Meaípe possui características de aldeia de pescadores, a praia é uma das mais procuradas de Guarapari. Casas noturnas, shows, bons restaurantes e comidas típicas tudo isso faz de Meaípe um lugar requisitado pelos turistas que vêm curtir as férias no estado.
A praia de 4km de extensão já foi considerada uma das dez mais bonitas do Brasil pela Revista Quatro Rodas. Suas areias escuras possuem propriedades terapêuticas. Em 2023 a faixa de areia foi alargada para conter o avanço da erosão que destruiu parte do calçadão.
Entre as atividades mais conhecidas, estão as rendeiras de “bilro”. A tradição é passada de geração em geração, Dona Grauma ainda mantém viva essa arte que surgiu em Portugal, em 1560 e ficou restrita aos conventos servindo a ornamentação litúrgica e, posteriormente, a prática foi ampliada entre as mulheres da região.
No Brasil, ela apareceu no século XVII, trazida pelos portugueses. Especificamente em Santa Catarina, encontramos a prática da renda de bilro na cidade de Florianópolis, de cultura açoriana, principalmente no bairro da Lagoa da Conceição.
Amassar e dar forma ao barro, produzir objetos de decoração com um punhado de argila essa é a rotina da artista Bianca Vidal, uma renomada ceramista daqui de Meaípe que abriu o seu atelier para conhecermos o seu trabalho.
A cerâmica é uma arte milenar com mais de 9 mil anos, um dos materiais mais antigos produzidos pelo homem. O nome “cerâmica” vem do grego “kéramos” que significa “terra ou argila queimada” e diz respeito ao momento em que o homem começou a utilizar o barro endurecido pelo fogo, transformando barro em arte.
A pequena Igreja de Sant’Ana foi construída em 1619, pelos jesuítas, no alto de uma pedreira, esta pequenina igreja forma um belo cenário à beira-mar de Meaípe. Já foi restaurada várias vezes e oferece belas vistas da região.
Contam os moradores mais antigos que havia uma grande quantidade de pescados em Meaípe incluindo xaréis. Para apanhá-los os pescadores utilizavam redes de espera que eram deixadas no mar. Acontece que o xaréu é um peixe muito violento e se não for tirado da rede pode até estragá-la.
Naqueles tempos as missas eram celebradas em latim e os padres ficavam de costas para os fiéis. Numa dessas esperadas missas, que aconteciam de 6 em 6 meses, provavelmente no século XIX, a igreja de Sant´Ana estava cheia e o padre, de costas, estava pregando, até que os fiéis ouviram um grito de um pescador que não tinha ido a missa naquele dia: "- Xaréu na rede! o xaréu tá acabando com as redes na beira da praia."
Foi o suficiente para que todos os fiéis abandonassem a missa e deixassem o padre pregando sozinho e de costas, quando ele acabou o sermão e se virou de frente ficou surpreso ao ver a igreja vazia e os fiéis na praia retirando as suas redes antes que os xaréus as destruíssem.
Desde seus primórdios a pequena e charmosa vila de pescadores tem seu nome atrelado à gastronomia, isso porque a palavra Meaípe vem do Tupi cujo significado é torta doce de mandioca, e talvez por isso o bolinho de aipim faz tanto sucesso por aqui.
Tradição em Meaípe, o bolinho de aipim já é famoso há quase 40 anos, o salgado é parte da história e da cultura do local. Quem popularizou a receita foi a Dona Zezé, que passou a tradição de geração em geração de sua família que, até hoje reproduz o bolinho, diminutivo apenas no nome, o bolinho de aipim é uma verdadeira refeição.
Se você pretende ter uma experiência turística completa, Meaípe é o destino ideal! Não tenho dúvidas que depois de um dia de praia, seguido de um almoço saboroso à beira-mar, você irá se apaixonar de vez por Meaípe!