Após anos de parceria em conquistas de vias tradicionais em Minas Gerais, Fabio Pavesi e Felipe Tavares compartilhavam o sonho de abrir uma grande via na Terra de Gigantes, a região da conhecida Pedra Riscada.
O plano era encontrar uma linha prazerosa que pudesse ser escalada em livre, sem muitas passagens aéreas, verticais ou negativas. Logo a imponente Pedra Baiana cativou os olhos e espírito da equipe. Percorreram todo o perímetro do maciço rochoso da Pedra Baiana e escolheram uma linha na face Oeste, que representa certamente uma das maiores extensões rochosas e desnível topográfico das Américas.
Ao longo dos seus aproximados 1500m a via de escalada conta com dois platôs que possibilitam bivaques, o primeiro a 350m de escalada, o segundo a cerca de 1000m de escalada. A escalada é bastante diversificada e prazerosa, com graus variando entre II a VII, com grau de exposição E3. Devido à característica deste maciço rochoso granítico, são raras as possibilidades de colocação de peças móveis. Todos os 22 largos da via estão com top duplicados, e possuem entre 60 e 70 metros de extensão.
Para a conquista desta via foram necessárias 2 expedições, feitas em 2021 e 2023. Em 2021 participaram Fabio Pavesi, Felipe Tavares e Hudson Sobrinho, onde foram abertos os primeiros 600 metros de via. Em 2023 somaram-se a equipe os escaladores Gustavo Piancastelli, Flavio Ricardo, e Igor Magalhães.
O final da via se dá em um "antecume", 70 metros abaixo do cume principal da Pedra Baiana. Para se acessar o cume da Baiana a partir da via "Maria Salomé" será necessário uma escalaminhada delicada em um col inclinado por cerca de 100 metros até acessar o último shield, este com cerca de 50 metros de escalada subvertical. Ainda está no plano da equipe finalizar esta última passagem, que possibilitará o acesso ao cume principal.
O nome da via foi em homenagem à Dona Maria Salomé, esposa do Sr. Zezé, moradores locais que nos recepcionaram tão bem, em ambas as expedições.