Estreia absoluta da obra para orquestra sinfónica "Plasticidade" no Teatro Helena Sá e Costa.
Esta obra nasce da minha necessidade enquanto compositor de passar uma mensagem sobre o impacto que o plástico tem no meio ambiente, sobre a importância da reciclagem do mesmo para o bem-estar da fauna e flora, da sociedade enquanto um todo e de cada indivíduo que a constitui. A obra tem a particularidade de ter momentos de texto falado maioritariamente sob uma fermata geral e dito pela orquestra toda, ou quase, existem nestas a sensação de um freeze na música de forma a dar a devida importância à mensagem que o texto quer passar. Outros momentos falados, mas mais pontuais, estão incorporados no decorrer da música, com indicações cénicas mais visuais como levantar da cadeira, gritar para o público, etc. e com o ritmo escrito. Para utilizar o material criticado em questão, há dois momentos na obra em que os músicos devem fazer ruído com sacos de plástico, em jeito de procrastinação social a uma ação ambiental eficaz.
Particularmente e devido ao tema de Plasticidade, os episódios ao longo da peça têm o nome de diversos tipo de plásticos aos quais a música foi associada e composta tentando corresponder às características de produção e comportamento de cada um no contexto para que foi produzido.
Texto:
Os desafios colocados pelos plásticos devem-se, em larga medida, ao facto de os nossos sistemas de produção e consumo não serem sustentáveis.
Apesar de haver consciência, preocupação e a ação sobre a forma como descartamos os plásticos no ambiente marinho e noutros sítios terem aumentado enormemente nos últimos anos, há muitos outros impactos.
a produção, a utilização e o comércio de plásticos continuam a aumentar.
É evidente que a melhor via a seguir é a transição para uma economia de plásticos fundamentalmente sustentável e circular utilizamos os plásticos de forma muito mais racional.
Reutilizamos e reciclamos melhor.