Uma vila erguida no alto de um penhasco no final da primeira metade do século XVIII. Poucas casas construídas de pedra e uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Penha de França era tudo que existia nas adjacências de um cruzamento entre duas estradas utilizadas por tropeiros que passavam pela região com destino ao Rio de Janeiro e Goiás e do Norte ao Sul da província. Este foi o início de Resende Costa, antiga Vila de Nossa Senhora da Penha de França da Lage.
Diferentemente de São João del-Rei e Tiradentes (antiga São José del-Rey), cidades próximas, Resende Costa não contou em seus primórdios com a exploração do ouro ou outro metal precioso. Por aqui, a atividade de renda se resumiu à pecuária e outros utensílios de subsistência vindos de fazendas da região.
Terra de influentes e prósperos fazendeiros, A Lage teve como ilustre morador o inconfidente Capitão José de Resende Costa (1730-1798), proprietário da fazenda dos Campos Gerais, onde nasceu seu filho, o também inconfidente José de Resende Costa (1765-1841). De acordo com relatos históricos, as primeiras famílias que se fixaram no Arraial da Lage foram: Resende Costa, Alves Preto, Pedrosa de Morais e Pinto de Góes e Lara. Achavam-se elas ligadas entre si por laços de parentesco. A família Resende descende de Helena Maria de Jesus, uma das três Ilhoas vindas de Portugal. Helena nasceu em 1710, casou-se no dia 3 de outubro de 1726, em Prados, com João de Resende Costa, pai do capitão José de Resende Costa.
O nome da cidade é uma homenagem ao ilustre José de Resende Costa, o filho, - figura que se destacou na Conjuração Mineira junto àqueles que sonharam com a libertação da então colônia do império de Portugal. Degredado para a África junto com seu pai e a maioria dos inconfidentes, retornou mais tarde ao Brasil, onde foi deputado da 1ª Assembleia Constituinte e conselheiro do Império.
Trabalho e religiosidade
Terra de gente laboriosa e religiosa, Resende Costa cresceu sob a influência da religiosidade e da dedicação do resende-costense para o trabalho. Em 12 de dezembro de 1749, foi inaugurada a primeira capela do Arraial da Lage. Ao redor dela foram construídas oito casas pertencentes a fazendeiros que se deslocavam para o arraial, em ocasiões de festas religiosas. Com o passar dos anos, novas casas foram surgindo e o arraial foi se desenvolvendo, formando núcleos de moradores, entre eles fazendeiros, trabalhadores rurais e comerciantes.
No dia 2 de junho de 1912, o Distrito da Lage de Tiradentes alcançou sua emancipação política - importante fato histórico que teve como um dos seus principais protagonistas o coronel Francisco Mendes de Resende (1874-1936), primeiro administrador público de Resende Costa e um dos maiores benfeitores da localidade. Entre tantas obras que ditaram o rumo do desenvolvimento da cidade, coronel Mendes assumiu como prioridade, no início do seu mandato, a construção do Grupo Escolar Assis Resende, inaugurado em 1919, hoje um dos maiores orgulhos dos resende-costenses.
Coronel Mendes não errou quando escolheu cuidar prioritariamente da educação dos seus conterrâneos. Resende Costa é hoje conhecida como uma das cidades da região de onde saem grandes nomes das letras e de outras tantas áreas do saber, da cultura e das artes.
Terra do artesanato, da música, do teatro... O resende-costense tece a sua história brincando com as teias do saber e trabalhando com a maior herança que se pode ter: a vocação para o saber.
Fonte: www.resendecosta.mg.gov.br/pagina/13986/A%20Cidade%20-%20Cat%C3%A1logo