A indeterminação é parte da clínica psicanalítica. Existe na atitude do psicanalista muita indeterminação que mobiliza muito o paciente que provoca insatisfação, que causa angústia, e na qual o paciente busca respostas mais concretas, mais objetividade, movimenta o paciente no sentido de buscar apoio em algum lugar. Pelo menos foi o que senti quando fazia psicanálise lacaniana como se eu estivesse no ar o tempo todo.
Professor Dunker, gostaria que pudesse falar um pouco sobre o "som alto". Por que há indivíduos que só gostam de ouvir música alta? Que nem sequer cogitam que talvez estejam incomodando a coletividade. O que a psicologia revela sobre isso? Obrigada. Saúde e sucesso!
Olá professor, tudo bem? Primeiramente, parabéns pelo canal e obrigado pela constante partilha que já constitui um genuíno tesouro de conhecimento difundido na internet. Sou da área da filosofia, leitor de Sartre e Paul Ricoeur e, como o senhor talvez possa lembrar ou quem sabe ter observado, já fiz essa pergunta de outras formas em alguns outros vídeos. Hoje, vou elaborá-la com base em um trecho de sua entrevista recente para a Cult, na qual o sr. diz que "até 1973 tínhamos um olhar para o sofrimento que presumia uma estrutura narrativa em que se compartilha o sofrimento com o outro enquanto se sofre" e que "Freud descobriu isso no neurótico, que começa a falar de seus sintomas e passa para a história de sua vida, a ponto de não conseguir separar as duas coisas". Lembro aqui de Maria Rita Kehl mencionando o conselho de Lacan para Eric Laurent: troque o romance pelo conto e obtenha um ganho em leveza. Lembro do próprio Ricoeur mencionando Roy Schafer, que teria visto na psicanálise uma metodologia para narração de histórias. Penso mesmo em Christian Salmon denunciando a prática do storytelling na cultura e na política como estratégia de persuasão e manipulação. Então, pergunto: para a psicanálise, a vida é - para citar Lacan - "a história de uma vida vivida como história"? Quais são os papéis, os direitos, as funções das narrativas identitárias na e para a psicanálise? Agradeço desde já pela atenção e pela paciência com a repetição do meu sintoma, digo, da minha questão. Um abraço!
Olá, professor. Adoro teu canal. Tenho uma dúvida meio boba: quais as implicações da análise em um país diferente e numa língua estrangeira? Agradeço. Grande abraço.
Nomeu caso é por causa da decisão de leitura dele que altera o texto dos seminários de Lacan para torna-lo compatível com a psicanálise Milleriana. Tem um livro do Alfredo Eidelsztein chamado Outro Lacan que tem vários exemplos bem gritantes de episódios que Miller altera o texto de Lacan de forma a transforma-lo em algo de sentido muitas vezes oposto à enunciação original. Há problemas também nas versões dos seminários de Lacan estabelecidas por Miller quanto a omissão de modelos esquemas e grafos, cruciais para entender o texto de Lacan e uma série de precisões conceituais que se perdem na leitura Milleriana e passagens importantes dos seminários falados que se perdem na edição. Resumindo muito, Miller faz uma leitura política do ensino de Lacan, e isso no mal sentido degradando a riqueza do texto original para uma orientação política liberal, ou até neoliberal dependendo do caso. Conceitualmente Miller também faz uma bagunça enorme com o conceito de Real, inflacionando ele para além do campo onde esse conceito opera de forma eficiente em Lacan e incorrendo em uma série de questões éticas, e há toda uma retórica vulgar dos Millerianos sobre a feminilidade como justificativa, ou moeda de troca retórica das degradações que eles efetuam na riqueza do texto de Lacan no sentido de torna-lo compatível com certa orientação política. Esse coemntário todo é para introduzir você ao livro do Alfredo que eu recomendo que vc leia e a sua pesquisa sobre a cisão de 1998 também.
A indeterminação é parte da clínica psicanalítica. Existe na atitude do psicanalista muita indeterminação que mobiliza muito o paciente que provoca insatisfação, que causa angústia, e na qual o paciente busca respostas mais concretas, mais objetividade, movimenta o paciente no sentido de buscar apoio em algum lugar. Pelo menos foi o que senti quando fazia psicanálise lacaniana como se eu estivesse no ar o tempo todo.
Professor Dunker, gostaria que pudesse falar um pouco sobre o "som alto". Por que há indivíduos que só gostam de ouvir música alta? Que nem sequer cogitam que talvez estejam incomodando a coletividade. O que a psicologia revela sobre isso? Obrigada. Saúde e sucesso!
Excelente série de análises. Nada é definitivamente o que parece ser.
