Desde os anos 1980, o Brasil vive um processo de desindustrialização, processo esse que se aprofundou no ciclo neoliberal dos anos 90 e que não foi revertido durante os governos de esquerda dos primeiros anos deste século.
A desindustrialização é apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento nacional. Assim, a reindustrialização é importante não somente do ponto de vista da geração de emprego e renda, mas também porque a indústria é um potente instrumento de geração e difusão de técnicas de produção e de inovação tecnológica.
No entanto, além dos passivos estruturais e socioeconômicos, há que se considerar o contexto ambiental e as condicionantes da emergência climática. Logo, se a reindustrialização brasileira é urgente e necessária, é igualmente imperativo que ela seja socialmente inclusiva e verde.
Adicionalmente, não se pode discutir a reindustrialização sem considerar o contexto da economia política internacional em que ela se dá. Nesse quesito, integração regional, os riscos do acordo UE-Mercosul, as cadeias globais e as cadeias regionais de valor, bem como os impactos da pandemia na geopolítica e na geoeconomia são temas que também não podem ser negligenciados.
Foi no intuito de debater esses assuntos tão sensíveis que a Rebrip (Rede Brasileira de Integração dos Povos) promoveu o Seminário "Reindustrialização brasileira: desafios e oportunidades", realizado no Rio de Janeiro nos dias 10 e 11 de julho, com a presença de representes da academia, do governo, de sindicatos e da sociedade civil.