Nem toda peça de cerâmica sai como planejamos, mas a mágica da argila está na sua capacidade de recomeçar. Neste vídeo, mostro o processo completo de quebrar peças finalizadas e reciclá-las para criar algo novo.
Reciclar argila é como dar um novo começo para algo que parecia perdido. Tudo começa com um olhar para as peças que não deram certo, aquelas que racharam, deformaram ou simplesmente não saíram como imaginado. Em vez de vê-las como falhas, vejo potencial.
Então, pego cada uma e as quebro em pedaços menores. Não é só quebrar por quebrar - é preparar o material para voltar a ser argila, quase como abrir caminho para uma segunda chance.
Depois disso, vem a parte de mergulhá-las na água. Pedaço por pedaço, vou enchendo um balde ou recipiente, cobrindo tudo com água. Aqui, o segredo é paciência. A água precisa fazer o seu trabalho, infiltrando-se lentamente em cada pedacinho, dissolvendo a rigidez e devolvendo a maleabilidade. Não adianta apressar. O tempo é parte fundamental do processo, e isso, de certa forma, também ensina algo sobre o próprio ritmo da cerâmica.
Quando a argila já absorveu a água e está mole, como uma pasta espessa, é hora de espalhá-la em uma placa de gesso. O gesso é mágico nesse momento. Ele puxa a umidade extra da argila, trazendo-a para a consistência ideal. Se o dia está ensolarado, posso até acelerar as coisas colocando a placa em um cantinho ao sol, mas sempre com cuidado. A argila seca rápido no calor, então é importante mexê-la de vez em quando para evitar que fique ressecada apenas em algumas partes.
E, quando chega o momento certo, vem a etapa mais satisfatória: sovar a argila. Esse é o ponto onde ela começa a parecer "viva" novamente. Sovar é mais do que amassar; é remover bolhas de ar, sentir a textura, testar a consistência. É quase um diálogo com o material, ajustando-o para que esteja pronto para o próximo projeto.
E assim, a argila está reciclada, pronta para recomeçar. Não é só um processo técnico, mas também uma lição. Reciclar argila me lembra que erros e imperfeições não são o fim, mas sim oportunidades de transformação. É um ciclo contínuo, onde cada peça, mesmo a que parecia perdida, tem a chance de renascer em algo novo.
Esse é um dos momentos mais importantes na vida de um ceramista: aceitar os erros, aprender com eles e transformar o que não deu certo em novas possibilidades.
Se você quer aprender mais sobre como reciclar argila e manter o ciclo sustentável no seu ateliê, fique até o final do vídeo!
Ferramentas e materiais usados no vídeo estão disponíveis em coracaodoceramista.com
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