Olá professor, tudo bem? Primeiramente, parabéns pelo canal e obrigado pela constante partilha que já constitui um genuíno tesouro de conhecimento difundido na internet. Sou da área da filosofia, leitor de Sartre e Paul Ricoeur e, como o senhor talvez possa lembrar ou quem sabe ter observado, já fiz essa pergunta de outras formas em alguns outros vídeos. Hoje, vou elaborá-la com base em um trecho de sua entrevista recente para a Cult, na qual o sr. diz que "até 1973 tínhamos um olhar para o sofrimento que presumia uma estrutura narrativa em que se compartilha o sofrimento com o outro enquanto se sofre" e que "Freud descobriu isso no neurótico, que começa a falar de seus sintomas e passa para a história de sua vida, a ponto de não conseguir separar as duas coisas". Lembro aqui de Maria Rita Kehl mencionando o conselho de Lacan para Eric Laurent: troque o romance pelo conto e obtenha um ganho em leveza. Lembro do próprio Ricoeur mencionando Roy Schafer, que teria visto na psicanálise uma metodologia para narração de histórias. Penso mesmo em Christian Salmon denunciando a prática do storytelling na cultura e na política como estratégia de persuasão e manipulação. Então, pergunto: para a psicanálise, a vida é - para citar Lacan - "a história de uma vida vivida como história"? Quais são os papéis, os direitos, as funções das narrativas identitárias na e para a psicanálise? Agradeço desde já pela atenção e pela paciência com a repetição do meu sintoma, digo, da minha questão. Um abraço!
Obrigada pelas informações sobre os Seminários de Lacan, em especial o 12,13,14,15 não os tenho.
Faça um vídeo sobre as hipóteses de porque o desgraçado Miller não lança todos seminários.
Quando o Dunker falou em sutura lembrei que um psicanalista meu falou em cirurgia psíquica. Nunca entendi do que se tratava essa cirurgia psíquica.
Professor, faça um vídeo sobre a obra de Badiou e sua relação com Lacan e a Psicanálise. Obrigado.
Valeu Christian!
Muito bom prof!
é....dessa vez a anustia bateu pesado aq kkkk pq n entendi porra nenhum chris, mas ta valendo, um abç.
Um like pro verde cada vez mais colorido!
Gratíssima !!!
Olá, professor. Adoro teu canal. Tenho uma dúvida meio boba: quais as implicações da análise em um país diferente e numa língua estrangeira?
Agradeço. Grande abraço.
Obrigada Professor
JAM anunciou que irá lançar o sem. 14 até maio de 2023, ele disse que queria lançar o 15 em seguida, pra completar, mas parece que não irá.
Por curiosidade: o conceito de indeterminação presente em Lacan pode ter algo a ver com a indeterminação do Henri Bergson Em a evolução criadora?
❤❤❤
Noção e conceito são coisas distintas
Aqui o Miller já começa a transcrever o Lacan? Eu queria saber o porquê tem camaradas Lacanianos que romperam com o Miller.
Procure sobre a cisão de 1998. 🙂
Nomeu caso é por causa da decisão de leitura dele que altera o texto dos seminários de Lacan para torna-lo compatível com a psicanálise Milleriana. Tem um livro do Alfredo Eidelsztein chamado Outro Lacan que tem vários exemplos bem gritantes de episódios que Miller altera o texto de Lacan de forma a transforma-lo em algo de sentido muitas vezes oposto à enunciação original. Há problemas também nas versões dos seminários de Lacan estabelecidas por Miller quanto a omissão de modelos esquemas e grafos, cruciais para entender o texto de Lacan e uma série de precisões conceituais que se perdem na leitura Milleriana e passagens importantes dos seminários falados que se perdem na edição. Resumindo muito, Miller faz uma leitura política do ensino de Lacan, e isso no mal sentido degradando a riqueza do texto original para uma orientação política liberal, ou até neoliberal dependendo do caso. Conceitualmente Miller também faz uma bagunça enorme com o conceito de Real, inflacionando ele para além do campo onde esse conceito opera de forma eficiente em Lacan e incorrendo em uma série de questões éticas, e há toda uma retórica vulgar dos Millerianos sobre a feminilidade como justificativa, ou moeda de troca retórica das degradações que eles efetuam na riqueza do texto de Lacan no sentido de torna-lo compatível com certa orientação política. Esse coemntário todo é para introduzir você ao livro do Alfredo que eu recomendo que vc leia e a sua pesquisa sobre a cisão de 1998 também.
Tem um livro não tão difícil de encontrar chamado "A cisão de 1998" da Maria Anita Carneiro Ribeiro que dá um panorama dessa história.
Lacan foi distorcido por Miller. Vilipen
"A partir daqui" em que sentido? (O momento a respeito do Frege)
Onde consigo comprar as traduções para o português dos seminários 12, 13, 14 e 15?
estante virtual deve ter alguma coisa. as livrarias devem estar todas fechadas ainda.