O PL do Estuprador | com Jacqueline Pitanguy | 232
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- Опубліковано 27 вер 2024
- Um minueto macabro levou à pista de dança legislativa, conjuntamente, o Conselho Federal de Medicina, o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados.
O primeiro aprovou uma resolução que impede os médicos de realizar o aborto legal após a 22ª semana de gestação, para o qual é necessário recorrer ao método da assistolia fetal.
A decisão do CFM foi questionada junto ao STF e o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a decisão do órgão de classe dos médicos.
Antes mesmo de chegar ao Supremo, essa disputa já era travada em níveis inferiores do Judiciário. Na primeira instância a medida restritiva do CFM havia perdido seus efeitos, mas ela foi restaurada na segunda instância pelo Tribunal Federal da 4ª Região (TRF4), o mesmo que também deu guarida aos abusos da Operação Lava Jato.
No âmbito federal, em reação à decisão de Moraes, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-líder da bancada evangélica e homem de confiança do pastor extremista Silas Malafaia, propôs um projeto de lei que torna crime de homicídio simples o aborto após a 22ª semana. A bizarrice da proposta chega ao ponto de tornar a pena para a mulher que aborta superior àquela aplicada ao estuprador.
Em seu intento, o deputado Cavalcante foi apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que permitiu votar a urgência da tramitação do PL 1904/24. Ela foi aprovada numa votação simbólica relâmpago, que durou apenas 23 segundos. Lira procurou, com isso, agradar à bancada evangélica e à extrema-direita, tendo em vista sua tentativa de fazer o sucessor na presidência da Câmara.
Uma grande reação se seguiu na sociedade civil, apesar do imobilismo e da letargia do governo federal, que preferiu não entrar numa disputa com os evangélicos. Apenas após o sucesso da reação por parte da sociedade o governo se manifestou contrariamente ao projeto, incluído aí o próprio presidente Lula.
No Senado Federal o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou que por lá o projeto não tramitaria em regime de urgência, pois deveria ser muito debatido. Ademais, criticou-o no mérito.
Diante de toda essa celeuma, apesar da aprovação da urgência, Lira preferiu suspender as discussões acerca do PL e jogá-las para depois das eleições municipais. Sóstenes Cavalcante, porém, afirmou que não desistirá e que pretende votar a proposta antes disso.
O que afinal significa esse projeto? Que lugar tem ele no avanço da extrema-direita brasileira? O que essa situação revela acerca dos direitos reprodutivos das mulheres?
Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a socióloga Jacqueline Fleury, diretora da CEPIA (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), pesquisadora colaboradora do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) e membro do conselho editorial da revista "Health and Human Rights" da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
As músicas deste episódio são "In the Shadows" dos 126ers, e "Yah Yah" de Josh Pan.
Para ver quem foram os signatários do PL 1904/2024 e de sua tramitação em regime de urgência, clique no link abaixo:
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Melhor episódio dos últimos tempos!!!! Parabéns 🎉🎉🎉
Excelente entrevista, a entrevistada abordou todos os aspectos do assunto , com dados, sobriedade e sem sensacionalismo
Valeu!
Tá na hora de levantar a poeira e enfrentar. De que vale estar no governo, sem governar.
Como é importante saber dessas manifestações prévias e como o líder do congresso as considera, desconsiderando.
Beira o absurdo, mas é só a política praticada. Fica sempre o alerta e os ótimos esclarecimentos aqui trazidos. Obrigado, Prof. Cláudio! Obrigado, Jacqueline!
Às vezes o silêncio é consentimento.
Picaretas ⛏️ ⚒️ do Senhor
Excelente as análises e reflexões da Jaqueline Pitanguy. Vou divulgar
O estuprador deve ser punido tanto pelo seu ato como pelas consequências dele.
E fizeram um carnaval contra aqueles que defendiam mais mulheres no STF!
Vou enviar um PIX
Tão organizado que tem pastor pedindo pra fiéis não ingressarem nas universidades, quanto mais ignorantes melhor 😢 somos resistência!!!
Acredito que, acima de tudo, é preciso conquistar as massas, a população. Cada um destas autoridades politicas e religiosas, ligadas a estas questões de separação por preconceitos, de retiradas de direitos por, para elas, serem moedas de troca, existe milhares de pessoas que as apoiam.
Estas autoridades fazem o que fazem com respaldo do povo, também, que podem até não ser a maioria, mas são de um volume suficiente.
Se a mudança não comecar por baixo, receio ver o Brasil afundar por conta dos interesses destas autoridades.
Se já há meme do Congresso ser um templo... "Onde há fumaça há fogo."
A presudebte. Ou vc diz Presidento? Perde a vakudade esse peesudenta
É vergonhoso, é extremamente reacionário. Deixa claro que estão "se f*" para os cidadãos.
Muito bom
Acho que o problema são as bolhas informacionais. Cada grupo fala pra sua bolha e só se importa com ela. Não temos mais uma âgora.
Perfeito!!! Parabéns pela entrevista!!!🤩🤩
Excelente conversa!
Gratidão aos 2 pela presença! Mais um vídeo de UTILIDADE PÚBLICA!
Vamos ESPERANÇAR.
O papo foi tão bom que nem vi a hora passar! Que conversa forte e necessária, foi muitooo bommm!! Quantos desdobramentos têm o tema e quantos apontamentos vocês fizeram que eu nem tinha pensado. Valeuuu, Cláudio e Jacqueline!!👏👏
Cláudio, há de se compreender a postura inicial do Governo, pois, desde os comentários veementes e corretos do Lula sobre Israel, houve o início de uma inversão nas avaliações políticas do Governo que afetou duramente a Economia e fortaleceu, com apoio das mídias, a oposição extremista.
Claudio, adoro o canal! Assisto toda semana. Obrigada, por discutir esse e tantos outros temas. Sou enfermeira especialista em Saúde da Criança e Violência e os últimos anos foram muito difíceis, mas eu juro que nunca achei que veria um PL tão abjeto como esse. Quem o defende é incapaz de dimensionar o sofrimento dessas meninas e mulheres e os argumentos deles…
A pauta de costumes é a única da extrema direita porque eles não tem qualquer projeto para o Brasil. A outra pauta absurda do momento merece indignação pública. Trata-se da medida aprovada por unanimidade na câmara de deputados de São Paulo que multa em mais de 17.000,00 reais quem oferecer alimentação a moradores de rua. Pra fornecer ajuda a essas pessoas será cobrado um registro especial e em locais autorizados. Essa é absurda demais.