Porque agoniza, mas não morre, como diria Nélson Sargento, o samba, desde que era fã de Martinho da Vila, entrou na minha vida como nó na madeira, pra jamais desatar, pois o samba, como diria Roberto Serrão, é terapia popular.
Então, nas cordilheiras da ilusão, como diria Toninho Geraes, acreditando no sonho do meu amigo Carlos Camargo, entabulei algumas pontuais, mas duradouras, parcerias de amor ao samba, adquirindo a estima dos bambas: Ave Darcy da Mangueira! Salve Noca da Portela!
Ainda hoje, já sexagenário, se alguém perguntar, como diria Zé Kéti, diga que estou por aí, levando o violão imaginário debaixo do braço, pois, se houver algum motivo, costuro mais um samba, com saudades de mim.
Entre a flor e o espinho, pedindo, como Nélson Cavaquinho, pra alguém tirar o sorriso do caminho, que eu pretendo passar com a minha dor, descobri, com Cartola, que a vida é um moinho, mas bate sempre, com esperanças, na Resistência do Samba, o meu coração.
(Geraldo Santa Clara)