), aí tem que ser estas pessoas mesmo. Mas gay ou hétero são questões de desejo, de orientação sexual. Se for bom ator, bem dirigido, pra mim tá valendo. Não dá pra ver no corpo dele se gosta de homem, de mulher, dos dois...
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Olá, boa noite! Até agora, o seu comentário sobre QUEER foi o melhor que encontrei. Em sua análise há compreensão crítica e não um julgamento do filme. Parabéns. Vou ficar freguês!
Muito obrigado! Fica à vontade pra vasculhar o canal e encontrar outros vídeos que te interessem. hahah
obrigado por essa crítica. a melhor que vi na net
Muito obrigado! O que achou do filme?
Vejo o Luca Guadagnino sendo bem criticado na área acadêmica por ser conservador e/ou tímido com o sexo
Pois é. Tem uma vontade de não chocar nem ofender ninguém, de fazer um "cinema europeu de qualidade". É tudo plasticamente interessante, super elegante. Mas é filme gay pra hétero ver.
Eu me envolvi bastante com o filme, talvez mais por sua trama e imagens estranhas. Seu comentário me fez refletir mais sobre ele nesse ponto de "filme gay", e mesmo como algo "contido".
Existe o componente da droga, mas aceitei mais a textura das imagens e mesmo a representação das cenas como em espelhamento do Lee, um homem "criativo", que pensa antes de falar, antes de agir...Que pensa muito. E daí a realidade material se torna muito difícil.
Então que partir em uma aventura é uma forma de tornar a vida algo mais deslocado do mundano, e um desejo dessa mente. E essa coisa do mundo das ideias também está no fio da trama: a jornada do protagonista é querer que o outro pense nele, como ele pensa.
Mas essa aversão ao pragmático nos isola. Ou talvez gostado do filme por me projetar no Lee.
Gosto bastante da sua leitura do filme. Pois é, o roteirista busca alguma forma externa de fazer com que estes homens consigam expressar o seu desejo sem necessariamente falar a respeito. Eu gosto da ideia da viagem, mas ainda fico desconfortável com essa imagem "primitiva" dos povos indígenas...
Ainda não assisti, mas pretendo em breve. Nos gêneros de filmes glbtqi+, eu assisti a série da Paramount "Companheiros de Viagem" com os gatissimos protagonistas Jonathan Bailey e Matthew Bomer, uma relação conturbada entre os personagens envolvendo sexo, submissão e política. A América dos anos 50 aos dramáticos anos 80 com a chegada da AIDS e suas consequências. Ótima série para ver com cenas fortes e erotizadas. Confira também.
Alguns amigos já me falaram do Companheiros de Viagem! Ainda não tive a oportunidade de ver, mas vai ser um dos próximos da lista.
Bruno, você acha válido que personagens queer devam ser interpretados por atores/atrizes queer? Um desempenho de personagem como Lili Elbe (The Danish Girl) seria melhor feito por uma atriz trans? Adorei sua crítica e espero ver o filme em breve, bjs!🌈
@@Giba3000 Acredito que isso valha para uma questão de identidade de gênero (atores e atrizes trans interpretando personagens trans), mas não vejo a mesma obrigatoriedade para a orientação sexual (caso de personagens gays e lésbicas). Concorda?
Concordo parcialmente pois, acredito que a preferência deve ser pelo atores queer. Veja bem, preferência e não obrigatoriedade. Atores não queer por exemplo, em Fellow Travellers trariam um resultado final tão bom? Ou um ator queer no lugar de Tom Hanks em Philadephia não teria entregue um personagem muito mais complexo? Enfim, retroadivinhação barata também faz parte do meu dia rs.
@@Giba3000 Entendo, mas essas perguntas correm o risco de serem retóricas, porque a gente nunca vai saber de verdade, né? Por exemplo, acho que o Daniel Craig faz um excelente trabalho como gay em Queer, embora seja um ator assumidamente hétero. Acredito que quando mexe na identidade, quando está no corpo da pessoa (caso de atores e atrizes trans, de pessoas negras, de PCDs), aí tem que ser estas pessoas mesmo. Mas gay ou hétero são questões de desejo, de orientação sexual. Se for bom ator, bem dirigido, pra mim tá valendo. Não dá pra ver no corpo dele se gosta de homem, de mulher, dos dois...